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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O AMOR DE DEUS DEMONSTRADO NA CRUZ




Por Pr. Silas Figueira

Texto base Jo 19.17-27

INTRODUÇÃO

O livro do profeta Isaías, no capítulo 53.4 nos diz que "certamente, Ele (Jesus) tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si..." Isaías nos fala da crucificação de Jesus de forma vívida. E essa profecia foi predita cerca de 800 anos a.C. Essa profecia se cumpriu cabalmente na vida de Jesus. Não só essa, mas muitas outras também.

Quando olhamos para o monte caveira e contemplamos a cruz que estava no meio, nós vemos o Senhor Jesus pagando um alto preço pelos nossos pecados. Vemos literalmente se cumprindo a profecia do profeta Isaías quando nos diz que "o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados" (ls 53.5b). Da mesma forma nos falou Pedro em sua primeira carta: "Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito" (1Pe 3.18). E como escreveu o apóstolo Paulo aos Colossenses: "tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz" (Cl 2.14). E Paulo escrevendo aos Gálatas nos diz também: "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo,  a fim de que recebêcemos, pela fé, o Espírito prometido" (Gl 3.13, 14).

Quando eu olho para cruz de Cristo eu vejo, pelo menos, cinco coisas básicas:

1 - Quando olho para a cruz de Cristo eu vejo que aquela cruz era minha e sua, e não de Jesus (Jo 19.17).

Quando eu olho para cruz eu vejo que aquela cruz era para mim e para você. Apesar de o texto dizer que Jesus carregou a sua cruz... No entanto eu digo que aquela cruz era nossa, pois em Isaías 53.5 nos diz que "Ele, Jesus, foi transpassado pelas nossas transgressões...". Perceba que o texto é enfático quando diz "NOSSAS TRANSGRESSÕES", e não de Jesus.

Na verdade, Jesus carregou a cruz que seria de Barrabás. E quem foi Barrabás?  Este nos diz a Bíblia, era salteador e assassino (Lc 23.19; 25). Jesus foi morto na cruz no lugar de um assassino, no lugar de um desordeiro, em meu e no seu lugar.

Barrabás simboliza toda a humanidade em rebelião contra o nosso Deus. Veja o que o apóstolo Paulo nos fala em Efésios 2.1-3: "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais".

Barrabás não era pior que nenhum de nós. Diante de Deus, todos nós éramos merecedores da morte eterna. Por isso que eu afirmo que AQUELA CRUZ ERA NOSSA. Há uma poesia do Gioia Junior que nos fala com muita propriedade o que estamos falando aqui. A poesia nos fala assim:

Nada era dele
Disse um poeta um dia,
Fazendo referência ao Mestre amado:
O berço que Ele usou na estrebaria,
Por acaso era dele? Era emprestado!

E o manso jumentinho,
Que em Jerusalém chegou montado
E palmas recebeu pelo caminho,
Por acaso era dele? Era emprestado!

E o pão - o suave pão,
Que foi por seu amor multiplicado
Alimentando a multidão
Por acaso era dele? Era emprestado!

E os peixes que comeu junto ao lago,
Ficando alimentado. Esse prato era seu? Era emprestado!

E o famoso barquinho?
Aquele barco em que ficou sentado
Mostrando à multidão qual o caminho
Por acaso era seu? Era emprestado!

E o quarto em que ceou ao lado dos discípulos
Ao lado de Judas que o traiu, de Pedro, que o negou
Por acaso era dele? Era emprestado!

E o berço tumular, que depois do calvário foi usado
De onde havia de ressuscitar
Por acaso era dele? Era emprestado!

Enfim, nada era dele!
Mas a coroa que Ele usou na cruz era dele!
E a cruz que carregou e onde morreu,
Essas eram de fato de Jesus! "

Isso disse um poeta certa vez,
Numa hora de busca da verdade;
Mas não aceito essa filosofia
Que contraria a própria realidade.

O berço, o jumentinho, o suave pão,
Os peixes, o barquinho, a sepultura e o quarto
Eram dele a partir da criação;
Ele os criou - assim diz a Escritura;
Mas a cruz que Ele usou, a rude cruz,
A cruz tosca e mesquinha,
Onde meus crimes todos expiou,
Essa cruz não era sua! Essa cruz era minha!

Mas uma vez eu repito: aquela cruz era minha e sua!

2 - Em segundo lugar, quando eu olho para cruz de Cristo eu vejo o maior crime da história (Jo 18.38; 19.4, 6, 17, 18).

Jesus não havia cometido crime algum. Aliás, o próprio Pilatos sabia que por inveja é que o haviam entregado (Mt 27.18). Mas ele não teve coragem de enfrentar o povo. Também a sua esposa lhe pediu para não se envolver com aquele justo (Mt 27.19). Pilatos foi aconselhado a não se envolver, mas não tem como não se envolver com Jesus. Quer queira, quer não, todos nós estamos envolvidos com Jesus. Todos nós estamos envolvidos neste crime. Pois Jesus foi morto pelas nossas transgressões, como nos fala Is 53.5. Eu matei Jesus, você matou Jesus. Nós matamos o Senhor da vida.

