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segunda-feira, 31 de março de 2014

A fé e a certeza da salvação

Por Rev. Hernandes Dias Lopes
Há uma estreita conexão entre a fé em Cristo e a certeza da salvação. Foi o próprio Jesus quem disse: “Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47). Alguns cristãos sinceros pensam que é impossível ter certeza da salvação e vivem inseguros e sem deleite espiritual. Outros, movidos pela presunção, ostentam uma falsa segurança de salvação e vivem confiados em si mesmos para entrar no céu. É preciso gritar a plenos pulmões que a salvação é uma dádiva de Deus e não uma conquista humana. É oferta da graça e não resultado das obras. É recebida pela fé e não pelos rituais religiosos. Consequentemente, nenhum homem pode vangloriar-se de sua salvação. Se a salvação fosse por méritos, então, o homem teria de que se gloriar, mas como ela é oferta da graça, o homem só pode se curvar e agradecer a Deus por tão grande dádiva.

Porque a salvação é presente de Deus, independente de mérito humano, quando cremos no Senhor Jesus e o recebemos pela fé como Salvador pessoal podemos ter certeza da salvação. Essa garantia nos é dada pelo próprio Salvador. Jesus não poderia ter sido mais enfático: “Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47). O verbo “ter” está no presente do indicativo. Quem crê em Jesus não teve nem terá a vida eterna, mas tem a vida eterna. É uma posse imediata e segura. O apóstolo João, nesse mesmo viés, escreveu sua Primeira Carta para que os crentes pudessem ter essa certeza: “Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus” (1Jo 5.13). Jesus disse de forma insofismável: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (Jo 10.27,28). Aqueles que creram em Cristo nasceram de novo, foram selados pelo Espírito Santo, têm seus nomes escritos no livro da vida e estão assentados com Cristo, nas regiões celestes, acima de todo principado e potestade. A salvação daqueles que creem em Cristo é assegurada por Deus e nele podemos confiar, pois não é homem para mentir.

É importante enfatizar que a fé não é a causa meritória da salvação; é sua causa instrumental. Não somos salvos por causa da fé, mas mediante a fé. Somos salvos pelo sacrifício de Jesus feito na cruz em nosso lugar e em nosso favor. Jesus cumpriu a lei por nós e satisfez todas as demandas da justiça divina. Ele quitou a nossa dívida e com o seu sangue nos resgatou para Deus. Ele se identificou conosco e morreu a nossa morte. Agora, aqueles que estão em Cristo estão quites com a lei de Deus e com a justiça de Deus. Morremos com Cristo e ressuscitamos com ele para uma nova vida. Agora nenhuma condenação há mais para nós, pois estamos em Cristo Jesus. O Pai nos justificou, o Filho morreu por nós, ressuscitou e está intercedendo em nosso favor e o Espírito nos selou para o dia da redenção. Nossa salvação está plenamente garantida pelo próprio Deus Triúno. Estamos plenamente certos de que nem a morte nem a vida; nem anjos nem principados; nem altura nem profundidade; nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. Estamos salvos, eternamente salvos. Podemos tomar posse da vida eterna e começar a desfrutá-la aqui e agora. Pela fé podemos desfrutar do gozo antecipado da glória. É claro que não estamos falando de fé na religião, fé nos ídolos, fé em nós mesmos. Estamos falando da fé em Cristo Jesus, o Filho de Deus, o Rei da glória, o Verbo encarnado, o nosso Justo Advogado, Redentor da nossa alma, Senhor da nossa vida, nosso bom, grande e supremo Pastor. Nele temos copiosa redenção. Nele temos refúgio eterno. Nele temos segurança da salvação.

sexta-feira, 28 de março de 2014

A erosão da alma

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Por Maurício Zágari
Um câncer começa com uma única célula defeituosa. Um vírus microscópico é capaz de tirar uma vida. Cupins menores do que uma unha conseguem destruir toda uma casa. Uma pitada de veneno mata. Um punhado de grãos de cocaína são suficientes para causar uma overdose letal. Bactérias ínfimas provocam estragos monstruosos. Tudo isso são exemplos de que não é preciso algo ser grande para gerar enormes danos. Em nossa vida espiritual não é diferente: muitas vezes são os “pequenos pecados” que acabam nos conduzindo a grandes quedas – isto é, justamente os pecados que não consideramos muito problemáticos é que poderão acabar nos afastando de Deus. Uma onda do mar não destrói uma rocha. Na verdade, parece ter pouco efeito sobre ela. Mas ponha uma onda, após outra, após outra. Adicione tempo. Em alguns séculos você terá um buraco naquele pedaço de granito sólido e aparentemente impenetrável. É o processo chamado erosão. Nossa alma também pode ser vítima da erosão do pecado.

A Bíblia nos alerta para sempre vigiarmos, em oração. E de fato fazemos isso. Tomamos precauções contra muitos pecados e até que nós saímos bem. Evitamos andar nos becos escuros das grandes tentações, pois sabemos que ali há transgressões aguardando por nós atrás de cada poste. Mas nos expomos em plena luz do dia aos “pequenos pecados”.

