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sábado, 25 de janeiro de 2014

Face a face

FB1

Por Maurício Zágari

Fico imaginando como seria se Deus decidisse se relacionar com a humanidade pelo Facebook. Os tempos mudaram, afinal, e hoje em dia há quem diga ser impossível não fazer parte da comunidade dos que têm Face (pronuncia-se “fêisse”). Todo mundo tem Face e, se “todo mundo tem”, diz a lógica dos nossos tempos que “todo mundo tem que ter”. Essa torna-se, então, uma razão irrefutável para que o Altíssimo também tenha. Assim, Deus, certo dia, decide que precisa ingressar na pós-modernidade e criar um perfil no Face, para não ficar deslocado. Claro que isso traria uma mudança na forma de ele se relacionar com a humanidade, pois, se essa página de web conseguiu mudar a forma de milhões de pessoas se relacionarem umas com as outras, por que não mudaria também a do Todo-poderoso? Com base no que tenho visto acontecer ao meu redor, proponho fazermos um exercício de imaginação para tentar visualizar como seria a entrada do Senhor nas redes sociais. Você já vai entender por quê.

Para começar, acabariam as orações e a leitura da Bíblia. Porque esses são os meios que Deus criou para ter relacionamento e criar intimidade com a humanidade: nós falamos com ele pela oração; ele fala conosco pela Palavra. Mas, com o Face, isso não ocorrerá mais. Oração e Bíblia tornam-se meios antiquados de dialogar. O Senhor decretaria, então, que quem quisesse falar com ele teria de mandar um scrap e esperar que o Altíssimo postasse uma resposta na linha do tempo. Jeová agora seria um de nós, trocando ideias on-line: um Deus da moda, antenado. Claro que isso nos afastaria dele, tornaria nossos contatos muito menos pessoais, mas… quem se importaria? Com o advento das redes sociais, em grande parte as pessoas já não se telefonam mais mesmo, não se visitam mais, não mandam cartões no Natal, fazem tudo pelo Face: convites de aniversários, marcação de encontros, votos de parabéns em datas festivas… não se gasta mais tanto tempo conversando, afinal. É só postar umas palavrinhas ali e está resolvido. Então, como já estamos acostumados a essa nova maneira de relacionamento, quando Deus passar a interagir assim conosco não estranharemos muito. Seria até uma economia de tempo: em vez de uma hora de joelhos, um scrap resolveria tudo. Vigílias, cultos de intercessão, madrugadas orando… tudo cairia no esquecimento. Um scrap só e pronto. Um novo tempo. Tem funcionado conosco, por que não funcionaria com Deus? Peraí… tem funcionado, não tem?

Outra consequência de o Senhor passar a se relacionar com a humanidade pelo Face é que isso simplificaria em enormes proporções a adoração. Em vez de passarmos 40 minutos de um culto louvando ao Senhor, tudo o que precisaríamos fazer seria escrever um comentário numa postagem dele. E o que escreveríamos seria algo que, no mundo virtual, parece servir para dizer absolutamente tudo: “Lindo!”. É interessante isso, porque “Lindo!” passou a significar qualquer coisa, já reparou? Você põe uma foto sua com seu carro novo e vinte amigos escrevem “Lindo!”. Ou você publica uma foto das suas unhas com a cor nova do seu esmalte. O que todos têm a dizer? “Linda!” Festa de amigo oculto do pessoal do seu trabalho ou da escola: “Lindos!” Viagem de férias: “Lindo!”. Você abraçado com seu cachorro novo: “Lindos!”. Sua filha vestida de Rapunzel: “Linda!”. E por aí vai. Todos os outros adjetivos do vernáculo parecem ter sido abolidos graças ao Facebook, mas “Lindo!” ganhou um profundo e abrangente significado. Ao mesmo tempo não significa nada mas significa tudo. Então, como todo mundo já entende essa nova forma de comunicar, para que desperdiçar um tempo precioso falando que o Senhor é onipotente, onisciente, onipresente, justo, bondoso, amoroso, fiel, maravilhoso, gracioso, eterno, rei, soberano, altíssimo, esplendoroso, forte, misericordioso, compassivo, amigo, restaurador, regenerador, disciplinador, cuidadoso, pacificador e tantas e tantas outras coisas… se bastaria pôr nos comentários um “Lindo!”?

Haveria muitas outras vantagens da entrada de Deus no Face. Quando ele iluminasse algum pregador para proclamar uma mensagem à igreja, a coisa seria infinitamente mais simples. Repare: o pastor publicaria na linha do tempo do Senhor a pregação, que, naturalmente, teria no máximo três parágrafos (pois na internet ninguém tem paciência de ler textos maiores do que isso). Aí, quando você chegasse ao final, sabe o que teria de fazer? Nada mais de se derramar em lágrimas, orar em contrição por longos períodos, passar um tempo refletindo sobre o que foi pregado, mudar de atitude… nada dessas coisas antiquadas, ultrapassadas. O ouvinte (no caso, o leitor) da mensagem simplesmente curtiria o texto. Olha que prático! “Curtir” resolve tudo. Assim como o “Lindo!”, “curti” não explica muito bem o que se quer dizer, mas sugere superficialmente uma certa simpatia por aquilo que foi postado. Nem é preciso dizer algo, basta clicar no botão “curtir” e… voilà! Seja lá o que “curti” signifique, fato é que fecha a questão. “Arrependa-se dos seus pecados!”: curti. “Ame o próximo”: curti. “Perdoe quem te fez mal”: curti. “Jesus está voltando”: curti. “Deus é amor”: curti. “Negue-se a si mesmo”: Hmmm… isso eu não curti muito não.


Outra vantagem da adesão do Divino ao Face seria que, finalmente, Deus não precisaria se dedicar muito tempo a longos processos de transformação na vida de uma pessoa: bastaria postar uma frase de efeito. Jesus fez grandes discursos para dizer o que queria quando caminhou sobre a terra, mas, agora, basta pegar uma daquelas frases feitas de famosos, emolduradas num visual legal, e postar. Assim, o Todo-poderoso não levantaria profetas, mas postaria uma frase de Cazuza ou Clarice Lispector, dizendo algo como “Você foi feito para voar, abra as asas e se lance no vazio”. Ao ler isso, sua vida nunca mais seria a mesma. Ou “O amor é uma estrada de mão única” e pronto, todo os problemas da sua vida afetiva estariam resolvidos. Autoajuda e frases feitas seriam a nova tônica do Deus 2.0. Profundidade e reflexão para que, se uma frase resolveria tudo e você poderia “curtir” ao final?

E o Diabo? Como ficaria diante da modernização do Todo-poderoso? Como é um imitador, naturalmente ele criaria um perfil fake do Senhor, para tentar enganar, se possível, até os escolhidos. Contra ele, então, nada mais de exorcismos, oração, jejum, Palavra, nada disso. Bastaria formalizar uma reclamação junto à ouvidoria do Face e o Maligno não acabaria mais seus dias no lago de fogo e enxofre, mas teria seu perfil bloqueado pelo Facebook. Você consegue imaginar algum castigo mais terrível e assustador?

