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segunda-feira, 8 de julho de 2013

poligamia e casamento gay

Poligamia e casamento gay

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Por Augustus Nicodemus Lopes


Recentemente minha atenção foi despertada para este assunto por um ativista gay que veio aqui no blog Tempora-Mores questionar minha afirmação de que o padrão bíblico é o casamento heterossexual e monogâmico. “Como assim?” questionou o sábio e entendido ativista (que se declarou ex-evangélico), “no Antigo Testamento temos a poligamia como modelo de casamento usado por homens como Abraão, Davi e Salomão, e o silêncio cúmplice de Deus sobre suas mulheres e concubinas”. E soltou sua conclusão, que da mesma forma que Deus no passado alterou o padrão de casamento, da monogamia para a poligamia, podia também em nossos dias alterar o casamento heterossexual para homoafetivo. Então, tá.

Como eu não havia antecipado este argumento no post sobre teologia gay, achei que deveria dar alguma atenção ao mesmo e escrever algo sobre poligamia. Aos fatos, então.

Encontramos no Antigo Testamento diversos exemplos de poligamia. Os mais conhecidos são estes: 

Lameque – duas esposas: Ada e Zilá (Gn 4.19).
Patriarca Abraão – três esposas: Sara, Agar, Quetura e várias concubinas (Gn 16.1-3; 25.1-6).
Esaú – três esposas: Judite, Basemate e Maalate (Gn 26.34-35 e 28.9).
Patriarca Jacó – duas esposas: Raquel e Lia, e duas concubinas: Bila e Zilpa (Gn 29.21-35).
Elcana – duas esposas: Ana e Penina (1Sm 1.1-2).
Juiz Gideão – muitas esposas e concubinas (Jz 8.30).
Rei Davi – sete esposas: Mical, Abigail, Ainoã, Maaca, Hagite, Abital, Eglá e mais outras mulheres e concubinas (1Sm 25.40-43; 2Sm 3.2-5; 5.13; 2Cr 14.3).
Rei Salomão – a filha de Faraó, setecentas outras esposas e trezentas concubinas (1Rs 3.1; 11.1-3).
Rei Acabe – uma esposa: Jezabel e outras mulheres e concubinas (1Rs 16.31; 20.2-5).
Rei Abias – catorze mulheres (2Cr 13:21).
Rei Roboão – duas esposas: Maalate, Maaca, mais dezoito outras mulheres e sessenta concubinas (2Cr 11.21). 
Rei Joás – duas mulheres (2Cr 24.1-3).
Rei Joaquim – muitas mulheres (2Cr 24.15).

Estes fatos levantam várias perguntas, sendo a mais importante esta: Deus sancionou e aprovou estes casamentos poligâmicos? Se não, por que não há uma proibição clara da parte dele? Seu silêncio significa que o modelo de casamento pode variar com a cultura – monogâmico, heterossexual, poligâmico, homossexual – e que isto pouco importa para Deus? Em resposta ofereço os seguintes pontos como resultado do meu entendimento destes textos acima e de outros referentes à poligamia no Antigo e Novo Testamento.

1. Sem dúvida alguma, o padrão divino para o casamento sempre foi a monogamia heterossexual, isto é, um homem e uma mulher: “Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea... Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando- se os dois uma só carne” (Gn 2.18-25).

2. O desvio deste padrão ocorreu somente depois da queda de Adão e Eva (Gn 3), começando com Lameque, o assassino vingativo, filho de Caim (Gn 4). Depois dele, a poligamia foi praticada por diversos motivos. Entre os exemplos de poligamia no Antigo Testamento, encontramos alguns que eram políticos, ou seja, para selar tratados internacionais, como Salomão que se casou com a filha de Faraó (1Rs 3.1) e Acabe que casou com Jezabel, filha do rei dos sidônios (1Rs 16.31), além das mulheres que já tinham. Há outros casos em que o desejo de ter filhos e preservar a descendência parece ter motivado a aquisição de mais uma esposa ou concubina, no caso da esterilidade da primeira esposa, como foi o caso de Sarai ter trazido sua serva egípcia Agar para Abraão (Gn 16.1-4), costume praticado no Antigo Oriente. Provavelmente foi o mesmo caso de Elcana, casado com Ana (estéril) e depois com Penina (1Sm 1.1-2). Havia também o desejo de ter muitos filhos em caso de guerra (cf. Jz 8.30; 2Sm 3.2-5; 1Cr 7.4, 11.23, etc.). Nenhum destes casos, porém, justifica a poligamia, pois se trata de um desvio do padrão monogâmico. 