Por isso, mais uma vez eu afirmo que este foi o maior crime da história, pois a Bíblia nos diz em 1Co 5.21 que "aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós...". E em Hb 4.15 nos diz que "antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado".

Infelizmente muitas pessoas não tem dimensão do quando é horrendo o pecado aos olhos do nosso Deus. A Bíblia nos fala que são os nossos pecados que nos afastam do nosso Deus. Isaías nos fala exatamente assim: "Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça" (Is 59.2).

Por isso que quando Cristo se deu na cruz por nós, Ele estava pagando um alto preço para nos reconciliar novamente com o Pai, pois essa harmonia havia sido quebrada por Adão no Paraíso (Gn 3). Mas da mesma forma como o pecado nos separou do Pai, Ele fez uma promessa de que nos reconciliaria consigo novamente. Veja o que Ele disse em Gn 3.15: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar". E esta profecia se cumpriu em Cristo. Veja o que Paulo nos fala em Colossenses 2.14, 15: "Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz, e, despojando os principados e as potestsdes, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz".

A vitória de Cristo na cruz do calvário pôs fim ao império de Satanás sobre a vida do homem, principalmente sobre a vida do cristão. O autor de Hebreus nos diz que Jesus através de sua morte destruiu aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo (Hb 2.14). O diabo não tem poder sobre a vida da Igreja, pois somos filhos de Deus. E o apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos nos diz que o acusador foi derrotado e quem está em Cristo não sofre mais nenhuma condenação: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1).

Por isso que mais uma vez afirmamos que a morte de Jesus na cruz foi o maior crime de toda a história da humanidade. Aquele que não tinha pecado, se fez pecado por nós.

3 - Em terceiro lugar, quando olho para cruz de Cristo, eu vejo que o Pai estava em Cristo cumprindo a Sua Palavra (Jo 19.23, 24, 28, 31-37).

A cruz não foi um acidente. Não foi algo que não estava nos planos do nosso Deus. Pelo contrário, tudo estava planejado desde a eternidade passada. Em Apocalipse 13.8 nos fala que o Cordeiro (Jesus) foi morto desde a fundação do mundo. Aliás, existe uma das passagens que mostra o Seu sacrifício de forma vívida; foi quando Abraão oferece Isaque em sacrifício. Assim como Abraão entregou o filho que amava em sacrifício ao Senhor, embora Isaque não fora sacrificado, mas o Pai foi até o fim quando entregou o seu Filho em sacrifício em nosso lugar.

Observe o quadro da cruz e veremos o cumprimento profético:
A sua morte na crucificação – Jo 19.17-27 conf. Is 53.
As vestes divididas - v. 23,24 conf. Sl 22.18.
A sede que Jesus teve - v. 28, 29 conf. Sl 69.21.
Seus ossos que não foram quebrados - v. 32, 33, 36 conf. Êx 12.46; Nm 9.12; Sl 34.20
Que Jesus seria transpassado - v. 37 conf. Zc 12.10, Ap 1.7.
Até onde Jesus seria sepultado já estava profetizado - Mt 27.59, 60 conf. Is 53.9.

Aquele que cobriu de bênçãos sem medida aos carentes e multiplicou o pão e peixe para alimentar as multidões, agora na morte está vendo as suas vestes sendo também divididas.

Aquele que disse que quem tivesse sede viesse a Ele (Jo 7.37, 38), agora no momento de sua sede lhe deram vinagre.

Aquele que, segundo as Escrituras, não esmagaria a cana quebrada, nem apagaria a torcida que fumega (Is 42.3; Mt 12.20), ou seja, Jesus não se desfaz do que ainda é. Ainda que não tenha nenhum valor aos olhos de muitos. Com a cana as crianças faziam flautas, mas quando ela se quebrava elas jogavam fora e faziam outra. Jesus nos acolhe ainda que não venhamos mais produzir mais nenhuma música, nenhum som, quando todos nos desprezam e querem nos jogar fora, o Senhor nos acolhe em seus braços. Como disse o Senhor em Isaías 49.15: "Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho de seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti".

Da mesma forma o pavio da lamparina quando não dá mais luz necessária e só solta fumaça, deve ser substituído. Mas o Senhor diz para nós nesta noite que ainda que a nossa luz esteja fraca e não produzamos a mesma claridade, o Senhor não nos apaga, mas pelo contrário, renova as nossas forças e nos diz que ainda somos úteis em seu Reino. Pedro estava como numa cana quebrada e como um pavio que fumega, mas o Senhor o restaurou e Pedro se tornou um dos maiores líderes da Igreja Primitiva.

4 - Em quarto lugar, quando eu olho para cruz de Cristo, eu vejo o Rei dos reis e o Senhor dos Senhores (Jo 19.19, 20).