Infelizmente o Senhor não poderia dar acesso a ninguém ao seu álbum de fotos do Face. Afinal, fotografias em redes sociais têm como um de seus principais objetivos mostrar para os outros como nós somos (ou desejamos aparentar ser) incessantemente felizes e irremediavelmente sorridentes, mas, para Deus, isso não seria muito útil. Que vantagem haveria para o Senhor postar, por exemplo, uma foto dele nadando numa lagoa em Ibitipoca? Ou abraçado aos amigos na festa de casamento? Não faz muito o estilo de Jeová. O mais provável é que ele publicaria fotos relevantes, como de Jesus sendo torturado e pregado numa cruz, dos mártires sendo estraçalhados por leões no Coliseu, dos missionários cristãos sendo mortos hoje em dia na Indonésia, dos irmãos da China sendo presos e torturados por pregar o evangelho, e outras realidades do gênero. Só que esse tipo de fotos não combina muito com a felicidade que todos buscamos encontrar e exibir no Face, por isso teriam tão poucas curtidas que nem valeria a pena publicar. Já Jesus sorrindo, empolgado, abraçado aos apóstolos na festa das bodas de Caná… ah, isso sim! E todos nós escreveríamos nos comentários da foto: “Lindos!”.

Pensemos:

A Bíblia diz em Êxodo 33.11: “Falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo”. Hoje em dia esse versículo soa defasado. Não se fala mais com os amigos face a face, mas “fêisse” a “fêisse”. O modo que o Senhor escolheu para se relacionar com seu amigo Moisés está caindo em desuso – e não creio que seja por razões divinas, mas sim humanas. Bem humanas, aliás. Em Peniel, Jacó viu o Todo-poderoso face a face e sua vida foi salva (Gn 32.30); atualmente Jacó teria recebido um inbox. Se isso salvaria sua vida ou não só Deus sabe. Confesso que o prejuízo ao contato humano causado pelo advento do Facebook e das demais redes sociais me deixa entre o triste e o melancólico. Em especial porque vejo na Bíblia que uma das maiores alegrias do cristão está na oportunidade de estar face a face – com Deus, com o próximo, com verdades eternas. “Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face” (1Co 13.12).

Nesta vida, o que mais podemos desejar é dizer como Jó: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem” (Jó 42.5). Isso nada mais é que ter intimidade com Deus, o alvo principal de nossa existência. E, na eternidade, o que poderíamos desejar mais do que o cumprimento de Salmos 11.7: “Os retos lhe contemplarão a face”? Pois, no final, “Os seus servos o servirão, contemplarão a sua face” (Ap 22.4). É impressionante como a Bíblia valoriza o estar face a face, você já percebeu isso? A presença, o contato, o olho no olho sempre são apresentados nas Escrituras como o padrão mais elevado e desejável.

Estar face a face é uma necessidade do cristão. Já estar no Face… sei lá, em dois mil anos de cristianismo não me parece ter sido tão essencial assim. Apesar de o marketing da empresa Facebook ter conseguido convencer as multidões de que não estar no Face é algo como não fazer parte da raça humana, isso não passa de propaganda enganosa. Como neste mundo o capitalismo, em geral, vence os bons argumentos, o Facebook e as redes sociais são um fenômeno de nossos tempos e devem durar ainda um bom período – quem se importa se o Face desumaniza as relações se, em um trimestre, seu faturamento com publicidade chega a US$ 1,24 bilhão? Enquanto o dinheiro entra, não se costuma fazer muitos questionamentos. E não será um blogueiro como eu que mudará isso. Aliás, quem critica práticas que as pessoas adoram passa a ser visto como um chato antiquado – afinal, o Face te ajuda a reencontrar amigos de infância, quem ousaria dizer algo contra um argumento imbatível desses?!

O Orkut, o Second Life e o MSN morreram, daqui a um tempo o Face também vai passar, mas não tenho nenhuma dúvida de que novas formas de comunicação superficial surgirão. E que fique claro: esses softwares em si não representam nenhum problema, são só brinquedinhos de gente grande. Mas a forma como os temos usado revela muito sobre quem nós somos, como vemos a vida, o que valorizamos e como nos relacionamos com o próximo. Queremos ser vistos, ganhar popularidade, expor nossas alegrias para o mundo, compartilhar nossa vida, fuxicar a vida alheia e fazer parte de alguma comunidade (por mais impessoal e superficial que ela seja). Tudo isso são anseios do ser humano, que fazem parte da nossa natureza. O problema é: como os expressamos?

Sim, me chame de careta, antiquado ou o que for. Mas o fato é que sinto saudades de as pessoas se telefonarem para perguntar como estão e gastarem um tempo na velha e embolorada arte do diálogo. De quererem desejar feliz aniversário com um abraço apertado em vez de um scrap. De gastarem horas e horas batendo papo. Sinto falta do cheiro de gente, sabe? Meu notebook tem um calor muito pouco humano e ele é desajeitado na hora de enxugar minhas lágrimas. Tampouco consigo enxugar as de ninguém pelo inbox. E, por mais que eu passe tempo com meu iPad, o mal-educado não me responde…

Poucos anos atrás, antes da febre das redes sociais, era comum se receber dezenas de telefonemas no Natal, quando não visitas pessoais. Eu, particularmente, este ano recebi um telefonema só. Um. Tento lembrar qual foi a última vez que alguém bateu na porta da minha casa, dizendo “Oi, vim te visitar”. Isso acontecia com muita frequência no passado, mas, na era da desumanização, foge-me da lembrança quando isso ocorreu pela última vez. Como não estou no Facebook, já algumas vezes conhecidos vieram me cobrar porque não compareci a um determinado evento. Quando digo que não fui convidado, invariavelmente escuto um “mas eu postei o convite no Face”. Hm. Isso sem falar das vezes em que você sai com amigos e eles não desgrudam os olhos de seus iPads e iPhones, antenados ao onipresente Face. Dá vontade de gritar: “Alo-ou, estou aqui!”. Comunhão é um conceito essencial ao cristianismo, mas que está sendo grandemente transformado graças ao advento das redes sociais. Em minha opinião, para pior. Aonde isso vai nos levar enquanto seres humanos… só Deus sabe.

Você não precisa chegar ao extremo de abandonar as redes sociais, como eu fiz. Mas seria extremamente útil refletir sobre de que modo elas têm afetado sua humanidade e sua espiritualidade. A pergunta que deve nortear sua reflexão é: você gostaria que Deus priorizasse o relacionamento com você pelo Face? A resposta a isso leva automaticamente a outra pergunta: se sua resposta foi “não”, por que mesmo deveria ser diferente com o seu próximo?

Como eu disse no início deste texto, hoje em dia há quem diga ser impossível não fazer parte da comunidade dos que têm Face. Em outras palavras, parece ter se tornado impossível viver restrito ao contato humano que seja de fato humano, próximo e… face a face. Felizmente, “para Deus não haverá impossíveis” (Lc 1.37).