3. Apesar do surgimento da poligamia cedo na história de Israel, a monogamia continuou a regra entre os israelitas e a poligamia, a exceção. Abraão mandou seu servo conseguir uma esposa para seu filho Isaque (Gn 24.37). Na genealogia dos descendentes de Judá, de entre dezenas de nomes, apenas um é citado como tendo tido duas mulheres, Asur (1Cr 4.5). No livro de Provérbios encontramos o encorajamento ao casamento monogâmico (Pv. 5.15-20; 12.4; 19.14). A ode feita à mulher virtuosa em Provérbios 31 pressupõe que ela é a única esposa do marido felizardo. Mesmo que Cantares tenha sido escrito por um polígamo, que foi Salomão, transparece claramente dele que o casamento é entre um homem e uma mulher, figura da relação de Deus com seu povo Israel. A poligamia, por razões econômicas, acontecia quase que exclusivamente entre os ricos, como os juízes e reis.

4. Os profetas tomam o casamento monogâmico para ilustrar a relação entre Deus e seu povo Israel (Jr 2.1-2; Os 3.1-5; Is 54.1-8; Jr 3.20). O profeta Malaquias denuncia a prática que havia em seus dias dos judeus se separarem de sua esposa para casarem com estrangeiras, mostrando assim que a poligamia não era o padrão estabelecido e muito menos o padrão comum e normal em Israel (Ml 2.13-16).

5. A lei de Moisés trazia diversas restrições e cuidados quanto à poligamia em Israel. A mulher israelita que fosse comprada para ser a segunda esposa teria os mesmos direitos que a primeira e seus filhos seriam igualmente herdeiros (Ex 21.7-11). O filho primogênito, ainda que da esposa aborrecida, teria o direito de herança acima do filho da esposa amada (Dt 21.15-17). Um homem casado não poderia casar com a irmã da sua esposa, o que provocaria a rivalidade entre ambas (Lv 18.18; cf. Gn 30.1). 

6. Vários destes exemplos de famílias poligâmicas registrados no Antigo Testamento são acompanhados dos problemas que o sistema inevitavelmente causava. Os judeus casados com mulheres pagãs eram levados a adorar os deuses delas e assim pecar contra Deus. Havia uma advertência na lei de Moisés aos futuros reis de Israel contra a poligamia neste sentido: “Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração se não desvie” (Dt 17.17), conselho este que não foi seguido por Salomão, cujas muitas mulheres pagãs o levaram à idolatria em sua velhice (1Rs 11.1-8). Foi assim que Neemias interpretou o episódio de Salomão e suas muitas mulheres, quando proibiu os judeus depois do cativeiro de multiplicar esposas pagãs (Ne 13.25-27).

7. Além do risco da apostasia, a poligamia trazia profundos conflitos nas famílias poligâmicas. Havia ciúmes entre as mulheres, que disputavam entre si o amor do marido e competiam em número de filhos (Gn 16.4; 1Sm 1.5-8; Gn 30.1-26). Podemos ainda mencionar a angústia que as mulheres pagãs de Esaú trouxeram a seus pais (Gn 26.34-35). O marido acabava gostando mais de uma que da outra, favorecendo a amada e desprezando sua rival e seus filhos (Gn 29.30; 1Sm 1.5; 2Cr 11.21), o que levou a lei de Moisés, para amenizar esta situação, a estabelecer a lei dos filhos da aborrecida (Dt 21.15-17). Outro problema trazido pela poligamia dos reis de Israel era a briga entre os filhos das diversas mulheres quanto à sucessão, muito bem exemplificada na sucessão de Davi, veja 1Reis 1. 

