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domingo, 3 de agosto de 2014

O Reino de Deus na mensagem de Cristo

Por Marcelo Berti

“A erudição moderna revela quase que uma unanimidade ao afirmar que o Reino de Deus constitui-se na mensagem central de Jesus. Marcos introduz a missão de Cristo com as palavras: ‘Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, e dizendo: O tempo está cumprido e é chegado o Reino de Deus. Arrependei-vos e crede no evangelho’ (Marcos 1.14-15). Mateus sumariza seu ministério com as palavras: ‘E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do Reino’ (Mateus 4.23). A cena introdutória de Lucas não menciona o Reino, mas, por outro lado, cita a profecia de Isaías a respeito da vinda do Reino e depois relata a afirmação de Jesus: ‘Hoje se cumpriu esta escritura aos vossos ouvidos’(Lucas 4.21)”. (LADD, George Eldon, Teologia do Novo Testamento, Hagnos, 2001, pp.55)

Considerando as palavras de Ladd, de que o Reino de Deus é parte central da mensagem de Cristo, vamos observar que a visão que Ele apresenta sobre o Reino de Deus tem diferentes nuances, que pretendemos respeitar antes de se levantar uma conclusão sobre o modo como ele usa a expressão.

A. O Reino de Deus é espiritual e presente

Como já demonstramos, havia nos tempos de Jesus uma clara expectativa da vinda do Messias-Rei como libertador político. A expectativa judaica era que o Messias-Rei viria de Jerusalém (Mt.5.35), como o magos do oriente já tinham demonstrado (Mt.2.2), fato não negado pelo próprio Cristo (Mt.27.11; Jo.18.37), mas ironizado por aqueles que o crucificaram (Mt.27.27, 37, 42).

De modo interessante, os judeus tinham certa resistência com esse fato, pois não o viam como o Filho de Davi, Messias-Rei libertador de Israel. Note que é exatamente essa uma das acusações contra Jesus Cristo: “E ali passaram a acusá-lo, dizendo: Encontramos este homem pervertendo a nossa nação, vedando pagar tributo a César e afirmando ser ele o Cristo, o Rei” (Lc.23.2). Isso é importante ser ressaltado, pois nesse sentido Jesus foi uma decepção para aqueles que o esperavam, pois não viam nele um Rei Valente, um líder político que vira para libertar a Israel.

Essa frustração não veio sem evidências, pois o próprio Jesus em algumas ocasiões rejeitou a ideia de ser feito rei entre eles: “Sabendo, pois, Jesus que estavam para vir com o intuito de arrebatá-lo para o proclamarem rei, retirou-se novamente, sozinho, para o monte” (Jo.6.15). Além disso, Ele mesmo testificava que seu Reino não era desse mundo: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui” (Jo.18.36).

A verdade é que o Reino de Deus, segundo ensinado por Ele mesmo, na ocasião da sua encarnação não era estritamente um Reino Físico: “Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lc.17.20-21). Esse reino apresentado por Cristo não era o Reino que os judeus pareciam esperar, apesar de ser o Reino Prometido.

O Reino apresentado por Cristo, era um Reino dos céus (Mt.3.2; 4.17), uma forma mais aceitável de se apresentar o Reino de Deus a um Judeu. É evidente que o Reino dos céus apresentado por Cristo no Evangelho de Mateus é o Reino de Yahweh, mas que por zelo ao uso do nome do Senhor, foi apresentado como Reino dos céus. Uma rápida observação nos evangelhos sinóticos irá revelar esse fato. Reforça essa ideia o eventual uso do termo céu (Gr. ouranós) como alusão ao próprio Deus em Mateus (Mt.21.25; cf. Mt.5.16; 5.34; 5.45; 6.9; 16.1; 23.22).

Esse Reino dos céus estava próximo e essa era a mensagem pregada por Cristo (Mt.3.2; 9.35; Lc.4.43; 8.1; 10.9) e ensinada aos seus seguidores (Mt.10.7; Lc.9.2, 60), a quem revelaria os mistérios desse reino (Mt.13.11). Esse reino seria visto por seus seguidores antes que viessem a morrer (Mt.16.28), o que reforça a ideia de um Reino espiritual e não físico. A participação nesse Reino exigia arrependimento (Mc.1.15), ser como uma criança (Mt.18.3-4; 19.14; Mc.10.14; Lc.12.32; 18.16-17), nascer de novo (Jo.3.3-5; 8), ser desapegado ao dinheiro (Mt.19.24; Lc.6.20), ser humilde de espírito (Mt.5.3), persistente no trabalho do Reino (Lc.9.62), perseguido por causa da justiça (Mt.5.10), ou seja, manter uma ética adequada ao Reino (Mt.5.20; 19.12; Mc.9.47). Entretanto, não são as obras que determinam a entrada nesse Reino, nem mesmo as riquezas do homem (Mc.10.23-25; Lc.18.24-25), mas a graça de Deus (Mt.21.31). Em outras palavras, era necessário exercer a fé centrada no Messias-Rei como Salvador e Senhor (At.2.36; Rm.10.9). Não é à toa que os judeus não aceitavam sua mensagem, e que o acusavam de usurpar das escrituras um direito que não era dele (Lc.23.2).

Ele é manifesto na pessoa de Cristo na demonstração de seu poder-autoridade com o mundo espiritual (Mt.12.28; Lc.11.20), na restituição graciosa do Rei (Mt.20.1) e não na falsa religião defendida pelos doutores da lei (Mt.23.13). Na sua infinda graça, Jesus Cristo é quem dá a conhecer o Reino de Deus a quem ele quer (Mc.4.11; Lc.8.10).

O Reino de Deus também deveria ser buscado com sua justiça (Mt.6.33; Lc.12.31), com esforço apodera-se dele (Mt.11.12; Lc.16.16) e com abnegação dele participa (Lc.18.29). Ele é o alvo da oração dos seguidores de Cristo, que clamam para que o Reino venha até nós (Lc.11.2) e nesse sentido ele não tem aparência externa, mas está dentro de nós (Lc.17.20-21). E por fim, esse Reino é confiado, destinado aos seguidores de Cristo (Lc.22.29), que fazem do reino sua mensagem (At.8.12; 14.22; 19.8; 20.25; 28.23; 31). Nesse sentido, o Reino de Deus pregado por Cristo era primariamente espiritual e, por conseguinte presente. Era uma mensagem para o já, para o agora.