Voz. Cheiro. Olho no olho. Lágrima. Sorriso. Abraço. Beijo. Carinho. Desculpem, não quero perder nada disso, porque ser gente que se relaciona com gente, que toca gente, que sente calor humano… é bom demais. E tudo o que nos rouba qualquer uma dessas coisas arranca um pedaço daquilo que faz de nós seres criados à imagem e semelhança de Deus.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício

Fonte: Apenas

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

por Luciano Subirá
Desde que comecei a publicar meus livros, sempre repeti o mesmo ritual: pegava o primeiro exemplar que me chegava às mãos, e fazia nele uma dedicatória à minha esposa. A Kelly sabe que o primeiro exemplar sempre é dela. Para a leitura do livro (ou mera recordação), não faz a menor diferença se você pega o primeiro ou o último livro, mas por que sempre fiz isto? Porque através deste ato sempre quis refletir que minha esposa é a pessoa mais importante para mim e que quero sempre distingui-la das demais. A importância de separar para ela o primeiro livro é por cultivar dentro de mim um valor, não porque o primeiro exemplar seja diferente dos demais no aspecto prático.
Este é o princípio que Deus usa na Lei das Primícias. Ao pedir os primeiros frutos, Deus queria ser distinguido no coração de seus filhos. A entrega das primícias é uma forma de dar honra ao Senhor:
“Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares”. – Provérbios 3:9,10
Ao mencionar a necessidade de dar honra ao Senhor em nossas finanças, a Palavra do Senhor fala sobre nossos bens e também sobre as primícias de nossa renda. Não se trata apenas de honrá-lo com nossos bens e nem tampouco de honrá-lo com a nossa renda, mas com as PRIMÍCIAS da renda. A definição que o Dicionário Aurélio dá acerca de primícias é: “Primeiros frutos; primeiras produções; primeiros efeitos; primeiros lucros; primeiros sentimentos; primeiros gozos; começos, prelúdios”. A definição bíblica não é diferente. Por trás de toda uma doutrina fundamentada em ensinos explícitos e figuras implícitas, as Escrituras nos mostram a importância que Deus dá ao ato de entregar-lhe as primícias, ou os primeiros frutos, a primeira parte de algo.
Deus não instituiu as ofertas porque precise delas, mas para provar nosso coração numa das áreas onde demonstramos grande apego. Com a lei das primícias não é diferente. Deus não precisa dos primeiros frutos, nós é que precisamos d´Ele em primeiro lugar em nossas vidas, e este é um excelente exercício para manter nosso coração consciente disto. Lemos em Números 13:13 que se o primogênito (considerado primeiro fruto do ventre) da jumenta não fosse resgatado, seu pescoço deveria ser quebrado. A importância na Lei das Primícias não estava no que seria feito com elas, mas no princípio de não fosse utilizada em benefício próprio.
Entregar ao Senhor as primícias de nossa renda é dar-lhe honra. É distingui-lo. É demonstrar o lugar especial que Ele ocupa em nossas vidas. Deus quer ser o primeiro em nossas vidas. A rebelião de Satanás foi tentar usurpar esta posição divina. E hoje ele ainda tenta tomar o trono de Deus nos nossos corações. Mas devemos manter o Senhor em seu devido lugar.
A Bíblia está repleta de histórias de gente que manteve Deus em primeiro lugar em suas vidas a despeito do preço a ser pago. Abraão se dispôs a sacrificar seu próprio filho, mas não se atreveu a deixar de dar a Deus o primeiro lugar. José foi para a cadeia para não pecar contra Deus numa relação adúltera. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego foram lançados na fornalha por recusarem-se a dar a uma estátua o lugar que pertence só a Deus. Daniel foi lançado numa cova de leões pela decisão de manter Deus em primeiro lugar. Os apóstolos foram presos e açoitados porque importava antes obedecer a Deus do que aos homens. Estes são exemplos positivos que nos inspiram a seguir as mesmas pegadas dos que agiram de modo correto, mas também há os exemplos negativos de gente que não fez de Deus o primeiro em suas vidas, e tornaram-se um exemplo a não ser seguido.
Além destas figuras e exemplos, o ensino explícito de Jesus não deixa dúvidas sobre a importância do assunto:
“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”. – Mateus 6:33
A Concordância de Strong mostra que a palavra grega traduzida como “primeiro” neste versículo é “proton” e significa: “Primeiro em tempo ou lugar; em qualquer sucessão de coisas ou pessoas. Primeiro em posição; influência, honra; chefe, principal”. Quando fui batizado no do Espírito Santo, minha vida mudou da água para o vinho. Cresci num lar cristão e tive meu encontro com Cristo muito cedo. Mas somente aos quinze anos de idade conheci a pessoa do Espírito Santo e minha vida em Deus parece ter começado neste ponto. No fim de semana que tive esta experiência e disse para Deus que agora o queria em primeiro lugar na minha vida, Ele me pediu que fizesse a minha primeira renúncia: que eu me desfizesse daquilo que mais amava, minha bike! Nesta época eu passava a maior parte de meu tempo livre treinando manobras de freestyle nesta bicicleta e não havia nada naquela época que eu amasse tanto como aquela bike especialmente montada. Nossas condições financeiras não nos permitiram ter uma bicicleta. A única bicicleta que eu e meus irmãos tivemos antes disto foi a que ganhamos de uma Tia, que por sua vez ganhou num sorteio. Mas juntei meu próprio dinheiro fazendo meus bicos aqui e acolá e consegui montar uma das melhores bicicletas do gênero em meu bairro… Quando o Senhor me pediu que a entregasse, foi como entregar um Isaque no altar, mas eu o fiz! Esta foi a forma (que meu coração entendeu naquela época) de colocar Deus em primeiro lugar na minha vida.
Quando damos a Deus o primeiro lugar não nos frustramos. Pelo contrário, há um senso de realização interior que comprova que fomos criados para isto. Sem Deus em primeiro, há um desequilíbrio em nossas vidas.
PRIMÍCIAS NO NOVO TESTAMENTO
Alguns crentes têm dificuldade com qualquer menção de princípios ligados ao Velho Testamento e, antes de aceitarem qualquer doutrina, já começam indagando qual é a base disto no Novo Testamento? Pois bem, na igreja do Novo Testamento não se guardava mais a lei de Moisés com o peso das ordenanças que ela tinha no Velho Testamento. O Concílio de Jerusalém deixou claro que não havia encargo algum a se impor aos gentios além daquelas quatro áreas mencionadas: guardar-se da carne sufocada, do sangue, do sacrifício aos ídolos e da prostituição. Isto não quer dizer que depois do Concílio a igreja gentílica não precisasse de mais nenhuma instrução ou doutrina, senão o Novo Testamento não teria sido escrito. Aquilo limitava, naquele momento, a herança judaica a ser passada aos gentios.
Contudo, posteriormente, ao ensinarem os princípios para a igreja neotestamentária, os apóstolos ainda apresentavam figuras poderosas para fortalecer doutrinas da Nova Aliança pré-figuradas naquilo que se fazia anteriormente nos dias do Velho Testamento. Não significava que estavam tentando retroceder ao passado, e sim que queriam esclarecer as figuras que Deus havia projetado por intermédio daqueles princípios praticados.
“Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem”. – Hebreus 10:1(TB)
A sombra é diferente da imagem real que a projeta. Assim também, o que se via nas ordenanças da Velha Aliança eram características similares (em ordenanças literais) as dos princípios que Deus revelaria nos dias da Nova Aliança (práticas espirituais). O cordeiro sacrificado na lei mosaica foi apontado como uma figura (ou sombra) de Jesus que veio morrer em nosso lugar (Jo.1:29). A oferta de incenso do Tabernáculo passou a ser reconhecida como uma figura da oração dos santos (Ap.5:8). A ceia da Páscoa deixou de ser praticada e esta festa passou a ser uma aplicação dos
princípios que ela figurava (I Co.5:7,8). Assim também, outros detalhes da Lei que envolvia comida, bebida e dias de festa, começaram a ser vistos não como ordenanças literais pelas quais quem não as praticassem pudessem ser julgados, mas como uma revelação de princípios espirituais, cabíveis na Nova Aliança:
“Ninguém, portanto, vos julgue pelo comer, nem pelo beber, nem a respeito de um dia de festa, ou de lua nova ou de sábado, as quais coisas são sombras das vindouras, mas o corpo é de Cristo”. – Colossenses 2:16,17
Foi com esta mentalidade (de aplicar as sobras e figuras), e não tentando retroceder a uma prática literal da lei mosaica, que o apóstolo Paulo nos revelou a aplicação espiritual da Lei das Primícias no Novo Testamento:
“Mas se as primícias são santas, também a massa o é; e se a raiz é santa, também os ramos o são”. – Romanos 11:16 (TB)
Os israelitas receberam do próprio Deus a ordem de consagrar a Ele os primeiros frutos do ventre de suas mulheres, do ventre de seus animais e também os frutos da terra. Na hora da colheita, o primeiro feixe pertencia a Deus e deveria ser apresentado perante o Senhor pelo sacerdote numa oferta de movimento. Destes primeiros frutos também se fazia uma oferta de cereais. Portanto, Paulo estava ensinando que ao santificar a primeira parte (a mais importante) você santifica também o resto que vem depois dela. Quando alguém santificava as primícias (primeiros frutos) santificava também tudo o que seria feito depois, incluindo a massa da oferta de cereais e a dos pães que viriam a comer depois.
Outra ilustração é ainda apresentada para fortalecer o entendimento deste princípio: se a raiz for santificada (a parte mais importante, e a que surgiu primeiro na formação da planta) os ramos e tudo o que surgir depois dela também será santificado. Este era o entendimento que os judeus receberam da lei de Moisés: se santificassem ao Senhor as primícias de sua renda, estavam santificando o restante da renda que ficava em suas mãos. Por isso Deus poderia fazer com que se enchessem fartamente seus celeiros e transbordassem de vinho seus lagares! Isto não só responde o que são as primícias, como nos mostra o poder que elas tem de santificar o restante daquilo de que foram tiradas.
AS PRIMÍCIAS NO VELHO TESTAMENTO
Deus ordenou clara e explicitamente a entrega das primícias (primeiros frutos) por meio de Moisés:
“As primícias dos primeiros frutos da tua terra trarás à Casa do Senhor, teu Deus; não cozerás o cabrito no leite de sua mãe”. – Êxodo 34:26