Começamos praticando o que consideramos que são delitos menores, aparentemente insignificantes. É a “mentirinha branca”, por exemplo, aquela que “não faz mal a ninguém”. Ou somos só um pouquinho agressivos com aquele vendedor de telemarketing que nos irrita ligando no sábado. Que mal faz, afinal? Olhamos de cara feia para o cidadão no ônibus que passou de qualquer maneira e esbarrou na gente. Topamos não pedir nota fiscal do serviço que nos é prestado, desde que o preço cobrado seja mais baixo, assim todos saem ganhando! Fazemos aquela fofoquinha santa da irmã, porque, bem, não chega a ser maledicência, né, é só um comentariozinho de nada. E por aí vai. Ficamos descansados, achando que nada disso representa algo demais.

Só que “Um abismo chama outro abismo” (Sl 42.7). O que acontece é que os pequenos delitos, os “pecadinhos que não fazem mal a ninguém”, acabam nos acostumando ao pecado. Nos insensibilizam à transgressão. E, com isso, passamos a ver a desobediência a Deus como algo que não nos enoja mais. Algo “aceitável”.

Por que você acha que Jesus disse que não deveríamos nem ao menos chamar alguém de “tolo”? Porque as desavenças nos acostumam ao ódio e, dentro de algum tempo, dar um tiro em alguém não será algo tão mau assim. Por que você acha que Jesus disse que se olhássemos para alguém com desejo no coração já estaríamos adulterando? Porque a cobiça dos olhos dentro de algum tempo nos acostuma ao delito e daqui a pouco deitar-se com alguém não soa tão grave assim. Em outras palavras, a ética de Cristo estimula você a cortar todo mal pela raiz, ela é preventiva e mostra que não existe pecado “menos grave” que outro. Hoje você dá propina no trânsito; amanhã no Congresso Nacional.

Estava pensando: será que o primeiro pecado de Satanás foi a rebelião contra Deus, já no ato do “golpe de estado” que tentou dar? Não posso afirmar, pois a Bíblia não afirma, mas eu acredito que ele deve ter alimentado pecados – se não na prática – pelo menos no seu coração por muito tempo. O motim foi o clímax. Não acredito que ele foi para a cama como um querubim magnífico e sem mancha e acordou dizendo “Acho que hoje vou me insurgir contra Deus”. Muito difícil crer nisso. Especulo que tenha sido um longo processo, talvez pontuado por algumas transgressões que ele considerava “menores”. Claro, isso tudo é puro fruto da minha imaginação, mas me faz todo sentido.

Cuidado com os pecados que lhe parecem insignificantes. Eles não são. “Pecadinhos de nada” têm o poder de uma bomba atômica. E eles vão fazer você se acostumar com o ato de pecar. Uma vez que transgredir naquilo que você considera inofensivo se torna uma prática tranquila aos seus olhos, você não vai parar quando se deparar com algo que entende ser mais grave. Simplesmente porque desobedecer Deus virou algo comum.

Não permita que isso ocorra. Convido você a refletir sobre os seus “pequenos delitos”, aqueles a que não presta muita atenção, que não o incomodam tanto assim. E o estimulo enfaticamente a abandonar a prática desse delito. Ele não é insignificante. É maligno. É destrutivo. Cam não achou que rir do pai bêbado era algo muito problemático. Adão e Eva devem ter pensado que, ora bolas, era apenas uma frutinha. Davi possivelmente se convenceu de que “ah, será só um recenseamento”. Saul talvez tenha suposto que somente um sacrifício sem a presença do profeta não seria lá grande coisa. Deu no que deu.

Você pode se considerar uma rocha de santidade. Talvez creia que está tão alerta contra as tentações que nada vai te alcançar. Mas as ondas estão batendo. A erosão está destruindo as suas defesas contra o pecado. Se você não tomar uma providência agora mesmo… a montanha inteira pode vir abaixo.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício

Fonte: Apenas

terça-feira, 25 de março de 2014

Ódio ao ódio

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Por Maurício Zágari

Gostaria de fazer uma pergunta objetiva e pediria que você respondesse a si mesmo com toda sinceridade: você sente uma aversão inveterada e absoluta por alguém, ou mesmo raiva, rancor, ou antipatia? Pense com calma. Lembre-se dos indivíduos que você conhece e por quem nutre um desses sentimentos. Imagine na sua mente o rosto dessas pessoas. Já fez isso? Se não fez, por favor, não prossiga a leitura antes de fazer. Traga à lembrança aqueles por quem sente – repito – aversão inveterada e absoluta, raiva, rancor, ou antipatia. Pois bem, agora que você fez esse exercício, permita-me dar uma informação: “Aversão inveterada e absoluta; raiva; rancor; antipatia” são, no dicionário, exatamente o que significa… ódio. Portanto, se você conseguiu pensar em pessoas por quem tem um ou mais desses sentimentos, você odeia.

Sim, nós odiamos até mesmo alguns irmãos em Cristo. Na esmagadora maioria das vezes, temos sempre uma boa justificativa para essa postura. Para começar, dizemos que não é ódio, mas zelo, precaução, necessidade de manter a distância… seja lá o modo que inventemos para explicar nosso ódio, ele continua sendo ódio. E isso precisa ser trabalhado. Por quê? Veja o que diz o apóstolo João: “Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas. Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço. Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos” (1Jo 2.9-11).