Pilatos, ainda que sem saber, estava mostrando ao mundo que aquele que estava pendurado naquela cruz era o Senhor dos Senhores, e, o mais importante triunfando sobre todos, apesar de parecer que não.

Pilatos escreveu um título e o mandou colocar no cimo da cruz dizendo: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus. E é interessante que ele escreve em três idiomas, Hebraico, Grego e Latim.

O hebraico simboliza todo poder religioso.
O grego simboliza todo poder cultural e filosófico.
O latim simboliza todo poder bélico.

Em tudo que existe o Senhor Jesus é Senhor, é Rei. Ele é o Deus supremo. Veja o que nos diz Atos 2.32-36: “A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis. Porque Davi não subiu aos céus, mas ele mesmo declara: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés. Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo”. Observe também o que nos fala o apóstolo Paulo em Filipenses falando da exaltação de Cristo: “...a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fl 2.8-11).

5 - E em quinto lugar, quando olho para cruz de Cristo eu vejo o amor do Pai se manifestando no Filho por nós (Jo 19.30).

TETELESTAI foi a palavra que Jesus disse na cruz. Está consumado. Está pago. Não há mais dívida.


TETELESTAI" é uma expressão grega que pode ser traduzida como "está consumado", "totalmente pago" ou "dívida cancelada". No século I, quando um criminoso era preso, seus delitos eram registrados em um papiro conhecido como "cédula de dívida" ou "escrito de dívida". Ao cumprir a pena e chegando a ocasião de sua liberdade, o juiz responsável pela soltura do condenado, riscava a cédula, especialmente na parte onde os crimes estavam apontados, e, no rodapé, escrevia TETELESTAI. Pronto! O indivíduo não devia mais nada à justiça. Estava livre da condenação e, agora, poderia desfrutar da paz e da liberdade.

O apóstolo Paulo se apropria desta figura jurídica para nos transmitir a profundidade do alcance da obra redentora de Cristo, pois como pecadores que somos, contra nós também há uma “cédula de dívida”, a saber, uma série de transgressões cometidas ao longo da vida. Esta cédula constitui-se em um poderoso instrumento de acusação. Ela nos silencia, nos humilha, pois não há como contradizê-la, não há como negá-la. Nela se registram todas as nossas maldades, todas as nossas mentiras, toda perversidade que praticamos. Ela aponta para a destruição dos que ali constam (Ap.20: 12). Entretanto, o apóstolo Paulo declara que Cristo “riscou o escrito de dívida, tirando-o do meio de nós, cravando-o na cruz”. Ou seja, Jesus Cristo com sua morte vicária (substitutiva), pagou a dívida que tínhamos para com Deus. Vale a pena lembrar que na cruz do Calvário, segundo o Evangelho de João (19:30), Cristo declarou “Está consumado!” (TETELESTAI), sendo, inclusive, sua derradeira palavra.                   

Quando falamos do amor de Deus nós o encontramos nas próprias palavras de Jesus quando Ele disse em Jo 3.16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira...”

“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” Jo 15.13.

E o apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos nos diz: “Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm 5.7-10).

Deus nos prova o Seu grande amor para conosco através da morte do Seu Filho na cruz por nós.

CONCLUSÃO

Quando você olha para cruz o que você tem contemplado? Será que quando você olha para cruz você consegue contemplar a maior prova de amor já registrada na história, ou fica se lamentando que não é amado por Deus? O Senhor da glória não precisa demonstrar mais amor por nós, pois isso ele já o fez por nós quando nos deu o próprio Filho para morrer por nós na cruz pagando a nossa dívida. Creio que um dos textos que mostra isso de forma muito clara é João 3.14-17: “E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna. Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele”.


Pense nisso e fique na Paz!

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Velho do saco: de onde vem esta lenda urbana tão famosa?!

A história do velho do saco – ou do homem do saco – é uma das mais populares em todas as culturas do Ocidente, contada pelos pais para amedrontar crianças teimosas ou malcriadas. Há registros desta lenda urbana sendo contada como medida educativa nos Estados Unidos, México, Argentina, Portugal, Alemanha, Rússia, Inglaterra, Brasil, Colômbia, Grécia, Itália, França etc.


De acordo com a antropologia, que estuda as lendas e mitologias dos povos, sempre há um mito fundador, ou seja, aquele primeiro que é adaptado pelas sociedades de acordo com suas características e necessidades. Assim, a história envolvendo o velho do saco raptor de crianças teria, também, essa mesma raiz – justamente por estar presentes em várias partes do mundo. Portanto, veio de algum lugar com base em algum tipo de fator. E realmente há!

A origem da lenda, de acordo com antropólogos urbanistas...
De acordo com o que nos conta a lenda, as crianças que o velho carrega consigo são aquela que estavam sem nenhum adulto por perto, em frente às suas casas ou brincando na rua sem a permissão dos pais – nota-se aí o contexto patriarcal de força sobre os menores. Assim, o velho pegaria a criança caso ela saísse sem ninguém de dentro de casa, ou sem estar sob a vigilância e a responsabilidade de um adulto.

