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sexta-feira, 21 de março de 2014

O PERIGO DA DISTRAÇÃO

Por Pr. Silas Figueira

Texto Base At 6.1-7
INTRODUÇÃO
Onde há pessoas, geralmente, há problemas; e onde existem problemas tem o dedo do diabo nisso. Seja em nossa casa, no trabalho, na escola, num laser e porque não dizer dentro da igreja do Senhor. Com o crescimento da Igreja Primitiva - pois o Senhor havia concedido a Sua bênção ao trabalho dos apóstolos tanto na pregação quanto nos milagres – é nos dito que um problema surgiu dentro da igreja em Jerusalém em relação à distribuição da ajuda as viúvas, pois as viúvas helenistas estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Com isso houve murmuração dessas viúvas em relação aos apóstolos, dizendo que eles estavam favorecendo as viúvas hebreias e as esquecendo.
Diante dessa situação os apóstolos tiveram que tomar algumas decisões importantes para acabar com aquela murmuração, pois os apóstolos não poderiam deixar as viúvas desamparadas e nem deixar de fazer o que era realmente prioridade para eles, que era a oração e a pregação da Palavra.
É importante observar que esse ocorrido era mais um ataque do diabo a Igreja do Senhor. Em Atos 4 fala-nos do primeiro ataque contra a igreja vindo de fora – a perseguição por parte das autoridades judaicas. Em Atos 5 fala-nos do ataque vindo de dentro, quando Satanás tentou corrompê-la com a hipocrisia, com o casal Ananias e Safira. E o terceiro ataque, distrair os apóstolos da oração e da pregação através de algumas viúvas murmuradoras, para expor a igreja a erros e ao mal. Se ele tivesse obtido sucesso em qualquer uma dessas tentativas, a nova comunidade de Jesus teria sido aniquilada em sua infância. 
No primeiro ataque o diabo tentou parar a Igreja através do medo; no segundo através da hipocrisia, de pessoas se passando por espirituais, mas não passavam de gente querendo a honra para si; e no terceiro ataque, o diabo vem manhoso, mas tão perigoso quanto nas duas vezes. Pois agora ele vem para desmoralizar a liderança apostólica. 
Diante dos taques do diabo os apóstolos não esmoreceram, muito pelo contrário, agiram com garra e com coragem. Diante das autoridades judaicas não temeram, mas disseram com toda autoridade:
“Chamando-os, ordenaram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem em o nome de Jesus. Mas Pedro e João lhes responderam: Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At 418-20).
Diante da hipocrisia de Ananias e Safira - quando esse casal soube que Barnabé havia vendido uma propriedade e depositado aos pés dos apóstolos todo o dinheiro, pois havia muitas pessoas necessitadas na igreja na época; esse casal achou interessante esse ato e quis copiar. Eles vendem também uma propriedade, mas retiveram parte do dinheiro, no entanto, dizem para os apóstolos que aquela quantia era todo o valor da venda. Esse casal era mentiroso, hipócrita e queria os holofotes para si. Diferente de Barnabé que não fez isso para aparecer, mas para abençoar as pessoas necessitadas. 
Diante desse confronto com os apóstolos, esse casal veio a morrer. O Senhor os fulminou imediatamente após serem confrontados. Veja At 5.1-11.

Nesse terceiro ataque de Satanás os apóstolos tiveram que tomar decisões que evitasse a continuidade da murmuração. Pois agora, o ataque era com a tentativa de tirar o foco dos apóstolos da oração e da Palavra, ou seja, o intuito de Satanás era distraí-los. 
Observando esse texto nós podemos aprender com os apóstolos algumas lições importantes:
1 – PRIMEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE NA IGREJA SEMPRE HAVERÁ PROBLEMAS (AT 6.1). 
O crescimento da igreja sempre trará problemas, pois mais uma vez repetimos: onde há pessoas surgem problemas. E os problemas precisam ser enfrentados.
Entendamos o que estava acontecendo – O texto de Atos 6.1 nos diz: “Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária”.
Todo pastor quer que sua igreja cresça, mas com o crescimento surgem também os problemas. Não foi diferente na Igreja Primitiva. John Stott falando a respeito da Igreja Primitiva, nos chama a atenção à forma como temos olhado para aquela Igreja. Ele diz que “existe o perigo de romantizarmos a igreja primitiva, falando dela em tom solene, como se não tivesse falhas. Isso significa fechar os olhos diante das rivalidades, hipocrisias, imoralidades e heresias que atormentavam a igreja, como acontece ainda agora”. 
Esse problema surgiu porque havia duas classes de judeus na igreja. O primeiro grupo era composto pelos judeus que moravam em Jerusalém e Palestina e falavam o aramaico, o idioma ancestral. Esse grupo orgulhava-se de não ter assimilado nenhuma estrangeirice em sua cultura. O segundo grupo era formado pelos judeus que haviam morado fora da Palestina por muitas gerações, mas que depois do Pentecostes permaneceram em Jerusalém. Esses judeus haviam esquecido o hebraico e falavam o grego. Os orgulhosos judeus de fala aramaica tratavam com desprezo os judeus estrangeiros, embora os hebreus falassem a língua grega. Essa fissura no relacionamento manifestou-se na distribuição diária dos recursos (dinheiro). A queixa acerca da ajuda dos pobres não passava de mero sintoma de um problema mais profundo, a saber: os cristãos de língua hebraica e os de língua grega estavam divididos em dois grupos separados. E outro problema que havia era que os judeus de língua grega tinham hábitos gregos. Não era só a língua que os separava. 
Com esse problema instalado dentro da igreja, ela estava enfrentando três problemas seriíssimos: o orgulho, o preconceito e a divisão dentro da igreja. A igreja que contava com a simpatia de todo o povo (At 2.47), não estava sendo simpática com os seus irmãos estrangeiros que estavam dentro dos seus arraiais. 
Como o diabo é astuto. Ele tentou amedrontar os discípulos, mas não conseguiu. Tentou se infiltrar através da hipocrisia, mas foi desmascarado. Agora usa essa última cartada: a desmoralização da liderança. Irmãos, se nós não vigiarmos poderemos cair nos mesmos problemas que a Igreja Primitiva estava enfrentando, pois o diabo nunca deixará de atacar a igreja. 
Na igreja sempre haverá pobres e ricos, letrados e analfabetos, brancos e negros, orientais e ocidentais. Como nos fala em Ap 7.9,10: 
“Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação”.
Se o Senhor morreu por Sua Igreja que é composta por todos os povos quem somos nós para fazermos distinção de pessoas.
2 – SEGUNDA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE CORREMOS O RISCO DA DISTRAÇÃO (AT 6.2). 
Os apóstolos estavam cientes de que aquele problema era grave e era necessário resolvê-lo. Eles não fizeram “vista grossa” para o problema, pelo contrário, o enfrentaram e procuraram solucioná-lo. Mas para isso eles deveriam colocar outras pessoas para fazer tal tarefa, pois eles tinham outras prioridades. E a prioridade deles era a oração e pregação da Palavra.
Tudo indica que até aquele presente momento eram os doze que realizavam essa tarefa (At 4.35). Mas aquilo que funcionou bem ontem pode não funcionar tão bem hoje. Como Moody costumava dizer: “É melhor colocar dez homens para trabalhar do que tentar fazer o trabalho de dez homens”. Como diz a minha esposa, na igreja não podemos dispensar nem a ajuda das crianças.
DISCERNINDO AS PRIORIDADES
A organização é essencial – é preciso organizar a vida da igreja. Mas a questão é, até que ponto? Isso é importante porque, quando a organização se torna mais importante que a mensagem, inverte-se a posição do Novo Testamento e a tragédia vem em seguida. 
Observe o que os apóstolos disseram a igreja: “Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas” (At 6.2). A expressão servir às mesas significa garantir que as necessidades das viúvas sejam atendidas, ou seja, ocupar-se de questões financeiras e administrativas. É bom deixar claro que os apóstolos não viam a obra social inferior à obra pastoral, ou a considerasse pouco digna para eles. Não era isso. Cabia a eles a diaconia da palavra, e não a diaconia das mesas. 
Por que os apóstolos se posicionaram contra permanecerem nessa atividade? Porque para eles naquele momento era errado colocar o “servir às mesas” antes da pregação da palavra de Deus. 
Creio que existam três razões para isso:
1º- Porque é sempre errado colocar o homem antes de Deus. Assim como naquela época, o diabo quer fazer da criatura o centro de tudo, ou seja, colocar o homem acima de Deus. E colocar o homem no centro foi uma tentação muito sutil para a Igreja Primitiva. Não que seja errado fazer a obra social, socorrer ao necessitado, mas os apóstolos não foram chamados para esse serviço. 
Se os apóstolos cedem a essa tentação a humanidade não teria vindo a conhecer Deus e a Sua Palavra, ou seja, eles nunca teriam tempo para pregar o Evangelho. Todos os problemas do mundo atual decorrem do fato de que as pessoas não conhecem Deus e o Evangelho de Jesus Cristo.
Saiba de uma coisa, não se pode colocar o homem antes de Deus porque Deus é sobre todos. 
2º - Porque é errado colocar o corpo antes da alma. O homem não é somente corpo. Existe a parte imaterial do homem que necessita do alimento que só Deus pode alimentar. E esse alimento é o Evangelho. Tanto que o apostolo Paulo define o ministro do evangelho como despenseiro, ou seja, alguém responsável por dar o alimento às pessoas de uma casa. Essa dispensa é a Bíblia. 
A tragédia do homem é que ele não se importa com a alma, geralmente só pensam nos prazeres dessa vida. Como disse Paulo: “O deus deles é o ventre” (Fl 3.19). Quem vive só pensando no corpo e não se preocupam em alimentar a alma vivem por instinto, não passam de animais. 