Que coisa séria e triste… Percebeu o que a Bíblia está dizendo? Que cristãos (sim, cristãos, repare que João se refere ao ódio a um “irmão”) que odeiam estão cegos e caminham em trevas. Essa é uma condição lamentável para um filho de Deus. Justamente porque as Escrituras contrapõem esse ódio ao amor – que é o maior mandamento. A conclusão é que, se nutrimos o sentimento de ódio por uma ou mais pessoas, estamos caminhando fora da vontade divina e nos identificando mais com as trevas do que com a luz.

Bem, e o que fazer? Muitas vezes esse ódio foi fruto de feridas muito profundas que outras pessoas nos causaram e é muito difícil administrar o ressentimento que esses machucados na alma provocaram. Ninguém odeia alguém de graça, o ódio é sempre consequência de algo ruim que fizeram contra nós ou contra terceiros e que nos provocou revolta. Nessas horas, temos de combater o ódio com a arma mais magnífica que Deus nós deu: o perdão. Perdoar a ofensa que nos levou a odiar. Pois o exercício do perdão é uma das maiores demonstrações de um coração que ama.

Deus amou o mundo de tal maneira que se fez como um de nós para morrer e ressuscitar e, assim, nos conceder perdão. Isso foi possível porque não há espaço no coração de Deus para o ódio. Por ter e ser tanto amor, o Senhor pede ao Pai o perdão dos pecados de seus executores. Só um coração transbordante de amor perdoa a mulher adúltera, Zaqueu, Mateus e outros indivíduos que se fizeram odiosos. Como eu e você.

Assisti a um documentário que mostra a história de uma jovem estuprada e assassinada pelo próprio cunhado. Ao final, a mãe dela, compreensivelmente devastada e arrasada emocionalmente, diz em entrevista que jamais perdoará o criminoso. “Eu odeio esse homem, não posso nem olhar para ele”, disse ela. Fiquei triste. Pois aquela senhora, vítima de tão terrível tragédia, não percebeu que a falta de perdão a fazia vítima de mais uma tragédia: a do ódio. O assassino andou em trevas e cometeu tão brutal pecado. E aquela pobre mãe acabou sendo arrastada para as trevas ao cultivar o ódio no seu coração. Oro a Deus que um dia ela seja capaz de perdoar o agressor, para que veja a luz e viva nela.

Sei que pode soar até mesmo cruel o que vou dizer, mas analise, por favor, se não está de acordo com a Bíblia: ao dizer que odeia o assassino, aquela pobre mãe equivale-se a ele. Ouça a Palavra de Deus: “Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si” (1Jo 3.15).Perdoar ou odiar? Independentemente de o perdão ou o ódio se dirigirem a um cristão ou não, temos diante de nós os dois caminhos. Aquela mãe fez sua escolha. Eu e você também temos de fazer a nossa.

É duro demais pensar em perdoar quem nos causou males tão grandes. Mas que outra alternativa temos? Se não o fazemos nos distanciamos do Crucificado e nos tornamos como os crucificadores. Como filhos da Luz, devemos andar nela, orar por quem nos fez mal, abençoar quem nos amaldiçoa, nadar na contramão de nossos próprios sentimentos. Só a negação de nós mesmos e a incorporação de Cristo é capaz de nos forjar à imagem do Ser perfeito.

Em um coração cristão só há espaço para poucos tipos de ódio, em imitação ao que Deus odeia. O ódio ao pecado. O ódio ao divórcio. O ódio à iniquidade. O ódio à vida neste mundo. O ódio à soberba.

E o ódio ao ódio.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício

Fonte: Apenas

Fênix: a história de um mito mais do que imortal...

A fênix, o mais belo de todos os animais fabulosos, simbolizava a esperança de a continuidade da vida após a morte, a reencarnação. Revestida de penas vermelhas e douradas, as cores do sol nascente, possuía uma voz melodiosa que se tornava triste quando a morte se aproximava. A impressão que a sua beleza e tristeza causavam em outros animais chegava a provocar a morte destes últimos.



Segundo a lenda, apenas uma fênix poderia viver de cada vez em uma região, pois era a rainha de todos os animais para os habitantes da Europa e do Oriente Médio, apesar de ninguém nunca tê-la visto, somente reinando em boatos.

Hesíodo, poeta grego do século oitavo antes de Cristo, afirmou que esta ave vivia nove vezes o tempo de existência do corvo, que já tem uma vida longa; portanto, uma fênix viveria, em média, 500 anos. Outros cálculos de contemporâneos de Hesíodo apontam que essa ave especial vivia por até 97 mil anos, entre uma ressurreição e outra.

Diz a lenda que quando a ave sentia a morte aproximar-se, construía uma pira de ramos de árvore de canela, em cujas chamas morria queimada. Mas das cinzas de aroma agradável erguia-se, então, uma nova fênix que colocava piedosamente os restos da anterior em um ovo de mirra e voava com ele rumo à cidade egípcia de Heliópolis, onde o colocava no altar dedicado ao Sol.