B. O Reino de Deus é histórico e futuro

Como já vimos, parece claro que existe na mensagem de Cristo um claro teor de espiritualidade no Reino prometido. Contudo, devemos lembrar que desde cedo no Ministério Público de Jesus, os seus seguidores o reconheceram como Messias e Rei. Natanael assim que o conheceu testemunhou: “Então, exclamou Natanael: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!” (Jo.1.49). Ao que tudo indica, a força da expectativa messiânica real acompanhou a Jesus Cristo de modo que podemos ver no início do ministério de Cristo uma oração com esse teor: “ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc.1.33). Essa mesma expectativa é a mesma que sempre acompanhou os discípulos de Cristo, e eles também esperavam pela concretização desse reino durante todo o tempo de ministério de Jesus entre eles. A curiosidade deles era tanta que gostariam de saber quem seria o que se assentaria ao seu lado no Reino (Mt.20.21), ou quem seria o maior nele (Mt.18.1). De modo interessante, Jesus também ensinou sobre ser maior ou menos no Reino dos céus (Mt.5.17-19), o que sugere que este não seria apenas espiritual.

Esse Reino seria mediado por um povo, tal como já o fora no passado pelo povo judeu. Entretanto, como os judeus rejeitaram o a Cristo como Messias prometido, Jesus atesta que “o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos” (Mt.21.43). Essa visão do Reino era completamente nova para os judeus que o ouviam e em função da ofensa que essa mensagem trazia sobre eles, eles o queriam matar (v.45-46). Ou seja, a visão que Cristo apresenta sobre esse reino parece incluir um detalhe histórico importante e inesperado: A Igreja (Mt.16.16-19), como um parêntesis histórico entre a chegada do Messias como Redentor e Seu retorno como Rei. Nesse intervalo profético, os seguidores de Cristo, a igreja do Senhor, é quem encarna os valores do Reino e anuncia sua mensagem espiritual de restauração, sempre na expectativa do dia em que o Próprio Senhor estabelecerá seu Reino.

Essa parece ser a compreensão básica das parábolas do Reino proferidas por Cristo: Apesar da consistente rejeição do Messias feita pelos judeus, o Reino de Deus continua florescendo, afinal sua mensagem favorece uma diversidade de resultados a ela (Mt.13.3-8); também haverá uma mistura entre bem e mal durante o nosso período, antes que uma consumação escatológica definitiva aconteça (Mt.13.24-30; 36-43); a mensagem do reino crescerá muito rapidamente alcançando diferentes grupos de pessoas (Mt.13.31-32) do mesmo modo que o elemento maligno cresça paralelamente à expansão da mensagem do reino (Mt.13.33); e tal mistura entre a expansão da mensagem do reino e o elemento maligno até que o Reino seja finalmente estabelecido e execute a separação final (Mt.13.47-50) (PINTO, Carlos Osvaldo, Foco e Desenvolvimento do Novo Testamento, Hagnos, 2008, pp.51)

Esse Reino contaria com a participação de pessoas de diferentes nacionalidades, mas estariam com os patriarcas no Reino dos céus (Mt.8.11; Lc.13.29), e essa mensagem chegará até os confins da terra (Mt.24.14), precedendo o fim dos tempos. Assim os próprios seguidores de Cristo e propagadores da mensagem do Reino teriam a chance de ensinar de acordo com as escrituras e serem avaliados para o Reino futuro (Mt.5.19). Durante esse período, eles esperarão pelo retorno do Messias, o Rei, reconhecido como o Noivo da Igreja (Mt.25.1ss). Então, todos prestarão contas diante do Rei por suas ações (Mt.18.24) e aqueles que viveram na iniquidade, contrariando a ética e a espiritualidade do Reino presente, no futuro serão ou jogados na fornalha de fogo (não cristãos Mt.13.41-42), ou colocados fora do Reino (maus cristãos Lc.13.28), mas os justos resplandecerão como o Sol no Reino do Deus Pai (Mt.13.43) e serão convidados a participar do Reino de Deus que está preparado desde a fundação do mundo (Mt.25.34), no qual esperamos participar de uma celebração (Lc.22.30; cf. Mt.26.29; Mc.14.25;). Esse aspecto do Reino, segundo Jesus Cristo, também está próximo (Lc.21.31).

Entretanto, esse futuro não é algo apenas escatológico, mas algo que está além do presente do autor (Lc.19.11), de modo que o Reino futuro de Deus esteja em funcionamento antes dos seus discípulos originais morressem (Mt.16.28; Mc.9.1; Lc.9.27; Lc.22.16-18), e que os seguidores mais próximos ainda aguardavam ver depois da morte de Cristo (Mc.15.43; Lc.23.51). Nesse quesito, a expectativa futura é apresentada em consonância ao conceito espiritual do Reino.

C. O Reino de Deus e a expectativa judaica

Após a observação das diferentes nuances do Reino no ensino de Cristo, já pudemos observar alguns aspectos do Reino que ora se adequam a visão judaica corrente, ora a confronta claramente. Essa relação com a expectativa da judaica e a mensagem de Cristo sugerem que muita dessa expectativa não era legítima ante ao plano divino, por outro lado, parte dela parecia em consistente com a mensagem de Cristo. Um desses claros indicativos é a declaração de Cristo que os seus doze discípulos irão julgar as Doze Tribos de Israel (Lc.12.32; 22.28-30). Isso evidencia claramente que Israel ainda não havia saído da visão e preocupação divina.

Outro detalhe que parece contribuir para a essa confluência entre a visão de Cristo e da expectativa judaica sobre o reino são as parábolas dos banquetes contadas por Jesus (Mt.22.1-14; Lc.14.15-24), o fato de que Cristo os ensina a orar pelo Reino futuro (Mt.6.10) e a prefiguração de Isaías 25.69 na cena da última ceia. Também encontramos alguns conceitos escatológicos em conformidade com a expectativa judaica, como por exemplo a ideia de dois diferentes destinos em relação ao Reino futuro (Mc.9.47), do desfrute do Reino como uma herança (Mt.5.20) ou um estado futuro em que se entre (Mt.25.31-46) e a descrição dos acontecimentos que farão parte do dia do juízo (Mt.7.21-23; 25.1-13; Lc.21.31) (BLOMBERG, Craig, Jesus e os evangelhos, Vida Nova, 2009, pp501).

Por outro lado, as questões mais presentes e espirituais do Reino eram inimagináveis na expectativa judaica. A ideia de um reino real e presente no indivíduo parecia uma distorção da mensagem do Reino aos olhos dos judeus. A chamada ao arrependimento, a primazia dos pecadores e o novo nascimento (em todas as suas figuras) pareciam distantes demais da expectativa judaica.

