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domingo, 22 de dezembro de 2013

papai noel e coca cola.

Você conhece a verdadeira história de Papai Noel? Santo católico ou figura criada pela Coca-Cola? Fato ou farsa?

O post de hoje vai elucidar uma série de perguntas que, vez por outra, recebo por email: “Qual a origem do Papai Noel?”, “De onde vem esse nome para ele?”, “De onde vem a história que ele mora na Lapônia e onde fica isso?”, “É verdade que ele é inspirado na vida de um santo católico?”, “Papai Noel foi uma criação da Coca-Cola?”, “Por que ele veste-se de vermelho?”. Na postagem de hoje vou falar sobre tudo isso e um pouco mais, uma homenagem a uma das figuras mais importantes da cultura ocidental.


Um pouco de história e de curiosidades...
Conhecemos a figura como Papai Noel, entretanto em Portugal seu nome é Pai Natal. “Noel” vem de “Noël”, que significa “Natal” em francês. Em cada cultura ele recebe um nome diferente e bem específico à origem da sua lenda, que pode ter se baseado em parte na vida de São Nicolau. Uma história quase idêntica é atribuída, nos folclores grego e bizantino, a São Basílio. Detalhe: o dia de São Nicolau é 04 de dezembro, e na Grécia a troca de presentes ocorre em 1º de janeiro, Dia de São Basílio.

De acordo com os historiadores e folcloristas, o “verdadeiro” Papai Noel foi uma pessoa de carne e osso, mais precisamente São Nicolau Taumaturgo (foto abaixo), um arcebispo turco do século 4. Ele costumava ajudar pessoas pobres da cidade de Mira, colocando moedas de ouro nas chaminés de suas casas durante a época de Natal. Mais tarde, diversos milagres foram atribuídos a São Nicolau fazendo-o por se tornar santo. Sua imagem como símbolo natalino teve origem na Alemanha, e de lá se espalhou para mundo inteiro.


Enquanto São Nicolau era originalmente retratado com trajes de bispo, atualmente Papai Noel é geralmente retratado como um homem rechonchudo, alegre e de barba branca trajando um casaco vermelho com gola e punho de manga brancos, calças vermelhas de bainha branca, e cinto e botas de couro preto. Essa imagem se tornou popular nos Estados Unidos e Canadá somente no século 19 devido à influência da Coca-Cola, que na época lançou um comercial do bom velhinho com as vestes vermelhas. E essa tem sido a imagem dele até os dias de hoje, eternizando-se.

Conforme a lenda, Papai Noel mora no Polo Norte, numa terra de neve eterna. Na versão americana, ele mora em sua casa no Polo Norte, enquanto na versão europeia frequentemente se diz que ele reside nas montanhas de Korvatunturi, na Lapônia, Finlândia. Papai Noel vive com sua esposa, Mamãe Noel, incontáveis elfos mágicos e oito ou nove renas voadoras.


Algumas correntes protestantes declaram oposição de que se ensinem crianças a acreditarem neste personagem, uma vez que há desvio das origens religiosas do verdadeiro Natal, mas de acordo com alguns teólogos isso ocorre, na verdade, porque o bom velhinho tem inspiração em um santo católico, que também faz parte do credo ortodoxo.

Divulgação da sua figura e história...
Uma das pessoas que ajudaram a dar força à lenda do Papai Noel foi Clemente Clark Moore, um professor de literatura grega de Nova York, que lançou o poema “Uma visita de São Nicolau” em 1822, escrito para seus seis filhos. Nesse poema, Moore divulgava a versão de que ele viajava num trenó puxado por renas. Ele também ajudou a popularizar outras características do bom velhinho, como o fato dele entrar pelas chaminés. O caso das chaminés, inclusive, é um dos mais curiosos na lenda de Papai Noel. Alguns estudiosos defendem que isso se deve ao fato de que várias pessoas tinham o costume de limpar as chaminés no Ano Novo para permitir que a boa sorte entrasse na casa durante o resto do ano.

No poema, várias tradições foram buscadas de diversas fontes e a verdadeira explicação da chaminé veio da Finlândia. Os antigos lapões viviam em pequenas tendas, semelhantes a iglus, que eram cobertas com pele de rena. A entrada para essa “casa” era um buraco no telhado. A última e mais importante característica incluída na figura do Pai Natal é sua blusa vermelha e branca. Antigamente, ele usava trajes verdes e costumava usar um gorro também verde na cabeça. Seu atual visual foi obra do cartunista Thomas Nast, na revista “Harper’s Weeklys”, em 1886, na edição especial de Natal. Em alguns lugares na Europa, contudo, algumas vezes ele também é representado com os paramentos eclesiásticos de bispo, tendo, em vez do gorro vermelho, uma mitra episcopal.


O famosíssimo mito envolvendo a Coca-Cola...
É amplamente divulgado pela internet e por outros meios que a Coca-Cola seria a responsável por criar o atual visual do Papai Noel: roupas vermelhas com detalhes em branco e cinto preto, mas é historicamente comprovado que o responsável por sua roupagem vermelha foi o cartunista alemão Thomas Nast, como dito anteriormente.

Papai Noel até então era representado com roupas de inverno, porém na cor verde (com detalhes prateados ou brancos), típico de lenhadores. O que ocorre é que em 1931 a Coca-Cola realizou uma grande campanha publicitária vestindo Papai Noel ao mesmo modo de Nast, com as cores vermelha e branca, o que foi bastante conveniente, já que estas são as cores de seu rótulo. Tal campanha, destinada a promover o consumo de Coca-Cola no inverno (período em que as vendas da bebida eram baixas na época), fez um enorme sucesso e a nova imagem de Papai Noel espalhou-se rapidamente pelo mundo. Portanto, a Coca-Cola contribuiu para difundir e padronizar a imagem atual, mas não é responsável por tê-la criado.