3º - Porque é errado colocar o tempo presente antes da eternidade. O sustento do corpo pertence ao tempo. O sustento da alma pertence a eternidade. Na vida de cada um de nós virá o dia em que não estaremos interessados em comida e em que a comida não poderá ajudar-nos em nada; estaremos muito além disso. Como disse Paulo: “Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (2Co 4.18). 
A Palavra de Deus sempre tem que ter a prioridade, vindo até antes da beneficência e da bondade. Se você puser alguma destas coisas em primeiro lugar, estará invertendo coisas que nunca devem ser invertidas. Deus, depois o homem! A alma, depois o corpo! A eternidade, depois o tempo! 
Os apóstolos entenderam isso e não abriram mão de por em prática.
3 – TERCEIRA LIÇÃO QUE APRENDO QUE DIANTE DO PROBLEMA DEVEMOS BUSCAR A SOLUÇÃO (AT 6.3-6). 
Os apóstolos entenderam a legitimidade da diaconia das mesas. Eles reafirmaram a necessidade de continuar a assistência aos pobres. A evangelização não anula a ação social, nem esta dispensa aquela. Vemos através desse incidente o início do ministério diaconal na igreja, que posteriormente foi legitimado como lemos em 1Tm 3.8-13. 
Os diáconos não foram escolhidos pelos apóstolos, mas pela própria igreja. No versículo 5 nós encontramos a relação dos escolhidos. É interessante observar que todos os escolhidos têm nomes gregos, ou seja, eles nomearam exatamente entre os helenistas. Isso nos mostra a graça de Deus e a obra do Espírito Santo nos corações dos crentes de fala hebraica. Eles eram a maioria, mas escolheram todos os diáconos do grupo da minoria. Estes sete teriam a seu cargo a administração do fundo para os necessitados de ambos os grupos. Desse modo, nenhuma queixa podia ser apresentada pelos de fala grega. 
Com isso o Senhor quebrou a primeira barreira dentro da igreja. 
No entanto dentre os escolhidos havia um que não era judeu de língua grega, mas era um prosélito de Antioquia, ou seja, um gentio. Nicolau era grego de nascença, um gentio no contexto da igreja de Jesus; alguém que primeiramente havia se convertido ao judaísmo, mas agora estava convertido ao cristianismo. Isso é uma total quebra de preconceito. 
Mas para ser diácono dentro do contexto da igreja naquela situação eram necessários alguns critérios que têm sido esquecidos hoje em dia. 
1º Boa reputação – Pessoas que dessem bom testemunho para com os de dentro da igreja como fora dela.

2º Cheios do Espírito Santo – Esses diáconos deveriam ser crentes em Jesus e terem uma vida santa e irrepreensível.

3º Cheios de sabedoria – Esses diáconos deveriam saber minimizar e acabar com a murmuração das pessoas contra os apóstolos. E discernindo as viúvas que eram dadas às fraudes, às calúnias e à traição por palavras; pois, em seu trabalho de administração do dinheiro, naturalmente se encontravam com muitas pessoas dessa natureza. A sabedoria deles deveria ser tanto terrena quanto espiritual, pois deveria discernir o erro e abençoar as que deveriam ser socorridas. Veja o que Paulo falou a Timóteo sobre a questão das viúvas em 1Tm 5.3-16. Com isso vemos que as fraudes eram constantes dentro da igreja e possivelmente dentro da igreja em Jerusalém nessa época.
No versículo 6 lemos: “Apresentaram-nos perante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos”. É bom deixar bem claro que essa imposição de mãos não simboliza nenhuma transferência de poder como muitos pensam e pregam. Primeiro porque esses homens já eram cheios do Espírito Santo e mesmo que não fossem tal coisa não ocorre. Essa imposição de mãos era como um reconhecimento público do ministério que passariam a exercer e era um pedido a Deus de suas bênçãos sobre eles para exercerem com êxito esse ministério. 
4 – QUARTA LIÇÃO QUE APRENDO QUE QUANDO A LIDERANÇA SE DEDICA A ORAÇÃO E A PREGAÇÃO DA PALAVRA HÁ CRESCIMENTO NA IGREJA (At 6.7).
O resultado da medida tomada pelos apóstolos acalmou os ânimos dos helenistas, estancou a murmuração, trouxe contentamento para a igreja, distribuiu o trabalho e liberou os apóstolos para focarem no ministério que lhes havia sido confiados. A palavra não pode se espalhar quando o ministério da palavra está sendo negligenciado. Por outro lado, quando os pastores se dedicam à Palavra, ela se espalha. O resultado é o que lemos no versículo 7: “Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé”. 
Os dois verbos “crescia” e “multiplicava” estão no tempo imperfeito, indicando que o crescimento da palavra e a multiplicação da igreja eram contínuos. Mas saiba de uma coisa, onde falta a Palavra cresce o pecado. Que não venhamos calar os nossos lábios e nem nos distrairmos com problemas que podem nos tirar do verdadeiro foco. 
CONCLUSÃO 
Há no Antigo testamento uma declaração que penso ser uma das mais alarmantes de toda a Bíblia. O Senhor adverte a nação de Israel por meio do profeta Amós que diz: 
“Eis que vêm dias, diz o SENHOR Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR” (Amós 8.11). 
E essa é a calamidade final porque, se você não ouvir a Palavra de Deus, nada lhe restará. As coisas que se veem, baseado nas quais você vive não lhe trará nenhuma esperança. Fome de ouvir a Palavra do Senhor, isso é muito pior do que morrer de fome por falta de alimento, ou morrer de sede ou por alguma enfermidade. Lembre-se do que disse Davi no salmo 42.1,2: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?”
Por isso que os apóstolos disseram: “Não é razoável que nós abandonemos a palavra para servir s mesas”. (At 6.2b). Não que a obra social não seja importante, mas sem a Palavra o povo perece. 
Que o Senhor nos ajude a preservarmos o zelo pela Palavra sem omitirmos a obra social!

Geoengenharia pode amplificar efeitos do aquecimento global

Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/03/2014
Alguns cientistas propõem vários tipos de manipulação do clima para tentar frear o aquecimento global.

Contudo, um número cada vez maior deles alerta que isso pode piorar a situação.

Uma das propostas mais populares consiste na pulverização de partículas reflexivas na atmosfera para refletir a luz solar, impedindo que o calor chegue à superfície.

Contudo, se isso começar a ser feito - eventualmente em escala experimental - e depois for interrompido, os efeitos sobre o aquecimento global seriam catastróficos.

A interrupção da geoengenharia faria com que a taxa de aquecimento global se elevasse a uma taxa muito superior à que seria esperada devido ao aquecimento global como este vem sendo monitorado hoje.

"A temperatura absoluta acaba sendo praticamente a mesma que a que teria sido, mas a taxa de mudança é tão drástica que os ecossistemas e organismos têm muito pouco tempo para se adaptar às mudanças," disse Kelly McCusker, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.

Gestão da radiação solar

O estudo analisou a gestão da radiação solar, um método de geoengenharia que propõe pulverizar partículas à base de enxofre na atmosfera superior para refletir a luz solar. Os proponentes dessa técnica afirmam que ela seria semelhante ao que acontece após uma grande erupção vulcânica.
Mas a implementação contínua ao longo dos anos depende de que a coisa funcione de fato e de que não comecem a surgir efeitos colaterais negativos - sem contar a necessidade da manutenção das fontes de financiamento e os acordos entre os países sobre os efeitos locais.
Este é o maior problema, alertam os pesquisadores: se a geoengenharia começar e for interrompida, tudo fica pior.

A equipe usou um modelo climático global no qual tudo continua como está hoje, com o ritmo das emissões se mantendo até 2035, o que se calcula fará as temperaturas subirem 1° C acima da média 1970-1999.

Nesse caso, se a geoengenharia for implementado durante 25 anos, e então interrompida, a temperatura global poderia subir 4° C nas três décadas seguintes, uma taxa mais do que o dobro da que teria ocorrido se nada tivesse sido feito.