Na Europa a lenda tem um fim. As crianças carregadas pelo velho do saco eram transformadas em sabonetes, pele de tamboretes e seus ossos eram transformados em botões. Tudo isso para manter vivo o pavor das crianças em irem sozinhas para a rua sem a supervisão de um familiar.


De acordo com os antropólogos e etnólogos, não há evidências concretas de como se tenha dado início a esta lenda, mas há estimativas históricas que podem ajudar a nortear isso, dando uma chave para os motivos da existência deste mito urbano que atravessou continentes. Tudo teria ocorrido por volta da década de 1850, na Europa, quando os ciganos começaram a fazer o movimento de imigração para as Américas.

1. Neste período, na Europa, era muito comum que crianças fossem roubadas das ruas, principalmente nas zonas rurais, para que fossem vendidas a orfanatos e grandes industriais como mão de obra nas fábricas – nesse período, era comum uma criança trabalhar até 16 horas diariamente a um salário ínfimo;

2. Alguns dos raptores na Europa eram ciganos que, por viverem à margem da sociedade dependiam de dinheiro para sobreviver diariamente. Por isso, a fonte de lucros da quiromancia (ler as mãos) e artes circenses já não dava mais o mesmo dinheiro no período da Belle Epoque europeia. Assim, as crianças eram raptadas pelos grupos de ciganos e vendidas em outros cantos;

3. Os números de raptos eram maiores no Leste Europeu: Rússia, Ucrânia, Romênia, Grécia, Bulgária etc. Essas crianças raptadas pelos “velhos do saco” eram vendidas em cidades como Londres, Birmingham, Liverpool, Manchester, Lyon, Paris, Milão, Turim, Berlim e Viena;

4. Havia o preconceito, na época, de que ciganos e judeus não tinham nação ou pátria – no período em que o Nacionalismo tornava-se uma doença no mundo – e por isso vendiam as crianças, pois, para eles, a família não importava, e o sumiço “seria somente uma questão esquecida pelo tempo”.


No século 19, teve início a migração maciça dos ciganos para as Américas, principalmente Brasil e Estados Unidos. Fugiam de todo esse preconceito que estava arraigado nas sociedades europeias, que lhes impedia até de terem residência fixa – chamada “questão sectária”. Não foi o suficiente; no mesmo período o continente americano teve o maior fluxo de migração de ingleses, espanhóis, irlandeses, judeus, italianos, alemães, suíços. Os ciganos não conseguiram se livrar deste jugo eterno.

Sem pátria, num mundo onde tudo se transforma em uma velocidade cada vez maior, o povo cigano viveu durante muito tempo marginalizado da sociedade e desenvolveu-se uma aversão da população a esse povo, tachando-os de ladrões, sequestradores e vadios. No início do surgimento da lenda do velho do saco no continente americano, os pais amarravam uma fita vermelha na perna da cama da criança indesejada e o velho do saco passava à noite de casa em casa, se houvesse uma fita vermelha na perna da cama o velho do saco poderia levar embora a criança em questão. De acordo com os antropólogos, essa história era a versão original da lenda do velho do saco, os pais a usavam para assustar as crianças ou para forçarem as crianças a serem obedientes.


Desta maneira, podemos perceber claramente que uma lenda urbana não é somente o nexo de vários elementos culturais, mas sim que eles têm nexo com os contextos sociais, econômicos, históricos e antropológicos. A lenda do velho do saco mostra o preconceito da sociedade vitoriana para com os ciganos, além de tentarem impor a obediência a uma sociedade machista e patriarcal. No fundo descobrimos que tudo tem uma história para ser contada.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