8. No Novo Testamento na época de Jesus a monogamia era claramente o padrão entre os judeus. Quando alguns fariseus vieram experimentar Jesus com uma pergunta capciosa sobre o divórcio, o Senhor respondeu tendo o casamento monogâmico como pressuposto comum e aceito: “Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19.3-19).

9. Nas igrejas cristãs entre os gentios, o padrão monogâmico estava já estabelecido, embora na sociedade grega a poligamia fosse conhecida e praticada. Escrevendo aos coríntios Paulo declara: “Quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem não toque em mulher; mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido” (1Co 7.1-2). Aos Efésios, ele compara a relação entre o marido e a esposa à própria relação entre Cristo e sua Igreja: “Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja” (Ef 5.22-33).

10. Paulo claramente proíbe que os líderes das igrejas gentílicas fossem polígamos ou bígamos. Os bispos/presbíteros tinham de ser “esposos de uma só mulher” (1Tm 3.2; Tt 1.3-5) bem como os diáconos (1Tm 3.12).

Portanto, não há dúvida, em meu entender, que o padrão de Deus sempre foi o casamento monogâmico heterossexual, estabelecido na criação, e que a poligamia do Antigo Testamento foi um desvio deste padrão, em decorrência do pecado que entrou no mundo pela queda de Adão. Em Cristo, Deus restaura o casamento à sua forma original.

Contudo, pode parecer que Deus aprovou ou sancionou a poligamia, considerando que a lei de Moisés trazia regulamentações referentes a ela e que não há uma proibição direta de Deus contra a poligamia. Pode ser que nunca venhamos a entender completamente o silêncio de Deus neste assunto, mas uma coisa é certa: ele não significa que o assunto é indiferente para o Senhor e nem que “quem cala consente”.

1. As regulamentações da lei de Moisés sobre a poligamia não podem ser vistas como uma aprovação tácita da parte de Deus quanto ao casamento poligâmico, uma vez que este nunca foi o padrão por ele estabelecido. Trata-se da misericórdia de Deus protegendo as esposas e filhos de casamentos poligâmicos, uma amenização de uma distorção do casamento até a chegada do Messias. 

2. Deus nos revela sua vontade de maneira gradual e progressiva nas Escrituras. No Antigo Testamento ele se revelou em figuras, tipos, promessas. A sua revelação final e definitiva se encontra no Novo Testamento. Antes de Cristo ele suportou sacrifícios de animais, passou leis referentes a comidas, o sistema de escravidão e levirato, o apedrejamento de determinados pecados, a lei de talião (olho por olho),  o divórcio por qualquer motivo, etc. A poligamia deve ser vista neste contexto, como uma das coisas que Deus suportou na antiga dispensação e que foi definitivamente abolida em Cristo, à semelhança de várias outras. 

3. A encarnação e manifestação de Cristo ao mundo trouxe à luz a verdade outrora oculta, agora revelada pelos apóstolos e profetas, que Cristo é o cabeça de sua igreja, um povo único, composto de pessoas de todas as raças, tribos e nações, como o homem é o cabeça da mulher. E que a relação de amor-submissão entre marido e mulher é uma expressão da relação amor-submissão entre Cristo e sua igreja. Portanto, a partir do evento de Cristo, Deus não mais tolera nem suporta a poligamia entre seu povo, como suportou pacientemente no período anterior à sua vinda, pois sua vontade quanto a isto é em Cristo e sua igreja plenamente revelada. Em Cristo restaura-se o padrão original estabelecido por Deus no jardim.