"A taxa de aquecimento global projetada hoje seria realmente prejudicial para um monte de organismos, de modo que se você aumentar por um fator de 2 a 3, então esses organismos encontrarão ainda mais dificuldades para a adaptação ou migração," disse McCusker.

Perigos da geoengenharia

Os resultados vêm se somar a outro trabalho recente feito por pesquisadores britânicos que apontam para o risco de implementação e interrupção da geoengenharia. Os pesquisadores britânicos compararam vários modelos climáticos, mostrando que o resultado é o mesmo nos vários tipos de modelos.

Isso destrói um dos principais argumentos dos defensores da geoengenharia, de que é melhor tentar fazer algo, um argumento que, de resto, não se baseia em conclusões científicas, mas em opiniões pessoais sobre rotas de ação a seguir.

Outros estudos já demonstraram que a geoengenharia pode transformar o aquecimento global em seca global e até destruir o azul do céu.

O exemplo mais esclarecedor, contudo, pode ser encontrado em uma tentativa de manipulação do clima que já resultou em fracasso:
Bibliografia:

Rapid and extensive warming following cessation of solar radiation management
Kelly E McCusker, Kyle C Armour, Cecilia M Bitz, David S Battisti
Environmental Research Letters
Vol.: 9 024005
DOI: 10.1088/1748-9326/9/2/024005

Fonte: Inovação Tecnológica

quarta-feira, 19 de março de 2014


Por Josemar Bessa
Quem está sendo adorado em nossos cultos? Hoje é comum o pensamento de que o propósito do culto é entreter, animar... A idéia não é adorar a Deus maravilhados no temor santo de Sua graça infinita manifestada em nós por amor a Cristo. O culto deixa assim de ser a agitação de todas as afeições santas produzidas em nós pelo Espírito através da revelação plena de Sua Palavra.

Não! As pessoas se reúnem muitas vezes para consumir, sentar, desfrutar de uma experiências musical, achar um pouco de auto-ajuda e conselhos para interesses próprios não centrados e nem com o propósito de glorificar a Deus. A mensagem deve ser não ofensiva ao ego sensível, não deve gerar desconforto... As pessoas estão ali para consumir como o fazem em teatros, cinema...

Quais são as razões pelas quais a grande maioria das pessoas escolhem onde congregar? Sequer pensam em escolher por causa da pregação das Escrituras que o levem de fato conhecer a Deus mais e mais... escolhem por fatores externos estranhos ao evangelho. A avaliação tem os mesmos aspectos que teriam ao se avaliar um restaurante... O ambiente, as luzes, a música, o ar-condicionado... ou um clube, ou um shopping... que tipo de rapaziada tem lá, que tribo frequenta...

Essa mentalidade abraçada nada mais é que um culto a si mesmo. E hipocritamente uma igreja profana chama isso de um culto “sensível” – Sensível a quem? Quando o objetivo de uma igreja é auto-congratulação ela se tornou idólatra e presta serviço e culto a si mesma e não é mais dirigida pelo mandamento de adorar somente a Deus. O foco está em si mesmo o culto se torna sessões psicológicas cujo principal propósito é gerar bons sentimentos sobre nós mesmos – O que é isso senão idolatria? A violação do primeiro mandamento?

Esta realidade está devorando a “igreja” de nossa geração” – Perdendo o foco de que Cristo é tudo, começamos a perguntar tudo o que podemos encontrar fora dEle que faça a vida satisfatória.

A verdadeira adoração é prestada a um Deus Santo! O que nos leva sempre a reconhecer que somos merecedores do inferno e que segundo tão somente a graça, pelo sangue de Cristo podemos entrar na presença desse Deus santo. Do começo ao fim adoramos o Deus da graça. Portanto a verdadeira adoração é uma perda de toda confiança em si mesmo e vendo somente a obra de Cristo como a centralidade do que somos, vivemos, e que se expressa em nosso culto, ou nosso culto é uma farsa.

Quando acreditamos que devemos ser satisfeitos em vez de Deus ser glorificado em nossa adoração, colocamos Deus abaixo de nós mesmos, com se a adoração e o culto fosse algo para nós e não para Deus. 
Fonte: Josemar Bessa

Jesus, amigo de pecadores: como?



Por Kevin DeYoung 
Qualquer um que conheça alguma coisa sobre os evangelhos – e mesmo aqueles que não conhecem – sabe que Jesus era amigo de pecadores. Ele muitas vezes atraia a ira dos escribas e fariseus por comer com pecadores (Lucas 15.2). Jesus claramente reconheceu que um dos insultos atirados contra ele era que ele era “um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!” (Lucas 7.34). Nós cristãos adoramos essa história porque ela significa que Jesus é amigo de pecadores como nós. Também nos sentimos desafiados pelo exemplo de Jesus a nos certificarmos que não rejeitamos ninguém de alguma forma que Jesus jamais faria.

Por mais preciosa que essa verdade seja – que Jesus é amigo de pecadores – como qualquer outra verdade preciosa da Bíblia, ela deve ser protegida de erros doutrinários e éticos. É muito fácil, e incrivelmente comum, que cristãos (ou não cristãos) peguem a verdade geral de que Jesus era amigo de pecadores e a torcem até não ser mais reconhecida. Assim, “Jesus comia com pecadores” se torna “Jesus adorava uma boa festa”, que se torna “Jesus estava mais interessado em demonstrar amor do que tomar partido”, que se torna “Jesus sempre estava do lado dos não religiosos”, que se torna “Jesus pouco se importava com as violações da Torá”.

Aqui temos um exemplo de como uma verdade pode ser usada como uma meia verdade a serviço de uma mentira. Certa vez, quando era mais novo no ministério, fiz um comentário corriqueiro sobre como Jesus “andava com os bêbados”. Fui sabia e gentilmente corrigido por um cristão mais velho que já tinha enfrentado problemas de vício em álcool. Ele me desafiou a encontrar qualquer passagem da Escritura em que Jesus estivesse apenas “andando” com pessoas em estado de embriaguez. Na tentativa de acentuar a graça de Cristo, pisei além (ao redor, por cima e para longe) do texto bíblico e falei como se Jesus não gostasse de outra coisa além de jogar tempo fora com o Zach Galifianakis em Se beber não case.

Se queremos celebrar o fato de que o Senhor Jesus é um grande amigo de pecadores – e deveríamos – precisamos prestar cuidadosa atenção às formas em que Jesus de fato foi amigo de pecadores. Fora a história da mulher pega em adultério (por motivos de crítica textual), eu contei cinco passagens principais nos evangelhos onde Jesus foi repreendido por estar perto demais dos pecadores.

Mateus 9.9-13; Marcos 2.13-17; Lucas 5.27-32 - Essa é a história do chamado de Mateus, o coletor de impostos, para ser seu discípulo. Aqui vemos Jesus tomando lugar à mesa com muitos coletores de impostos e pecadores “porque estes eram em grande número e também o seguiam” (Marcos 2.15). Quando os escribas e os fariseus murmuram a respeito de suas companhias, Jesus diz a eles que não veio “chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento” (Lucas 5.32).

Mateus 11.16-19; Lucas 7.31-35 – Aqui Jesus repreende os “homens da presente geração” porque rejeitaram João Batista, por ele ser muito rígido, e rejeitaram o Filho do Homem por ser muito relaxado. É desse incidente que temos a frase “amigo de pecadores”. Vale notar que esse foi um insulto direcionado a Jesus por seus inimigos. Isso não significa que Jesus não o era e que não deveríamos cantar sobre isso, mas essa passagem sugere que Jesus não se encaixava de todas as maneiras nessa descrição. Se Jesus não era “um glutão e bebedor de vinho”, como seus oponentes diziam, talvez ele também não fosse “amigo de publicanos e pecadores” da mesma maneira que eles imaginavam.

Lucas 7.36-50 – Logo após vem outra história parecida em Lucas. Uma mulher pecadora unge Jesus com um perfume precioso, enxuga os pés de Jesus com suas lágrimas e com seu próprio cabelo. Quando Jesus é corrigido por deixar essa “pecadora” tocá-lo, ele lembra a Simão que aqueles a quem muito é perdoado amam muito. No fim, Jesus perdoa a mulher de seus pecados e anuncia “A tua fé te salvou; vai-te em paz” (Lucas 7.50).

Lucas 15.1-2 – O contexto das parábolas da ovelha perdida, da moeda perdida e do filho perdido em Lucas 15 está nos primeiros versos do capítulo. Conforme os publicanos e pecadores “aproximavam-se de Jesus”, os fariseus e escribas murmuravam que Jesus estava os recebendo e comendo com eles. As três parábolas que se seguem demonstram como Deus busca os perdidos (15.3, 8, 20) e o quão feliz Deus fica quando pecadores se arrependem (15.7, 10, 21-24).
Lucas 19.1-10 – Novamente, os líderes judeus murmuram porque Jesus “ele se hospedara com homem pecador” (Lucas 19.7). Por mais que Zaqueu tenha se arrependido e mudado (19.8), os judeus simplesmente não conseguem aceitar que o Filho do Homem tenha vindo para buscar e salvar os perdidos (19.10) e que esse publicano famoso tenha sido salvo (19.9).