Papai Noel na Lapônia, Finlândia...
Nos países do norte da Europa, diz a tradição que o Papai Noel não vive propriamente no Polo Norte, mas sim na Lapônia, mais propriamente na cidade de Rovaniemi (foto abaixo), onde de fato existe o “escritório do Papai Noel”, bem como o parque conhecido como “Santa Park”, que se tornou uma atração turística do local. Criou-se inclusive um endereço oficial como a residência do Papai Noel, que recebe cartas de todo o planeta:

Santa Claus
FIN 96930 – Arctic Circle
Rovanieni, Lapland
Finland



Além disso, há o site oficial, a saber: http://www.santaclausoffice.fi

Em função disso, a região de Penedo, distrito de Itatiaia, no Rio de Janeiro, que é uma colônia finlandesa, se autodeclarou como a “residência de verão” do Papai Noel.



A história das renas do Papai Noel...
As renas do Papai Noel são as únicas renas do mundo que sabem voar, ajudando-o a entregar os presentes para as crianças do mundo todo na noite de Natal. Quando o Papai Noel pede para serem rápidas, elas podem ser as mais rápidas renas do mundo. Mas quando ele quer, elas tornam-se lentas. Todo esse mito foi inventado na Europa, no século 19.

A quantidade de renas que puxam o trenó é controversa, tudo por causa da rena conhecida como Rudolph, ou Rodolfo. Existe uma lenda que diz que Rodolfo teria entrado para equipe de renas titulares por ter um nariz vermelho e brilhante, que ajuda a guiar as outras renas durante as tempestades. E, a partir daquele ano, a quantidade de renas passou a ser nove, diferente dos trenós tradicionais, puxados por oito renas. Tal lenda foi criada em 1939 e retratada no filme “Rudolph, a rena do nariz vermelho”. Os nomes das renas em inglês são: Rudolph, Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner e Blitzen. E em português são: Rodolfo, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago.



Envio de correspondências ao bom velhinho...
Como vimos logo acima, há um “endereço oficial” da casa do Papai Noel na Finlândia e um website. Ambos recebem milhares de correspondências – físicas e eletrônicas – todos os anos. Algumas destas cartas chegam a ser respondidas, para sorte de algumas crianças do planeta! Historicamente, cartas para santos ou de cunho religioso são uma prática existente desde a Antiguidade, mas apenas a partir do século 19 surgiu no mundo o ato de enviar cartas ao Papai Noel como um cunho familiar, ou seja, os pais da criança leem as cartas dela, e com a condição de serem bem comportadas durante o ano, recebem o presente como sendo de autoria do Papei Noel; às vezes de forma tão ensaiada que chegam a acreditar fielmente em sua existência, identicamente ao Coelho da Páscoa.

No Brasil, os Correios oficialmente recebem cartas endereçadas ao Papai Noel desde 2001, e o número de mensagens correspondidas equivaleu em 2008 em aproximadamente metade, selecionadas de acordo com o contexto ou com o valor financeiro do presente. As mensagens são enviadas aos funcionários do Correios, mas todos os brasileiros podem se voluntarear como um Papai Noel diretamente nas agências dos Correios do país, apadrinhando uma criança pobre. Os correios dos países escandinavos também têm programas parecidos.


Nome do Papai Noem em outros países e culturas...
Alemanha e Áustria: Nikolaus, ou Weinachtsmann (“Homem do Natal”)
Argentina, Colômbia, Espanha, Paraguai, Peru e Uruguai: Papá Noel
Chile: Viejito Pascuero
Croácia: Djed Mraz
Dinamarca: Julemanden
Eslovênia: Bozíczek
Estados Unidos: Santa Claus (referência a São Nicolau)
Finlândia: Jöulupükki
França: Père Noël
Itália: Babbo Natale
Inglaterra: Father Christmas
Japão: Santa Kurosu
Holanda: Kerstman (“Homem do Natal”)
Portugal: Pai Natal
Rússia: Ded Moroz
Suécia: Jultomte

Roupa do Papai Noel...
A versão americana moderna do traje pode ser atribuída à obra de Thomas Nast, embora muitas vezes se pense incorretamente que Haddon Sundblom desenhou o traje no seu trabalho de publicidade para a Coca-Cola. O trabalho de Sundblom padronizou a imagem ocidental do Papai Noel, e a imagem popularizada de roupa vermelha adornada com pele branca. Isto se tornou na imagem do bom velhinho norte-americano, enquanto que em alguns países europeus, onde São Nicolau continua popular, a roupa usada está mais próxima de roupas religiosas, incluindo a mitra de um bispo.

Antes do trabalho de Nast, o traje de Papai Noel tinha como cor o castanho, embora também fosse desenhado com trajes verdes. Antes da publicidade da Coca-Cola, a imagem do personagem estava num estado de fluxo. Foi retratado numa grande variedade de formas, incluindo as formas modernas e, em alguns casos, como um gnomo.





estrela de belem

Estrela de Belém: um mistério astronômico no seio da religião...

Todo mundo, mesmo não sendo cristão, já ouviu falar na Estrela de Belém, um ocorrido astronômico que, de acordo com o Evangelho de Mateus, anunciou não só o nascimento de Jesus, como também guiou os Reis Magos até o local onde ele estava. Atualmente há uma grande controvérsia entre os estudiosos: teria sido um fenômeno paranormal milagroso, ou um Ovni, ou simplesmente um evento previsto pela astronomia e totalmente explicável atualmente?


Desde o início da humanidade como uma sociedade organizada, as estrelas serviam como um mapa. Astrologia e astronomia se confundiam. A disposição das constelações no céu mostrava as estações do ano, eclipses, caminhos para navegação e, também, presságios de mortes, guerras, pestes e grandes nascimentos. Na época que Jesus teria nascido não era diferente: registros demonstram que era uma prática entre astrólogos interpretar fenômenos astronômicos como anúncio do nascimento de reis. Existem várias teorias entre os teólogos sobre a natureza desta estrela. Contudo, é consenso que sua aparição alude à estrela de Jacó (Nm 14,17) que foi profetizada por Balaão.