Ao considerarmos essas declarações de Cristo sobre o Reino o que podemos dizer? É o reino futuro? É histórico? É espiritual? É presente? Essa visão aparentemente contraditória da exposição de Cristo, bem como a leitura delas a partir de diferentes pressupostos encontrados no Antigo Testamento, é que levaram a tantas diferenças de opiniões sobre o Reino, como vimo no início dessa seção. Entretanto, é essa mesma apresentação diversa e ampla do Reino de Deus que intrigou os judeus que o ouviam, e por isso mesmo, várias vezes se levantaram contra ele, muito embora, eventualmente Sua mensagem era compatível com as expectativas deles.

Ou seja, partindo da visão judaica no período de Cristo, o Seu ensino sobre o Reino de Deus contém aspectos em conformidade, embora boa parte do seu ensino fosse inovadora e inesperada. É nessa mistura de conceitos, presente e futuro, histórico e espiritual que Cristo apresenta sua mensagem. Observando essas características, Darrell Bock atesta:

“É a justaposição desses vários elementos que mostra quão eclético e sintético, até criativo, é o ensino de Jesus sobre o Reino. Jesus pregou uma esperança que os judeus podiam reconhecer, mas ele também pregou muito mais. Ele acolheu elementos da esperança apocalíptica judaica, mas não repetiu meramente esses temas. O sentido desses tetos, como um todo, é que Jesus atua dentre dessa história e, todavia, a remodelará um dia. Novamente, o ensino nem é esse mundo reorganizado, nem um novo mundo criado, mas ambos em seu tempo certo”. ”. (BOCK, Darrell, Jesus segundo as escrituras, Shedd, 2006, pp.544)

Fonte: NAPEC

terça-feira, 22 de julho de 2014

Você sabia que grandes empresas de hoje ajudaram os nazistas a dizimarem pessoas nos campos de concentração?!

Hoje nós vamos abordar um assunto polêmico e que nunca pode cair no esquecimento a fim de evitar que se repita na nossa história: a Segunda Guerra Mundial e a matança de judeus, ciganos, comunistas, eslavos, homossexuais, dentre outros, em campos de concentração nazistas. No post de hoje, especificamente, falaremos sobre como as grandes multinacionais dos séculos 20 e 21 fizeram uso de mão de obra escrava destes campos de extermínio para crescerem e aumentarem sua produção e sua produtividade.


No período compreendido entre 1933 e 1945, a máquina belicosa alemã recorreu ao trabalho forçado dos prisioneiros dos campos de concentração e campos de extermínio. Várias empresas fizeram uso desses prisioneiros para suas escalas de produção, uma vez que não era preciso pagar impostos ao governo e muito menos salários. Ou seja, as empresas tinham escravos patrocinados pelo sistema nazista de Estado.

Um exemplo de como isso funcionava está muito bem ilustrado no clássico cinematográfico de Steven Spielberg, “A lista de Schindler”, em que aparecem os judeus prisioneiros trabalhando para a prefeitura de Cracóvia e para as indústrias de panelas e caldeirões de Oskar Schindler.

O mais interessante é que essas empresas que fizeram uso da mão de obra escrava dos judeus, eslavos, homossexuais e ciganos são enormes multinacionais hoje em dia; apagaram de seus registros históricos esse fato negro e nunca pediram desculpas publicamente ou pagaram indenização às famílias dos explorados.


Um dos exemplos é o da Volkswagen. Esta empresa criou o modelo de manter os campos de concentração na própria fábrica, sendo que os prisioneiros produziam equipamentos bélicos e Fuscas, carro popular cuja ideia foi do próprio Adolf Hitler. Os franceses e italianos montavam carros de combate, as mulheres soviéticas enchiam bombas, os metalúrgicos do Leste europeu soldavam peças para aviões de caça Fl-103. Os prisioneiros chegavam a representar 67% dos trabalhadores no pico da produção.

Ainda na Volkswagen, os prisioneiros eram alojados em barracões, sendo que os homens eram separados das mulheres e crianças. Na medida em que qualquer erro ou falha por parte dos prisioneiros era entendida como atos de sabotagem, recorria-se a severos castigos.


Até hoje o trabalho escravo na época nazista é negligenciado por historiadores e pesquisadores. O livro “A fábrica da Volkswagen no III Reich” é uma exceção. Seus autores, Hans Mommsen e Manfred Griege, oferecem uma reconstrução parcial do infernal cotidiano de pouco mais de sete milhões de pessoas em empresas que hoje têm enorme poder aquisitivo.

Em alguns setores da BMW, a segurança fora delegada a ucranianos, mais temidos do que a própria Gestapo. A ração diária incluía apenas sopa aguada de batata no almoço, 150 gramas de pão, manteiga e uma fatia de linguiça.

Já a Bayer fabricava o Zyklon B, composto químico que era depositado nos salões de banho dos campos de concentração, transformando-os em mortais câmaras de gás que levaram à morte milhões de pessoas.

Até hoje milhares de sobreviventes destes infernos industriais sofrem uma via-crúcis na justiça alemã, que é extremamente lenta nesses casos e totalmente indiferente para com as pessoas que reclamam indenizações, que são fabulosas de tão altas. Muitos críticos do sistema estatal dizem que se trata do capitalismo financeiro falando mais alto, “molhando as mãos” de juízes e promotores, uma vez que essas indústrias não querem seus nomes em escândalos antigos e fazem de tudo para escamotearem essa história nada honrosa.

Lista das principais empresas que se aproveitaram do Holocausto...
Abaixo temos uma pequena lista de algumas das empresas ainda existentes que colaboraram com o sistema de guerra alemão recrutando escravos como empregados e montando fábricas dentro de campos de concentração. Nenhuma destas empresas jamais pagou uma indenização ou pediu desculpas publicamente pelo fato, o que gera polêmica na Europa e em Israel até os dias de hoje, principalmente por serem empreendimentos financeiros de grande potência.

Allianz – seguros
Basf – medicamentos
Bayer – medicamentos
Beiesdorf – cosméticos
BMW – automobilístico
Bosch – autopeças
Commerzbank – financeiro
Daimler-Chrysler – automobilístico
Degussa-Huls – mineradora
Deutsche Bank – financeiro
Henkel – química
Hochtief – construção civil
Hoechst – medicamentos
IBM – equipamentos eletrônicos (?!)
Lufthansa – aviação
MAN – automobilístico
Mannesmann – siderúrgico
Mercedes Benz – automobilístico
Porsche – automobilístico
Siemens – telecomunicações
Stihl – equipamentos industriais
Suisse Bank – financeiro
Thyssen-Krupp – siderúrgico
Varta – autopeças
Volkswagen – automobilístico


Com certeza você reparou o sinal (?!) em frente ao nome da IBM, esta por ser uma empresa de informática e norte-americana. Por que, então, usaria mão de obra escrava em campos de concentração se os Estados Unidos formavam os Aliados contra o Eixo?! A resposta é simples. Antes de produzir computadores, a IBM vendia para o Estado nazista cartões de registros magnéticos que serviam para fazer os registros dos prisioneiros que trabalhavam nas empresas instaladas dentro dos campos de concentração, como se fossem cartões de ponto a fim de que o regime alemão soubesse a produção e a escala de trabalho dos escravos; caso a produtividade e a produção caíssem, ou o preso sofria represálias, ou então era executado de alguma forma cruel. Portanto, é por este motivo que colocamos a IBM entre as grandes empresas por ter colaborado abertamente, à época, ao sistema do Holocausto.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Rejeitando os desejos da carne mas abraçando os desejos da mente.