A Tradução Brasileira (SBB), em vez de traduzir “primícias dos primeiros frutos” neste versículo, optou por “as primeiras das primícias da tua terra” pois duas palavras foram usadas com a idéia de primícias e primeiros frutos juntas. De acordo com a Concordância de Strong, a primeira palavra usada no original hebraico é “re’shiyth” que significa: “primeiro, começo, melhor, principal; princípio; parte principal; parte selecionada”. E a segunda palavra usada no original hebraico é “bikkuwr” que significa: “Primeiros frutos, as primícias da colheita e das frutas maduras que eram colhidas e oferecidas a Deus de acordo com o ritual do Pentecoste; o pão feito dos grãos novos de trigo oferecidos no Pentecoste; o dia das primícias (Pentecoste)”. Vemos, portanto, que as primícias eram uma ordenança da Lei de Moisés. Porém, mesmo antes da instituição da Lei, já vemos Deus trabalhando na compreensão do homem a importância das primícias.
AS OFERTAS DE CAIM E ABEL
O diferencial encontrado nas ofertas de Caim e Abel está diretamente ligado à entrega das primícias. Muita gente acha que o erro de Caim foi trazer uma oferta dos frutos da terra, em vez de ofertar um cordeiro (tipo do sacrifício de Cristo), mas não acho que seja este o verdadeiro problema. A Lei das Primícias fazia com que cada um trouxesse os primeiros do seu trabalho, e a Bíblia nos revela qual era o trabalho de cada um deles: Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador (Gn.4:2). Logo, as primícias de Caim teriam que ser do fruto da terra!
A Bíblia diz que Deus atentou na oferta de Abel, a oferta correta. E a primeira menção das primícias nas Escrituras é encontrada justamente neste oferta:
“Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou”. – Gênesis 4:3-5a
Note que Caim trouxe sua oferta NO FIM DE UNS TEMPOS. Independentemente de quais tempos sejam estes a que a Bíblia se refira (tempo de colheita, de ofertas, etc.), Caim não honrou a Deus com os primeiros frutos. A entrega das primícias é uma forma de reconhecer Deus em primeiro lugar. Por outro lado, deixa-lo para o fim significa não dar a Ele o primeiro lugar. E o Senhor não aceitou isto de Caim, como não aceita isto de nós hoje.
Agora veja bem, se Caim não soubesse a forma correta de oferecer algo ao Senhor, não poderia ser culpado, mas ele sabia a forma correta de fazer. Vemos isto na conversa que Deus tem com ele depois de rejeitar sua oferta:
“Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante. Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”. – Gênesis 4:5b-7
O Senhor falou que Caim sabia que se procedesse bem seria aceito e que se procedesse mal o pecado estava à sua porta. Abel procedeu bem ao fazer de Deus o primeiro e trazer as primícias, enquanto Caim procedeu mal ao deixar Deus por último, para o fim.
SEMENTE DE BÊNÇÃOS
Na verdade, a entrega das primícias é uma semente para entrar nas bênçãos de Deus. O Senhor fez uma promessa a Abraão e sua descendência. Mas, como Paulo escreveu aos romanos, a forma de santificar o resto de alguma coisa, é santificando ao Senhor as primícias daquilo. Portanto, Deus, que se move por seus princípios, pediu a Abraão as primícias de sua descendência: Isaque. E depois, passa a defender toda a descendência de Abraão como se todos fossem aquele primogênito entregue. Veja a mensagem que Deus deu para Moisés entregar ao Faraó egípcio:
“Dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito. Digo-te, pois: deixa ir meu filho, para que me sirva; mas, se recusares deixá-lo ir, eis que eu matarei teu filho, teu primogênito”. – Êxodo 4:22, 23
Deus mandou dizer que Israel era seu primogênito (fruto da consagração das primícias de Abraão), e que se Faraó não o libertasse, então os primogênitos do Egito é que sofreriam. E foi o que aconteceu. Mas num registro posterior, no livro de Salmos, observe como é descrito o juízo divino sobre os primogênitos egípcios:
“Feriu todos os primogênitos no Egito, as primícias da virilidade nas tendas de Cam”. – Salmos 78:51
“Também feriu de morte a todos os primogênitos da sua terra, as primícias do seu vigor”. – Salmos 105:36
Em ambos os casos eles são chamados de as primícias dos egípcios. Isto faz com que entendamos aquela mensagem de Moisés a Faraó mais ou menos assim: “Assim diz o Senhor: Israel é o meu primogênito, as primícias consagradas de meu servo Abraão. Deixa ele livre para que me sirva, senão eu julgarei os seus primogênitos, primícias de sua força”. A questão das primícias sempre traz conseqüênci
as espirituais. Honrar ao Senhor com a entrega delas traz bênçãos, mas brincar com Deus no tocante a isto gera juízo!
A COMPRA DOS PRIMOGÊNITOS DOS ISRAELITAS
Deus pediu aos israelitas a consagração de todo primogênito:
“Disse o Senhor a Moisés: Consagra-me todo primogênito; todo que abre a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, tanto de homens como de animais, é meu”. – Êxodo 13:1 e 2
E explicou a razão disto:
“Quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus, como te jurou a ti e a teus pais, quando ta houver dado, apartarás para o Senhor todo que abrir a madre e todo primogênito dos animais que tiveres; os machos serão do Senhor. Porém todo primogênito da jumenta resgatarás com cordeiro; se o não resgatares, será desnucado; mas todo primogênito do homem entre teus filhos resgatarás. Quando teu filho amanhã te perguntar: Que é isso? Responder-lhe-ás: O Senhor com mão forte nos tirou da casa da servidão. Pois sucedeu que, endurecendo-se Faraó para não nos deixar sair, o Senhor matou todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito do homem até ao primogênito dos animais; por isso, eu sacrifico ao Senhor todos os machos que abrem a madre; porém a todo primogênito de meus filhos eu resgato”. – Êxodo 13:11-16
Além de ensinar-lhes um princípio, o Senhor se movia por meio de um ato de legalidade. Na verdade, quando protegeu e guardou os primogênitos dos filhos de Israel, Deus os comprou. Usando a linguagem bíblica podemos dizer que o Senhor os resgatou e se fez dono deles. Dali em diante, todo primogênito era d´Ele e a consagração ao Senhor era o meio de reconhecer isto. Para poder ficar com seus filhos, os pais deveriam resgata-los de volta por meio de ofertas. Mas ao consagrarem o primogênito, estavam santificando a Deus o restante de sua descendência.
CONSEQUÊNCIAS ESPIRITUAIS
Recentemente, li um livro do pastor Mike Hayes que ampliou meu horizonte acerca das primícias, e o recomendo de coração: “Quando Deus é Primeiro” (editado em português pela Willain Books). Ele me abriu os olhos para o que foi de fato o pecado de Acã em Jericó. Jericó era a primeira cidade a ser conquistada em Canaã. Portanto, de acordo com o princípio das primícias, o despojo de guerra não era deles, e sim do Senhor:
“Tão-somente guardai-vos das coisas condenadas, para que, tendo-as vós condenado, não as tomeis; e assim torneis maldito o arraial de Israel e o confundais. Porém toda prata, e ouro, e utensílios de bronze e de ferro são consagrados ao Senhor; irão para o seu tesouro”. – Josué 6:18,19
Os israelitas estavam proibidos de apropriar-se de qualquer coisa em Jericó. Os tesouros deveriam ir para o templo e as demais coisas (chamadas de coisas condenadas) deveriam ser destruídas. A Concordância de Strong aponta que palavra hebraica aqui traduzida como condenada é “cherem”, que significa: “uma coisa devotada, uma coisa dedicada, proibição, devoção, que foi completamente destruído ou designado para destruição total”. E tem como raiz a palavra hebraica “charam”, que por sua vez quer dizer: “consagrar, devotar, dedicar para destruição”. Traduções bíblicas como a versão Corrigida de Almeida traduzem esta palavra como “anátema” passando uma idéia de que a razão pela qual não se poderia tocar naqueles bens de Jericó eram por ser malditos. Mas a definição bíblica era de algo consagrado para a destruição. Poderia trazer maldição pela quebra de um princípio, mas não eram coisas malditas em si mesmas. Assim como o primogênito da jumenta que não podia ser sacrificado e tinha que ser resgatado ou desnucado, assim também Deus especificou o que queria que fosse dedicado a Ele e o que fosse destruído. O importante não era achar um uso para aquelas coisas, e sim não tocar nas primícias do Senhor. E o exército de Israel obedeceu à ordem que lhes fora dada:
“Porém a cidade e tudo quanto havia nela, queimaram-no; tão-somente a prata, o ouro e os utensílios de bronze e de ferro deram para o tesouro da Casa do Senhor”. – Josué 6:24
Mas um soldado chamado Acã desobedeceu à ordem divina:
“Prevaricaram os filhos de Israel nas coisas condenadas; porque Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá, tomou das coisas condenadas. A ira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel”. – Josué 7:1
A conseqüência de se quebrar este princípio, foi que a bênção para as demais conquistas foi retirada de sobre Israel. Eles foram derrotados na próxima batalha que exigia muito pouco deles, pois a Lei das Primícias não foi obedecida. Quando se santifica ao Senhor as primícias de algo, santifica-se também o restante. Quando se rouba a Deus nos primeiros frutos, perde-se a sua bênção no restante.
Este princípio funciona em todas as áreas. Ao separarmos um tempo pela manhã para buscarmos a Deus, e oferecermos em nosso devocional as primícias do dia, estamos santificando o restante dele ao Senhor. Quando separamos o dízimo, e aplicamos a Lei das Primícias dando a Deus a PRIMEIRA décima parte da renda, estamos santificando as outras nove partes restantes que ficam em nosso poder.
Alguns pregadores fazem diferença entre as primícias e o dízimo; ensinam o cristão a doar o equivalente ao ganho de seu primeiro dia de trabalho (além do dízimo). Outros ensinam a prática das primícias na entrega do dízimo. A idéia das primícias não se prende tanto ao fato de se é o ganho do primeiro dia ou o primeiro décimo da renda. O importante é dar primeiro a parte de Deus antes de gastarmos com as outras coisas.
Acredito que o dízimo deve ser nosso item número um no plano de contas do orçamento. Além de ser dado primeiro, deve refletir o fato de que Deus vem em primeiro. Quando honramos ao Senhor com as primícias de nossa renda, Ele também nos honra em nossas finanças.
Por outro lado, quando pensamos somente em nós mesmos, e não nos preocupamos com as coisas do Senhor, ferimos sua primazia e perdemos suas bênçãos. É o que ocorreu nos dias de Ageu, quando ele profetizou que o povo só se preocupava com suas casas enquanto a Casa do Senhor estava em ruínas. E justamente por colocarem-se a si mesmos em primeiro lugar e deixar Deus por último (ou de fora) é que perderam as bênçãos divinas.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