O contexto bíblico da narrativa...
Após o nascimento de Jesus, Herodes ainda governava a Judeia, que à época era uma das províncias mais pobres do gigantesco Império Romano, junto com toda a área da Palestina. De acordo com a Bíblia, chegaram do Oriente a Jerusalém três magos que perguntaram sobre o nascimento de um rei dos judeus. Vale ressaltar que, no original grego, “mago” está “mägoi”, que ficaria mais bem traduzido como “sacerdote astrólogo”. Disseram eles que viram sua estrela, que não seria comum, visto que seguia um percurso estranho do Oriente para o Ocidente, sempre adiante deles.

Seria um ponto luminoso que ao observador comum se pareceria uma estrela, e permitiria ao Rei Herodes achar o futuro rei dos judeus. É importante salientar que, segundo a Bíblia, Herodes tinha forte intenção de assassinar o menino Jesus. Portanto, a julgar pelo fato de que a estrela não conduziu os Reis Magos diretamente ao menino Jesus e sim para o seu assassino, dificilmente ela teria origem divina.


É importante pontuar que a Estrela de Belém, na realidade: (1) guiou os magos a alguém que quis matar Jesus, e só depois os levou até onde realmente estava o bebê; (2) a Bíblia aponta que um anjo anunciou o nascimento de Jesus, não uma estrela – que só os referidos Reis Magos conseguiam ver, e como eles eram astrólogos, então somente eles entendiam que aquilo era um fenômeno incomum; (3) existe a teoria de que eles praticavam a astrologia, que é severamente condenada pelo Deus judaico-cristão, no entanto isto ainda é uma teoria meramente especulativa.

Um cometa, uma supernova, um alinhamento de planetas?!
A primeira explicação astronômica que se procurou dar para a Estrela de Belém foi que teria sido um cometa. Astrônomos do século 16 propuseram o famoso cometa Halley como a estrela. Essa imagem ainda é muito forte no imaginário popular, onde frequentemente a estrela é representada como uma estrela com cauda, como realmente é um cometa. Hoje sabemos que o cometa Halley apareceu no ano 12 a.C., muito cedo para estar associado ao nascimento de Jesus. E nenhum dos cometas conhecidos, segundo os dados hoje catalogados, passou na Judeia capaz de ser visto a olho nu, entre 7 a.C. e 1 d.C.

Astrônomos chineses, entretanto, registraram uma “nova estrela” na constelação de Capricórnio no ano 5 a.C. Essa “nova estrela” poderia ser um cometa ou uma estrela explodindo, uma vez que os registros não nos dizem se ela se movimentava em relação às estrelas de fundo. Ao fenômeno de “explosão de uma estrela” os astrônomos chamaram de supernovas.


Recentemente, publiquei um outro post sobre a história envolvendo a Estrela de Belém. Para ler, clique aqui!


No ano 7 a.C., houve uma conjunção planetária entre Júpiter e Saturno. Esses planetas se aproximaram no céu (mas não o bastante para serem confundidos como um único objeto), na constelação de Peixes, nos meses de maio, setembro e dezembro. Aqueles que acreditam ser essa conjunção a Estrela de Belém argumentam que os magos viram a primeira conjunção em maio, e iniciaram a jornada. Durante a segunda conjunção, em setembro, chegaram a Jerusalém e durante a terceira conjunção, em dezembro, chegaram a Belém. Em fevereiro de 6 a.C., houve uma grande aproximação (quase uma conjunção planetária) entre Júpiter, Saturno e Marte também na constelação de Peixes.

Em setembro de 3 a.C., Júpiter se aproximou de Régulo, a estrela mais brilhante da constelação de Leão. Essa constelação era considerada a constelação dos reis naquela época. Além disso, o “novo leão jubado” estava associado à tribo de Judá. Em outubro, houve uma nova conjunção entre Júpiter e Vênus, na constelação de Leão. No ano 2 a.C., em fevereiro e maio, aconteceram outras duas conjunções entre Júpiter e Régulo. Em junho, houve uma conjunção planetária entre Júpiter e Vênus. Nesse mesmo ano, Júpiter realizou um loop no céu fazendo um movimento retrógrado, onde inverteu a direção de seu movimento em relação às estrelas de fundo – ficando então estacionário – no dia 25 de dezembro.

Entretanto, já é fato notório entre historiadores e teólogos de que Jesus não nasceu no mês de dezembro, mas muito no meio do ano – talvez entre maio e julho –, quando ocorria o censo romano e com temperatura amena na região para que ele pudesse sobreviver a um nascimento em um estábulo com pouca proteção do clima.


Outras teorias...
Outros teólogos encaram esta estrela como uma estrela teológica. Segundo eles, Mateus estaria fazendo uma interpretação de tradições e, por isso, não se refere a uma estrela literal, apenas no significado do nascimento de um personagem importante. De acordo com tradições antigas, pode se tratar de um anjo, ou ainda de um conglomerado de anjos que teriam recebido a missão de anunciar o nascimento de Jesus. As evidências bíblicas que relacionam estrelas a anjos são frequentes (Is 14:12-14, Ap 1:20, 12:4), o que explicaria a razão pela qual a estrela movia-se, detinha-se, aparecia e desaparecia de forma inusitada (Mt 2:9-11).

Uma das explicações mais estranhas vem dos adeptos da teoria dos deuses astronautas. Segundo eles, a Estrela de Belém poderia ser um Ovni que teria guiado os Reis Magos. Para eles, é muito suspeito o movimento errático e “inteligente” da estrela.

Uma das suposições mais bem explicadas e embasadas sobre a Estrela de Belém foi escrita pelo físico e astrônomo brasileiro Rogério Mourão, no volume “O livro de ouro do universo”. Com linguagem simples e atraente, o debate fica extremamente interessante. Fica a dica e vale a pena a leitura!

sábado, 21 de dezembro de 2013

A IGREJA PRECISA SER IGREJA


E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” Atos 2:42-47
COMENTÁRIO: Quando vejo este pequeno vídeo, reflito sobre o quanto estamos distantes do que é ser igreja. Eis aí o cenário da igreja atual:
1 - Coisas valem mais que pessoas;
2 - Dinheiro é o assunto principal;
3 - Por causa da posição social, fazem acepção de pessoas;
4 - O pecado não é confrontado;
5- Os pastores em vez de querer o bem das ovelhas, querem os bens das ovelhas (tornaram-se mercenários pagos, e muito bem pagos);
6 - Em vez de desejar a Jerusalém celestial, os crentes estão sendo conduzidos ao famigerado evangelho da prosperidade;
7 - Em vez de a igreja influenciar o mundo, o mundo é que entrou dentro da igreja;
E por isso, cumpre-se o que o Senhor disse sobre o estado da fé quando Ele voltar:
“Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” Lucas 18:8

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

NATAL:QUAL O MOTIVO DA MUSICA E ALEGRIA /

Natal: Qual o motivo da música e alegria?