Assim, que lições podemos tirar desses episódios? De que forma Jesus era amigo de pecadores? Ele tinha uma estratégia para alcançar coletores de impostos? Ele “andava” indiscriminadamente com beberrões e prostitutas? Ele era um messias do relaxado do tipo “deixa a vida me levar”? O que vemos do conjunto dessas passagens é que os pecadores eram atraídos por Jesus, que Jesus gastava tempo com esses pecadores que estavam abertos a seus ensinamentos, que Jesus perdoava pecadores arrependidos e que Jesus abraçava pecadores que criam nele.

Jesus era amigo de pecadores não porque fazia vista grossa ou ignorava o pecado ou gostava de uma festinha com aqueles que se envolviam com imoralidade. Jesus era amigo de pecadores no sentido de que veio para salvar pecadores e ficava muito feliz em receber aqueles que estavam abertos ao evangelho, que se arrependiam de seus pecados ou que estavam no caminho para colocar sua fé nele.

Fonte: Reforma 21

segunda-feira, 17 de março de 2014

O que é avivamento?

Campo2

Por Maurício Zágari

Um dos conceitos mais falados na igreja mas menos compreendidos é o de avivamento. Há muitas ideias erradas sobre o que isso significa exatamente – como, por exemplo, o pensamento de que uma igreja avivada é aquela com muito barulho ou muito movimento. E não é nada disso. Para compreendermos exatamente o que avivamento significa, precisamos analisar muito bem o que esse fenômeno envolve. Não vou listar aqui histórias de avivamentos ou coisa parecida. Não desejo falar de “Pecadores nas mãos de um Deus irado”, de John Wesley ou de George Whitefield. Tampouco quero discorrer acerca dos grandes despertamentos da era moderna, muito menos do que ocorreu na rua Azuza ou em Pensacola. Se você quiser se aprofundar no tema, recomendo que leia o excelente livro “O Verdadeiro Avivamento”, de John Armstrong (editora Vida) – a meu ver, o melhor já publicado no Brasil sobre o assunto. O meu objetivo neste texto é apenas fazer uma síntese de como enxergo o fenômeno do avivamento cristão e as principais consequências disso para a sua vida.

A primeira pista está no próprio nome. A maioria de nós entende “avivamento” como “o ato de tornar vivo”. Ou seja, pegar algo morto e avivar, dar vida. Só que essa não é a única definição. O dicionário explica que “avivar” também é “dar vivacidade a algo”, “tornar mais vivo”, “renovar”.

Então, “avivamento” não se refere somente a dar vida a algo morto. Se isso fosse verdade, avivamentos espirituais viriam apenas sobre o mundo – que está morto em seus delitos e pecados – e não sobre a Igreja. Só que avivamentos acontecem justamente no Corpo de Cristo. Portanto, o conceito essencial de avivamento cristão é “dar vivacidade à Igreja”, “tornar a Igreja mais viva”. Assim, uma igreja que precisa de avivamento é aquela que está viva por estar enxertada na Videira mas que se encontra sem vivacidade – isto é, sem fulgor, energia, vigor.

A morte do mundo é não ter Deus. A “morte” no seio dos cristãos é viver como se não tivesse Deus.

Todo cristão crê que Deus existe. Mas daí a viver como se ele existisse… a distância é enorme. Eu posso crer que Jesus é meu Senhor e Salvador mas isso não ter consequência alguma na minha vida. Seja franco e olhe ao redor: você não vê isso acontecer aos montes? Assim, creio em Cristo mas vivo pecando sem me arrepender; amo ao Senhor sem compartilhar esse amor com os perdidos; valorizo a oração mas não tenho uma vida de oração; carrego a Biblia para cima e para baixo mas jamais estudo o texto sagrado; sei da importância do próximo mas não faço nada por ele… enfim, a perda de vivacidade do cristão ocorre não no que tange à perda da salvação, mas sim a um relacionamento tão mirrado com Deus e o próximo que o indivíduo torna-se espiritualmente esquelético. Pele e osso.

A imagem que vem à minha mente quando penso no cristão que precisa de um avivamento é a dos sobreviventes dos campos de concentração nazistas na 2a Guerra Mundial. Olhe para as fotos daqueles homens e mulheres raquíticos e me responda, sinceramente: parecem pessoas plenamente vivas ou sem nenhuma vivacidade… mortas em vida? Quase zumbis?

Aqueles homens e mulheres estavam vivos, o ar entrava em seus pulmões e o sangue circulava por suas artérias, mas… encontravam-se sem vida. Apáticos. Acordavam de manhã sem propósitos. Sobreviviam, sem viço e sem vigor. Compreende o que quero dizer? Do que aqueles sobreviventes do holocausto precisavam assim que foram resgatados dos campos de concentração? De vida. Ser avivados.

Ou seja: avivamento.

Aqueles esqueletos ambulantes saíram do cativeiro famintos e sedentos, desesperados por comer e beber e, assim, nutrir seu corpo. De igual modo, cristãos espiritualmente esqueléticos que são tocados pelo Espírito Santo tornam-se famintos e sedentos de Deus, desesperados por ter mais e mais do Senhor.

Cristãos sem fulgor, energia e vigor são como pessoas anoréxicas: estão extremamente desnutridas mas não se dão conta disso. É quando chega o avivamento: Deus os toca sobrenaturalmente e desperta neles uma fome incontrolável, que antes não sentiam – e fome de Deus: avivamento leva cristãos a buscar desesperadamente nutrição espiritual. De forma prática, avivamento leva você ao joelho, numa busca ávida por relacionamento com o Senhor. Também faz com que mergulhe nas páginas das Escrituras, numa sede gigantesca por conhecer mais e mais do Criador. Desperta no seu coração um amor sem tamanho pelos perdidos, que conduz invariavelmente ao compartilhamento ousado de Cristo – evangelismo. Avivamento também acende em sua alma o fogo do amor ao próximo e o leva a atos de devoção, entrega e caridade.

Em outras palavras, o cristão avivado é o que deseja relacionar-se sempre e mais com Deus, e que transborda de amor pelo próximo.

Infelizmente, muitos de nós acreditam que avivamento é quando a congregação começa a fazer muito barulho, berrar em línguas estranhas, ficar gritando “glória a Deus” e coisas do gênero. Não é nada disso – e falo como pentecostal. Tente visualizar aqueles esqueléticos sobreviventes dos campos de concentração, sedentos e famintos por algo que lhes dê vida e, de repente, começam a rodopiar, saltar, pular e gritar. Isso os faria ter mais vida como? Acreditar que devolver a vivacidade a alguém é fazer com que ele fique gritando e pulando é não compreender o significado de “vida”. Precisamos compreender que o avivamento cristão é o surgimento sobrenatural de uma necessidade desesperada e incontrolável por se relacionar com Deus e se aproximar dele numa intimidade inédita até então. E o Senhor não é surdo: podemos fazer isso sem barulho. Pois relacionamento com barulho é relacionamento, mas barulho sem relacionamento é só barulho.

Eu disse no início do texto que “o conceito essencial de avivamento cristão é dar vivacidade à Igreja”. Ou seja, é uma manifestação interna, que brota no Corpo de Cristo. Mas há um detalhe: quando o avivamento ocorre, a vida passa a fluir com tanto vigor e força pelas veias dos cristãos avivados que torna-se impossível conter tanta presença divina dentro das paredes da igreja. Portanto, sempre que ocorre avivamento, a vida transborda para fora e acaba levando a muitas conversões. Sim, essa é outra marca de um avivamento cristão real: salvação em massa. Centenas, milhares de pessoas sendo alcançadas pela graça salvadora de Cristo. Se você ouve dizer que em certo lugar está havendo um avivamento mas não há conversões de pecadores, pode ter certeza de que não é avivamento. Olhe para as imagens dos sobreviventes dos campos de concentração. Você consegue imaginar esses seres humanos gerando novos seres humanos? Se eles mal têm disposição para manter a si mesmos em pé, quanto mais gerar novas vidas. Como uma mulher que é pele e 0sso conseguiria nutrir por nove meses um feto, se mal tem vida para si? E como amamentar um bebê, se não tem nutrientes? Mas, uma vez que essas pessoas forem nutridas, alimentadas, saciadas, aí sim terão energia e forças para gerar novas vidas. De igual modo, a igreja avivada gera muitos filhos. E, desse modo, cresce.

