Na postagem de hoje vamos falar um pouco sobre uma personagem histórica
muito interessante e que ainda desperta muito interesse e muita intriga
sobre os estudiosos. Cleópatra foi a última governante do Egito Antigo, e
junto a Tutankhamon, é um dos faraós mais conhecidos da
cultura popular.
Diz que tinha uma beleza extravagante e exuberante, mas não é o que
indicam os indícios historiográficos. Vamos debater alguns fatos, farsas
e curiosidades sobre a
mulher mais poderosa que o Antigo Egito teve.
1. Seu
nome completo era grego, e não de
língua egípcia: “
Cleopátra Thea Philopátor”, e provavelmente viveu entre os anos de 69 a.C., nascida em Alexandria, e 30/29 a.C. Seu nome significa “
Glória do pai, deusa, amadíssima de seu pai”, um gesto
que mostra o grande amor que seu pai, Ptolomeu 12 teve com seu nascimento tamanha homenagem recebida;
2. Foi a última farani (feminino de “
faraó”) da dinastia de Ptolomeu, general que governou o Egito após a conquista de Alexandre III da Macedônia;
3. Para quem não sabe, na história do Egito houve outras
governantes com o mesmo nome, tanto que, oficialmente, esta deveria ser
conhecida como Cleópatra VI (sexta), e nunca governou o Egito sozinha,
mas sempre junto do seu pai e de dois irmãos, chegando a
se casar com seu irmão, Ptolomeu 14;
4. Com toda certeza, Cleópatra entrou para os anais da história
por ser uma mulher muito à frente do seu tempo, por ter recebido uma
educação que, geralmente, somente era dada aos homens. Foi uma grande
negociante, estrategista militar, falava oito idiomas e estudava
filosofia, música, literatura e artes, tanto da Grécia, como de Roma e
do Egito;
5. Curiosamente, Cleópatra teve duas irmãs com o mesmo nome, mas com marcações diferentes por conta da
ordem de nascimento:
Cleópatra 5 e Cleópatra 7. Observou um reinado extremamente desastroso
dentro da sua família e, talvez por isso, aprendeu e soube como ninguém
governar uma das províncias mais importantes do vastíssimo Império
Romano. Há registros historiográficos de que, junto com seus dois
irmãos, executou a própria mãe e três irmãs para poder governar o Egito,
o que a torna uma das mais sanguinárias governantes da história da
política feminina;
6. O reinado de Cleópatra também foi conturbado, principalmente
por conta de homens da corte que também queriam ter influência junto à
monarca para exercerem poder dentro da província do Egito, em áreas onde
suas respectivas famílias tinham grandes posses;
7. Desde o início Cleópatra compreendeu que Roma era a nova
potência do Mediterrâneo e que caso desejasse manter-se no poder deveria
manter relações amigáveis com ela. Em 49 a.C. Cleópatra fornece ao
filho do triunviro Pompeu, Pompeu Jovem, sessenta barcos para se
juntarem à frota que lutava contra Júlio César. Perante o comportamento
da rainha, os conselheiros insinuaram que Cleópatra pretendia governar
sozinha e colocaram o povo de Alexandria contra Cleópatra, que foi
obrigada a fugir para o sul do Egito e depois para a Síria;
8.
Após a derrota procura refúgio em Alexandria, tendo Ptolomeu 13
declarado que aceitava recebê-lo. Contudo, o verdadeiro plano do rei
consistiu em ordenar a morte de Pompeu, julgando que desta forma
agradaria a César. O assassino de Pompeu, um romano ao serviço de
Ptolomeu 13, corta-lhe a cabeça, que o rei apresentou a César. No
entanto, esta atitude foi um erro, dado que César ficou horrorizado com o
ato bárbaro;
9. Afastada do palácio real, Cleópatra
deseja encontrar-se com César em Alexandria. É então que se desenrola o
famoso episódio do tapete, relatado pelas fontes antigas. Conta
Plutarco, num episódio lendário da sua biografia dos Césares, que
Cleópatra marcou um encontro com Júlio César, quando este chegou ao
Egito, no inverno de 48 a.C. a fim de lhe dar um presente, que consistia
num tapete. Este, ao ser desenrolado, mostrou que a própria rainha
estava em seu interior (Cleópatra tinha sido enrolada no tapete pelo seu
servo Apolodoro). Cleópatra teria então argumentado que tinha ficado
encantada com as histórias amorosas de César, tendo ficado desejosa de
conhecê-lo. Tornou-se, assim, sua amante, o que ajudou a estabelecer o
seu poder no país;
10. Quando houve esse episódio, os
irmãos de Cleópatra fizeram uma tremenda trama palaciana, digna de
filmes: houve mortes misteriosas, assassinatos sangrentos, o exército do
Egito recusou-se a aceitar Cleópatra como sua soberana em favor da sua
irmã mais nova. Com isso, em 47 a.C., o exército egípcio foi derrotado
por César;
11. Em 47 a.C. Cleópatra deu à luz Ptolomeu 15, conhecido como Cesarion, ou “
Pequeno César”.