4. Deus pode demonstrar a sua vontade sobre um assunto simplesmente registrando os males associados a ele, como é o caso da poligamia. Apostasia, ciúmes, invejas, disputas entre mulheres e filhos acompanham o histórico da poligamia entre os israelitas. A evidência cumulativa depõe contra a poligamia, mesmo que Deus não tenha se pronunciado expressamente contra ela. 

5. Aqui é preciso dizer que a revelação divina se encerrou com o cânon do Novo Testamento, onde o casamento monogâmico é claramente estabelecido como a vontade final de Deus para seu povo e a humanidade em geral. Portanto, não podemos aceitar que Deus, em nossos dias, esteja mudando o conceito de casamento para incluir o casamento homossexual, uma vez que o homossexualismo é claramente condenado em toda a Escritura canônica e a mesma se encontra definitivamente encerrada. Sola Scriptura!

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domingo, 7 de julho de 2013

a igreja é oreflexo do seu pastor

A Igreja é o reflexo do seu pastor



Por Pr. Silas Figueira 

A Igreja é o reflexo do seu pastor e, se o pastor se espelha nas Escrituras Sagradas, a igreja que ele pastoreia irá refletir esta mesma imagem. Mas o que temos visto por aí nesses últimos anos é uma total descrença no ministério pastoral, pois muitos não estão refletindo a imagem de Cristo. Foi feita uma pesquisa a respeito das três classes que estão mais desacreditadas e a conclusão que se chegou foi: os políticos, a polícia e os pastores. Isso tem ocorrido porque os pastores estão deixando de ser aquilo que pregam. Muitos estão mais envolvidos com as coisas dessa terra do que com o seu chamado. Charles Spurgeon dizia para os seus alunos: “Meus filhos, se a rainha da Inglaterra vos convidar para serdes embaixadores em qualquer país do mundo, não vos rebaixeis de posto, deixando de ser embaixadores do Reis dos reis e do Senhor dos senhores”.

A crise que tem atingido a sociedade tem respingado na Igreja, e o pior, tem chegado até o púlpito. Embora estejamos vivenciando um crescimento numérico na Igreja Brasileira, não temos visto a transformação da nossa sociedade. Tudo isso é um reflexo de que a Igreja não tem tido uma mensagem transformadora, mas uma mensagem moldadora. Uma mensagem que faz bem aos ouvidos, mas que não transforma o coração. E tudo isso, infelizmente, vem do púlpito. Outros por medo de perderem o seu lugar na igreja local se tornam boca do povo para Deus e não boca de Deus para o povo, ou seja, pregam o que o povo quer ouvir e não o que eles precisam ouvir.

Pastores que agem assim são, geralmente, pastores com muita “unção”, mas sem nenhum caráter. É bom lembrar que o caráter sustenta a unção e não vive versa. Há uma crise pastoral e ela precisa ser sanada muito rapidamente, para que a próxima geração não esteja totalmente perdida. Estamos vivendo uma crise ministerial isso é um fato. E isso começa com a teologia que muitos seguem. Muitos estão abraçando várias teologias, menos a bíblica. Vejamos o que tem atuado em muitas igrejas hoje:

O Evangelho da Prosperidade – onde a benção e a graça de Deus sobre a pessoa é medida pelos bens que ela possui. Teologia esta que está na maioria dos púlpitos das igrejas pentecostais e neopentecostais. Descobri recentemente um detalhe interessante nesta teologia, que Cristo morreu na Cruz do Calvário para que eu tivesse muita saúde, carro zero, casa na praia e ser muito rico, ou seja, Jesus não passa de um gênio da lâmpada.

Teologia Inclusiva – A Teologia Inclusiva, como a própria denominação sugere, é um ramo da teologia tradicional voltado para a inclusão, prioritariamente, dos homossexuais. Segundo os seus adeptos, a Teologia Inclusiva contempla uma lacuna deixada pelas estruturas religiosas tradicionais do Cristianismo, pois, por meio da Bíblia, compreende que todos os que compõem a diversidade humana, seja ela qual for, têm livre acesso a Deus por meio do sacrifício de Jesus Cristo na cruz. É o famoso venha como está e fique como está.