Haveria muito mais a dizer sobre avivamento. Mas esta é a essência: avivamento cristão é a busca desesperada por relacionamento com Jesus de Nazaré. É a injeção caudalosa de Deus nas veias de almas apáticas, improdutivas e espiritualmente esqueléticas. É a seiva da Videira fluindo com tal força que transborda e espirra para todos os lados, fazendo mais e mais galhos se ligarem ao seu tronco.

Historicamente, avivamentos ocorrem por iniciativa única e exclusiva do Senhor. É uma ação unilateral. Eu não posso “produzir” um avivamento. Mas, quando olhamos para os grandes avivamentos da história, vemos um aspecto em comum às igrejas, denominações, cidades e nações onde brotaram avivamentos: sempre havia nesses lugares um pequeno núcleo de cristãos que oravam incansavelmente, clamando a Deus que mandasse um avivamento. É só o que podemos fazer: pedir e esperar, exatamente como os sobreviventes dos campos de concentração: eles não tinham como produzir alimento ou vida a partir do nada. Mas podiam pedir. No dia em que o exército aliado libertou os sobreviventes do holocausto, a primeira coisa que aquelas pessoas lhes pediram foi comida e bebida. E receberam.

Você quer experimentar um avivamento? Ore. Peça. Clame. E, se aprouver a Deus promover um verdadeiro avivamento, prepare-se para sentir a maior fome e sede de Jesus que já sentiu em toda a sua vida.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício

Fonte: Apenas

sábado, 15 de março de 2014

Fé para Operar Milagres

Por Arthur W. Pink   

Durante o último século, dois erros cardeais foram cometidos a respeito de muita coisa contida nos Evangelhos – erros que têm prevalecido muito entre cristãos professos e que têm produzido grande destruição. Cada um desses erros dizem respeito àquela interpretação e aplicação do conteúdo dos quatro Evangelistas quanto ao que pertence e o que não pertence ao povo do Senhor hoje. O primeiro desses erros foi dispensacional. Foi erroneamente adotada a opinião de que, como o ministério de nosso Senhor limitou-se à Palestina, enquanto o Templo ainda estava de pé em Jerusalém, este foi, portanto, de caráter exclusivamente “judaico”, e os santos de nossa era devem voltar-se apenas para as Epístolas do Apóstolo dos gentios em busca de suas ordens de marcha. Tal erro é refutado pelos versos iniciais de Hebreus (onde o ministério de Cristo é contrastado com o dos Profetas), e pelo fato de que a grande divisão de tempo entre a.C. e d.C. é datada a partir do nascimento de Cristo, e não da Sua morte ou mesmo da Sua ascensão.

O segundo erro é prático. Aqui o pêndulo balançou para o extremo oposto. No primeiro caso, uma tentativa insidiosa e persistente foi feita para privar os santos de uma parte valiosa da sua legítima herança, tirando deles preceitos necessários e promessas preciosas sob o pretexto de que eram propriedade exclusiva dos judeus. Mas, no último caso, que agora deve ocupar mais completamente a nossa atenção, promessas que foram feitas a uma classe particular foram distribuídas universalmente, promessas que pertenciam apenas aos apóstolos e aos cristãos primitivos têm sido erroneamente aplicadas a todos os crentes em geral. O resultado foi que falsas expectativas foram geradas, vãs esperanças despertadas, selvagem fanatismo encorajado – e aqueles que entraram em contato com esta perversão da Verdade têm visto que efeitos trágicos se seguiram – milhares fazendo completo naufrágio da fé.

Sem dúvida parecerá a alguns de nossos amigos que estamos pisando agora em solo delicado, pois assegurar-lhes de que alguma das promessa feitas por Cristo aos Seus discípulos, promessas que vários de nossos leitores podem ter aprendido que são bases legítimas para apoiarem a sua fé, não pertencem – em seu sentido primário – de modo algum a eles, deve se mostrar inquietante e desapontador. Portanto, prosseguiremos cuidadosa e lentamente, e pediremos que ponderem com especial diligência o que se segue. “E estes sinais seguirão aos que crerem: Em Meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão” (Mc 16:17, 18). Ora, estas são as palavras do Senhor Jesus, mas será podemos nos apropriar delas hoje e esperar um cumprimento literal das mesmas? Há aqueles que respondem com um enfático Sim, embora duvidemos muito de que muitos leitores regulares destas páginas façam isso.

Ora, os versos que acabamos de citar dizem respeito aos milagres que acompanharam a pregação do Evangelho nos primeiros dias desta dispensação cristã, e é preciso notar devidamente que esses milagres resultaram do exercício da fé. Isto acreditamos que será tão evidente para os nossos leitores que não ocasionará nenhuma dificuldade. Mas existem outras passagens nos Evangelhos que tratam do mesmo assunto – promessas similares dos lábios do Salvador que podem não parecer tão simples – e é a elas que nos voltamos agora. “E, tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis” (Mt 21:22). Esta mesma promessa, ligeiramente diferente, encontra-se novamente em: “Por isso vos digo que todas as coisas que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis” (Mc 11:24). Quantas vezes esta promessa tem sido apropriada por cristãos e sinceramente pleiteada diante de Deus, apenas para não receber nenhuma resposta. Os tais têm atribuído esta falta de resposta ao fracasso da sua fé (ou são informados de que esta é a causa), ao invés de perceberem que estavam apoiando a sua fé em um fundamento ilegítimo.

“E, tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis” (Mt 21:22). Nossa primeira preocupação deve ser averiguar a quem essas palavras foram primeiramente dirigidas, e a circunstância que as ocasionou – considerações que geralmente são de primeira importância como auxílios a uma verdadeira aplicação de um verso, pois, se o contexto é ignorado, equívocos certamente se seguirão. Os versos imediatamente precedentes registram a maldição de nosso Senhor sobre a figueira e o efeito que isto causou sobre aqueles que O assistiam. O verso 20 diz: “E os discípulos, vendo isto, maravilharam-se, dizendo: Como secou imediatamente a figueira?”. Marcos nos diz: “E Pedro (o porta-voz dos apóstolos), lembrando-se, disse-Lhe: Mestre, eis que a figueira, que Tu amaldiçoaste, se secou” (11:21). Foi então que Cristo respondeu: “Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te, e precipita-te no mar, assim será feito; e, tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis” (Mt 21:21, 22).

Deve ser lembrado que, em uma data anterior, Cristo havia designado 12 de Seus discípulos para pregarem o Evangelho e realizarem milagres em confirmação à sua comissão. “E, chamando os Seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade” (Mt 10:1) – esses poderes miraculosos eram primariamente aquilo a que Paulo se referia quando falou que “os sinais do Seu apostolado foram manifestados entre vós” (2 Co 12:12). Lucas nos informa que, “depois disto designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os adiante da Sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir” (10:1), mandando que “curassem os enfermos” (v. 9). Os mesmos devidamente voltaram e declararam: “Pelo Teu nome, até os demônios se nos sujeitam” (v. 17). Assim, fica bastante claro que a promessa de Mt 21:22 foi feita àqueles que estavam na posse de poderes miraculosos, e era designada para o seu encorajamento pessoal.

Antes de avançarmos, assinale-se que o que estamos apresentando neste artigo não é novidade de nossa própria invenção, mas antes uma linha de interpretação (ah, desconhecida de muitos nesta época superficial) exposta por muitos eminentes servos de Deus do passado. Por exemplo, em suas notas sobre Mt 21:21, 22, Thomas Scott escreveu: “Quando Jesus observou a surpresa dos discípulos, Ele novamente lhes mostrou a energia da fé, com uma referência especial ao poder de operar milagres em Seu nome. Sempre que uma ocasião apropriada para realizar um milagre em apoio à sua doutrina se oferecesse, e fossem confiando no Seu poder e não duvidando da Sua cooperação, eles não apenas seriam capacitados a realizar obras tão maravilhosas como a de secar a figueira infrutífera, mas até o Monte das Oliveiras, pelo qual estavam então passando, poderia, à sua palavra, ser removido e lançado no mar! Ou seja, nada que empreendessem seria impossível para eles”. Do mesmo modo, Matthew Henry também disse sobre Mc 11:22, 23, “Isto deve ser aplicado primeiro àquela fé de milagres com que os apóstolos e os primeiros pregadores do Evangelho foram dotados, os quais fizeram maravilhas em coisas naturais”.

Indaguemos, a seguir, quanto à extensão desta promessa: “Tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis”. Embora esta linguagem seja indefinida e não limitada, não estamos autorizados a tirar a conclusão de que deva ser tomada sem qualquer limitação. A partir do contexto imediato, fica bastante claro que esta promessa dizia respeito exclusivamente à operação de milagres. O objetivo de Cristo era assegurar os Seus apóstolos de que, se eles orassem com fé por qualquer dom ou poder sobrenatural em particular, esse dom ou poder seria concedido a eles. Mas não temos base para crer que, se aqueles apóstolos orassem por algo diferente, não importa quão firme a sua expectativa, eles receberiam o mesmo. Eles não tinham justificativa para estender os termos da promessa além do que era autorizado pelo propósito óbvio de seu Mestre naquela ocasião especial.