No Oriente Médio, acreditava-se que a mirra e o incenso fossem restos mortais de fênix recolhidos em recantos dos oásis do deserto. Na Europa, dizia-se que essas cinzas tinham o poder de ressuscitar um morto. O tresloucado imperador romano Heliogábalo, por volta de 220 a.C., decidiu comer carne de fênix para conseguir a tão sonhada imortalidade. Seus serviçais serviram-lhe faisão, uma vez que, por questões mais do que óbvias, não encontraram uma fênix para ser caçada e cozida. O governante acreditou no que havia comido, mesmo assim foi assassinado dois anos mais tarde.

Atualmente, etnólogos e folcloristas acreditam que a lenda tenha surgido no Egito e adotada pelos sacerdotes adoradores do sol de Heliópolis como uma alegoria da morte e renascimento diários do astro-rei e do faraó. Na cristandade primitiva, a fênix chegou a ser simbolizada como a ave de Jesus, por causa da Sua ressurreição no tempo de Páscoa.

Curiosamente, o seu nome pode dever-se a um equívoco de Heródoto, historiador grego do quinto século antes de Cristo, considerado “o pai da história”. Na sua descrição da ave, ele pode tê-la erradamente designado por fênix (“phoenix”) a palmeira (“foienix”, em grego) sobre a qual a ave era nessa época habitualmente representada.

sábado, 22 de março de 2014

Você conhece a história dos macaquinhos que tapam os olhos, boca e ouvidos?!

Garanto que você já viu aquelas peças que são três macaquinhos, em que um tapa os olhos, outro tapa os ouvidos e o terceiro tapa a boca. Você sabia que eles são conhecidos como “três macacos sábios”, e são parte importante do folclore japonês? Por lá são conhecidos como “Sanbiki no-saru”. Ganharam o mundo com a expansão do Cristianismo, quando os frades portugueses evangelizaram grande parte do Japão.


Toda a história começa com os macacos que ilustram a porta do Estábulo Sagrado, um templo do século 15 localizado no Santuário de Toshogu, em Nikko, no Japão. Sua origem não é obscura como muitas pessoas podem supor, mas de um trocadilho de palavras japonesas; seus nomes são Mizaru (o que cobre os olhos), Kikazaru (o que tapa os ouvidos) e Iwazaru (o macaquinho que tapa a boca), que seria traduzido como “não ouça o mal, não fale o mal, não veja o mal”. Gramaticalmente, a palavra “saru”, em japonês, significa “macaco” e tem o mesmo som da terminação verbal “zaru”, que está ligada à negação.

Abaixo, na foto, os macaquinhos originais que ficam em Nikko


O folclore japonês é muito distante e os etnólogos não conseguiram identificar ao certo onde começa a lenda e a verdade, pois o período medieval japonês é repleto de misturas de realidades com ficções. De acordo com o que é contado, a imagem dos macacos foi trazida por um monge budista chinês no século 13. Apesar disso, não há nenhuma comprovação dessa suposição. O que se tem certeza é que os macaquinhos chegaram à Europa através dos jesuítas portugueses e comerciantes holandeses que invadiram o Japão no século 16.

Os três macacos sábios deram, com o tempo, temática para um provérbio japonês que diz: “Nunca olhe demais, jamais ouça o que nunca ouviu e nunca levante falso do outro”. O interessante é que, gramaticalmente, “miru” significa “olhar” (tem origem no português “mirar”), “kiku” é “ouvir” e “iu” é o verbo “falar”, enquanto “zaru” dá conotação de negação. Portanto os nomes dos macaquinhos, Mizaru, Kikazaru e Iwazaru portam o sentido de não fazerem essas ações. O ditado popular é uma forma de lembrar que, se os homens não olhassem, não ouvissem e não falassem o mal alheio, teríamos comunidades pacíficas com paz e harmonia.


Como na Europa não há macacos, houve uma adaptação continental: as figuras foram substituídas por ursinhos e, assim, também ganharam o continente estando por todas as partes nos principais centros comerciais marítimos, como Veneza, Florença, Gênova, Roterdã, Hamburgo, Lisboa e Barcelona.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Santos invisíveis?