QUANDO A IGREJA DORME



Por Pr. Silas Figueira
texto base Jonas 1.1-17
INTRODUÇÃO
Antes de ser recebido de volta ao céu, o Senhor Jesus deu algumas ordens aos seus discípulos: A primeira ordem foi que eles permanecessem na cidade de Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder (Lc 24.49).  A segunda foi que eles seriam suas testemunhas começando por Jerusalém até aos confins da terra assim que recebessem o poder do Espírito Santo (At 1.8).
Em Mateus 28.18-20 nos diz também: “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”.
Assim como a Igreja recebeu essa ordem do Senhor de serem suas testemunhas, Jonas, filho de Amitai, também recebeu. Não que ele fosse até aos confins da terra, mas que fosse a Nínive, capital da Assíria. Assim como Jonas foi negligente a ordem de Deus, a igreja nesses últimos tempos tem sido negligente a ordem do Senhor Jesus de evangelizar o mundo.
Com temor e tremor eu quero meditar nesse ocorrido na vida de Jonas com você.
As tragédias dentro de nossas casas, ao nosso redor e na sociedade é porque a igreja está fugindo do real compromisso que é pregar o Evangelho libertador. Tem-se pregado tudo, menos o Evangelho de Jesus Cristo. Tem-se pregado curas e prosperidade, tem-se feito shows gospel em vários lugares e igrejas. Muitas igrejas têm levado seus jovens a pularem de alegria, mas não estão fazendo com que esses mesmos jovens se prostrem na presença do Senhor. Há muita gargalhada, mas não lágrimas de arrependimento. Muitas pessoas de identificam com o pregador que tem uma mensagem light, leve e solta, mas, essas mesmas pessoas não suportam ouvir a mensagem que liberta. A igreja está sendo complacente como pecado e não se esforçam para tirar o pecador da lama em que se encontra.
O Senhor Jesus quando esteve com aquela mulher adúltera não a condenou para morrer apedrejada, mas lhe disse para abandonar o pecado: “Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais” (Jo 8.10,11). Hoje muitas igrejas também não condenam o pecador, mas também não o mandam abandonar o pecado. O importante, para muitas igrejas hoje, é fazer com que seus templos estejam abarrotados de pessoas, ainda que Jesus não esteja nele. Alias alguém já disse que se Jesus sair de determinadas igrejas ninguém notará a Sua falta.
Eu não quero isso para minha vida e muito menos para a igreja que pastoreio. Eu quero com urgência a presença do Senhor comigo, sobre a minha e sua família e sobre a nossa igreja.
Por isso eu quero pensar com você sobre a vida de Jonas, pois, assim como ele fugiu de Deus e da responsabilidade de pregar aos ninivitas, nós hoje temos visto ocorrer a mesma coisa em muitas igrejas. E porque não dizer, em nós mesmos. Por isso a tragédia está nos batendo à porta todos os dias e muitos não se dando conta de que a culpa é da igreja que deixou de ser boca de Deus aos homens para se boca dos homens a Deus.
EXEMPLO
A filha de Billy Graham foi entrevistada no Early Show e a apresentadora Jane Clayson perguntaram-lhe:
- Como é que Deus permitiu que acontecesse algo tão horroroso no dia 11 de Setembro?
- Anne Graham deu uma resposta extremamente profunda e sábia:
“Eu creio que Deus ficou tão profundamente triste com o que aconteceu, como nós”.
Desde há muito que vemos dizendo a Deus para não interferir nas nossas escolhas, para sair do nosso governo e das nossas vidas. Sendo um cavalheiro como Deus é eu creio que Ele calmamente nos deixou.
Como poderemos esperar que Deus nos dê a Sua benção e a Sua proteção se nós exigimos que Ele não se envolva mais conosco?
À vista dos acontecimentos recentes (ataque dos terroristas, tiroteio nas escolas, etc.), eu creio que tudo começou desde que Madeline Murray O’Hare (que foi assassinada e cujo corpo foi recentemente encontrado), se queixou de que era impróprio fazer-se oração nas escolas americanas como tradicionalmente se fazia, e nós concordamos com a sua opinião. Depois disso, alguém disse que também seria melhor não ler mais a Bíblia nas escolas… A Bíblia, que nos ensina que não devemos matar nem roubar, e que devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos. Nós concordamos.
É triste como cremos em tudo o que os jornais e a TV dizem, mas duvidamos do que a Bíblia nos diz. É triste como todo o mundo quer ir para o céu, desde que não precise acreditar nem pensar ou dizer qualquer coisa que a Bíblia ensina.
Deus tenha misericórdia de nós!
O mesmo está acontecendo hoje em muitas igrejas. As pessoas querem as bênçãos de Deus, mas não querem compromisso com o abençoador. Querem receber a Sua graça, mas não querem ter a imensa graça de tê-Lo em suas vidas de forma plena.
Muitos estão vivendo um evangelho meia boca. Um evangelho sem compromisso. Um evangelho sem cruz. Mas quando a tragédia lhes bate a porta perguntam onde estava Deus que permitiu que isso lhes acontecesse. Mas mesmo com tantas tragédias acontecendo ao nosso redor a igreja continua dormindo o sono do descaso, o sono da falta de compromisso com Deus, o sono da negligência.