Por Sillas Campos

O mês de Dezembro e esta época do natal é meu período do ano favorito! Gosto das músicas, enfeites, confraternizações, troca de presentes, abraços, demonstrações de gratidão e generosidade, declarações de amor, amizade, e clima festivo! Gosto das musicas de Natal! Tudo é paz! Tudo amor! … Cantai que o Salvador Chegou!… Tu deixaste Jesus, o teu reino de luz... mas minha favorita: Oh Noite Santa, de Adolphe Adam.

Interessante, o ateísmo não produz música alguma! Como cantar e se alegrar quando não acreditamos no Criador, em Sua graça, misericórdia, propósitos e providência? Como cantar quando acreditamos ser andarilhos existenciais, vítimas da sorte e do acaso?

Mas o cristão tem motivos de sobra para se alegrar, cantar e celebrar a vinda de Cristo ao mundo! Tanto é que o evangelho de Lucas, nos dois primeiros capítulos, ao tratar do nascimento de Cristo registrou cinco lindas músicas! Por isso, seu evangelho é o terceiro livro da Bíblia com maior numero de músicas. O primeiro é o livro de Salmos e o segundo é o livro de Apocalipse.

Eis os cânticos que registrados por Lucas:
O cântico de Isabel (1:41-45)
A cântico de Maria (1:46-55)
O cântico de Zacarias (1:68-79)
O cântico de Simeão (2:29-32)
O cântico dos anjos (2:14)

Por que há tanta musica, alegria e celebração no natal de Cristo? O próprio conteúdo destes cânticos responde satisfatoriamente a esta pergunta! Eis algumas respostas:

I. PORQUE AS PROFECIAS DO ANTIGO TESTAMENTO SE CUMPRIRAM!

Por isto Simeão disse: “Ó Soberano… podes despedir em paz o teu servo. Pois os meus olhos já viram a tua salvação, que preparaste à vista de todos os povos:…” (Lucas 2:29-32)

Veja bem, o pecado de Adão e Eva estragou tudo! Roubou nossa inocência, pureza, altruísmo, paz e segurança! E nos transformou em pessoas culpadas, impuras, egoístas, insatisfeitas, inseguras, e insubmissas ao governo de Deus! Nos colocou para fora do jardim! Quebrou nossa comunhão com Deus. Porém, em Genesis 3:15 Deus fez uma grande promessa e profecia! Que um dia “a semente da mulher” esmagaria a cabeça da serpente! E o Antigo Testamento identifica esta “semente” como o Messias, o Ungido de Deus, Emanuel! Deus conosco!

Depois desta profecia Deus deu mais de 100 outras profecias complementares! Elas estão espalhadas através do Antigo Testamento. Por meio de Seus profetas Ele revelou vários detalhes sobre a vinda e ministério do Seu Ungido. Apenas alguns exemplos:
Que ele nasceria de uma virgem (Isaias 7:14). 
Que ele viria da tribo de Judá (Gen. 49:10).
Que ele seria da linhagem de Davi (II Samuel 7:12-16).
Que por ocasião de seu nascimento haveria um infanticídio (Jer.31:15).
Que seus pais teriam que fugir para o Egito (Oséias 11:1)
Que ele nasceria em Belém-Efrata! (Miqueias 5:2)

Apenas considere a precisão desta ultima profecia. Setecentos anos antes de Cristo, Miqueias olha para o Mapa Mundi e profetiza: O Messias não nascera no Egito, nem na Arabia e nem em Roma, mas em Israel! Israel está dividido em 12 tribos, mas ele nascerá no território da tribo de Judá! Judá tem várias cidades, e apesar de seus pais morarem em Nazaré, ele nascerá na pequena vila de Belém!

Pense bem! Qual a possibilidade de um vidente, há 700 anos atrás, advinhar que um dos nossos presidentes nasceria em Pernambuco, Caetés, antigo distrito de Garanhuns!?? Só por Deus mesmo! Por isso Ele mesmo diz: “eu sou Deus e não há outro semelhante a mim. Eu anúncio o que há de acontecer, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam. O meu conselho permanecerá de pé e farei toda a minha vontade.” (Isaías 46:9-10)

Por que há tanta musica, alegria, e celebração no natal? Porque em Cristo centenas de profecias se cumpriram! Isto demonstra, mais uma vez, a fidelidade da Palavra de Deus!

II. POR QUE REALIZOU-SE O MILAGRE DA ENCARNAÇÃO!

Logo no início do seu cântico Zacarias faz alusão ao milagre da encarnação. Ele diz: “Louvado seja o Senhor, o Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo (Lucas 1:68). João deixa isto mais claro quando afirma: “No principio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus e era Deus. … Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.” (João 1:1 e 14)

A Palavra tornou-se carne! Através deste milagre Deus revela seu grande interesse, bondade, amor, compaixão, misericórdia, e graça por nós pecadores! Um sitiante tinha dificuldade com essa verdade. Durante o culto de Natal, quando se falava sobre a encarnação, ele se retirou e voltou para casa. Como fazia muito frio, chegando em casa ascendeu o forno a lenha. A luz e o calor atraiu alguns passarinhos que se aproximaram da janela. O sitiante sentiu pena deles! Por isso abriu a porta e tentou incentivá-los a entrar. Mas eles fugiam com medo da sua presença! Frustrado ele pensou: Ah, se eu pudesse me transformar num passarinho e falar a sua língua… e dizer a eles que eu não sou um inimigo, mas que eu os amo, apenas quero salvá-los. Naquele exato momento o sitiante entendeu o milagre da encarnação! E seu coração encheu-se de alegria!