Por Josemar Bessa

santos na terra! Não, eles não são perfeitos, mas são “excelentes!” – Muitas pessoas tem escondido a realidade de serem apenas um eco da cultura individualista, do homem centrado em si mesmo... com uma falsa espiritualidade e zelo pelo evangelho, que justifica uma vida que não está em constante comunhão com o Corpo de Cristo numa igreja local.
O suposto “comprometimento” com o evangelho os fez, estranhamente, amar cada vez menos o que Deus ama mais – a igreja... não simplesmente a invisível... mais a de carne e osso, sangue, suor e lágrimas... gente de verdade. O que o homem sobre o qual a Bíblia mais dedica páginas, depois de Cristo, chamado por Deus ‘homem segundo o meu coração” – via e sentia pelos santos? Não os invisíveis, mas os que se podia tocar, abraçar...? Ele diz:
"Quanto aos santos na terra, eles são os excelentes, nos quais está todo o meu prazer." Salmo 16:3 – Certamente a declaração de Davi não está ligada a perfeição deles, nem ele mesmo podia se colocar assim. Sua grande declaração sobre ele é: “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto.” - Salmos 32:1 – Davi mesmo conhecia essa grande misericórdia para grandes pecados em sua vida. Não era a perfeição que fazia ele ter todo o seu prazer no povo de Deus e chamá-los de excelentes. Então o que é?
Quanto aos santos na terra. Eles estão em Cristo. Isso é o que os distingue. É tudo no que eles precisam ser distinguidos. Nem os seus próprios talentos ou realizações, mas o que Deus tem feito neles. Deus os criou (de novo – Os Regenerou) para além de si mesmos, mas para Ele. Isso muda tudo.
Eles são os excelentes . Há muito o que admirar em cada cristão. Basta começar a fazer perguntas. Cerca de trinta segundos de conversa, as excelências se tornarão evidentes. Ao invés de avaliá-los, classificá-los, analisá-los, para ver se eles estão no nosso nível, ao invés de dizer: "Bem, eles não são perfeitos", o que é insultante, degradante e irrelevante. Os olhos do evangelho, optam por observar as muitas excelências divinamente investidas em outro cristão.
Nos quais está todo o meu praze . Este passo final. É pessoal. É emocional. Ele é sincero. Não é simplesmente para entes, seres invisíveis. Davi é tão ousado que poderia ser interpretado por alguns como idolatria ("todo o meu prazer"). Mas o evangelho não permite nenhuma indiferença, nenhuma atitude "esperar para ver”. Todos os verdadeiros redimidos sabem a indignidade de todos os que foram chamados e sabem a dignidade por causa do chamado:“Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; Para que nenhuma carne se glorie perante ele. Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” - 1 Coríntios 1:27-30
Nós nos movemos em direção ao outro com alegria intensa.
O mundo não pensa dessa forma. Temos de pensar desta forma. O evangelho exige e nos dá poder e razões irrefutáveis para fazê-lo.
Só podemos viver o evangelho na comunidade dos santos, não sozinhos. A Bíblia nos dá ordens múltiplas e claras sobre isso. Argumentos sobre argumentos:
Seja dedicado um ao outro (Rm 12:10).

Dê preferência um ao outro (Rm 12:10).
Ser da mesma mente com o outro (Rm 12:16).
Aceitando um ao outro até que ele se torne maduro no conhecimento (Rom. 14:1).

Aceitar um ao outro, mostrando deferência (Rm 14:1-5; 15:07).
Considerando o outro superior a si em amor (Rm 14:05;. Fil 2:03).
Edificando um ao outro (Rm 14:19;. 1 Ts 5:11).
Admoestando uns aos outros (Rm 15:14).
Servir uns aos outros, mostrando deferência em questões de liberdade (Gl 5:13).

Levar a carga uns dos outros (Gl 6:02).
Seja gentil com os outros (Ef 4:2).
Ser gentil com o outro, de modo a preservar a unidade (Ef 4:32).
Falar a verdade um ao outro (Efésios 4:25; Col 3:9).
Se sujeitar um ao outro (Efésios 5:21).
Mostrar compaixão uns aos outros (Colossenses 3:12).
Suportando uns aos outros e perdoando (Col. 3:13).
Perdoar uns aos outros (Colossenses 3:13).
Ser cheio do Espírito Santo, adorando com hinos saturados pela Palavra admoestando uns aos outros (Cl 3:16;. Ef 5:19).
Confortar uns aos outros com a esperança da volta de Cristo (1 Ts. 4:18).
Encorajar uns aos outros (1 Ts. 5:11).
Viver em paz uns com os outros (1 Ts. 5:13).
Buscai o bem uns aos outros (1 Ts. 5:15).
Encorajar um ao outro a abandonar a incredulidade e dureza de coração (Hb 3:13).
Estimular um ao outro para o crescimento espiritual (Hebreus 10:24).
Encorajar um ao outro pela participação fiel em sua igreja local (Hb 10:25).

Confessar os pecados uns aos outros (Tiago 5:16).
Orar uns pelos outros em suas aflições físicas (Tiago 5:16).
Seja sofredor e paciente para o outro (1 Pedro 4:8;. Ef 4:2).
Servir uns aos outros (1 Pedro 4:10;. Gal 5:13).
Agir com humildade para com o outro (1 Pedro 5:5).
Demonstrar afeto santo uns aos outros (1 Pedro 5:14).
Participar da santa caminhada com o outro (1 João 1:7).
Recuse-se a tornar-se ressentido com o outro (1 João 3:11-12).
Lutar contra o medo juntos pelo crescimento no amor (1 João 4:18).
Andam na verdade juntos (1 João 3:18, 2 João 1:5).
Meu destino especial como um crente, regenerado, é ser parte da igreja, e é a igreja que é o grande foco no plano mais amplo de Deus, e não eu.
Você pode dizer com Davi?: "Quanto aos santos na terra, eles são os excelentes, nos quais está todo o meu prazer." Salmo 16:3

