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sábado, 22 de fevereiro de 2014

Você já ouviu falar na possível história dos filhos de Jesus Cristo com Maria Madalena?!

Tema bastante controverso, recusado por 99% dos cristãos religiosos, a linhagem de descendentes de Jesus é uma hipotética linha tênue de descendentes diretos do Messias, junto com seu possível casamento com Maria Madalena. Diferentes versões contraditórias e de uma hipótese de linhagem de Jesus têm sido promovido por numerosos livros, sites e filmes de ficção e não-ficção no final do século 20 e início do século 21, quase todos foram classificados como obras de pseudo-história e teoria de conspiração. No post de hoje vamos abordar esses pontos de pesquisa e nortear o que é fato e o que é farsa nesta história.


1. De acordo com a maior parte de acadêmicos, não há nenhuma evidência histórica, bíblica, apócrifa, arqueológica, genealógica ou genética que apoia a hipótese de que Jesus tenha tido descendentes. Entretanto, eles afirmam que não se pode confundir este assunto com a genealogia de Jesus Cristo, conhecidos como “Desposyni”, que são seus avós, primos etc.;

2. Em 1982, um grupo de historiadores lançou uma teoria de que a linhagem de Jesus, casado com Maria Madalena, seria a dinastia merovíngia, que governou o atual território da França por muitos séculos durante a Idade Média. Essa teoria sempre foi a mais difundida pelo grupo conspiracionista conhecido como Priorado de Sião, reconhecido como inativo pelo governo francês;

3. De acordo com os teólogos, nem mesmo nos livros bíblicos apócrifos há referências de que Jesus Cristo tenha tido filhos;

4. Em 1980, alguns historiadores israelenses lançaram a hipótese de que Jesus teria tido pelo menos um filho legítimo com Maria Madalena, cujo nome era Judas. Entretanto, a especulação vinha de um manuscrito do século 5, considerado distante demais do período, quando o cristianismo já havia sido considerado a religião oficial do Império Romano, quando todos queriam ser descendentes Dele a fim de obter regalias junto ao Império Romano;

5. De acordo com os teóricos, nos livros apócrifos há referências demais de que Maria Madalena era, mesmo, a esposa de Jesus. Portanto, eles ligam a lógica: um casal, no século 1º d.C. teria dificuldades em não ter filhos, a não ser que um deles fosse estéril. Entretanto, para muitos médicos e historiadores, essa explicação não é totalmente válida;


6. Curiosamente, os primeiros líderes mórmons Jedediah Grant e Orson Hyde acreditavam que Jesus era um polígamo, tudo por conta da má interpretação de evangelhos apócrifos descobertos assim que eles co-fundaram sua religião;

7. Em outra linha de pesquisa, diz que após a ressurreição, Jesus foi embora com Maria Madalena para o sul da França e lá estabelecera uma família de sete filhos, que acabou se tornando a dinastia merovíngia mais tarde. Enquanto isso, Maria e João seguiram em vida missionária pela Armênia. Atualmente, historiadores explicam que essa versão francesa tem o objetivo de santificar os reis franceses na sua rixa contra as outras coroas, principalmente a britânica;

8. Para os crentes da teoria de uma família merovíngia cuja linearidade remonta Jesus, isso mostra que a França teria certa supremacia sobre o restante da Europa e do mundo, discurso que tenta explicar a escravidão, o neocolonialismo, o Destino Manifesto etc. Seria uma explicação anacrônica, que não tem nenhuma base histórica ou científica;

9. Para pesquisadores da história das religiões e teólogos que creem no possível casamento de Jesus com Maria Madalena, não há referência bíblica a uma linearidade dele: no episódio da crucificação não se fala em descendentes, mas somente em João, Maria e Maria Madalena assistindo à morte do personagem central – mesmo se estivermos trabalhando a questão do “Jesus histórico”. Depois, na sua ressurreição e retorno ao convívio social com seus apóstolos, não se fala em nenhuma escritura apócrifa que Ele tenha estado com “seus filhos”;

10. Entre os ciganos romenos e búlgaros há a crença de que Santa Sara Kali seja a filha de Jesus com Maria Madalena, pois de acordo com o folclore que envolve a santa, ambas desembarcaram juntas no sul da França depois que Jesus subiu aos céus deixando os seus na Terra para que espalhassem a Boa Nova. Para os estudiosos dessa tese, tudo está conforme a tradução do nome Sara, que em hebraico significa “Princesa”;


11. Outro ponto interessante a destacar é que a teoria que afirma que a dinastia merovíngia seja de parentes diretos de Jesus Cristo é apenas um estratagema para confirmar a teoria divina dos reis, que estes seriam representantes de Deus na Terra, ou então que eles estariam governando sob a vontade de Deus, não sendo qualquer pessoa escolhida para subir ao trono – chamada Teoria do Direito Divino;

12. Outro ponto importante se relaciona com o Priorado de Sião, também uma ordem religiosa e política francesa. O Priorado, hoje reconhecido pelo governo como uma ordem sem atividade, dizia que Jesus viveu com sua família os seus últimos anos em território francês, o que mostraria a predominância francesa sobre a história, como Joana d’Arc vencendo o exército inglês. Entretanto, de acordo com os historiadores, o Priorado de Sião era, na realidade, uma organização política escondida sob lençóis religiosos cujo objetivo era restabelecer uma monarquia absolutista na França em pleno século 20;