Por Josemar Bessa

O apóstolo Paulo faz uma distinção entre os desejos da carne e dos pensamentos: “Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.” - Efésios 2:3

Ambos se opõe totalmente a Deus, ambos são fruto de nossa natureza caída (Carnais). Mas são diferentes e de maneira sutil podem penetrar fortemente onde o outro não se manifesta tão evidentemente.

Os desejos da carne parecem ser as mais grosseiros, as paixões mais sensuais, conectadas, por assim dizer, com a parte que gostaríamos de colocar como a mais inferior de nossa natureza. Os desejos da mente são aqueles que estão conectados com o que vemos muitas vezes até como qualidade superiores.

Alguns estão completamente mergulhados em toda sorte de frutos sensuais de luxúria, na satisfação deles avidamente... Enquanto outros, que podem desprezar tudo isso, ou pelo menos não são tentados ou pratiquem tão avidamente estes, realizam com igual ardor os sussurros de um caráter e disposição mais refinados.

Ambição de subir na vida, sede de poder sobre seus semelhantes, um desejo por fama, uma filosofia que parece moral mais que está em oposição a Verdade de Deus, descontentamento com a atual situação da vida, invejando outros em posições superiores a eles, riqueza, talento, realizações, posições mundanas, tentativa de felicidade fora de uma vida que em tudo glorifica a Cristo, ambição de sair da obscuridade, fazer um nome para si mesmo... “desejos da mente”.

Observe como Paulo coloca tudo isso no mesmo nível, os desejos da carne e da mente, e põe sobre eles o mesmo selo, ambos com a marca negra da desobediência e sua consequência nefasta, a ira de Deus.

Quando olhamos os desejos da carne se manifestando de maneira grosseira, tendemos a vê-lo como algo claro contra tudo o que Deus é, mas o que pensamos do comerciante incansável(ou em qualquer outra atividade), enérgico nos negócios, tendo como alvo da vida tão somente crescer... que põe em prática tudo que é necessário para isso, que racionaliza suas motivações, ou seus desvios na busca do crescimento?... Ele é igualmente culpado aos nossos olhos como aqueles que expressam os grosseiros frutos da carne?

O que pensamos do artista dedicado dia e noite no cultivo de suas habilidades como pintor, músico, escultor, escritor... ou em todas as outras atividades da vida... enterrados em seus livros... no ramo particular que escolheu seguir, cuja vida e energia é totalmente gasta em satisfazer todos esses desejos de sua mente?

Tanto quanto a sociedade, bem-estar público, o conforto próprio e de suas famílias, e o progresso do mundo estão em causa aqui... quando chegamos a pesar a questão diante de Deus, com a eternidade em vista, e as julgamos com a Palavra da Verdade, vemos imediatamente que não há diferença real entre eles,que o homem satisfazendo os desejos mais gritantes da carne e o erudito, o artista, o homem de negócios, o homem literário... em uma palavra, o homem do mundo, qualquer que seja o seu “mundo”... abraçado aos desejos da mente... ambos são da terra, são inimigos de Deus... Deus não está no centro do propósito de suas vidas, e se você pudesse olhar para o fundo de seus corações, muitas vezes ficaria evidente que o homem de “bem” voltado para os desejos da mente, com seu refinamento, educação... manifestam ser inimigos de Deus em suas mentes mais profundamente do que o libertino.

O pecado em ambos é a mesma coisa, e consiste no fato de que em tudo que eles procuram satisfazer é uma mente carnal que é inimizade contra Deus e Sua Palavra, que não são sujeitos a ela, e como disse o Apóstolo, nem mesmo o podem ser.

Deus (como se revelou em sua Palavra) não está em suas mentes, em seus pensamentos... apesar de viverem, respirarem, se moverem e existirem nEle, vivem inteiramente para si mesmos, e portanto, são rebeldes na definição mais profunda que Deus dá em Sua Palavra, alienados da vida de Deus, vivendo como se Deus não existisse ou como se existisse, existisse para eles e não eles para Deus.

“Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.” - Efésios 2:3

Fonte: Josemar Bessa

quarta-feira, 25 de junho de 2014


VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA MORRER?


Por Fabio Campos

Texto base: “Naquele tempo Ezequias ficou doente, e quase morreu. O profeta Isaías, filho de Amoz, foi visitá-lo e lhe disse: ‘Assim diz o Senhor: Ponha em ordem a sua casa, pois você vai morrer; não se recuperará’”. – 2 Reis 20.1 (NVI)

Parece macabro esta pergunta, mas é uma certeza absoluta [se Jesus antes não voltar]: você vai morrer! A consciência vai procrastinando este tipo de reflexão, e a cada dia, o homem, faz da sua morte, algo mitológico, distante, ao ponto de se auto enganar acreditando mesmo que inconsciente que nunca irá morrer.

O jargão popular está mais que certo: “para morrer basta estar vivo”. Quando me deparo com alguém zombando da morte dizendo “se morrer enterra”! ou “este é o destino de todos, vamos, então, aproveitar a vida”!, penso seriamente se eles sabem o que estão falando.

O grande puritano Jonathan Edwards, com dezenove anos, pensava todos os dias em sua morte. Ao se levantar, vivia como se aquele dia fosse o seu último. O livro de Eclesiastes diz que é “melhor ir a uma casa onde há luto do que a uma casa em festa, pois a morte é o destino de todos; os vivos devem levar isso a sério” (Ec 7.2). Levar uma vida leviana “comamos e bebamos, porque amanhã morreremos” (1 Co 15.32), é
sem
dúvida, uma tolice. Disse Nosso Senhor Jesus: “Louco, esta noite pedirão a sua alma” (Lc 12.20).

A sabedoria consiste no temor a Deus, sabendo que nós somos breves como sono; que como a relva que brota ao amanhecer; germina e brota pela manhã, mas à tarde, murcha e seca (Sl 90. 5-6). A vida é curta ainda que se viva muito! Pergunte a uma pessoa de cem anos e ela te dirá o quanto passou depressa aquilo que você diz ser um século. Como força de expressão [pois existem pessoas com mais de oitenta anos], a Bíblia diz: “Os anos de nossa vida chegam a setenta, ou a oitenta para os que têm mais vigor; entretanto, são anos difíceis e cheios de sofrimento, pois a vida passa depressa, e nós voamos!”(Sl 90.10 NVI).