Fonte: Josemar Bessa

O PERIGO DA DISTRAÇÃO

Por Pr. Silas Figueira

Texto Base At 6.1-7
INTRODUÇÃO
Onde há pessoas, geralmente, há problemas; e onde existem problemas tem o dedo do diabo nisso. Seja em nossa casa, no trabalho, na escola, num laser e porque não dizer dentro da igreja do Senhor. Com o crescimento da Igreja Primitiva - pois o Senhor havia concedido a Sua bênção ao trabalho dos apóstolos tanto na pregação quanto nos milagres – é nos dito que um problema surgiu dentro da igreja em Jerusalém em relação à distribuição da ajuda as viúvas, pois as viúvas helenistas estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Com isso houve murmuração dessas viúvas em relação aos apóstolos, dizendo que eles estavam favorecendo as viúvas hebreias e as esquecendo.
Diante dessa situação os apóstolos tiveram que tomar algumas decisões importantes para acabar com aquela murmuração, pois os apóstolos não poderiam deixar as viúvas desamparadas e nem deixar de fazer o que era realmente prioridade para eles, que era a oração e a pregação da Palavra.
É importante observar que esse ocorrido era mais um ataque do diabo a Igreja do Senhor. Em Atos 4 fala-nos do primeiro ataque contra a igreja vindo de fora – a perseguição por parte das autoridades judaicas. Em Atos 5 fala-nos do ataque vindo de dentro, quando Satanás tentou corrompê-la com a hipocrisia, com o casal Ananias e Safira. E o terceiro ataque, distrair os apóstolos da oração e da pregação através de algumas viúvas murmuradoras, para expor a igreja a erros e ao mal. Se ele tivesse obtido sucesso em qualquer uma dessas tentativas, a nova comunidade de Jesus teria sido aniquilada em sua infância. 
No primeiro ataque o diabo tentou parar a Igreja através do medo; no segundo através da hipocrisia, de pessoas se passando por espirituais, mas não passavam de gente querendo a honra para si; e no terceiro ataque, o diabo vem manhoso, mas tão perigoso quanto nas duas vezes. Pois agora ele vem para desmoralizar a liderança apostólica. 
Diante dos taques do diabo os apóstolos não esmoreceram, muito pelo contrário, agiram com garra e com coragem. Diante das autoridades judaicas não temeram, mas disseram com toda autoridade:
“Chamando-os, ordenaram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem em o nome de Jesus. Mas Pedro e João lhes responderam: Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At 418-20).
Diante da hipocrisia de Ananias e Safira - quando esse casal soube que Barnabé havia vendido uma propriedade e depositado aos pés dos apóstolos todo o dinheiro, pois havia muitas pessoas necessitadas na igreja na época; esse casal achou interessante esse ato e quis copiar. Eles vendem também uma propriedade, mas retiveram parte do dinheiro, no entanto, dizem para os apóstolos que aquela quantia era todo o valor da venda. Esse casal era mentiroso, hipócrita e queria os holofotes para si. Diferente de Barnabé que não fez isso para aparecer, mas para abençoar as pessoas necessitadas. 
Diante desse confronto com os apóstolos, esse casal veio a morrer. O Senhor os fulminou imediatamente após serem confrontados. Veja At 5.1-11.