Embora os Doze tenham sido dotados de poderes sobrenaturais, se tivessem orado pela concessão sobre si mesmos de qualquer benção temporal ou espiritual, não haveria absolutamente nada nesta promessa particular que garantisse uma resposta a qualquer desses pedidos. Assim como nós, os apóstolos e os cristãos primitivos estavam sujeitos à pobreza, doença, e todas as provações e aflições comuns desta vida presente. Não temos motivo para duvidar de que eles – pois eram homens sujeitos às mesmas fraquezas que nós – orassem pela sua remoção ou mitigação, contudo, sabemos, a partir de outras Escrituras, que suas orações a respeito destas coisas nem sempre eram atendidas. Isto mostra de uma só vez que a promessa de Mt 21:22 não era universal, pois, neste caso, eles poderiam ter buscado quaisquer favores temporais com a mesma fé e certeza de serem ouvidos que quando orassem para que milagres fossem operados pelas suas mãos.

Mas consideremos agora a condição que nosso Senhor estabeleceu: “Tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis”. A mesma estipulação encontra-se novamente na passagem paralela: “Todas as coisas que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis” (Mc 11:24). Esta promessa feita por Cristo com respeito à operação de milagres estava assim condicionada ao exercício de um certo tipo de fé. Se aqueles aos quais ela foi feita realmente expressassem a fé exigida, então a sua fé asseguraria absolutamente o cumprimento da promessa. Por outro lado, se falhassem em expressar a fé especificada, então a sua petição não seria concedida. Assim como a maioria das promessas da Escritura, esta também era condicional.

Mateus 17 fornece-nos uma ilustração dos apóstolos sendo incapazes de realizar um milagre desejado por causa do seu fracasso em satisfazer à condição vinculada à promessa que estamos aqui considerando. Ali lemos acerca de um certo homem vindo até Cristo em favor de seu filho extremamente aflito, implorando ao Salvador para que tivesse misericórdia dele, e dizendo: “Trouxe-o aos Teus discípulos; e não puderam curá-lo” (v. 16). Após o Senhor ter curado o jovem possesso pelo demônio, Seus discípulos perguntaram por que foram incapazes de realizar este milagre. Sua resposta é instrutiva, pois confirma definitivamente o que dissemos antes: “E Jesus lhes disse: Por causa de vossa incredulidade; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível” (v. 20). A seguir, devemos indagar em que esta fé para operar milagres diferia de qualquer outro tipo de fé. A resposta: ela se apoiava em um fundamento completamente diferente. Em primeiro lugar, ela só poderia ser exercida por aqueles que haviam sido especialmente dotados de poder sobrenatural para operar milagres, o que pertencia apenas aos servos de Cristo no começo desta era cristã. E, em segundo lugar, tal fé deveria se apoiar implicitamente nas promessas específicas que Cristo havia feito aos tais, a saber, que, contando eles com a Sua assistência para capacitá-los para isto, Ele infalivelmente confirmaria a Sua palavra a respeito do mesmo. A mesma coisa pode ser vista, conforme assinalado em um parágrafo anterior, nas promessas registradas em Mc 16:17, 18. Estas eram bem distintas daquela fé que assegura a vida eterna, apoiando-se em um tipo completamente diferente de promessa. Em prova do que foi dito por último, reportamos a At 3. Ali lemos acerca do mendigo que era coxo desde o seu nascimento pedindo esmolas dos apóstolos enquanto estavam entrando no Templo. A ele Pedro disse: “Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (v. 6, e cf. “em Meu nome” em Mc 16:17). Mais tarde, explicando aos espectadores maravilhados o que havia acontecido, Pedro, após acusá-los de terem entregado o Senhor Jesus a Pilatos, declarou que Deus glorificou a Seu Filho, acrescentando, “e pela fé no Seu nome fez o Seu nome fortalecer a este” (At 3:16). Pedro, então, havia definitivamente tido fé nas promessas que haviam sido feitas aos apóstolos em Mt 21:21, 22 e Mc 16:17, 18, etc.

A fé salvífica consiste na apropriação do Evangelho pelo coração; é apegar-se ao Próprio Cristo tal como é oferecido nele aos pobres pecadores; é confiar na misericórdia de Deus no Redentor. Mas a fé para realizar milagres só poderia ser eficazmente exercida por aqueles a quem promessas especiais para a operação de tais coisas tivessem sido feitas. Cristo havia dotado os apóstolos com poderes sobrenaturais e havia dado a certeza de que Ele os assistiria na realização de sinais maravilhosos para a glória do Seu nome e a extensão do Seu reino. E essa promessa dEle devia ser o fundamento da sua fé. Assim, a fé deles tinha um fundamento tão definido e seguro para se apoiar como a nossa hoje em conexão com a vida eterna. Apesar disso, a primeira era imensamente inferior a esta última. Judas tinha uma, mas não a outra. Por isso Paulo declara que era possível naqueles dias ter fé para “remover montanhas” e, contudo, ser destituído de um santo amor (1 Co 13:2).

Depois de tudo o que foi assinalado acima, deveria ser óbvio que os cristãos hoje estão totalmente desautorizados a aplicar tal promessa a si mesmos em qualquer caso a que se sintam inclinados, e que os ministros do Evangelho estão seriamente iludindo os seus ouvintes quando lhes dizem: “Tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis”. Estamos plenamente cientes de que alguns pregadores piedosos, mas mal orientados, aplicaram tão erroneamente este texto que alguns crentes devotos tomaram esta promessa para si mesmos. Contudo, isto não é prova de que qualquer deles estivesse certo em fazer isto. Temos pessoalmente assistido a mais de um “culto de cura pela fé”, onde tal promessa era “reivindicada” pelo que estava encarregado, e testemunhamos o patético desapontamento do doente indo embora mancando em suas muletas no final. Quantas pessoas de pensamento moderado foram levadas a declarada infidelidade por tal fiasco apenas aquele Dia revelará. Talvez alguns de nossos leitores esteja começando a compreender melhor o nosso sentido quando dizemos, de vez em quando: Muitos que não entendem o sentido de um verso são frequentemente enganados pelo seu som.

“E tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis” (Mt 21:22). Já temos visto que esta promessa foi feita àqueles que haviam sido dotados de poderes sobrenaturais, e que foi dada com o propósito de encorajá-los a exercerem fé em que Cristo continuaria a assisti-los em sua operação de milagres, para a glória do Seu nome e o bem da Sua causa. Também temos demonstrado que os próprios apóstolos não tinham absolutamente nenhuma autorização para aplicar esta promessa particular a bençãos ordinárias, quer de natureza temporal ou espiritual. Deveria, portanto, ficar bem evidente que os cristãos hoje não têm nenhum direito de se apropriarem desta promessa para si mesmos e esperarem um cumprimento literal da mesma. Para deixar isto ainda mais claro, que as seguintes considerações sejam cuidadosamente ponderadas. Nem mesmo os cristãos primitivos foram todos dotados com dons sobrenaturais. Prova disto encontra-se naquela declaração do Apóstolo: “Porventura são todos apóstolos? são todos profetas? são todos doutores? são todos operadores de milagres? Têm todos os dom de curar? falam todos diversas línguas? interpretam todos?” (1 Co 12:29-30). Isto é ainda mais surpreendente pelo fato de que esses dons extraordinários abundavam mais copiosamente em Corinto do que em qualquer outra das igrejas apostólicas; contudo, estas questões, com sua forte ênfase, claramente denotam que não havia uma igualdade de dons. O propósito óbvio de Paulo aqui era suprimir, por um lado, todo o descontentamento e inveja, e, por outro, todo o orgulho e arrogância, pois ele os havia lembrado expressamente de que o Espírito reparte Seus dons “particularmente a cada um como quer” (v. 11).

A manifesta limitação da promessa que estamos aqui considerando proíbe que os cristãos hoje lhe deem uma aplicação geral e universal: “E tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis”. Há muito poucas passagens na Escritura onde a expressão “todas as coisas” deve ser entendida sem restrição, e certamente esta não é uma dessas poucas. O “e” precedente claramente se conecta ao que é dito no verso 21, e, portanto, deve significar todas as coisas que ali estão em vista, a saber, a operação de milagres. Conforme temos anteriormente assinalado, esta promessa não dava nem aos próprios apóstolos carta branca, de modo que, se orassem por qualquer coisa (desde que o fizessem com fé inabalável), seria certo que infalivelmente receberiam a mesma. Quanto menos, então, os cristãos ordinários hoje podem dar tal escopo a esta promessa!