Moisés que escreveu este salmo entendeu a brevidade da vida e pediu um “coração sábio”, o qual contasse os dias, na reflexão de que, a cada dia, era um dia a menos que viveria nesta terra (Sl 90.12). Este encontro está marcado, e cedo ou tarde, você estará de frente com o Criador. Acreditando ou não, depois da morte, você não vai acreditar, mas apenas constatará a quão tolice foi dizer que Deus não existe (Sl 14.1). Tenha em mente; da aqui cem anos – nem eu e nem você – estaremos nesta terra.

No encontro com o Criador não haverá retórica, filosofia, e nem sofista suficiente persuasivo para fazer Deus mudar de ideia. Todos nossos pecados praticados nas trevas serão trazidos a luz e posto diante da Presença dEle.

Olavo de Carvalho diz “o que determina as nossas crenças [nesta era] não são os fatos e sim as interpretações”. As pessoas escolhem a religião que mais se amolda naquilo que elas querem sem se preocupar se está certa ou não. “O que importa é o que penso”, dizem. Será que Deus criou tudo e deu ao homem várias religiões para se achegar até Ele? Não! Só há um caminho! Disse-lhe Jesus: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6). Se Jesus Cristo não estiver na sua vida, nem a igreja que congrego poderá te salvar. Nenhuma religião leva uma pessoa a Deus, mas só Jesus pode fazer isso.

Logo, então, a reencarnação não vai adiantar, pois a Bíblia diz que “aos homens está ordenado morrerem UMA VEZ, vindo depois disso o juízo” (Hb 9.27). O purgatório será anunciado àqueles, que nele acreditaram, sendo uma tremenda farsa, e que tal ensino foi criado pelos homens. Obras de caridade também não vão adiantar, ao menos que você NUNCA tenha pecado em toda sua vida (impossível, pois nascemos no pecado Sl 51.5). Também não vai adiantar rezar missas - ascender velas - e nem pedir a intercessão dos que já se foram, pois a Bíblia diz que o dia para se arrepender e crer é hoje, enquanto há vida (Hb 3.7). Só que tem fôlego pode louvar ao Senhor!, pois Ele diz: “Não sou Deus de mortos, mas de vivos”.

O mundo será julgado com JUSTIÇA (At 17.31). Uma ilustração que escutei, certa vez, trará um entendimento a esse respeito. Um sacerdote religioso morreu e foi recebido na portaria do céu. Os anjos o abordaram e disseram que teria que listar, pelo menos, 100 coisas boas que tivesse feito na terra. O sacerdote iniciou dizendo, que fora um marido fiel e que nunca tinha traído sua esposa nem em pensamento. Os anjos, então, conferindo disseram que, de fato, o homem agiu assim. O sacerdote disse sua segunda boa obra - que tinha visita os enfermos e que também fazia curativos nos leprosos isolados. Os anjos conferiram e constataram que ele de fato tinha feito tal coisa.

O sacerdote contou sua terceira boa obra. Disse que todos gostavam muito dele, porque além de caridoso, era um homem muito respeitado, e que dava a metade do seu salário aos pobres. Os anjos verificaram e, de fato, ele assim procedia. Faltavam, então, 97 boas obras. O sacerdote começou a chorar dizendo: “Não tem como ser melhor do que isso; se não for pela misericórdia de Jesus, vou ficar de fora”. Na hora que ele disse “misericórdia de Jesus”; os anjos pararam e pediram que ele repetisse tal coisa. Ele, porem, repetiu: “pela misericórdia de Jesus”. Os anjos, então, disseram: Pela misericórdia de Jesus você completou os 100 pontos! Pode entrar! Rs

Deus julgará o mundo com justiça por meio de Jesus Cristo (At 17.31). Um juiz nunca irá sentenciar ou absolver alguém com base no que o réu acredita ser certo ou errado, mas sim de acordo com lei. O Senhor designou um único caminho e assim reconciliou os homens com Ele mesmo somente através de Jesus Cristo.

Quando o homem foi criado, nele foi posto o “anseio pela eternidade” (Ec 3.11). O reformador João Calvino chamou isso de“sensus divinitatis”, ou seja, o senso da divindade, e que em todos os seres humanos há uma “semente da religião” que o impulsiona em direção do sagrado. Calvino negava veementemente a possibilidade de um ateísmo [ateus nada mais são do que pessoas frustradas com Deus]. Um fato que comprova o medo da morte e o quanto o homem busca através deste anseio [da eternidade], proteção divina, são as diversas religiões criadas.

A morte é algo que muito nos amedronta e nos impressiona. Não fomos criados para morrer, mas para viver eternamente. E isso vai acontecer. Seja no céu - seja no inferno (Dn 12.2) - a vida terrena é o início de uma caminhada rumo à eternidade. Você vai chegar à eternidade, mas o hoje determinará em qual delas você vai viver. O Senhor Jesus disse que há dois caminhos; o largo e o estreito. A maioria entra pelo largo que conduz à perdição. Poucos são os que entram pelo caminho estreito que leva à vida (Mt 7. 13-14). Você já analisou por qual caminho seus pés têm andado?

Muitos que morreram não tiveram a oportunidade de ler um texto como este que trata tão diretamente deste assunto. Morreram inesperadamente, e entenderam o sentido da eternidade, no fechar dos olhos; contudo, não terão a chance de se arrepender e seguir o curso de sua vida por outro caminho (Lc 16.19-31).

Como lemos no texto base, Ezequias, rei de Judá, foi avisado que logo iria morrer. Por isso deveria arrumar a sua casa. Cabe a pergunta: Você está preparado para morrer? Ezequias não estava, e por isso clamou ao Senhor de todo o seu coração; o Senhor foi bondoso com ele e lhe acrescentou mais alguns anos dando-lhe uma nova oportunidade de fazer diferente o que ele tinha feito de errado (2 Rs 20).

Talvez o Senhor esteja falando ao seu coração através deste texto – chamando-o a pensar com critério nas crenças dos homens, no quê de fato condiz com o Ensinamento da Palavra de Deus. As pessoas estão muito mais preocupadas com a parte financeira que deixarão seus familiares após sua partida (o que é legitimo), e por isso fazem diversos tipos de seguros, do quê pensar acerca de onde passarão a eternidade.