Nesse terceiro ataque de Satanás os apóstolos tiveram que tomar decisões que evitasse a continuidade da murmuração. Pois agora, o ataque era com a tentativa de tirar o foco dos apóstolos da oração e da Palavra, ou seja, o intuito de Satanás era distraí-los. 
Observando esse texto nós podemos aprender com os apóstolos algumas lições importantes:
1 – PRIMEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE NA IGREJA SEMPRE HAVERÁ PROBLEMAS (AT 6.1). 
O crescimento da igreja sempre trará problemas, pois mais uma vez repetimos: onde há pessoas surgem problemas. E os problemas precisam ser enfrentados.
Entendamos o que estava acontecendo – O texto de Atos 6.1 nos diz: “Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária”.
Todo pastor quer que sua igreja cresça, mas com o crescimento surgem também os problemas. Não foi diferente na Igreja Primitiva. John Stott falando a respeito da Igreja Primitiva, nos chama a atenção à forma como temos olhado para aquela Igreja. Ele diz que “existe o perigo de romantizarmos a igreja primitiva, falando dela em tom solene, como se não tivesse falhas. Isso significa fechar os olhos diante das rivalidades, hipocrisias, imoralidades e heresias que atormentavam a igreja, como acontece ainda agora”. 
Esse problema surgiu porque havia duas classes de judeus na igreja. O primeiro grupo era composto pelos judeus que moravam em Jerusalém e Palestina e falavam o aramaico, o idioma ancestral. Esse grupo orgulhava-se de não ter assimilado nenhuma estrangeirice em sua cultura. O segundo grupo era formado pelos judeus que haviam morado fora da Palestina por muitas gerações, mas que depois do Pentecostes permaneceram em Jerusalém. Esses judeus haviam esquecido o hebraico e falavam o grego. Os orgulhosos judeus de fala aramaica tratavam com desprezo os judeus estrangeiros, embora os hebreus falassem a língua grega. Essa fissura no relacionamento manifestou-se na distribuição diária dos recursos (dinheiro). A queixa acerca da ajuda dos pobres não passava de mero sintoma de um problema mais profundo, a saber: os cristãos de língua hebraica e os de língua grega estavam divididos em dois grupos separados. E outro problema que havia era que os judeus de língua grega tinham hábitos gregos. Não era só a língua que os separava. 
Com esse problema instalado dentro da igreja, ela estava enfrentando três problemas seriíssimos: o orgulho, o preconceito e a divisão dentro da igreja. A igreja que contava com a simpatia de todo o povo (At 2.47), não estava sendo simpática com os seus irmãos estrangeiros que estavam dentro dos seus arraiais. 
Como o diabo é astuto. Ele tentou amedrontar os discípulos, mas não conseguiu. Tentou se infiltrar através da hipocrisia, mas foi desmascarado. Agora usa essa última cartada: a desmoralização da liderança. Irmãos, se nós não vigiarmos poderemos cair nos mesmos problemas que a Igreja Primitiva estava enfrentando, pois o diabo nunca deixará de atacar a igreja. 
Na igreja sempre haverá pobres e ricos, letrados e analfabetos, brancos e negros, orientais e ocidentais. Como nos fala em Ap 7.9,10: 
“Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação”.
Se o Senhor morreu por Sua Igreja que é composta por todos os povos quem somos nós para fazermos distinção de pessoas.
2 – SEGUNDA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE CORREMOS O RISCO DA DISTRAÇÃO (AT 6.2). 
Os apóstolos estavam cientes de que aquele problema era grave e era necessário resolvê-lo. Eles não fizeram “vista grossa” para o problema, pelo contrário, o enfrentaram e procuraram solucioná-lo. Mas para isso eles deveriam colocar outras pessoas para fazer tal tarefa, pois eles tinham outras prioridades. E a prioridade deles era a oração e pregação da Palavra.
Tudo indica que até aquele presente momento eram os doze que realizavam essa tarefa (At 4.35). Mas aquilo que funcionou bem ontem pode não funcionar tão bem hoje. Como Moody costumava dizer: “É melhor colocar dez homens para trabalhar do que tentar fazer o trabalho de dez homens”. Como diz a minha esposa, na igreja não podemos dispensar nem a ajuda das crianças.
DISCERNINDO AS PRIORIDADES
A organização é essencial – é preciso organizar a vida da igreja. Mas a questão é, até que ponto? Isso é importante porque, quando a organização se torna mais importante que a mensagem, inverte-se a posição do Novo Testamento e a tragédia vem em seguida. 
Observe o que os apóstolos disseram a igreja: “Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas” (At 6.2). A expressão servir às mesas significa garantir que as necessidades das viúvas sejam atendidas, ou seja, ocupar-se de questões financeiras e administrativas. É bom deixar claro que os apóstolos não viam a obra social inferior à obra pastoral, ou a considerasse pouco digna para eles. Não era isso. Cabia a eles a diaconia da palavra, e não a diaconia das mesas. 
Por que os apóstolos se posicionaram contra permanecerem nessa atividade? Porque para eles naquele momento era errado colocar o “servir às mesas” antes da pregação da palavra de Deus. 
Creio que existam três razões para isso:
1º- Porque é sempre errado colocar o homem antes de Deus. Assim como naquela época, o diabo quer fazer da criatura o centro de tudo, ou seja, colocar o homem acima de Deus. E colocar o homem no centro foi uma tentação muito sutil para a Igreja Primitiva. Não que seja errado fazer a obra social, socorrer ao necessitado, mas os apóstolos não foram chamados para esse serviço. 
Se os apóstolos cedem a essa tentação a humanidade não teria vindo a conhecer Deus e a Sua Palavra, ou seja, eles nunca teriam tempo para pregar o Evangelho. Todos os problemas do mundo atual decorrem do fato de que as pessoas não conhecem Deus e o Evangelho de Jesus Cristo.
Saiba de uma coisa, não se pode colocar o homem antes de Deus porque Deus é sobre todos. 
2º - Porque é errado colocar o corpo antes da alma. O homem não é somente corpo. Existe a parte imaterial do homem que necessita do alimento que só Deus pode alimentar. E esse alimento é o Evangelho. Tanto que o apostolo Paulo define o ministro do evangelho como despenseiro, ou seja, alguém responsável por dar o alimento às pessoas de uma casa. Essa dispensa é a Bíblia. 
A tragédia do homem é que ele não se importa com a alma, geralmente só pensam nos prazeres dessa vida. Como disse Paulo: “O deus deles é o ventre” (Fl 3.19). Quem vive só pensando no corpo e não se preocupam em alimentar a alma vivem por instinto, não passam de animais. 