A própria Escritura registra mais de um caso de almas piedosas sinceramente suplicando a Deus por certas coisas, e o Espírito Santo não comunicou nenhuma sugestão de que foi porque oraram incredulamente que seus pedidos não foram concedidos. Moisés (Dt 3:23-26) é um caso em questão. Do mesmo modo também Davi jejuou e orou em favor de seu filho doente para que se recuperasse, contudo ele morreu (2 Sm 12:16-19). Do mesmo modo também, nesta era do Novo Testamento, vemos que o amado Apóstolo suplicou ao Senhor três vezes para que o seu espinho na carne fosse removido (2 Co 12:7-9), contudo não foi; embora ele recebesse segurança do Senhor – “A Minha graça te basta” – para suportar a aflição. Não há dúvida de que Paulo estava familiarizado com esta promessa de Mt 21:22! Certamente, então, os cristãos agora não têm nenhum direito de exercer fé nela quando estiverem orando por alguma coisa. Se os cristãos de hoje decidirem se apropriar de Mt 21:22 para si, então eles devem fazer isto sobre o princípio de que, crendo que uma coisa é verdadeira, ela se tornará verdadeira. A linguagem usada por Cristo naquela ocasião é clara demais para ser confundida: “E tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis” – no mesmo sentido é: “Todas as coisas que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis” (Mc 11:24). Mas este princípio de que crer que uma coisa é verdadeira necessariamente a torna verdadeira é manifestamente insustentável e errôneo. Se eu orasse pela salvação de alguém que Deus não havia escolhido eternamente em Cristo, nenhuma crença de minha parte efetuaria a sua salvação; e insistir que Deus deveria salvá-la seria presunção, e não fé. Se eu estivesse seriamente doente e cresse que Deus me curaria, nenhuma crença dessa natureza realizaria a minha cura; e, se essa não fosse a vontade do Senhor para mim, então tal “crença” seria fanatismo, e não fé.

Como os cristãos de nosso tempo não têm direito de se apropriarem desta promessa especial para si, eles não têm nenhuma autorização para pedirem qualquer favor, seja temporal ou espiritual, privado ou público, absoluta e insubmissamente. A verdadeira oração não é um esforço de trazer a vontade divina em sujeição à nossa, mas de procurar submeter as nossas vontades às de Deus. O que o Senhor predestinou não pode ser mudado por qualquer apelo nosso, pois nEle não há “mudança, nem sombra de variação” (Tg 1:17). Os decretos eternos de Deus foram moldados por bondade perfeita e sabedoria inerrante, e, portanto, Ele não tem necessidade de abandonar a execução de qualquer parte deles: “Mas, se Ele resolveu alguma coisa, quem então O desviará? O que a Sua alma quiser, isso fará” (Jó 23:13). É uma idéia extremamente grotesca e desonrosa para Deus supor que a oração foi designada com o propósito de a criatura exercer os seus poderes persuasivos de modo a induzir o Todo-poderoso a dar alguma coisa que Ele não queira conceder.

“Esta é a confiança que temos nEle, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve” (1 Jo 5:14). Ah, é nisto que precisamos nos apegar e de acordo com isto precisamos agir nesta era barulhenta e presunçosa. Chegamos ao Trono da Graça não como ditadores, mas como suplicantes. Aproximamo-nos daquEle que está assentado nele não como iguais, mas como mendigos. Vamos ali não para exigir os nossos direitos, mas para suplicar favores. Não ficamos de pé em nossa dignidade, mas dobramos os joelhos em consciente indignidade. Apresentamos não ultimatos, mas fazemos “petições”. E essas petições não fazemos em um espírito de auto-afirmação, mas em humilde submissão. Se nos aproximamos do Trono da Graça de uma forma correta, vamos aí conscientes da nossa ignorância e insensatez, plenamente seguros de que o Senhor conhece muito melhor do que nós o que seria bom nos conceder e o que seria melhor nos recusar.

Deus propôs infalivelmente quando e onde e sobre quem Ele concederá o Seu favor, e os cristãos não têm nenhum direito, e, quando em seu são juízo, nenhum desejo de pedir que Ele altere alguma das Suas determinações a respeito seja deles mesmos ou de outros. Consequentemente, como eles não têm meios de saber de antemão o que Ele decretou concernente à concessão de algum favor específico, eles não têm justificativa para Lhe pedir absolutamente qualquer coisa, mas antes devem proferir cada pedido com franca submissão à Sua boa vontade. Eles podem desejar grandemente ver a salvação de alguma pessoa particular, mas, como não sabem se ela é um dos eleitos de Deus, eles não devem pedir isto incondicionalmente, mas sujeitos ao Seu propósito divino. Eles podem ter algum amado gravemente doente, e, embora seja tanto o seu dever como privilégio pedir pela sua recuperação, eles não devem orar por isso absolutamente, mas em sujeição à vontade de Deus.

Cristo nos deixou um exemplo perfeito de submissão em oração, assim como em tudo o mais. Contemple-O no jardim do Getsêmane – a antecâmara do Calvário – entrando em Seus sofrimentos inconcebíveis. Note a Sua postura: Ele não está ereto, mas sobre os Seus joelhos, e depois sobre a Sua face. Ouça a Sua linguagem: “Pai, se queres, passa de Mim este cálice; todavia não se faça a Minha vontade, mas a Tua” (Lc 22:42). Era o Seu santo desejo que o Pai removesse aquele cálice terrível dEle, se graciosamente Lhe aprouvesse fazer isto; mas, se não, Ele pedia que a Sua petição fosse negada e a vontade de Seu Pai cumprida. Será que podemos, em face disto, meu leitor, chegar perante Deus e insistir que algum pedido nosso seja concedido, independente de estar ou não de acordo com a vontade divina? Decerto que não; antes, devemos sinceramente buscar graça para emularmos o exemplo deixado para nós pelo Redentor.

De fato, é triste testemunhar e ler acerca de muita coisa que está sucedendo no mundo religioso atual. Não é também que o espírito ilegal da época tenha tido uma influência maligna sobre as igrejas; antes, o mal começou nas igrejas e depois infestou a sociedade em geral. A Lei de Deus foi banida dos púlpitos antes que a ilegalidade se tornasse tão predominante no estado. A irreverência caracterizou os bancos antes que a infidelidade andasse à espreita pelas ruas. O Altíssimo foi insultado na oração pública antes que se tornasse coisa comum tomar o Seu nome em vão no palco e nos programas de rádio. Ao invés de se curvarem perante o Trono da Graça, muitos conduziram suas “devoções” públicas como se eles mesmos ocupassem esse Trono. Submissão genuína e sem reservas à vontade divina agora é uma coisa do passado, exceto entre aquele insignificante remanescente ao qual foi dado, pela Sua graça, corações quebrantados e contritos.

Como os cristãos não têm nenhum direito, nesta época, de exercerem fé na promessa de Mt 21:22, então, claramente eles não têm nenhum direito de exercer fé em seus próprios sentimentos peculiares. Os próprios apóstolos que possuíam poderes sobrenaturais não criam que absolutamente todas as coisas que pedissem seriam concedidas a eles porque tinham sentimentos peculiares a respeito daquilo que pediam; mas eles criam que, quando pedissem que um milagre fosse operado por eles, Cristo os capacitaria para isto, porque eles baseavam a sua fé na Sua promessa para esse fim. Eles sabiam que a promessa fora feita à sua fé, e não aos seus sentimentos. Este sendo o caso dos próprios apóstolos, quanto menos o cristão ordinário pode agora reivindicar um cumprimento de Mt 21:22 por causa de algum forte sentimento a que ele esteja sujeito!

Mas, embora os cristãos hoje não tenham uma promessa para se apoiar tal como a de Mt 21:22, alguns deles têm um profundo sentimento de que aquilo pelo que oram será concedido. Isto é absolutamente errado e repreensível. Não temos absolutamente nenhuma garantia escriturística para basear a nossa confiança de sermos ouvidos em algum sentimento, por mais profundo e persistente, e não devemos esperar que Deus nos responda a menos que possamos alegar alguma promessa Sua. Não há promessas na Palavra feitas a quaisquer sentimentos. Todas as promessas do Evangelho são feitas a santos exercícios ou afeições, e a nada a que os homens sejam totalmente passivos. Nossos corações são enganosos mais do que todas as coisas, e aqueles que se apoiam em impulsos interiores e sentimentos secretos estão em grande perigo de incorrer nos erros mais grosseiros e nas ilusões mais brutais. Tanto espíritos maus como o Espírito Santo podem impressionar nossas mentes.