Por que há tanta musica, alegria, e louvor no natal? Primeiro, porque em Cristo centenas de profecias se cumpriram! Segundo, porque realizou-se o milagre da encarnação!

“Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.”

“Louvado seja o Senhor, o Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo.

III. POR QUE O PROBLEMA DO PECADO FOI RESOLVIDO!

Veja esta verdade em duas partes do cantico de Zacarias.

Primeira: “Louvado seja o Senhor, o Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo. Ele promoveu poderosa salvação para nós, na linhagem do seu servo Davi, (como falara pelos seus santos profetas, na antiguidade)…” (Lucas 1:68-70) 

Segunda: “para dar ao seu povo o conhecimento da salvação, mediante o perdão dos seus pecados, por causa das ternas misericórdias de nosso Deus, pelas quais do alto nos visitará o sol nascente para brilhar sobre aqueles que estão vivendo nas trevas e na sombra da morte, e guiar nossos pés no caminho da paz”. (Lucas 1:77-79)

No Natal o Cristão não celebra o nascimento do bebe Jesus… mero símbolo de humildade, pureza e amor. Na verdade ele é tudo isto e muito mais! Zacarias louva a Deus porque no menino Jesus ele vê: 1) O Redentor. 2) Que veio até nós, que vivemos nas trevas e na sombra da morte! 3) Veio para promover poderosa salvação. 4) Veio trazer uma mensagem de perdão dos pecados por meio das ternas misericórdias de Deus!

Como bom Judeu, Zacarias era conhecedor do Antigo Testamento, sabia que o mesmo testificava e apontava para Jesus Cristo! Sabia que, de forma progressiva, o mesmo revelava o caráter e a missão do Messias. Sabia que:
Em Genesis ele é apresentado como o Descendente da mulher (que esmagaria a cabeça da serpente).
Em Êxodo, como o Cordeiro pascal (cujo sangue inocente nos liberta do anjo da morte).
Em Levítico, como nosso Sumo Sacerdote! (que intercede por nós)
Em Deuteronômio, como nosso Profeta! (que nos traz a Palavra de Deus)
Em Josué, como o Capitão da Nossa Salvação!
Em Juízes, como o nosso Legislador e Juiz.
Em Rute, como o nosso Redentor (que nos resgata do pecado).
Em I e II Samuel, como nosso Profeta Fiel e Verdadeiro!
Em Reis e Crônicas, como nosso Soberano Rei.
Em Salmos, como nosso Bom Pastor!
Em Provérbios, como nossa Sabedoria!
Em Isaias, como o Maravilhoso Conselheiro! Deus forte! Pai da Eternidade! Príncipe da paz!
Em Jeremias, como o Profeta que chora!
Em Ezequiel, como Aquele que nos chama do pecado!
Em Daniel, como o quarto homem na fornalha de fogo.
Em Oséias, como o marido q resgata e perdoa sua esposa infiel.
Em Jonas, como o Grande Missionário! (que nos chama ao arrependimento para com Deus)
Em Miquéias – o Mensageiro da Paz!

Por isso quando o Cristão pensa no Natal, ele pensa no grande amor de Deus que enviou “Seu único Filho” para resolver nosso pior problema — o pecado! D.A.Carson disse:
Se nossa maior necessidade fosse econômica, Deus nos teria enviado um economista!
Se nossa maior necessidade fosse entretenimento, Ele nos teria enviado um comediante ou um artista.
Se nossa maior necessidade fosse estabilidade política, Ele nos teria enviado um político.
Se nossa maior necessidade fosse a saúde, Ele nos enviaria um medico.
Mas Deus sabia que a nossa maior necessidade envolvia nosso pecado, nossa alienação Dele, nossa profunda rebelião, cuja consequência é a morte, e Ele nos enviou um Salvador.

Concluindo, no Natal, o cristão, olha para manjedoura e vê: As profecias se cumprindo! O milagre da encarnação sendo realizado. Jesus vivendo uma vida perfeita (sem nenhum pecado). Jesus pregando o arrependimento para com Deus. Jesus morrendo por nossos pecados. Jesus ressuscitando com poder e grande glória! Vemos Jesus dizendo:

“Todo aquele que pratica o pecado é escravo do pecado. Mas se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres!” 

“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vem ao Pai senão por mim.”

“Pois desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia.

Porque a vontade de meu Pai é que todo o que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”. João 6:38-40

Tendo crido, recebemos o perdão dos pecados, e vendo o Espírito Santo transformando nossos valores, atitudes, palavras e ações crescemos na certeza da nossa salvação! Por isso cantamos e nos alegramos no Natal de Cristo!

Se você ainda vive nas trevas do pecado, na sombra da morte, agora mesmo ore a Deus, e peça que, pelas suas ternas misericórdias, Ele lhe dê arrependimento, fé em Jesus Cristo, perdão dos pecados e salvação eterna!


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

É a obediência necessária para a salvação?



A questão sobre a relação da obediência e a salvação não deve ser menosprezada, pois tal relação é evidente nas escrituras. Entretanto, a questão que se nos impõe nesse artigo é: A obediência produzir a salvação? Que existe deliberada relação entre obediência e salvação nas escrituras não se pode negar, contudo, devemos nos perguntar: Existe causalidade entre um e outro? É a salvação que promove a obediência, ou a obediência que promove a salvação?

Segundo nos instrui Mateus, o jovem rico teria perguntado ao nosso Senhor: “Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna?” (Mat.19.16). A este Jesus respondeu: “Se você quer entrar na vida, obedeça aos mandamentos” (v.17). Ao que esse texto parece indicar, nosso Senhor ensina que a obediência à Lei é um requisito para a Salvação. Paulo também parece favorecer a esse conceito quando diz: “Não me atrevo a falar de nada, exceto daquilo que Cristo realizou por meu intermédio em palavra e em ação, a fim de levar os gentios a obedecerem a Deus” (Rm.15.18). Esse texto parece indicar que a missão de Paulo era de levar os gentios à obediência a Deus, como uma missão de salvação. Será que a obediência é necessária para alguém chegar a salvação?