Sabe por que isso tem ocorrido? Porque muitos colocam como prioridade em suas vidas as festas e não a Casa do Senhor. Fazem de tudo para estarem com os ímpios, não para evangeliza-los, mas para se divertirem com eles. Divertem-se com eles, mas não choram aos pés do Senhor em favor de suas almas perdidas. Muitos só correm para os cultos de oração quando as coisas estão difíceis, mas esses mesmos não correm para esses mesmos cultos para interceder pelas almas dos perdidos, nem para com os de suas próprias casas.
Existe hoje um descompromisso com a evangelização. E é bom lembrar que a Evangelização começa com o nosso testemunho diário. Assim como Jonas fugiu de Deus para não ir para Nínive, muitas pessoas estão fugindo de Deus para não cumprir a Sua Palavra e evangelizar o mundo.
A igreja que não evangeliza precisa ser evangelizada, como já disse o Rev. Hernandes Dias Lopes. A igreja que foge da responsabilidade de evangelizar se torna tragédia para o mundo. E o pior, não se dá conta de que ela é a responsável por isso. O navio (sociedade) está indo a pique e ela continua dormindo o sono do descaso. O sono da indiferença.
Por isso eu quero pensar com você sobre o perigo que podemos causar quando a igreja foge de Deus e de responder positivamente a Sua ordem.
1 – QUANDO A IGREJA FOGE DE DEUS, ESTÁ NEGLIGENCIANDO A SUA ORDEM  - Jn 1.1-3.
Jonas era profeta do Reino Norte, ou seja, Israel. Ele era filho de Amitai. Ele morava na cidade Gate-Hefer, na tribo de Zebulom, no norte de Israel, a sete quilômetros de Nazaré (2Rs 14.25). Jonas era Galileu e contemporâneo de Amós e Oséias. Seu nome significa pomba, mas parecia mais uma avestruz com a cabeça enterrada no travesseiro. Ele foi profeta no ano de 750 a.C.
Jonas amava Israel, mas odiava os assírios, cuja capital era Nínive. E ele não queria a sua salvação. Jonas era um nacionalista extremado, mesquinho, vingativo e não queria entender porque Deus desejava que ele pregasse a um povo que queria destruir Israel.
No entanto, a palavra veio a Jonas e não a outro profeta. A palavra veio a mim e você e não a outra pessoa. A palavra veio à igreja e não ao mundo e nem aos anjos.
Não nos compete questionar com Deus a sua convocação, mas obedecê-la. Mas assim como Jonas fugiu para não obedecer a Deus, muitas pessoas estão fazendo a mesma coisa hoje; mas saiba de uma coisa: o profeta não escolhe o que pregar, onde pregar e a quem pregar, ele obedece ao Senhor. Veja por exemplo a história de Moisés que não queria pregar a faraó dando a desculpa que era pesado de língua (Êx 4.10), ou a história de Jeremias que deu a desculpa de que não passava de uma criança (Jr 1.6). Não devemos fazer como esses homens dando desculpas diante de Deus, mas devemos ser como Filipe que obedeceu a voz do Espírito Santo e saiu de um pleno avivamento em Samaria e foi para o deserto obedecendo ao Senhor (At 8.26).
2 – QUANDO A IGREJA FOGE DE DEUS, ELA DESCE AO MAIS BAIXO NÍVEL ESPIRITUAL – Jn 1.1-3.
Jonas desce a Jope, cidade costeira. Depois desce ao porão do navio e por fim para dentro do grande peixe.
Jope é representa o lugar de fuga. Tanto que lá encontra uma passagem para Társis. Que na época levava cerca de um ano de viagem até chegar lá. Entre pregar a Palavra aos ninivitas e fugir para o fim do mundo, Jonas fez a segunda opção.
O navio significa o lugar de independência de Deus. O porão do navio era o lugar de descanso de Deus não e não em Deus. Este era o lugar onde Deus não estava, ou pelo menos Jonas pensava que não estivesse. Era o lugar onde Jonas poderia dormir o sono do descaso, o sono da fuga, o sono da indiferença.
O ventre do grande peixe é o lugar de morte Jn 2.1-6. Este é o lugar do desespero e da real condição da alma humana e, principalmente, de quem está fugindo de Deus.
O que está acontecendo com a igreja hoje
A igreja atual está crescendo assustadoramente, mas não está havendo mudança na sociedade. Estão havendo muita adesão as igrejas, mas quase nenhuma conversão. A igreja tem sido lugar de entretenimento, mas não lugar de adoração a Deus. As pessoas vêm à igreja para se sentirem bem, mas não para ouvirem a verdade que liberta e que trás verdadeiramente mudança para a vida.
A vida do profeta Jonas é um reflexo da atual igreja. Ouvem Deus, mas não lhe obedecem. Ouvem Deus, mas fogem de sua presença. Ouvem Deus, mas estão dormindo o sono do descaso e da indiferença.
Assim como Jonas, a igreja tem desafiado Deus em não lhe obedecer a Palavra. Por isso o nível espiritual da igreja atual está abaixo de zero. Aquilo que alguns anos era anormal para a vida co cristão hoje as pessoas dizem que não tem nada a ver.