Creem na tradição familiar e no conto de muitas doutrinas e religiões, todavia, poucos param e pensam se de fato sua crença condiz com a Verdade Absoluta, determinada pelo próprio Criador, a qual Ele não abre margem para negociações. A Bíblia é o único método seguro para conhecer a vontade de Deus e crer no que é correto.
Você está preparado para morrer?

“... prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus”. – Amós 4.12 (AFC)

Meu intuito aqui não é afrontar sua fé e nem coagi-lo a deixar de acreditar em sua religião. O Espírito Santo é quem faz isso, através do amor, e com muita maestria. Assim Ele já fez na vida de muitos, inclusive, na minha. Escrevo apenas pelo amor que sinto e pelo desejo que tenho de que todos sejam alcançados pela Graça e Misericórdia de Deus - que nunca venham a perecer - mas que tenham a vida eterna em Cristo Jesus, pensando todos os dias:

“Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma”?
– Marcos 8.36 (AFC)

Considere este artigo e arrazoe isto em seu coração,

Soli Deo Gloria!

Fonte: Fabio Campos
Corinto: uma igreja dividida

Por Flávio Santos 

Texto Base: 1 Coríntios 1 a 4

Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer. 1 Coríntios 1:10

NOTAS IMPORTANTES

Quem eram os de Paulo, Apolo, Pedro e Cristo?

Os de Paulo era um grupo formado principalmente por gentios que não queriam cumprir a lei da graça em Cristo e, sim, transformá-la em libertinagem e pecado. Os de Apolo era um grupo formado por intelectuais que queriam fazer do Evangelho uma filosofia. Os de Pedro era um grupo formado por judeus legalistas que exaltavam a Lei em detrimento à graça. Os de Cristo era um grupo intolerante que afirmava ser os mais espirituais.

Quem eram os sofistas?

Os sofistas eram homens que confiavam na sua sabedoria, nos seus discursos eloquentes, na sua lógica filosófica. Os sofistas chamavam a atenção para si quando discursavam e quando desciam da plataforma da sua eloquência, diziam às pessoas como eram bons em suas prédicas e alocuções.

Judeus e gregos não compreendiam a loucura da pregação.

Os Judeus queriam um Messias que os libertasse do Império Romano e estabelecesse a dinastia davídica. Não queriam um carpinteiro que fora crucificado para sua justificação, seria apenas um maldito pendurado no madeiro conforme a tradição judaica. Para eles, era um escândalo Jesus Cristo crucificado. Os gregos queriam sabedoria, e esta não poderia vir de uma mensagem sobre alguém que foi crucificado, porque isso era sinal de fraqueza e desonra, era loucura. Com isso, os dois grupos não compreendiam a mensagem da Cruz que poderia uni-los.

O que significa a expressão: ter a mente de Cristo? 1Co 2:16

Ter a mente de Cristo é ser espiritual, ou seja, ter sensibilidade às coisas do Espírito Santo. É alguém que discerne bem todas as coisas e compreende a Cruz e todos os seus significados para a vida.

O que significa ser um cristão carnal?

No grego do novo testamento há duas palavras para carne: “soma” e “sarx”. Soma significa carne no sentido de corpo físico. Daí algumas doenças serem chamadas psicossomáticas, que se manifestam no corpo, ou seja, na carne. Sarx significa corpo ou carne do pecado.

Paulo usa para os cristãos carnais de Corinto a palavra “sarkinói”, que vem de “sarx”, ou seja, feitos de carne do pecado. Em 1 Co 3.3, Paulo os chama de “sarkikós”, dominados pelo pecado. Portanto, ser um cristão carnal, é ser uma pessoa feita e dominada pelo pecado.

Palavra grega para servo ou ministro, utilizada por Paulo.

A palavra que Paulo utiliza por Paulo para servo é “huperetes”; e significa um remador que fazia o navio navegar na parte mais baixa da embarcação. É como se Cristo fosse o líder e piloto do Navio, e Paulo fosse o servo que aceitava as ordens do piloto.

A igreja de Corinto estava sendo, como um tecido, rasgada em quatro partes. Esta divisão se dava em torno de Pedro, Paulo, Apolo e, até mesmo, Jesus Cristo. 1 Co 1: 11,12. Os corintos estavam divididos em torno da personalidade deles e a cultuando. Os líderes não tinham nada a ver com a divisão. Era uma divisão que vinha da igreja para a liderança.

I – UMA IGREJA DIVIDIVA PELA SABEDORIA HUMANA.

Em Corinto havia um grupo filosófico, chamado sofistas, que estava ajudando a desintegrar o corpo de Cristo. 1 Co 1: 18 21. Este grupo ensinava o culto à sabedoria humana. Este tipo de sabedoria fazia com que os coríntios escolhessem os seus líderes de acordo com a intelectualidade, cultura e eloquência.

1. Os sofistas levavam os coríntios a serem sempre discutidores.

Por estarem inclinados à sabedoria humana, não admitiam aprender em humildade; tinham que falar e criticar. Não foram ensinados a deixar a cruz confrontar as suas opiniões e equívocos, por isso tentam provar as suas razões. Discussões e críticas dividem a igreja.

2. Os sofistas levavam os corintos a serem sempre orgulhosos.

O orgulho da sabedoria exclui os outros. O orgulho intelectual colocava os coríntios em uma posição de certeza e desprezo pelos demais. Este tipo de orgulho não os deixava aprender mais nada, criam que sabiam tudo.

3. A correção do erro filosófico. Veja o capítulo 1: 18-25; 2: 6ss; 3: 18-23.

Quando Paulo esteve em Corinto pela primeira vez, não usou sabedoria de palavras, como faziam os sofistas, que não compreendiam a loucura da pregação. Então, para corrigir o erro filosófico que estava dividindo a Igreja, Paulo fala sobre a loucura de Deus demonstrada na Cruz de Cristo, discernida espiritualmente por aqueles que têm a mente de Cristo. Somente a Cruz corrige divisões e gera unidade na Igreja.

II – UMA IGREJA DIVIDIDA PELA FALTA DE CRESCIMENTO NA FÉ. 1 Co 3: 1 – 9

1. Cristãos que não crescem na fé se tornam carnais. 1Co 3: 1,3

Paulo diz que o motivo de chamá-los de carnais se dá pelo fato de existir entre eles invejas, contendas e dissenções. Este procedimento é característico dos homens carnais e não dos espirituais. 1 Co 3: 3. A igreja estava sendo rasgada por haver carnalidade no rebanho.

2. Cristãos que não crescem na fé sempre são meninos. 1Co 3: 2

Eles, também, eram imaturos nas verdades de Cristo. Eles não tiveram nenhum progresso no Evangelho da Cruz desde a última vez que Paulo os visitara.