Alguns textos que condenam o homossexualismo: Gn 19; Lv 18.22, 20.13; Rm 1.24-28,32; 1Co 6.9,10; 1Tm 1.8-10. Mas Deus é poderoso para mudar a vida dessas pessoas.

Teísmo Aberto ou Teologia Relacional – O atributo mais importante de Deus é o amor. Todos os demais estão subordinados a este. Isto significa que Deus é sensível e se comove com os dramas de suas criaturas. Deus não é soberano. Deus ignora o futuro, pois Ele vive no tempo, e não fora dele. Ele aprende com o passar do tempo. Deus se arrisca. Ao criar seres racionais livres, Deus estava se arriscando, pois não sabia qual seria a decisão dos anjos e de Adão e Eva. E continua a se arriscar diariamente. Deus corre riscos porque ama suas criaturas, respeita a liberdade delas e deseja relacionar-se com elas de forma significativa.

Igrejas Emergentes – As igrejas emergentes estão mais preocupadas com o ouvinte do que com a mensagem em si, e em seu desejo de pregar um evangelho que seja “aceitável” ao homem pós-moderno, acabam por negligenciar os pressupostos básicos do cristianismo, chegando mesmo a negar a literalidade do nascimento virginal de Cristo, seus milagres, a ressurreição de Jesus e a existência do inferno eterno. É “a preferência pela vivência correta ao invés da doutrina correta”. Teologia passa longe dessas igrejas.

Missão Integral – Esse evangelho não passa de uma variante protestante da Teologia da Libertação. Os que defendem essa teologia são líderes cristãos que continuam trancados no armário do socialismo.1

Teologia Liberal (Liberalismo Teológico) – A “Teologia Liberal é um movimento que, iniciado no final do século XIX na Europa e Estados Unidos, tinha como objetivo extirpar da Bíblia todo elemento sobrenatural, submetendo as Escrituras ao crivo da crítica científica (leia-se ciências humanas) e humanista. No liberalismo teológico, geralmente, não há espaço para os milagres, profecias e a divindade de Cristo Jesus”. Relativizando a autoridade da Bíblia, o liberalismo teológico estabeleceu uma mescla da doutrina bíblica com a filosofia e as ciências da religião. Ainda hoje, um autor que não reconhece a autoridade final da Bíblia em termos de fé e doutrina é denominado, pelo protestantismo ortodoxo, de “teólogo liberal”. Um pequeno exemplo nós encontramos em relação à existência de Jó. Para os liberais ele não passa de uma alegoria, mas então eu me questiono porque que em Ez 14.14, 20; Tg 5.11 falam dele como se ele fosse um personagem real. Então eu fico com a Bíblia e não com os defensores dessa teologia. Bem disse Jesus “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29).

O que temos visto hoje em dia, são muitos pastores confusos teologicamente em seus ministérios. O Rev. Hernandes Dias Lopes nos fala que a igreja evangélica brasileira vive um fenômeno estranho. Estamos crescendo explosivamente, mas ao mesmo tempo estamos perdendo vergonhosamente a identidade de evangélicos. O que na verdade está crescendo em nosso país não é o evangelho, mas outro evangelho, um evangelho híbrido, sincrético e místico. Vemos prosperar nessa terra uma igreja que se diz evangélica, mas que não tem evangelho. Prega sobre prosperidade, e não sobre salvação. Fala de tesouros na terra, e não de tesouros no céu.

Nessa babel de novidades no mercado da fé, o Ver. Hernandes Dias Lopes identifica alguns tipos de pastores2:

Primeiro, há pastores que são mentores de novidades. São pastores marqueteiros. Quando um pastor entra por esse caminho, precisa ter muita criatividade, pois uma novidade é atraente por algum tempo, mas logo perde seu impacto. Aí é preciso inventar outra novidade. É como chiclete. No começo você mastiga, ele é doce, mas depois você começa a mastigar borracha.