1. A obediência como causa da salvação

Em primeiro lugar, devemos colocar em perspectiva o diálogo entre Cristo e o Jovem rico. Observe primeiramente que a questão do jovem estava equivocada: “Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna?” (Mat.19.16). Esse jovem acreditava que a vida eterna era resultado da qualidade do seu esforço. Contudo, Cristo ao invés de exortá-lo pela incoerência de sua afirmação, Ele responde à altura da sua pergunta: (1) Primeiro ele qualifica o sentido do termo bom (Bom só tem um!) e então (2) Ele quantifica a extensão da bondade requerida (Obedeça os mandamentos!).

O plural do termo “mandamentos” indica que Cristo tem em mente todos os mandamentos apresentados na Torá, ao invés de uma lista restrita. Em outras palavras, se bondade é o caminho da salvação, perfeição é necessária. Como a desobediência de somente um ponto da lei tornaria o homem culpado de toda ela (Tg.2.10), Cristo ensina nessa parábola que para o homem a salvação é impossível (Mat.19.26), se a obediência é o caminho escolhido. Em outras palavras, o foco dessa perícope não é estabelecer que a obediência causa a salvação, mas que a obediência a Lei não pode levar a salvação! 
Isso coloca por terra os argumentos infundados dos indoutos que defendem que a obediência é a causa da salvação. Há aqueles que se abstém do convívio dos incrédulos por não suportarem sua desobediência aos mandamentos divinos. Há aqueles que evitam e/ou são evitados por sua constante e irritante mania de tentar cercear a pecaminosidade de outros, como se isso fosse um serviço divino. Se sentem arautos da moralidade divina e querem impor suas preferências morais como forma de expandir a influência do Reino de Deus. Entretanto, todas essas iniciativas à parte da Graça encontrada Somente em Cristo não tem valor eterno e servem apenas para exaltar o ego do religioso orgulhoso que se considera juiz dos homens.

Alguns o fazem de modo tão persuasivo que existe pessoas que jamais encontraram a Cristo como salvador, mas por se submeterem a um rígido código moral (que eventualmente nem ético é) pensam ser portadores da luz divina, quando na verdade são apenas homens e mulheres enganados pela religiosidade vazia. Esse é o grande perigo do LEGALISMO! Ele impõe a obediência como fundamento da salvação e condena os desobedientes. É nada mais que uma perversão da verdade e um modo de aprisionamento religioso. Não salva e não pode salvar! É moralidade vazia, é legislação sem vida. É a mais cruel forma de aprisionamento religioso. É avesso à Cruz e a Cristo. É contra a Glória de Deus.

2. A obediência como salvação

Em segundo lugar, nós precisamos colocar em perspectiva algumas informações das escrituras relacionadas com a salvação e a obediência. Paulo, por exemplo, usava os termos “fé” e “obediência” de modo intercambiável. Observe que em Rm.1.8 ele afirma “que a vossa fé é anunciada em todo o mundo“, mas em 16.19 ele afirma: “pois a vossa obediência chegou ao conhecimento de todos“. Nesse caso, Paulo usa o mesmo conceito em termos que parecem antagônicos. Entretanto, esse sentido é visto claramente em Rm.15.18: “Não me atrevo a falar de nada, exceto daquilo que Cristo realizou por meu intermédio em palavra e em ação, a fim de levar os gentios a obedecerem a Deus“. Aqui é evidente a consideração de Paulo sobre o início da fé como obediência a Deus. Obviamente ele não tem em mente a moralização do mundo, como alguém poderia sugerir, mas sua evangelização: “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1Co.2.2).

Essa co-relação é também exposta em sentido negativo, pois Paulo quando refere-se a judeus não convertidos ele diz: “Porquanto, ignorando a justiça que vem de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se submeteram à justiça de Deus“. A não sujeição, ou desobediência à Justiça que vem de Deus faz com que os judeus estejam fora da participação da fé salvadora. De modo semelhante Paulo diz em Rm.10.16: “No entanto, nem todos obedeceram ao evangelho“. A resposta ao evangelho foi entendida por Paulo como um ato de obediência, mas isso não significa que a obediência seja o meio de recebimento da salvação. Isso significa que a fé em Cristo é uma resposta obediente ao decreto salvífico de Deus.

Esse conceito é bem visto na conhecida declaração de Paulo sobre os gentios e judeus, antes e depois da fé, em Rm.11.30-32: “Assim como vocês, que antes eram desobedientes a Deus mas agora receberam misericórdia, graças à desobediência deles, assim também agora eles se tornaram desobedientes, a fim de que também recebam agora misericórdia, graças à misericórdia de Deus para com vocês. Pois Deus colocou todos sob a desobediência, para exercer misericórdia para com todos”. Em 2Co.9.13 a fé é vista como a submissão da confissão do evangelho de Cristo: “glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo”. Nesse texto a NVI traduziu a obediência que acompanha a confissão, o que segmenta o conceito de “obediência como demonstração de fé” em “obediência que segue a confissão“. Caso seja isso verdadeiro, a fé acontece antes da obediência, o que nos soa muito mais sensato.

O que isso nos instrui é que, para Paulo, a aceitação da mensagem aparece com um ato de obediência, pois a mensagem do evangelho está centrada no reconhecimento de Cristo morto e ressurreto como Senhor além de exigir a renúncia da autocompreensão antes da fé, e a inversão da direção volitiva (i.e. conversão). Essa obediência da fé é de fato a obediência verdadeira, aquela que a lei havia exigido, mas pelo mau uso da lei os judeus a reprimiram e instituíram a justiça própria como meio para se gloriarem nas obras da lei. Contudo, a atitude do homem debaixo da fé é radicalmente antagônica a do judeu, observe: “Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?” (1Co.4.7). Isso por que a Salvação oferecida por Deus tem por objetivo “que ninguém se glorie” (1Co.1.29; Ef.2.8-9), mas “aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1Co.1.31; 2Co.10.10), como o fez Abraão (Rm.4.20).