Embora César tenha reconhecido a paternidade da criança, a
historiografia moderna coloca em causa esta paternidade. César
recusou-se contudo a torná-lo seu herdeiro, honra que coube a Otaviano;
12.
Em 46 a.C., a convite de César, Cleópatra instala-se em Roma, com o
filho e marido-irmão, fixando residência nos jardins do Janículo, mesmo
próxima da então esposa de César (a terceira). Teria sido em Roma que
Cleópatra elaborou o seu plano de hegemonia do Mediterrâneo. Sabe-se
pouco da presença de Cleópatra em Roma, a não ser que a sua presença
teria gerado desprezo na população;
13. Em sua honra César
ordenou que fosse colocada uma estátua de ouro de Cleópatra no templo
da deusa Vênus Genetrix. Pouco depois do assassinato de César, Cleópatra
voltou para o Egito. Segundo consta, Cleópatra assassinou seu
irmão-marido e passou a reinar sozinha. Seu filho passou a ser seu
co-regente;
14. Em 42 a.C., Marco Antônio, um dos
triunviros que governava Roma após o vazio governativo causado pela
morte de César, convocou-a a encontrá-lo em Tarso para ela responder a
ele sobre a ajuda que prestara a Cássio, um dos assassinos de César e,
portanto, inimigo dos triúnviros. Cleópatra chegou com grande pompa e
circunstância, o que encantou Marco Antônio. Passaram juntos o inverno
de 42 a 41 a.C. em Alexandria. Ficou grávida pela segunda vez, desta vez
com gêmeos que tomariam o nome de Cleópatra Selene e Alexandre Hélio;
15.
Quatro anos depois, Marco Antônio voltou ao Egito e especula-se que
tenha casado com Cleópatra segundo o rito egípcio, ainda que nessa
altura estivesse casado com Otávia. Então, Cleópatra deu à luz outro
filho, Ptolomeu Filadelfo;
16. Depois das chamadas “
doações de Alexandria”, em 34
a.C., a família de Cleópatra saiu repleta de poder: Cleópatra e Cesarion
foram coroados regentes do Egito e do Chipre, outro filho foi coroado
governante da Armênia, outra filha virou princesa da Líbia e o filho
mais novo ganhou o título de governante da Fenícia e Síria;
17.
O senado romano declarou-lhes guerra em 31 a.C.. Após serem derrotados
por Otávio na batalha naval de Áccio, ambos cometeram suicídio, tendo
Cleópatra se deixado picar por uma serpente da espécie Naja egípcia, em
Alexandria no ano 30 a.C., e o Egito tornou-se inteiramente uma
província romana;
18. A imprensa internacional noticiou,
em maio de 2008, ter sido encontrada a cabeça de uma estátua em
alabastro de Cleópatra, perto de Alexandria, no litoral mediterrâneo do
Egito. A descoberta deu-se no templo de Taposiris Magna. Em abril de
2009, o arqueólogo egípcio Zahi Hawass afirmou ter descoberto a
sepultura de Cleópatra no templo de Taposiris Magna;
19.
Apesar de a cultura pop colocar Cleópatra como grande sinal de beleza,
as estátuas e imagens mostram-na como uma mulher de baixa estatura,
nariz grande e cabelo maltratado. Mesmo assim, sua história serviu de
inspiração para escritores, pintores e cineastas – sendo que a versão da
MGM, estrelada por Elizabeth Taylor, a mais clássica de todas;
20.
De acordo com a historiografia atual, segundo os comentários de
especializados egiptólogos, Cleópatra tinha o perfil de ser uma rainha
extremamente ciumenta e egoísta, com um ego imenso e extremamente
inteligente e caprichosa.