Segundo, há pastores que são massa de manobra. São pastores sem rebanho que estão a serviço de causas particulares de obreiros fraudulentos.

Terceiro, há pastores que deliberadamente abandonaram a sã doutrina. Muitos pastores inexperientes, discipulados por esses mestres do engano, abandonam o caminho da verdade e se capitulam à heresia. É importante afirmar que o liberalismo é um veneno mortífero. Aonde ele chega, mata a igreja. Há muitas igrejas mortas na Europa, na América do Norte e, agora, há igrejas que estão flertando com esse instrumento de morte também no Brasil. Não temos nenhum registro de um liberal que tenha edificado uma igreja saudável. Não temos nenhum registro de um liberal que tenha sido instrumento de Deus para um grande reavivamento espiritual.

Quando, uma igreja chega ao ponto de abandonar sua confiança na inerrância e suficiência das Escrituras, seu destino é caminhar rapidamente para a destruição.

A teologia define o caráter e à medida que o pastor se afasta da teologia bíblica, automaticamente ele irá se afastar de Deus e seguir outra direção. Mudar a mensagem para agradar aos ouvintes é mercadejar a Palavra de Deus. Os bancos não podem controlar o púlpito. O pastor não pode ser seduzido pelas leis do mercado, mas deve ser um fiel despenseiro de Deus (1Co 4.1,2). O dever do pregador não é encher o auditório, mas encher o púlpito. Querendo as pessoas ou não ouvir a verdade, não temos que fazer marketing religioso e de falar apenas o que elas querem ouvir. A crise moral e espiritual está por demais enraizadas para ser solucionada com remendos superficiais. Por isso precisamos urgentemente reavaliar a nossa teologia, a nossa fé e o nosso ministério para não cairmos também no descrédito assim como muitos tem caído.

a chamda para o ministerio.

A CHAMADA PARA O MINISTÉRIO


Por Pr. Silas Figueira

Creio que a vida do pastor começa com o seu chamado. Muitos pensam que é o seminário que faz o pastor, mas não é. O papel do seminário é a formação acadêmica do vocacionado. Erwin Lutzer define o chamado pastoral assim: “O chamado de Deus é uma convicção interior, dada pelo Espírito Santo e confirmada pela Palavra e pelo corpo de Cristo”.1 Agora é bom deixar claro que existe o pastor chamado e o chamado pastor. O primeiro é vocacionado por Deus, já o segundo se auto vocaciona.

A vocação para o pastorado é a mais sublime de todas as vocações. O Rev. Hernandes Dias Lopes citando John Jowett diz que vocação pastoral não acontece quando você busca fazer medicina, e não consegue passar no vestibular; corre para engenharia, e não logra êxito; bate à porta de outro curso universitário, e também fracassa; então, conclui que Deus está abrindo a porta do ministério. Ao contrário, vocação pastoral é quando todas as outras portas estão abertas, mas você só anseia entrar pela porta do ministério. O chamado de Deus é irrevogável e intransferível. Quando ele chama, chama eficazmente.2 Os vocacionados não são profissionais, frutos de uma decisão meramente humana nem são sacerdotes separados por uma herança familiar. São homens separados com um propósito divino.

CARACTERÍSTICAS DO CHAMADO

Certamente nem todos são chamados por Deus da mesma maneira. Deus chama pessoas diferentes, em circunstâncias diferentes, em idades diferentes, para ministérios diferentes. Ao olharmos para os homens de Deus, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento, encontramos pessoas com diversos chamados. O chamado de Deus é intransferível, irrevogável e é uma chamada eficaz. Com ele obtemos a firmeza de propósito para o ministério sem olhar para trás.