Muitos têm orado por favores particulares com a certeza equivocada de que, se os pedirem com fé resoluta, esses favores certamente lhes serão concedidos. Esta idéia “levou George Whitefield a esperar confiantemente aquilo que ele não tinha direito de esperar confiantemente. Ele tinha um filhinho amável e promissor, que ele ardentemente desejava e orava para que pudesse ser um ministro eminentemente útil; e ele teve sentimentos tão fortes e favoráveis a seu respeito que esperava confiantemente que o mesmo seria aquilo que ele desejava e orava ardentemente que fosse. Mas seu filho morreu quando tinha por volta de quatro anos, e o evento não apenas o desapontou, mas curou-o de seu erro” (N. Emmons, a quem somos endividados por vários pensamentos nesta discussão). Podemos acrescentar que, quando C. H. Spurgeon estava morrendo, dezenas de milhares jejuaram e ofereceram oração especial para que sua vida fosse poupada; mas, como a sequência mostrou, isso não estava de acordo com a vontade de Deus.

Ao procurar corrigir um erro, devemos nos esforçar por nos guardarmos de outro. Embora a promessa de Mt 21:22 não diga respeito a nós hoje, existe grande número de promessas tanto no Antigo como no Novo Testamento que os cristãos podem legitimamente tomar para si mesmos e pleitear diante de Deus. Nessas promessas eles têm todo o encorajamento para orar com fé por aquilo que podem sensatamente desejar. Deus nunca disse à semente de Jacó: “Buscai-Me em vão”, mas assegurou-os de que, se orarem corretamente, eles serão ouvidos, e ou receberão o que pedem ou algo melhor para a Sua glória e para o seu bem. A fim de orar corretamente, eles devem orar com um desejo real pelas coisas que pedem, e com uma submissão genuína à vontade de Deus, quer Ele conceda ou negue suas petições. Quando um crente apresenta petições apropriadas a Deus, de um modo correto, fundamentado nas promessas divinas, então ele não deve duvidar nem da Sua prontidão nem da capacidade de concedê-las, quer por conta da sua própria indignidade ou por causa de alguma dificuldade no caminho. “Se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve” (1 Jo 5:14).

Fonte: Monergismo

Pecados favoritos!

Por Josemar Bessa

James Hamilton (1814-1867) – olhando para casas cobertas de neve no inverno, nos mostra algo essencial para a vida espiritual. Ele diz: “Em uma manhã de inverno, eu tenho notado uma fileira de casas de campo com uma grande camada de neve em seus telhados... mas com o passar do dia, grandes fragmentos de neve começam a cair a partir do beiral mais e mais a medida que a manhã avança. Até que, como uma avalanche, todo o monte de neve do telhado deslizou sobre as calçadas... e antes do pôr do sol, eu podia ver cada telhado tão limpo e seco como se fosse véspera do verão.

Mas eu pude observar, que aqui e ali, havia casas com seu manto de neve ainda sobre seus telhados com um colar de gelo duro em torno dele que o impedia de cair.
O que fez a diferença? A diferença era o que se encontrava dentro!
Algumas dessas casas estavam vazias, ou o solitário morador delas se encolheu quieto por não haver lenha para sua lareira, enquanto o lar povoado, com fogo na lareira, agitação, atividade... criou tal calor interior, que o inverno externo e sombrio não pode sustentar o gelo, perdeu seu controle e a massa de gelo não pode continuar presa a casa. O gelo caiu e foi pisado nas calçadas.
É possível, por um processo externo, empurrar grande parte do volume de neve do telhado gelado com esforço, parte por parte. Mas ele vai se formar de novo. Ele precisa de um calor interior para criar um degelo total.”
Assim, por processos diversos, um homem pode se livrar da conduta ( todo o peso ) dos pecados visíveis, mas ele precisa de um calor interno e escondido, um calor vital dentro, para produzir uma tal separação entre a alma e as suas iniquidade que o afligem. Esse calor é o amor de Deus derramado em abundância – o brilho (como as lareiras acesas e a atividade naquelas casas) gentil que o Consolador difunde na alma da qual Ele faz Sua casa. Sua habitação derrete a alma e os seus pecados favoritos em pedaços, que despencam como a neve naqueles telhados, e faz com que a indolência, outo-indulgência, racionalizações... caiam dissolvidos pelo calor interno gerado por Ele, caiam de um coração se dissolvendo em amor na contemplação da beleza da Sua santidade... esse é o fogo que tudo derrete... que pecados favoritos poderiam permanecer?
A santidade não é algo opcional. Acreditar na verdade bíblica da Soberania de Deus, na Graça soberana... aponta para o imperativo da santificação. O mundanismo em quem fala sobre a graça é sempre fruto da separação impossível da graça e da verdade, como se fossem coisas antagônicas. A manifestação da glória de Deus em sua perfeição em Cristo e em toda a Palavra mantém sempre estas duas coisas juntas: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” João 1:14
A nossa santidade foi planejada por Deus na eternidade: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente” - Tito 2:11-12 – É assim que a graça se manifesta. A graça de Deus se manifestou e isso sempre produz santidade. A “graça de Deus se manifestou” aponta, é uma referência a Cristo. Ele já veio e esse plano eterno mostra que a nossa santidade é fruto de planejamento eterno.
A linguagem junto com a eleição sempre é esta – aponta para a santidade, “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade” - Colossenses 3:12 – e qualquer ensino das Doutrinas da Graça que não apontem para isso, mas como uma liberdade para ser e viver como o homem natural, caracterizado pela sociedade que nos cerca, é uma grosseira falsificação da Verdade, o que não tem sido incomum nestes dias.
A santidade está enraizada no conselho eterno de Deus: “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho” - Romanos 8:29 – O propósito divino é mostrados na nossa conformidade a Cristo. Isto nada mais é que Santidade. A semelhança com Cristo é a santidade, e é de suma importância isso ficar claro para nós. Podemos ter inúmeras habilidade, conhecimento teológico, capacidade intelectual, habilidades na comunicação, mas se não há semelhança com Ele, não há santidade.
Como podemos saber que fomos eleitos, pergunta John Owen – A resposta sempre vem – Deus destinou que você seja santo? Ainda temos um combate com o pecado mesmo sendo homens regenerados, e sem a Graça nós falharíamos completamente neste combate, mas o plano eterno de Deus é o impulso e poder necessário e suficiente para o crescimento em santidade.
A imagem de Deus foi quebrada no homem quando este pecou – a obra eterna de Deus visa exatamente nos livrar de tudo que não é Cristo em nós, santificação! O propósito de Deus é que sejamos à imagem de Seu Filho, e a isto fomos eleitos e predestinados. Em Romanos, Paulo continua dizendo que NADA vai frustrar esse plano – Satanás?... Quem pode ficar no caminho de Deus? Quem pode destruir Seu propósito? Em seu poder Onipotente e Soberano Deus em seu plano restaura o universo para que ele reflita Cristo. Ele “desconstrói” os eleitos e reconstrói nosso caráter, vida... para sermos semelhantes a Cristo. Deus está determinado que você (se de fato é igreja de Cristo) vai ser transformado na mesma imagem de Cristo. Santidade nos eleitos de Deus não é uma ameaça, mas um motivo de alegria, adoração, humildade... porque a santidade foi comprada pela obra perfeita de Cristo para todos aqueles que Deus chamou eficazmente.
Precisamos ver que o papel de Cristo na santificação se estende para muito além da compra somente, a santidade foi adquirida por Cristo – não como um trabalho adicional, Justificação e Santificação estão ligadas entre si e inseparáveis. Minha santificação é tão comprada como qualquer outro aspecto da salvação. Podemos ficar tão focados no sangue de Cristo que perdoa, que perdemos de vista que ele também compra a nossa santificação e santidade. Não há nenhuma benção no Evangelho que vem de algo além de Cristo e este crucificado. Nós não recebemos nada ( e nem poderíamos ) que Ele não tenha comprado por sua obediência e expiação: “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão. Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão. Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo.” - Hebreus 2:14-17
A morte de Cristo é uma realidade multifacetada, e isto é assim porque o pecado não é uma massa única e independente em nossos corações, mas o pecado é tecido multidimensionalmente em nossas vidas. A salvação no Sangue derramado na Cruz é uma perfeita expiação que corresponde a esse pecado. Estamos indo para sermos um dia totalmente santificados – o que significa que não haverá nenhum vestígio de pecado em nós – e esse processo poderoso e infalível em todos os que Deus elegeu, começa imediatamente no momento que o homem é regenerado: “que se entregou a si mesmo por nossos pecados a fim de nos resgatar desta presente era perversa, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” Gálatas 1:4
Muitas vezes o entendimento das pessoas sobre a cruz é completamente superficial – temos que enxergar as múltiplas dimensões do pecado e entendermos claramente as múltiplas dimensões da obra feita na cruz: “Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença.” - Efésios 1:4
“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade” - Colossenses 3:12
Voltando a James Hamilton (1814-1867,

Há um habitante na casa?
Ele está agindo?
A lareira está acesa?
Há calor interno?
Como o gelo poderia permanecer no telhado?
Todo pecado entra em colapso!

Fonte: Josemar Bessa