Tanto os cristãos carnais quanto os meninos, foram criados com leite, princípios básicos da fé, porque ainda não podiam comer carne, coisas mais sólidas sobre a fé. E, passado tanto tempo, ainda não podiam se alimentar com um Evangelho mais sólido.

3. Falta de crescimento na fé gera divisão. 1 Co 3: 4 – 9

Por não terem estrutura espiritual estavam sendo partidários, pois alguns afirmavam que eram de Paulo e outros de Apolo. Paulo omitiu aqui os nomes de Pedro e Jesus, mas o espírito é o mesmo do capítulo 1. 10 – 16. Para corrigir esta divisão, Paulo mostra que quem dá o crescimento é Deus. Ele e Apolo são apenas servos.

III – TRANSFORMANDO UMA IGREJA DIVIDIDA EM UMA IGREJA UNIDA.

Uma igreja dividida se transforma em igreja unida quando os líderes assumem algumas responsabilidades.

1. A responsabilidade de ensinar a Cruz na igreja. 1 Co 1: 10 -17

Quando os líderes da Igreja têm a Cruz no centro de seu ministério e ensino, não aderem às divisões, ao contrário, rogam para que a igreja tenha a Cruz em suas palavras, mentes e pareceres. Como Cristo não está divido, a igreja também não se divide, pois não foram homens, com suas teologias, personalidades e carnalidades, que morreram na Cruz, mas sim, Cristo Jesus.

2. A responsabilidade de fazer discípulos para Cristo e não para si. 1 Co 2: 1 – 5

Paulo em Corinto não fez discípulos que se apoiariam em sua personalidade, pois esteve entre eles em fraqueza, temor e tremor. Paulo não formou discípulos que se apoiariam em sua eloquência ou capacidade de persuasão, porque ele se propôs saber apenas Jesus Cristo, e este crucificado. Paulo não formou discípulos que se apoiariam em sua sabedoria, mas no poder de Deus, porque quis formá-los pelo poder do Espírito Santo.

3. A responsabilidade de construir sobre o alicerce da obra – Jesus Cristo. 1 Co 3: 10 – 17

O líder tem que ser um sábio construtor e lançar sua construção espiritual sobre o verdadeiro alicerce. Aquele que foi lançado pelos apóstolos. Paulo pede para que os líderes vejam como cada um edifica sobre este fundamento. Uma construção espiritual sobre o verdadeiro fundamento faz com que a igreja viva a unidade da Cruz.

4. A responsabilidade de servir à Igreja. 1 Co 4: 1 – 21

Paulo serviu à igreja de Cristo como servo e despenseiro dos mistérios de Deus. Serviu com fidelidade. Serviu, ensinando-os a não ir além do que estava escrito. Serviu diante de sofrimentos e perseguições. Serviu como pai na fé. Tudo isto para gerar união no seio da Igreja.

Há a possibilidade da igreja se dividir em torno de líderes e cristãos carnais que não compreendem a relevância da Cruz de Cristo. Portanto, não podemos deixar de falar da Cruz e seus significados para que Igreja continue unida em torno de Cristo Jesus.

Leituras Bíblicas adicionais:

- A Igreja dividida. 1 Coríntios 1 e 2

- A Igreja dividida 1 Coríntios 3 e 4

- O caminho da unidade. Efésios 4:1 – 16

- O mesmo sentimento em Cristo Jesus. Filipenses 3:1 – 8

- Perseverando na unidade. Atos 2:42 – 47

- O modelo da unidade. João 17

- Em Cristo as paredes de separação foram quebradas. Efésios 2

Fonte: NAPEC

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Você não pode escapar!!!


Por Josemar Bessa

Não há ninguém que faça o bem, nem um sequer. (Romanos 3:12)

Totalmente depravado! Estas são palavras terríveis para o homem ouvir. Não quer dizer que o homem é tão mau quando podia ser, mas que todas as suas faculdades foram mortalmente atingidas pela queda. Nada ficou intocado!

Você pode nunca ter pensado nisso dessa maneira, mas nada que você faz, quando você faz seu melhor, é bom aos olhos de Deus e merece condenação.

Isso é verdade porque todas as ações do homem natural estão de alguma forma voltadas para si mesmo. As motivações são o ego. Quando faço o “melhor”, esse melhor não visa tão somente a glória de Deus.

Dizer que uma pessoa é moralmente falida é dizer que a pessoa é completamente desprovida de quaisquer qualidades morais dignas de aprovação de Deus; e todos nós nascemos assim. Tirando Cristo, todos os homens que nasceram neste mundo, nasceram nessa condição.

A reação natural a essas afirmação é negativa e o homem nunca por si mesmo terá outra reação a uma Verdade tão humilhante. Isso é assim porque no centro dessa falência moral, dessa morte espiritual, no coração irregenerado reina um inimigo invencível do ponto de vista humano. O pecado que é uma espécie de pai de todos os outros, que faz nós vivermos para nós mesmos como se fôssemos deus de nós mesmos, e que por poluir a fonte da vida, polui todos os atos, fazendo que a melhor obra não passe, segundo a Bíblia, de “obras mortas”.

O Orgulho é um inimigo sutil. Homo incurvatus in si – o homem curvado para si mesmo, assim foi acertadamente definido o problema de todo homem. Deus diz:“Eu odeio o orgulho e a arrogância” ( Pv 8.13). O orgulho é uma característica inata de todo homem depois da queda. E para aceitarmos essa afirmação bíblica tínhamos que ser humildes, mas o orgulho humano faz com que o homem não aceite e veja as profundezas de seu orgulho.

O orgulho estraga TUDO que pensamos, falamos, fazemos: “Ninguém faz o bem, nem um sequer”. (Romanos 3:12). A única saída é clamarmos por uma vida que não podemos merecer, depender da misericórdia, concordando que merecíamos o inferno e que isso seria nada mais que fazer justiça.

Precisamos desesperadamente de um novo coração. Precisamos ser criados de novo... mas para vermos nossa desesperada necessidade já teremos que ter recebido essa benção de Deus chamada REGENERAÇÃO. Ver nossa própria miséria ao ouvir o evangelho, sentir que só por graça Deus pode se voltar para um ser que merece condenação; arrependimento verdadeiro que flui da visão de que precisamos da justiça que vem de outro (Cristo) e não de nós mesmos e clamor humilhado por uma vida nova, é a única evidência que nova vida foi criada soberanamente em nós.

Só com essa vida de Deus derramada em nós que não pode morrer, livres da escravidão do pecado, podemos lutar pela operação contínua do Espírito contra esses inimigos formidáveis.