Como já falamos o chamado não ocorre da mesma maneira com todos os vocacionados. Para algumas pessoas a chamada pode ser repentina; para outras, pode ser gradativa. Uma pessoa pode não sentir nenhum chamado até ser incentivada por outras pessoas. Veja o exemplo de Eliseu:

“Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele; ele estava com a duodécima. Elias passou por ele e lançou o seu manto sobre ele. Então, deixou este os bois, correu após Elias e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe e, então, te seguirei. Elias respondeu-lhe: Vai e volta; pois já sabes o que fiz contigo. Voltou Eliseu de seguir a Elias, tomou a junta de bois, e os imolou, e, com os aparelhos dos bois, cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram. Então, se dispôs, e seguiu a Elias, e o servia” (1Rs 19.19-21).

O exemplo da vida de Elizeu se repetiu na vida do jovem teólogo João Calvino. Diz a história que João Calvino passou a noite em Genebra depois que o inflamado pregador Ferrel lhe apontou o dedo e disse: “Se você não ficar aqui em Genebra e não ajudar o movimento da Reforma, Deus o amaldiçoará!”. É certo que foi algo incomum, mas será que alguém discorda de que Calvino fora chamado por Deus para ministrar em Genebra? Pergunta Lutzer.3

Outro exemplo que temos é o chamado de Jeremias, que foi chamado por Deus ainda criança.

“A mim me veio, pois, a palavra do SENHOR, dizendo: Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações. Então, lhe disse eu: ah! SENHOR Deus! Eis que não sei falar, porque não passo de uma criança” (Jr 1.4-6).

O apóstolo Paulo teve um chamado direto apesar de ser perseguidor da Igreja.

“Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém. Seguindo ele estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; mas levanta-te e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer” (At 9.1-6).

“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At 13.2).      

“Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial, mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento” (At 26.19,20).

No entanto, vemos algo comum em todos eles, foi o Senhor quem os comissionou. Com isso podemos aprender algumas lições:

O Senhor é quem dá pastores à Sua Igreja. Ao olharmos para a vida dos comissionados pelo Senhor através da lente das Escrituras Sagradas, nós encontramos pessoas que questionaram o seu chamado, pois não se viam capazes para realizar tão grande obra. Eram pessoas que, humanamente falando, não tinham condições de exercer o chamado divino. Mas com isso aprendemos que quem comissiona também capacita. Vejamos alguns exemplos bíblicos. Moisés era pesado de língua - gago (Êx 4.10); Jeremias não passava de uma criança (Jr 1.6); Paulo se considerava o menor dos apóstolos e o maior dos pecadores, no entanto o Senhor o colocou no lugar de maior honra na história da Igreja. Pedro se via como um homem pecador (Lc 5.8-10). Aprendemos com esses exemplos que nenhum pastor pode fazer a obra do Senhor de forma eficaz com altivez e orgulho. A soberba precede a ruína. A vaidade é a antessala do fracasso. Toda glória que não é dada a Deus é glória vazia. Não estamos no ministério porque somos alguém, estamos para anunciar o único que é digno de receber toda honra, glória e louvor.4  Estamos no ministério mediante a graça de Deus e não por capacidade humana.

Deus dá Pastores à Sua Igreja. Em Efésios 4.11, nós encontramos a relação de cinco ministérios específicos, apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. A maioria dos teólogos entende que pastores e mestres constituem um só ofício com dupla função. O pastor ensina e exorta. A sua função é alimentar, cuidar, proteger, vigiar e consolar as ovelhas (At 20.28-30).  Embora todo pastor deva ser mestre, nem todo mestre é pastor.  Atualmente nós temos visto uma distorção em relação ao que realmente seja ser pastor e pastorear.