PRIMÍCIAS
Romanos 11.16-18

A tradução para esta palavra é: Primeiras coisas, primeiros efeitos, começos, prelúdios. Paulo começa esse versículo nos dizendo que as primícias são santas. Desde o princípio Deus sempre deu mais ênfase as primícias, seja ela dos produtos do campo, da pecuária ou dos filhos de uma família os primogênitos. Ao povo de Israel Deus estabelece a festa das primícias, ao qual todos os primeiros frutos das colheitas deveriam ser levados ao altar como oferta a Ele, em troca desse ato, o Senhor abençoaria toda a colheita e também traria a chuva na hora certa (Serôdia e a Temporã), o sol na medida certa, enfim, Deus prometia um cuidado especial para com o seu povo. O motivo de Deus valorizar tanto as primícias é devido a um simples fato. Onde estiver os nossos olhos, desejos, interesse, ali também estará o nosso coração. Quando praticamos qualquer atividade, sempre esperamos com ansiedade os frutos resultantes desse trabalho, seja em qual área for, assim era com o povo de Israel e ainda é conosco, e o que Deus esperava daquele povo e espera de nós hoje é a mesma coisa. Que independente de qualquer que seja a obra realizada e o fruto esperado, devemos dar a Ele as primícias de todas as coisas, como prova de nosso amor, confiança e dependência Nele.
Ao entregar as primícias do fruto da terra ao Senhor o povo de Israel estava demonstrando a Deus que Ele era o Senhor de tudo e tudo dependia Dele, e ao fazer isso toda a colheita era abençoada. Por isso Paulo diz que se a primicía é abençoada toda a massa também, se a raiz é abençoada todos os ramos também o são. Através dessa revelação da palavra entendemos porque muitas vezes semeamos mais do que colhemos, sonhamos mais do que realizamos, estamos esquecendo de algo muito especial: De entregarmos as primícias ao Senhor! Como assim? Vou explicar. Ao iniciarmos o nosso dia de manha cedo o que fazemos? Geralmente reclamamos com o relógio, com o frio, ou o calor, com as roupas que iremos usar, nossos pensamentos já correm a nossa frente e começam a nos lembrar dos problemas, das dificuldades e assim começa o nosso dia o qual será um dia normal e comum igual a todos os outros, mas aplicando a palavra de Deus, ao acordar primeiramente, se possível, dobre seu joelho e entregue a Deus a primícia do seu dia, demonstrando a Ele que você confia Nele, espera Nele e depende Dele, ao fazer isso, você estará consagrando a Deus a Primícia do seu dia e Deus estará abençoando todo o restante dele. Ao chegar em seu trabalho, ao invés de reclamar do patrão, do serviço, primeiramente entrega a primícia do teu trabalho a Ele e Deus estará providenciando para o restante do seu dia de trabalho muitas alegrias para você. Ao praticarmos essa lei do Senhor das entregas das primícias, ele estará abençoando todo o resto que fica conosco. Paulo ainda chama a atenção para não sermos intimidados pelo inimigo, a praticar essa palavra, pois ele sabe que se assim fizermos, ele o nosso adversário, não poderá mais atuar em nosso dia a dia. Querido amigo(a), pratique a palavra de Deus entregue as primícias ao Senhor, em todas as áreas de sua vida, e comece a desfrutar da Chuva Serôdia e Temporã de Bênçãos que Deus derramará sobre a sua vida. Amém!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A maior ameaça à Igreja Evangélica do Brasil