Ouvi recentemente um pastor que estava em um debate em uma rádio evangélica participando de um debate. Ele contou que foi convidado para pregar na inauguração do novo templo de uma determinada igreja. Como ele havia chegado cedo, o pastor foi lhe mostrar as dependências do novo templo. Realmente a igreja estava muito bonita. Mas esse pastor convidado observou que havia vários quartos na igreja, parecendo um pequeno hotel. Então ele perguntou ao seu anfitrião para que eram aqueles quartos. Se era para hospedar missionário e pastores... O pastor então lhe disse que aqueles quartos eram para que os jovens da igreja no final do culto não fossem para os motéis do bairro, mas ficassem por ali mesmo, pois o bairro era muito perigoso. O pastor convidado na mesma hora pegou a sua mala e foi embora.
Isso não me contaram, eu ouvi e muito me entristeci. A que nível muitas igrejas tem chegado. Isso sem falar em MMA gospel, capoeira gospel, festa heaven gospel, recentemente vi um cartaz do Cristo Folia – quatro dias de festa no período de carnaval, tudo isso dentro da “igreja”. Arroja gospel... Por falta de espaço e tempo é melhor parar por aqui.
3 – QUANDO A IGREJA FOGE DE DEUS, ELA SE TORNA TRAGÉDIA PARA A SOCIEDADE – Jn 1.4-6.
O navio estava indo a pique por causa da forte tempestade que o Senhor enviara. Deus não enviou a tempestade para destruir o navio e muito menos a Jonas, mas para fazê-lo retornar ao caminho certo. As tempestades de Deus são pedagógicas, elas nos tomam pela mão e nos colocam no caminho de volta para Deus.
Observe que Deus não está mais falando com Jonas por meio de Sua Palavra, mas através de Suas obras: o mar revolto, o forte vento, a chuva o trovão, e até o grande peixe. Isso sem falar do sol, do vento, da planta e do verme. Tudo na natureza obedeceu a Deus, exceto seu servo. Até por meio dos marinheiros pagãos Deus falou com o profeta fujão.  
Aqueles que são chamados para serem uma bênção quando andam pela estrada da desobediência se tornam maldição. Um servo de Deus na rota de fuga é um causador de tempestades. Um crente desobediente é extremamente perigoso; é pior que um ateu. 
a – Quando estamos em rota de fuga de Deus tudo fala de Deus ao nosso redor (v 5, 6).
Observe que os marinheiros pagãos tornaram-se mais sensíveis aos sinais dos tempos do que Jonas. Os marinheiros pagãos têm discernimento que aquela tempestade no Mar Mediterrâneo não era um fenômeno natural. Eles percebem que havia uma causa espiritual por trás daquela borrasca. A sensibilidade dos pagãos é surpreendente!
E o causador era Jonas. Será que a igreja não percebe que grande parte das calamidades que andam ocorrendo na sociedade a culpa é dela, que está somente preocupada com eventos e mais eventos e não em pregar o evangelho libertador aos perdidos?
b – O mundo está pedindo socorro, mas a igreja dorme o sono do descaso e da insensibilidade assim como Jonas dormia (v 6).
Invoca o teu Deus é o pedido do mundo a nós. Mas, assim como Jonas, a igreja está de boca fechada. Jonas estava com a consciência amordaçada assim como a sua voz.
Diante da calamidade Jonas dormiu tranquilamente o sono mais pesado. Dormiu sem peso na consciência. Dormiu sem se dar conta do que estava acontecendo. Mesmo com toda agitação do navio e dos marinheiros, ele não acordou. Foi necessário chamá-lo para fazer uma oração. E mesmo assim ele não fez. Jonas não orava.
É interessante observar que a expressão: “Levanta-te, invoca o teu deus...” v 6, é a mesma expressão usada por Deus: “Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive” (v 2). Deus usou o ímpio para despertá-lo e lembrá-lo do seu compromisso como profeta comissionado. E é exatamente isso que o mundo está fazendo com a igreja hoje. O mundo espera, ainda que de forma inconsciente, que a igreja se levante como voz profética para trazer esperança aos corações aflitos.
A igreja precisa ser a voz de Jesus dizendo a todas as pessoas: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt 11.28-30).
Aqueles marinheiros estavam desesperados vendo a morte de frente, mas Jonas estava calado; e o pior, foi o causador de todo aquele caos que recaiu sobre eles.
4 – QUANDO A IGREJA FOGE DE DEUS, ELA É CONFRONDADA PELO MUNDO PAGÃO (V 7-10).
Lançaram sorte e o azar foi de Jonas. Lançaram sorte e descobriram que Jonas era o “pé frio” do navio.
a – Quando a igreja abre a boca para dizer quem é Deus o temor se apossa do mundo.
Jonas quando disse que temia o Senhor do céu, que fez o mar e a terra, ou seja, o criador de todas as coisas os marinheiros temeram. E ao mesmo tempo questionaram como pode uma pessoa dizer que teme um Deus assim e foge de Sua presença?
Elias se esconde na caverna e o Senhor lhe pergunta: que fazes aqui Elias? Não dá para fugir de Deus. Não dá para se esconder dEle. Como nos diz o Salmo 139.7-12: “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá. Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite, até as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a luz são a mesma coisa”.
b - Uma crente em fuga de Deus é uma pessoa incoerente com a fé que professa (v 10).
Observe que os pagãos se mostram mais zelosos em servir aos seus deuses do que o profeta em obedecer a Deus. Eles oram e clamam aos seus deuses, mas Jonas não dirige sequer uma oração a Deus enquanto estava na presença dos marinheiros. Aliás, só vemos Jonas orando dentro do ventre do grande peixe, fora disso ele não ora. É interessante observar que Jonas não ora, mas quando acorda desperta em uma reunião de oração.