3º - Porque é errado colocar o tempo presente antes da eternidade. O sustento do corpo pertence ao tempo. O sustento da alma pertence a eternidade. Na vida de cada um de nós virá o dia em que não estaremos interessados em comida e em que a comida não poderá ajudar-nos em nada; estaremos muito além disso. Como disse Paulo: “Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (2Co 4.18). 
A Palavra de Deus sempre tem que ter a prioridade, vindo até antes da beneficência e da bondade. Se você puser alguma destas coisas em primeiro lugar, estará invertendo coisas que nunca devem ser invertidas. Deus, depois o homem! A alma, depois o corpo! A eternidade, depois o tempo! 
Os apóstolos entenderam isso e não abriram mão de por em prática.
3 – TERCEIRA LIÇÃO QUE APRENDO QUE DIANTE DO PROBLEMA DEVEMOS BUSCAR A SOLUÇÃO (AT 6.3-6). 
Os apóstolos entenderam a legitimidade da diaconia das mesas. Eles reafirmaram a necessidade de continuar a assistência aos pobres. A evangelização não anula a ação social, nem esta dispensa aquela. Vemos através desse incidente o início do ministério diaconal na igreja, que posteriormente foi legitimado como lemos em 1Tm 3.8-13. 
Os diáconos não foram escolhidos pelos apóstolos, mas pela própria igreja. No versículo 5 nós encontramos a relação dos escolhidos. É interessante observar que todos os escolhidos têm nomes gregos, ou seja, eles nomearam exatamente entre os helenistas. Isso nos mostra a graça de Deus e a obra do Espírito Santo nos corações dos crentes de fala hebraica. Eles eram a maioria, mas escolheram todos os diáconos do grupo da minoria. Estes sete teriam a seu cargo a administração do fundo para os necessitados de ambos os grupos. Desse modo, nenhuma queixa podia ser apresentada pelos de fala grega. 
Com isso o Senhor quebrou a primeira barreira dentro da igreja. 
No entanto dentre os escolhidos havia um que não era judeu de língua grega, mas era um prosélito de Antioquia, ou seja, um gentio. Nicolau era grego de nascença, um gentio no contexto da igreja de Jesus; alguém que primeiramente havia se convertido ao judaísmo, mas agora estava convertido ao cristianismo. Isso é uma total quebra de preconceito. 
Mas para ser diácono dentro do contexto da igreja naquela situação eram necessários alguns critérios que têm sido esquecidos hoje em dia. 
1º Boa reputação – Pessoas que dessem bom testemunho para com os de dentro da igreja como fora dela.

2º Cheios do Espírito Santo – Esses diáconos deveriam ser crentes em Jesus e terem uma vida santa e irrepreensível.

3º Cheios de sabedoria – Esses diáconos deveriam saber minimizar e acabar com a murmuração das pessoas contra os apóstolos. E discernindo as viúvas que eram dadas às fraudes, às calúnias e à traição por palavras; pois, em seu trabalho de administração do dinheiro, naturalmente se encontravam com muitas pessoas dessa natureza. A sabedoria deles deveria ser tanto terrena quanto espiritual, pois deveria discernir o erro e abençoar as que deveriam ser socorridas. Veja o que Paulo falou a Timóteo sobre a questão das viúvas em 1Tm 5.3-16. Com isso vemos que as fraudes eram constantes dentro da igreja e possivelmente dentro da igreja em Jerusalém nessa época.
No versículo 6 lemos: “Apresentaram-nos perante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos”. É bom deixar bem claro que essa imposição de mãos não simboliza nenhuma transferência de poder como muitos pensam e pregam. Primeiro porque esses homens já eram cheios do Espírito Santo e mesmo que não fossem tal coisa não ocorre. Essa imposição de mãos era como um reconhecimento público do ministério que passariam a exercer e era um pedido a Deus de suas bênçãos sobre eles para exercerem com êxito esse ministério. 
4 – QUARTA LIÇÃO QUE APRENDO QUE QUANDO A LIDERANÇA SE DEDICA A ORAÇÃO E A PREGAÇÃO DA PALAVRA HÁ CRESCIMENTO NA IGREJA (At 6.7).
O resultado da medida tomada pelos apóstolos acalmou os ânimos dos helenistas, estancou a murmuração, trouxe contentamento para a igreja, distribuiu o trabalho e liberou os apóstolos para focarem no ministério que lhes havia sido confiados. A palavra não pode se espalhar quando o ministério da palavra está sendo negligenciado. Por outro lado, quando os pastores se dedicam à Palavra, ela se espalha. O resultado é o que lemos no versículo 7: “Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé”. 
Os dois verbos “crescia” e “multiplicava” estão no tempo imperfeito, indicando que o crescimento da palavra e a multiplicação da igreja eram contínuos. Mas saiba de uma coisa, onde falta a Palavra cresce o pecado. Que não venhamos calar os nossos lábios e nem nos distrairmos com problemas que podem nos tirar do verdadeiro foco. 
CONCLUSÃO 
Há no Antigo testamento uma declaração que penso ser uma das mais alarmantes de toda a Bíblia. O Senhor adverte a nação de Israel por meio do profeta Amós que diz: 
“Eis que vêm dias, diz o SENHOR Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR” (Amós 8.11). 
E essa é a calamidade final porque, se você não ouvir a Palavra de Deus, nada lhe restará. As coisas que se veem, baseado nas quais você vive não lhe trará nenhuma esperança. Fome de ouvir a Palavra do Senhor, isso é muito pior do que morrer de fome por falta de alimento, ou morrer de sede ou por alguma enfermidade. Lembre-se do que disse Davi no salmo 42.1,2: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?”
Por isso que os apóstolos disseram: “Não é razoável que nós abandonemos a palavra para servir s mesas”. (At 6.2b). Não que a obra social não seja importante, mas sem a Palavra o povo perece. 
Que o Senhor nos ajude a preservarmos o zelo pela Palavra sem omitirmos a obra social!