Julio Severo
De longe, o maior perigo para o Brasil é a dominação marxista, que está quase completa hoje. Essa dominação, que vem sendo implementada pelo PT e outros partidos socialistas há anos, vem acompanhada por constantes pressões esquerdistas para legalizar as perversões homossexuais, o assassinato de bebês mediante o aborto e muitas outras iniquidades. Essa dominação não ocorreu sem a colaboração da teologia. A Teologia da Libertação (TL), promovida durante décadas pelas comunidades de base da Igreja Católica, foi fundamental para a própria fundação do PT e expansão marxismo no Brasil. Sob a TL, católicos marxistas da CNBB se alinharam com marxistas seculares para avançar sua causa comum.
É fácil então identificar as causas e muitos dos maiores problemas da sociedade brasileira e da Igreja Católica.
No entanto, como identificar as mesmas causas e problemas na Igreja Evangélica do Brasil? Como descobrir o maior perigo para a Igreja Evangélica do Brasil? Se pesquisarmos pelo Google, obteremos resultados interessantes. Na minha pesquisa, tomando como exemplo o papel colossal da TL na Igreja Católica, parti do princípio de que a teologia é o que mais pode afetar de forma positiva ou negativa a Igreja. Por isso, utilizei duas teologias que estão em evidência e contraste na Igreja Evangélica do Brasil: a Teologia da Prosperidade e a Teologia da Missão Integral.
Em evidência, porque são importantes nas falas e condutas das igrejas evangélicas.
Em contraste, porque uma é demonizada e a outra bajulada.
Apesar de suas diferenças e contrastes, qual das duas teologia cumpre na Igreja Evangélica a missão que a Teologia da Libertação sempre cumpriu na Igreja Católica: a missão de conduzir as pessoas aos pés da ideologia de Karl Marx?

Teologia da Prosperidade no Google

Uma simples pesquisa global pelo Google sobre “Teologia da Prosperidade” produz 2.650.000 resultados, conforme registrado em 15 de janeiro de 2014 (http://archive.is/yI74V). Já na primeira página desses resultados, a maioria absoluta dos sites que aparecem tratando do tema são calvinistas e o tratamento dessa teologia é negativo.
O primeiro site que aparece nos resultados pertence à revista Ultimato, provavelmente a mais antiga publicação defensora da Teologia da Missão Integral (TMI), que é a versão protestante da TL. Um dos livros publicados pela Ultimato em defesa dessa teologia marxista evangélica é “O Novo Rosto da Missão,” escrito pelo Rev. Luiz Longuini, um pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) casado quatro vezes. Marcos Botelho, também presbiteriano, ficou conhecido num artigo dessa revista em que defendeu que os cristãos têm a obrigação de lutar por um suposto “direito” de todos de praticar abominações.
Os outros sites que aparecem em destaque no Google contra a Teologia da Prosperidade são igualmente calvinistas, inclusive: Voltemos ao Evangelho, Internautas Cristãos, O Tempora, O Mores! e Púlpito Cristão. Desses, possivelmente só o Púlpito Cristão é mais destacadamente esquerdista, conforme apontou o artigo “A esquerda apologética e o neopentecostalismo.”
Na primeira página de “Teologia da Prosperidade” na busca global do Google, o perfil dessa teologia e do próprio neopentecostalismo é, conforme seus proeminentes críticos calvinistas, herético, anticristão, etc.
Considerando que nenhuma igreja posta na internet artigos declarando “Defendemos a Teologia da Prosperidade,” a conclusão lógica é que todas as outras menções, ou mais de 99 por cento, no Google são igualmente negativas.
Entre os resultados que não estão na primeira página encontrei sites espíritas, católicos e até esquerdistas seculares atacando a Teologia da Prosperidade (TP). Nenhum deles, porém, menciona negativamente a TMI.
Os quase 3 milhões de resultados do Google contra a TP indicam que essa teologia está sendo combatida em massa — uma guerra santa e implacável capitaneada por calvinistas, onde a revista Ultimato ocupa uma confortável liderança. Essa teologia está sendo tratada, com o apoio de espíritas, católicos e até esquerdistas seculares, como a maior ameaça à Igreja Evangélica do Brasil, criando uma cortina de fumaça surpreendente para a TMI e seus promotores.

Teologia da Missão Integral no Google

Na segunda busca global, coloquei no Google o termo “Teologia da Missão Integral,” que deu 145.000 resultados, conforme registrado em 15 de janeiro de 2014 (http://archive.is/bMzPF). Analisando a primeira página, os resultados são nitidamente favoráveis a essa teologia, com exceção de alguns artigos meus que já aparecem com destaque no Google. Os milhares de resultados favoráveis apresentam essa teologia como se fosse a doutrina mais bonita, inocente e benéfica que já existiu nas igrejas evangélicas do Brasil.
Tirando meus artigos, os resultados indicam que a TMI é vista de forma predominantemente positiva. Anos atrás, quando fiz minhas primeiras pesquisas pelo Google da TMI, só encontrei elogios. Daí, vi a necessidade de intervir, com minha experiência de blogueiro, para que alguns internautas tivessem acesso a informações mais certeiras dessa teologia. Meus artigos sobre esse tema estão hoje, pela graça de Deus, na liderança nas pesquisas do Google e se tornaram referência.
Por que os sites e blogs calvinistas que estão na liderança da defesa da TMI (ou andam confortavelmente na companhia de seus promotores) estão igualmente na liderança de uma “guerra santa” contra a TP? Aliás, o que é TP? Se tentarmos definir essa teologia pelo modo como os calvinistas citados na pesquisa do Google a criticam, dá para entender basicamente como “um pastor vivendo no luxo e ganhando muito dinheiro.” Mas não é qualquer pastor. Os alvos são sempre pastores pentecostais e neopentecostais.
Conheço pastores que vivem no luxo e ganham muito dinheiro, mas não são pentecostais. Eles são protestantes tradicionais e são famosos por um discurso estridente e raivoso contra a TP e contra os neopentecostais, que incluem Igreja Batista da Lagoinha, Igreja Renascer, Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, Igreja Bola de Neve, Igreja Internacional da Graça de Deus, etc. Condenam de boca o que vivem na vida. Suas pregações atacam uma TP que é muito bem marcada em seus elevados salários, casas, carros, viagens, etc.
Os que estão na vanguarda (inclusive a revista Ultimato, Voltemos ao Evangelho, Internautas Cristãos, O Tempora, O Mores! e Púlpito Cristão) dos ataques à TP são muitas vezes os que estão na vanguarda da defesa da TMI, ou andam confortavelmente na companhia de seus promotores. Suas críticas (quando o fazem) à heresia progressista são tímidas, vagas e débeis. Mas as críticas à “heresia” dos neopentecostais são robustas, musculosas, brutais e implacáveis.
Nenhum deles está na linha de frente da guerra contra a TMI, que de longe é a mais elevada expressão do liberalismo teológico brasileiro.
A “timidez” da blogosfera calvinista para criticar com toda a força de sua musculatura teológica a Teologia da Missão Integral tem explicação: essa teologia progressista nasceu basicamente dos meios teológicos calvinistas, conforme mostra meu livro “Teologia da Libertação versus Teologia da Prosperidade.” Na Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), os principais responsáveis foram o Rev. Richard Shaull, que foi professor durante quase 10 anos num grande seminário da IPB na década de 1950, e Rubem Alves, que como pastor da IPB muito atuou em prol dessa teologia na década de 1960. Hoje ele é apóstata.