A implicação dessa submissão a Cristo como Senhor para participação da fé, não significa que a salvação vem pelo reconhecimento e submissão do senhorio de Cristo, mas implica na inabilidade das obras pessoais, ou da justiça própria para a salvação. É o reconhecimento humilde da impossibilidade de auto-salvação, e a plena dependência aos méritos de Cristo como único mediador entre Deus e os homens. Em outras palavras, crer é obedecer, ou submeter-se a Deus. Com essa compreensão em mente, podemos compreender o que Paulo que dizer quando chamou os judeus de rebeldes em Rm.15.31 (eles não crêem, portanto rejeitam).

Nesse sentido, a concepção de Paulo afirma que a fé não acontece primariamente com arrependimento e conversão (demonstrado pelo pouco uso que essas palavras tem na literatura paulina), mas com a obediência que renuncia a justiça própria. O princípio fundamental, portanto, é que a Graça divina foi manifesta em Cristo Jesus (Rm.3.21-4) que agora conclama todos os homens (1Tm.2.4; Tt.2.11) para si mesmo (2Co.5.19) por meio do ministério da igreja (1Co.1.21), e a fé (Ef.2.8) é a resposta obediente a esse chamado.

3. A salvação como causa da obediência

Por fim, precisamos colocar em ordem a relação entre salvação e obediência. Como já demonstrado, a obediência é incapaz de produzir a salvação. Também já vimos que eventualmente as escrituras (especialmente Paulo) usa o conceito da fé salvadora como um ato de obediencia. Agora, resta-nos demonstrar que a obediência verdadeira é produzida pela salvação. É Pedro quem nos ensina que os eleitos são eleitos para a obediência, e não o inverso: “eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo” (1Pe.1.2). As preposições aqui fazem toda a diferença e merecem ser observadas com atenção. As expressões “segundo” (prep. gr. κατα), “em” (gr. εν) e “para” (gr. εις) são usadas com cada uma das pessoas da Trindade e oferecem a descrição do processo da salvação.

(1) Os cristãos são eleitos por Deus segundo a presciência divina, e não por causa da presciência divina. Em outras palavras, o conhecimento prévio de Deus não foi a causa da escolha, mas a escolha estava em conformidade com ela. Para Pedro a determinação divina e Seu conhecimento antecipados dos fatos não estavam em conflito (At.2.23), e representam a Suprema Soberania Divina sobre a história humana (1Pe.1.20).

(2) Os cristãos são eleitos por meio da santificação do Espírito Santo. A preposição grega εν aqui funciona como um um dativo de instrumentalidade que manifesta o meio pelo qual a ação da eleição é realizada. Em outras palavras, “Deus [n]os escolheu para serem salvos mediante a obra santificadora do Espírito” (2Ts.2.13). É a ação do Espírito Santo o meio pelo qual a eleição é realizada. Isso manifesta que a ação humana em resposta à escolha divina é precedida/acompanhada pela obra Santificadora do Espírito Santo.

(3) Os cristãos são eleitos para a obediência. Por fim, a ação divina é que aquele que foi salvo por sua Graça seja então obediente. A obediência, portanto, segue a obra santificadora do Espirito Santo, e consequentemente é parte da manifestação da mesma. A também preposição εις manifesta o objetivo pelo qual nós fomos salvos, isto é, nos fomos salvos para obedecermos. Isso é complementado pela expressão “aspersão do sangue de Jesus Cristo“, que denota a consagração ministerial (cf. Ex.29.21; Lv.8.30; Hb.10.22).

Em outras palavras, as escrituras afirmam que a salvação precede a obediência, e que na verdade, a eleição é o fundamento da obediência cristã. Isso não significa que homens não regenerados não possam agir em conformidade com a estipulação moral divina (Rm.2.14-15; cf. At.10.1-2), mas segundo a escritura a tal conformidade não é fundamento para a salvação. O evangelho é necessário para a salvação (cf. At.4.12; At.10.36-43), e para o salvo a obediência é exigência (1Jo.2.3-11; cf. Para o Cristão a Obediência é Exigência).

Fonte: NAPEC

Jesus, o Deus que vestiu pele humana



Por Rev. Hernandes Dias Lopes

O apóstolo João, mais do que os outros evangelistas, falou-nos acerca da divindade de Jesus Cristo. No prólogo de seu evangelho já deu o rumo de sua obra: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). Depois de falar que esse Verbo foi o agente criador e também o doador da vida, anunciou de forma magistral: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do Unigênito do Pai” (Jo 1.14). Destacamos, portanto, aqui, quatro grandes verdades sobre o Verbo de Deus.

Em primeiro lugar, a eternidade do Verbo. “No princípio era o Verbo…” (Jo 1.1). Quando tudo teve o seu começo, o Verbo estava lá, não como alguém que passou a existir, mas como o agente de tudo o que veio à existência. O Verbo não foi causado, mas ele é causa de tudo o que existe. O Verbo não foi criado antes de todas as coisas, mas é o criador do universo no princípio (Jo 1.3). Se antes do princípio descortinava-se a eternidade e se o Verbo já existia antes do começo de tudo, o Verbo é eterno. A eternidade é um atributo exclusivo de Deus. Só Deus é eterno!

Em segundo lugar, a personalidade do Verbo. “… e o Verbo estava com Deus…” (Jo 1.1). No princípio o Verbo estava em total e perfeita comunhão com Deus. A expressão grega pros ton Theon traz a ideia que o Verbo estava face a face com Deus. Como Deus é uma pessoa e não uma energia, o Verbo é uma pessoa. O Verbo é Jesus, a segunda Pessoa da Trindade. Isso significa que antes da encarnação do Verbo, ele já existia e, isso, desde toda a eternidade e em plena comunhão com o Pai. Jesus não passou a existir depois que nasceu em Belém. Ele é o Pai da eternidade. Nas palavras do Concílio de Nicéia, ele é co-igual, co-eterno e consubstancial com o Pai.