5 – QUANDO A IGREJA FOGE DE DEUS, MAS ASSUME ISSO DIANTE DO MUNDO PAGÃO GERA TEMOR TREMOR NAS PESSOAS (V 11-17).
O mundo se pergunta o que fazer quando a mensagem da verdade é pregada. Tanto que perguntam: que faremos? Essa mesma pergunta foi feita após o grande discurso de Pedro no dia de Pentecostes: “Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?” (At 2.37).
Essa é a pergunta chave que o mundo nos faz. Mas qual tem sido a resposta da igreja a essa pergunta? Muitos dizem que se deve fazer corrente de sete semanas; outros dizem que se deve ofertar com liberalidade para se alcançar a vitória; outros já dizem que se deve tomar posse da bênção e não duvidar para não perdê-la.
Mas o que o mundo precisa ouvir é o que o apóstolo Paulo falou ao carcereiro de filipos: “O carcereiro despertou do sono e, vendo abertas as portas do cárcere, puxando da espada, ia suicidar-se, supondo que os presos tivessem fugido. Mas Paulo bradou em alta voz: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos! Então, o carcereiro, tendo pedido uma luz, entrou precipitadamente e, trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas. Depois, trazendo-os para fora, disse: Senhores, que devo fazer para que seja salvo? Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa. E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa. Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e todos os seus” (At 16.28-33).
Jonas assume a culpa e os marinheiros veem que o Deus de Jonas é o único Deus verdadeiro (V 14-16). Quando a igreja se posiciona de forma coerente com a fé que professa há salvação e vidas são transformadas.
Um avivamento no navio
Em meio ao caos houve um grande avivamento no navio. Naquele lugar de tormenta, foi onde o Senhor, através da verdade nos lábios de Jonas, trouxe vida e esperança a dezenas de pagãos. Aquele navio a mercê das ondas, foi incendiado pelo fogo do Espírito Santo. Bem disse Jesus: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” Jo 8.32.  Vemos com isso que a igreja não precisa inventar nada, basta pregar a verdade.
O Senhor começou o avivamento não por Nínive, mas nos pagãos dentro daquele navio onde Jonas foi se esconder e fugir da presença de Deus.
Quando embelezamos esse evangelho para fazê-lo atraente a homens carnais, destruímos o seu poder de libertá-los, e nós mesmos começamos a nos desviar do caminho da vida. Por esta razão, Paulo nada pregou além de Cristo, e este crucificado. Saiba que, se os homens viessem por qualquer mensagem, suas conversões seriam falsas. E o que levou aquelas pessoas ao despertamento espiritual dentro daquele navio? O desespero! Ao verem que seus deuses nada podiam fazer e descobriram que por causa de um homem que servia ao único Deus verdadeiro tudo aquilo estava acontecendo, imediatamente aqueles homens se curvaram ante a verdade, se converteram ao Senhor Jn 1.14-16: “Então, clamaram ao SENHOR e disseram: Ah! SENHOR! Rogamos-te que não pereçamos por causa da vida deste homem, e não faças cair sobre nós este sangue, quanto a nós, inocente; porque tu, SENHOR, fizeste como te aprouve. E levantaram a Jonas e o lançaram ao mar; e cessou o mar da sua fúria. Temeram, pois, estes homens em extremo ao SENHOR; e ofereceram sacrifícios ao SENHOR e fizeram votos”.
Jonas era um homem contraditório. Ele tem doutrina boa, mas vida errada. Ele tem conhecimento, mas não tem amor. Ele tem temor, mas não tem reverência. Seus interesses estão acima da vontade de Deus. Sua fé é antropocêntrica, focada no homem e não em Deus, mas mesmo assim Deus o usou para salvar dezenas de pessoas. Graça, só pela graça de Jesus que realmente somos salvos.
Jonas está disposto a morrer, mas não revê suas atitudes (Jn 1.12).
Jonas não aceita a misericórdia de Deus, por isso abortou a sua missão; e está disposto a fazer isso novamente para não ter que ir a Nínive e ver a sua população sendo salva. Mas em todo tempo Deus está corrigindo o seu servo. Enquanto ele quer morrer, os marinheiros fazem de tudo para salvar-lhe a vida (v 13). Os pagãos se preocuparam mais com Jonas do que Jonas com 120 ninivitas que não sabiam discernir a mão direita da esquerda (Jn 4.11). Isso é uma grande lição para nós.
CONCLUSÃO
Qual tem sido o nosso posicionamento diante do mundo perdido? Será que estamos preocupados com as almas que estão caminhando a passos largos para o inferno ou estamos preocupados somente com o nosso umbigo? Com as nossas revanches pessoais?
Será que esse mesmo espírito antropocêntrico que estava sobre Jonas não tem tomado também as nossas mentes e corações? 
Que possamos fazer a vontade do Senhor com dedicação e empenho reconhecendo que o mundo precisa com urgência dessa palavra que salva e liberta. Que não venhamos ser pedra de tropeço para ninguém e principalmente, maldição na nação.

Pense nisso!

Mensagem pregada no dia 12/01/14