Sem mencionar o fundamental papel posterior de Caio Fábio, outrora o maior pastor da IPB, que mesmo sem dizer o nome, promovia, nos bastidores ou não, a TMI e sua essência marxista. Caio trabalhou durante anos para aproximar os evangélicos do PT. E hoje seu filho espiritual, Ariovaldo Ramos, prossegue sua missão.

Caio Fábio: o gigante da TMI

Durante seu apogeu de fama e glória, Caio só dava atenção ao próprio umbigo.
Uma mulher simples chegou ao imponente escritório dele na VINDE mais de vinte anos atrás, para dizer que Deus havia mostrado a ela que ele era um gigante com mãos e pés sujos, mas nem deixaram a pobre mulher se aproximar do homem importante cercado de secretárias e secretários. E se se aproximasse, ele ouviria?
Um de seus funcionários jovens, que hoje é pastor de uma igreja neopentecostal, me disse que na época teve uma visão onde Deus o mostrava entregando um recado profético para Caio. Na visão, Caio estava totalmente indiferente e fechado.
A visão veio quando Caio, nos bastidores, estava diplomaticamente aproximando os líderes evangélicos de Lula e do PT. Milhares de líderes evangélicos foram levados aos maus caminhos do gigante de mãos e pés sujos, isto é, um homem arrogante que estava caminhando em caminhos sujos e fazendo coisas sujas.
Não há dúvida de que andar na esquerda é andar em caminhos sujos, e trabalhar para a esquerda é sujar as mãos.
E é evidente que não era só o gigante que estava cego e indiferente. O que dizer da liderança que o cercava? O que dizer de sua denominação na época, a Igreja Presbiteriana do Brasil, que nunca o havia confrontado, punido e afastado de funções pastorais enquanto o gigante maquinava o namoro dos líderes evangélicos com o PT?
Deus não precisaria tocar uma humilde mulher e um jovem funcionário da VINDE com visões se os grandes reverendos que cercavam o gigante tivessem os olhos realmente abertos para o que é certo diante de Deus, e tivessem boca para repreender o gigante. Eles falharam. Mas o princípio bíblico de que “Vosso pecado vos achará” não falhou. O gigante foi derrubado por seus próprios pecados.
Foi preciso sua queda em pecados sexuais e financeiros para que anos de maquinações esquerdistas tivessem um fim. Mas o estrago já tinha sido feito. Em grande parte, o gigante conseguiu o que queria: a maioria da liderança evangélica hoje segue estupidamente a esquerda nas eleições, com o incentivo dos vários filhotes espirituais de Caio.
Caio foi para a igreja brasileira um “médico” que, em vez de trazer cura, aprofundou-a mais no câncer da TMI. Ele colocou a Igreja Evangélica do Brasil em estado de adultério — um adultério incomparavelmente pior do que o adultério pessoal que o derrubou em escândalos.
O gigante nunca se arrependeu da TMI e de ter prostituído a Igreja Evangélica. Pelo contrário, continua se fazendo de médico, apontando que a igreja brasileira está “doente,” mas convenientemente se distanciando de sua responsabilidade em tudo isso.
O preço da TMI tem sido caro para a Igreja Evangélica do Brasil e para os gigantes da TMI, vários dos quais têm caído e se apostatado de forma horrível.