Ainda assim, através de toda a sua peregrinação os filhos de Deus terão que lutar contra o orgulho espiritual, e se Deus não continuasse a operar neles todo o tempo, se não fosse pela vida de Deus imortal criada neles, seriam derrotados. Do início ao fim essa será uma obra de Deus e Ele operará em nós o “querer e o efetuar” (Fil 2.13).

Esse será o bom combate da Fé!

Amor próprio,
Busca voltada para si,
Vontade própria,
Auto-confiança,
Justiça própria,
Todos soldados do orgulho que terão que ser constantemente vencidos no poder daquele que nos regenerou.

O orgulho é a raiz da qual todos os inimigos existem, vivem e se alimentam: vanglória, amor ao aplauso humano, busca de honra, independência, rebelião, vingança, raiva, desprezo aos outros, ressentimento, ambição, presunção...
Uma grande fila de soldados inimigos seguem junto com esses. Todos os que foram regenerados estão no campo de batalha contra eles. A vitória só está assegurada pela justiça e princípio de vida que veio de outro (Cristo) por graça. Essa vida faz com que os soldados chamados para o bom combate jamais morram em combate, mas cheguem ao fim vitoriosos no poder daquele que tudo opera para sua glória!

Sem esta vida dada soberanamente por Deus na regeneração, o homem natural entregue a si mesmo, descobrirá que não há fim para este extenso mal que infecta os corações dos homens, e enche a terra de miséria e sangue. E ele é um inimigo tão invencível para o homem natural, que depois que esta vida cessar, ele permanecerá reinando em seu atormentado coração.

Em Adão abandonamos Deus, e depois com alegria confirmamos com nossas vidas esse abandono. Jeremias diz: “Você não trouxe sobre si mesmo tudo isso abandonando o Senhor teu Deus?” (Jer 2.17).

Quem ousa dizer a Ele que não? Os pecados são testemunhas diárias contra todo homem – sua carnalidade, avareza, mentalidade mundana, incredulidade, insensatez, rebeldia... Se de fato não tomamos conhecimento do pecado que habita em nós e que corrompe nossos pensamentos, desejos, palavras e ações. Se não sentimos ser verdade que Paulo diz a mais clara verdade: Ninguém faz o bem, nem um sequer. (Romanos 3:12), e recusamos acreditar que tudo em nós são pecados infames, não a vida em nós.

Mas, se pelo Espírito que nos dá nova vida fomos obrigados a olhar para dentro e dolorosamente sentimos que o pecado é um morador, um inquilino, e que somos compelido pelo orgulho, que uma serpente se infiltrou neste nosso coração desde sempre, um ladrão que mina e rouba, um traidor na cidadela da alma que irá trabalhar pela força ou pela fraude, e contra quem nenhuma resolução nossa tem qualquer proveito, se tal for a nossa experiência interior e convicção, nenhum de nós deixará de confessar: "Culpado, culpado! Imundo, imundo! "

E quando gritamos assim, o poder da nova vida já começou! A armadilha quebrou e Deus soberanamente nos livrou e nos alistou para o bom combate!

A nossa alma escapou, como um pássaro do laço dos passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos. O nosso socorro está no nome do SENHOR, que fez o céu e a terra.
Salmos 124:7-8

Sola Gratia!

Fonte: Josemar Bessa

segunda-feira, 16 de junho de 2014

O FORTE QUE SE FAZ FRACO PARA COM AQUELE QUE É FRACO E PENSA QUE É FORTE!


Por Fabio Campos

Texto base: “MAS nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos”. – Romanos 15.1 (AFC)

Querer agradar a nós mesmos é desagradar a Deus e ao próximo. Não agradar-nos para sustentar a fraqueza do outro, talvez seja, um dos mais belos atos de amor em prol do outro. Tornar-se fraco em amor para aquele que se diz forte é sem dúvida a marca do verdadeiro discípulo de Jesus que se fez carne e andou entre nós, ostentando a sua humanidade, mostrando que Deus é “manso e humilde de coração”.

Quem é não diz de si, mas dizem e assim o reconhecem. O forte de fato é aquele que em todo tempo permite e reconhece que é fraco. O forte chora dentro do quarto aos pés de Deus. O fraco brada em alto e bom som em meio à multidão. O forte tem a força de Deus. O fraco usa da fraqueza do homem. Quem é forte para com os homens é fraco para com Deus. O forte para com Deus é fraco perante os homens. Tudo é uma questão de quem se quer agradar.

O diabo nos para o pináculo do templo e nos apresenta todas as riquezas e poderes do mundo. Deus nos leva apara a cruz e nos apresenta todas as riquezas dos céus. O forte aguarda a eternidade e suporta em paz sua “leve e momentânea” tribulação. O fraco teme perder o seu tesouro terreno e anuncia guerra contra todos aqueles que o ameaça.

Um grande exemplo de pessoas fracas que se julgam fortes são os “jovens” rebeldes. Os pais ternos de amor pelos seus filhos se fazem fracos, mas são fortes. Os jovens são valentes a frente dos seus pais, pois sabem que nunca será desprezado e que todo castigo terá um fim. Em sua tolice faço coro com Olavo de Carvalho: “Amam o mais forte que o despreza, despreza o mais fraco que o ama”. Que Deus lhes tirem do castigo da sua cegueira e da santa ignorância de pensarem que são fortes sendo os mais fracos e dignos de pena.

Suportar o fraco é amar aquele que nunca lhe dará alguma paga. É escolher amar pelo amor de Deus que há dentro de si e nunca se basear por qualquer motivação exterior. Não é o relacionamento que sustenta o amor, como gritam as redes sociais - mas o amor que sustenta o relacionamento -, pois o apóstolo disse: “o amor tudo crê, tudo sofre, tudo suporta”!.

O fraco tenta mudar o outro. O forte muda a si mesmo para suportar o fraco. Jamais mudaremos alguém. Assim como seremos transformados apenas na glória, e Deus em Cristo nos suporta com o seu amor leal - assim também precisa acontecer conosco - entender que algumas pessoas não vão mudar no molde que desejamos, mas em Cristo podemos carrega-las nos ombros da misericórdia.

Deus conta conosco nesta difícil missão em suportar aquele que se diz forte, mas é fraco. Que esta palavra seja de alento a todos nós que estamos prestes a “chutar o balde” por não termos o cuidado merecido e por diversas vezes não ser lembrados e nem correspondidos em nosso amor. É certo que teremos o louvor do Senhor. Somente os “pacificadores” serão conhecidos como “filhos de Deus” – assim falou na sua própria autoridade Aquele se fez pobre para nos enriquecer. Você está preparado para amar muito e ser pouco amado (2 Co 12.15)?

Considere este artigo e arrazoe isto em seu coração,

Soli Deo Gloria!

Fonte: Fabio Campos