Em terceiro lugar, a divindade do Verbo. “… e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). O Verbo não é apenas eterno e pessoal, mas, também, divino. Ele é Deus. Ele é a causa não causada. A origem de todas as coisas. O criador do universo. Ele é o verbo, ou seja, o agente criador de tudo que existe, das coisas visíveis e invisíveis. O Deus único e verdadeiro constitui-se em três Pessoas distintas, porém, iguais; da mesma essência e substância. O Verbo não é uma criatura, mas o criador. Não é um ser inferior a Deus, mas o próprio Deus. Embora, distinto de Deus Pai, é da mesma essência e substância. Ele é divino!

Em quarto lugar, a encarnação do Verbo. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1.14). Aqui está o sublime mistério do Natal: O eterno entrou no tempo. O transcendente tornou-se imanente. Aquele que nem o céu dos céus pode contê-lo foi enfaixado em panos e deitado numa manjedoura. Deus se fez homem, o Senhor dos senhores se fez servo. Aquele que é santo, santo, santo se fez pecado por nós e o que é exaltado acima dos querubins, assumiu o nosso lugar, como nosso fiador. Ele se fez maldição por nós e, sorveu, sozinho, o cálice amargo da ira de Deus, morrendo morte de cruz, para nos dar a vida eterna. Jesus veio nos revelar de forma eloquente o amor de Deus. Não foi sua encarnação que predispôs Deus a nos amar, mas foi o amor de Deus que abriu o caminho da encarnação. A encarnação do Verbo não é a causa da graça de Deus, mas seu glorioso resultado. Jesus veio ao mundo não para mudar o coração de Deus, mas para revelar-nos seu infinito e eterno amor. Essa é a mensagem altissonante do Natal. Esse é o núcleo bendito do Evangelho.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Jesus

O NOME DE JESUS CRISTO

Cristo é o termo usado em português para traduzir a palavra grega Χριστός (Khristós) que significa "Ungido".1 O termo grego, por sua vez, é uma tradução do termo hebraico מָשִׁיחַ (Māšîaḥ), transliterado para o português como Messias. 

ישו כריסטו : JESUS CHRISTO

ישוע JESUS
ישו JESUS
ישו הנוצרי JESUS CRISTO
ישו ישו הגואל JESUS CRISTO REDENTOR
פסל ישו הגואל CRISTO REDENTOR
O nome Jesus vem do hebraico ישוע (Yeshua ), que significa "Javé/Jeová (YHVH) salva". Foi também descrito por seus seguidores como Messias (do hebraico משיח (mashíach, que significa ungido e, por extensão, escolhido ), cuja tradução para o grego, Χριστός (Christós), é a origem da forma portuguesa Cristo. 
Nos livros de Novo Testamento, Jesus é mostrado não só com o seu próprio nome mas também com vários epítetos e títulos (A lista está em ordem decrescente de frequência):
• "Jesus"
• "Cristo". Literalmente significa "ungido", e foi posteriormente associado ao Messianismo. Na época de Jesus, o Cristo era esperado pelo povo judeu, especialmente para promover um resgate social e político. 
• "Senhor". Utilizado principalmente no livro de Atos dos Apóstolos e nas cartas. O título honorífico, em grego clássico é desprovido de valor religioso, mas é particularmente significativa a aplicação dele a Jesus, pela associação que a Septuaginta faz deste título com o termo hebraicoיהוה (YHWH), que é um dos nomes de Deus. 
• "Filho do Homem." Na tradição judaica tardia, a expressão tinha uma forte conotação escatológica. 
• "Filho de Deus". No Antigo Testamento, a expressão indica uma relação estreita e indissociável entre Deus e um homem ou uma comunidade humana. No Novo Testamento, o título assume um novo significado, indicando uma filial real. 
• "Rei". O atributo da realeza foi relacionada com o Messias, que era considerado um descendente e herdeiro do Rei Davi. Jesus, apesar de se identificar com o Messias, rejeitou as prerrogativas políticas do título. 
Alguns dos seus outros títulos são: Rabi (ou Mestre) Profeta Sacerdote, Nazareno, Deus, Verbo, Filho de José e Emanuel. 
Além disso, especialmente no Evangelho segundo João, são aplicadas a Jesus expressões alegóricas como: Cordeiro, Cordeiro de Deus, Luz do Mundo, pastor, Bom Pastor, Pão da Vida, pão vivente, pão de Deus, porta, Caminho e Verdade. 

CRISTO:
Cristo é o termo usado em português para traduzir a palavra grega Χριστός (Khristós) que significa "Ungido". O termo grego, por sua vez, é uma tradução do termo hebraico מָשִׁיחַ (Māšîaḥ), transliterado para o português como Messias.
A palavra geralmente é interpretada como o sobrenome de Jesus por causa das várias menções a "Jesus Cristo" na Bíblia. A palavra é, na verdade, um título, daí o seu uso tanto em ordem direta "Jesus Cristo" como em ordem inversa "Cristo Jesus", significando neste último O Ungido, Jesus. Os seguidores de Jesus são chamados de cristãos porque acreditam que Jesus é o Cristo, ou Messias, sobre quem falam as profecias da Tanakh (que os cristãos conhecem como Antigo Testamento). A maioria dos judeus rejeitam essa reivindicação e ainda esperam a vinda do Cristo (ver Messianismo judaico). A maioria dos cristãos esperam pela Segunda vinda de Cristo quando acreditam que Ele cumprirá o resto das profecias messiânicas.
A expressão "Jesus Cristo" surge várias vezes nos escritos gregos da Bíblia, no Novo Testamento, e veio a tornar-se a forma respeitosa como os cristãos se referem a Jesus, Homem Judeu que, segundo os evangelhos, nasceu em Belém da Judeia e passou a maior parte da sua vida em Nazaré, na Galileia, sendo por isso chamado, às vezes, de Jesus de Nazaré ou Nazareno. O título Cristo, portanto, confere uma perspectiva religiosa à figura histórica de Jesus.
A área da teologia cujo foco é a identidade, vida, e ensinamentos de Jesus é conhecida como Cristologia.
Khristós no grego clássico poderá significar coberto em óleo, sendo assim uma translação literal de Messias.