13. De acordo com paleontólogos, teólogos, arqueólogos e historiadores, muitas das “provas” daqueles que defendem a linhagem de Jesus Cristo com sua família usam “provas” que são reconhecidamente adulteradas e falsas, ou então cometem anacronismos absurdos, como analisar uma época a partir de fontes atemporais;

14. Em 2002, um dos pesquisadores disse que descobriu uma tradução de um evangelho apócrifo em que Cristo teria dito “minha esposa”. Entretanto, especialistas em linguagem copta afirmam que houve, neste caso, erro de tradução para reforçar uma tese sem fundamentos;

15. Um dos fatos é que desde a popularização de “O código Da Vinci”, vários livros e documentários têm sido produzidos enquanto teóricos e produtores ganham milhões de dólares com o mesmo assunto, as mesmas fontes e as mesmas teorias, muitas delas sem nenhum fundamento. Mas o que poucas pessoas sabem é que estes estudos já vinham sendo levantados por universidades americanas, francesas e israelenses desde a década de 1970;


16. Muitos autores que escrevem sobre a descendência que teria deixado Jesus na Terra afirmam que fazem isso não como uma forma iconoclasta de ferir a fé alheia, mas sim trabalhar questões que são consideradas tabus por muitos séculos, como a questão de “Jesus histórico”, como um homem que viveu como os demais entre nós;

17. Outros autores e tradutores dos apócrifos tentam mostrar muito mais do que a linearidade genealógica de Jesus Cristo, mas também o movimento feminista dentro de seu ministério, que teria sido cortado da Igreja a partir do Concílio de Niceia: Maria, sua mãe, e Maria Madalena, sua esposa, seriam importantes apóstolas, que não seriam somente doze, conforme diz a tradição. No evangelho apócrifo de São Tomé, por exemplo, afirma-se que “Maria Madalena era a apóstola favorita de Jesus, e que estes sempre estavam juntos em estudo, oração e família”;

18. Para alguns historiadores interessados no assunto e que vendem documentários, palestras e livros, a verdadeira Sagrada Família não seria composta de Jesus, Maria e José, mas sim de Jesus, Maria Madalena e Santa Sara Kali;

19. É interessante pontuar que nenhuma denominação que se diga cristã tenha aderido a estas teorias. Para elas, Jesus é o Messias, representante de Deus na Terra e, portanto, não teve tempo de se congregar “aos assuntos mundanos”, como casamento, por exemplo. Para todos os cristãos, Jesus ressuscitou, teve mais um tempo na Terra junto aos seus apóstolos, não teve nenhuma linearidade com Maria Madalena e foi arrebatado aos céus;

20. Para um grupo de protestantes norte-americanos, o livro do Apocalipse deveria ser retirado da Bíblia porque teria sido escrito por algum tipo de entidade satânica, ou pelo próprio Anticristo. Junto a este discurso, esse grupo alega que as afirmações que atestariam casamento e família de Jesus Cristo seriam obras satânicas para desviar a santidade de Jesus, vendo-o como um “homem simples como qualquer outro”;


21. Para os religiosos cristãos, a hereditariedade de Jesus Cristo e seu suposto casamento com Maria Madalena seriam lendas, como a que diz que José de Arimateia teria abandonado as terras de Israel para viver na Inglaterra e lá estabelecer o reino – mais uma tentativa de santificar uma coroa com um membro importante da Bíblia;

22. De acordo com os teólogos que estão sob o patrocínio de grandes instituições religiosas como o Vaticano, falar neste assunto com base em certos documentos seria como comparar tais documentos à maior fraude da história: os falsos documentos que falariam de uma intenção judaica de controlar todo o planeta;

23. Para os céticos, há um enorme hiato entre as provas iniciais da existência histórica de Jesus Cristo e o seu elo com famílias reais na Europa. Seria como a falta do famoso “elo perdido” de Darwin, que nos ligaria – seres humanos – aos macacos. Para esses céticos, seria mais uma prova do eurocentrismo que causou tantos problemas aos demais povos do planeta, principalmente durante as Grandes Navegações e o Imperialismo;

24. De acordo com os céticos ouvidos durante esta pesquisa, é muito complexo trabalhar esta questão uma vez que há um número excessivo de relatos orais, que com o tempo vão sendo deformados – aquela velha história: “quem conta um conto, sempre aumenta um ponto” – e os pesquisadores tentam em documentos atuais encontrar respostas de perguntas feitas há dois mil anos;

25. Alguns membros do clero católico acreditam que a teoria da família de Jesus Cristo seja uma propaganda anticristã a fim de manter desvalorizada a ideia de um homem santo que era Pai, Filho e Espírito Santo. Seria como o que houve a partir de 1517 na Europa, durante a Reforma Protestante, quando houve a história conhecida como Papisa Joana;


26. Durante estudos teológicos e historiográficos em livros bíblicos apócrifos ficaram fortes duas importantes evidências envolvendo a figura de Maria Madalena: (1) ela não era prostituta, e (2) ela era uma proeminente discípula do ministério de Jesus Cristo;

27. De acordo com sanitaristas, concluindo o caso, a probabilidade de uma linhagem de Jesus Cristo nos dias de hoje é praticamente impossível porque as famílias passavam por necessidades básicas extremas, a mortalidade infantil era gigantesca e durante a Idade Média o mundo todo viveu a Peste Negra, que dizimou mais de 1/3 do continente europeu.

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