Guerra santa: só contra a TP, não contra a TMI

Mesmo com um nascimento basicamente calvinista e ainda tendo calvinistas como seus principais defensores, não existe nenhuma vanguarda calvinista contra a TMI. A luta contra essa teologia está vindo de outras fontes. Embora a TMI esteja contaminando a Igreja Evangélica do Brasil há décadas, é com tristeza que digo que somente com a publicação de textos e livros no meu blog que começou a aparecer uma vanguarda, documentada pela pesquisa global do Google, contra essa teologia.
Eu não poderia evitar essa responsabilidade. O Brasil inteiro está sendo mergulhado numa revolução e lavagem cerebral marxista, que atinge desde escolas até governo. Por que deveríamos achar que as igrejas evangélicas ficariam ilesas?
Ariovaldo Ramos, considerado um dos “apóstolos” dessa teologia, declarou: “A Teologia da Missão Integral é uma variante protestante da Teologia da Libertação.”
Ariovaldo é sempre muito bem-recebido nos círculos calvinistas, até mesmo na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Ariovaldo é um “reformado” (título usado por calvinistas) que já foi convidado especial do ditador marxista Hugo Chavez, cuja morte provocou lamentos no pastor reformado. Ele tem também se destacado em grandes parcerias entre evangélicos e o PT.
Entenda: os gigantes da TMI sempre caminham, de uma forma ou de outra, com políticos e militantes esquerdistas, conforme confirmou em entrevista exclusiva ao Blog Julio Severo Maya Felix, que durante anos fez parte do MEP (Movimento Evangélico Progressista), o maior movimento protestante da TMI para politizar, de modo esquerdista, a Igreja Evangélica do Brasil.
Mesmo depois de sua queda, Caio Fábio continuou estrela do MEP, conforme documentação gravada acessível no Blog Julio Severo, que registra Caio como palestrante principal de um seminário sobre “ética” no Congresso Nacional. O seminário, realizado pelo MEP, contou com o apoio direto do PT.
Meu questionamento agora é: se a TMI, com toda a sua carga marxista sutil ou não, é a maior ameaça à Igreja Evangélica do Brasil, por que os calvinistas não estão na vanguarda do combate a ela? Por que uma pesquisa do Google, em vez de trazer uns 10 milhões de resultados negativos, só mostra milhares resultados favoráveis à TMI?
De longe, quem mais promove a TMI são os calvinistas. De longe, quem mais ataca implacavelmente a TP são os calvinistas. O que isso diz? Na avaliação dos calvinistas, uma teologia é inocente e a outra é culpada. Uma é anjo e a outra é diabo. E a diferença básica é: uma nasceu no meio deles, e a outra nasceu num meio odiado por eles: os neopentecostais.
Quando você computa quase 3 milhões de resultados negativos contra quase 150 mil resultados positivos, qual é a conclusão óbvia? A TP e por extensão o neopentecostalismo é a grande ameaça à Igreja Evangélica do Brasil. Palavra dos calvinistas que estão trabalhando dia e noite para implantar a TMI como padrão do Evangelho no Brasil. Palavra dos calvinistas omissos que se dizem contra o liberalismo teológico, mas comportam-se no mínimo como doentes terminais diante dessa teologia. No máximo, são críticos tímidos e covardes, falando genericamente ao vento, apavorados de mencionar nomes e exemplos específicos e concretos.
Há uma guerra santa de proporções cósmicas contra a TP, mas não há nenhuma guerra santa contra a TMI.
Os que estão na vanguarda (inclusive a revista Ultimato, Voltemos ao Evangelho, Internautas Cristãos, O Tempora, O Mores! e Púlpito Cristão) da crítica aos neopentecostais atacam a TP, mas não atacam a essência dessa teologia que é vivida nos elevados salários, casas, carros, viagens, etc., que fazem parte do estilo de vida dos donos e parceiros dessa vanguarda. A vida opulenta de muitos deles é digna da Teologia da Prosperidade que eles tanto atacam.
O que se destaca também é a completa desigualdade no “debate”:  da parte dos calvinistas há mais beligerância e hostilidade sistemática do que debate diante do neopentecostalismo, enquanto que da parte dos neopentecostais há quase que silêncio diante das teologices dos calvinistas antipentecostais. Uma das motivações mais importantes desse grupo de calvinistas hostis, quer sejam esquerdistas ou não, é a doutrina herética do cessacionismo. Os constantes e sistemáticos ataques dessa ala calvinistas podem ser uma conveniente fachada para ocultar sua heresia cessacionista.
Forças calvinistas usam suas energias para atacar em massa a TP e as igrejas neopentecostais. Em contraste, as igrejas neopentecostais usam suas energias não para confrontos teológicos com calvinistas raivosos e invejosos, mas para proclamar o Evangelho.
Dos calvinistas, veio a moda de abraçar e bajular a TMI. Dos calvinistas, veio a moda de demonizar a TP — mas só a teoria, não a prática. E agora vão querer dizer que os calvinistas não têm força para lançar a moda de uma necessária e justa demonização da TMI? Vão argumentar que eles não conseguem ser vanguarda contra o grave liberalismo teológico que essa teologia representa?
Querem livrar a Igreja Brasileira do cisco da TP enquanto a viga da TMI está enfiada em seus próprios olhos teológicos. Jesus Cristo tem uma palavra para os que transformam o cisco nos olhos dos outros em motivo de guerra santa:
“Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois com o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida que usardes para medir a outros, igualmente medirão a vós. Por que reparas tu o cisco no olho de teu irmão, mas não percebes a viga que está no teu próprio olho? E como podes dizer a teu irmão: Permite-me remover o cisco do teu olho, quando há uma viga no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás ver com clareza para tirar o cisco do olho de teu irmão.” (Mateus 7:1-5 KJA)
Sabemos que a ideologia que mais ameaça o Brasil hoje é a ideologia marxista. Qual é a teologia que mais colabora com essa ideologia? A TMI. Qual é a teologia que tanto os adeptos da TMI quanto os adeptos do marxismo odeiam? A TP. Até mesmo esquerdistas seculares, que nada entendem de Evangelho, criticam a TP. Até mesmo a TV Globo ataca os televangelistas neopentecostais.
De acordo com Edson Camargo, dono do Blog Profeta Urbano, o liberalismo teológico está especialmente ligado não à TP, mas à TMI. Ao Blog Julio Severo, ele disse: “A Teologia da Prosperidade é mais um erro de ênfase, e não compromete tanto outras doutrinas. Basta consultar alguns poucos versículos para se entender que a ênfase dela é errada. Já a TMI distorce todo o Evangelho e toda a interpretação das Escrituras, fazendo com que os evangélicos endossem as aberrantes agendas da esquerda como o gayzismo, o politicamente correto e as reivindicações de grupos como o MST. Não é à toa que liberais teológicos, que relativizam a doutrina do pecado e duvidam da historicidade da ressurreição de Cristo, entre outras baboseiras, sempre estão alinhados com a TMI.”

“Não venham me acusar de defensor da TP”

Não venham me acusar de defensor da TP. Se eu fosse defensor da TP, na teoria dos neopentecostais ou na prática de vida luxuosa de muitos teólogos calvinistas, eu não enfrentaria problemas por falta de status econômico, teria uma mansão com piscina e muitas outras regalias. Pelo contrário, alguns dos calvinistas que se levantaram contra mim por minhas denúncias vivem em mansões, têm suas piscinas e vidas opulentas, mas nunca admitem que suas vidas espelham a TP.
Os casos em que vemos neopentecostais se aliançando com marxistas demonstram o poder da contaminação. Historicamente, pentecostais e neopentecostais sempre “demonizaram” o marxismo. Mas os adeptos da TMI, especialmente Caio Fábio, trabalharam para quebrar todas as resistências protestantes tradicionais, pentecostais e neopentecostais ao marxismo. Caio não teve muitos problemas com os protestantes tradicionais, onde a TMI tem raízes profundas e antigas. Para lidar com os neopentecostais, em 1994, durante a eleição presidencial, ele convidou Valnice Milhomens para ajudá-lo a apresentar, através de seu programa televisivo “Pare & Pense,” o candidato Lula para os evangélicos.
Caio, como inimigo da TP (mas nunca de uma vida pessoal luxuosa à custa de ovelhas desorientadas e cegas), sempre promoveu a TMI. Só anos mais tarde ele confessou: “Aproximei os evangélicos de Lula.” Valnice caiu no conto do vigário caiofabiano e foi instrumento para que milhões de evangélicos brasileiros caíssem no conto do vigário do marxismo.
Foi o maior trabalho de “desdemonização” do esquerdismo na história da Igreja Evangélica do Brasil. Depois desse trabalho em massa em favor do marxismo, é compreensível que a TMI seja hoje bajulada de todos os lados. Aliás, no universo de favoritismo esmagador à TMI nos resultados do Google, meu blog de oposição e alerta é, na visão dos defensores da TMI, uma ovelha negra.
Francamente, diante do enorme Golias da TMI e seus filisteus, me sinto como um Davi, pequeno e fraco, ou como Paulo, em necessidade de apoio de oração para avançar na missão de denunciar uma TMI que, cercada de defensores gigantes, está num pedestal de sacralidade absoluta em muitas igrejas.
Depois de décadas de crescimento e expansão dessa teologia a partir de bases calvinistas, por que precisou um Julio Severo, que não figura entre os grandes televangelistas nem entre os doutores em teologia, para começar a questionar e confrontar a TMI e seus defensores? Por que a população evangélica não faz uma pausa para pensar que os que estão na vanguarda da guerra santa contra a TP defendem a TMI ou andam muito bem com seus promotores?
A TMI nasceu em berço basicamente calvinista. Isso é fato. A TP nasceu dos neopentecostais. Isso explica o ódio calvinista à TP e sua defesa destacada à TMI, uma heresia que está crescendo nas igrejas e está agora alcançando até igrejas neopentecostais. A vítima mais recente é a Igreja Batista da Lagoinha.
Se TP é um pastor viver no luxo e ganhar muito dinheiro, então acorde: há pastores protestantes tradicionais (inclusive muitos calvinistas maçons), pentecostais e neopentecostais vivendo assim. Se TP, ou a pregação neopentecostal, tem como alvo colocar Deus no centro da provisão de todas as necessidades humanas, então é a resposta perfeita contra a TMI, que no final acaba colocando a ideologia marxista, a política e o governo como centro de provisão de todas as necessidades humanas. Tudo o que é necessário é corrigir a ênfase exagerada.
Se de fato TP é “um pastor viver no luxo e ganhar muito dinheiro,” então televangelistas neopentecostais e seus abastados críticos calvinistas precisam de libertação. Embora suas teologias sejam diferentes, seus estilos de vida apegados ao amor ao dinheiro são idênticos.

Como combater a maior ameaça à Igreja Evangélica do Brasil?

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Junta-se a mim no combate ao marxismo disfarçado de “evangelho” nas igrejas evangélicas.
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