Para muitos o pastorado é simplesmente um status. Um título que foi alcançado através do estudo em um seminário. Por isso que encontramos muitos pastores incrédulos; e por não ter fé, o pastor incrédulo tem que direcionar seu ministério e seu culto para áreas onde sua incredulidade passe mais despercebida. Daí, a liturgia formalista, o ritual litúrgico elaborado, as recitações, as fórmulas, os paramentos, as cores, os símbolos, tudo voltado para ocupar os sentidos de maneira que a fé não faça falta. Não estou afirmando que toda igreja com liturgia formalista seja necessariamente liderada por um pastor sem fé; apenas que é mais fácil disfarçar a incredulidade em custos assim.5

Mas se existe o infiel, existem também os fiéis. Os que levam Deus a sério e o seu chamado para o ministério. São homens que deixaram seus projetos para realizar o projeto de Deus. Que abraçaram a causa do Mestre sabendo que o que estavam fazendo era para glória, honra e louvor do Senhor dos senhores apenas. Homens que podem falar como o apóstolo Paulo: “Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At 20.24).

quinta-feira, 4 de julho de 2013

naõ se sente qualificado para o seu chamado?

Não se sente qualificado para o seu chamado?

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Por Jon Bloom
 
Pelos primeiros quarenta anos de sua vida, Moisés viveu em um lugar de força. Sendo um membro da casa do Faraó, ele tinha prestígio social, riqueza (Hebreus 11.26) e a força da juventude. Quando percebeu e perturbou-se pela opressão que seu povo estava enfrentando, ele usou sua força para fazer justiça com as próprias mãos contra um Egito opressor. Esse não era o plano de Deus para a libertação. Ele teve que fugir para continuar vivo e acabou cuidando de gado nos quietos campos de Midiã pelo seu segundo período de quarenta anos.

Assim, ele passou sua juventude em um palácio de poder e seus anos de meia-idade em pastos de serena obscuridade. Então um dia ele deu de cara com uma sarça ardente, o que acabou sendo um chamado surpreendente de Deus para seu terceiro período de quarenta anos.

“Pois agora o clamor dos israelitas chegou a mim, e tenho visto como os egípcios os oprimem. Vá, pois, agora; eu o envio ao faraó para tirar do Egito o meu povo, os israelitas” (Êxodo 3.9-10).

Esse chamado deixou Moisés com medo, fora de si. Tanto que ele discutiu face a face com Deus.
 
Objeção 1: Eu não sou ninguém, Deus. 

“Moisés, porém, respondeu a Deus: ‘Quem sou eu para apresentar-me ao faraó e tirar os israelitas do Egito’?” (Êxodo 3.11). Qualquer fama ou credibilidade social que eu já tive acabaram. Na verdade, eu sou um pastor e “todo pastor de ovelhas é abominação aos egípcios” (Gênesis 46.34).

Objeção superada: “Eu estarei com você” (Êxodo 3.12). Esse chamado não é baseado na sua credibilidade, mas na minha. Eu não quero o Egito ou Israel impressionados com você. Eu quero que eles se impressionem comigo.
 
Objeção 2: Eles não vão acreditar em mim, Deus. 

“E se eles não acreditarem em mim nem quiserem me ouvir e disserem: ‘O Senhor não lhe apareceu’?” (Êxodo 4.1). Eles vão pensar que eu sou um tolo. Eu posso crer em você porque você está se revelando a mim. Mas nós estamos aqui em cima em uma montanha onde ninguém pode nos ver. Eu ainda não sou ninguém e ninguém vai escutar as palavras de um ninguém, especialmente quando ele afirmar estar falando em nome de Deus!

Objeção superada: Eu estarei com você. O mesmo poder que eu demonstrei para você em secreto eu demonstrarei “para que eles acreditem que o Deus dos seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó, apareceu a você” (Êxodo 4.5). Meu objetivo é impressioná-los comigo, não com você. Acredite em mim, eu vou me mostrar!
 
Objeção 3: Eu não tenho dons para fazer isso, Deus. 


“Ó Senhor! Nunca tive facilidade para falar, nem no passado nem agora que falaste a teu servo. Não consigo falar bem” (Êxodo 4.10). Conheço as expectativas retóricas da corte do Faraó. Digo, eu nem mesmo me qualificaria para o Programa de Talentos de Midiã! Você não leu os livros sobre as capacidades humanas, Deus? Eu não posso fazer isso!

Objeção superada: Moisés, “quem deu boca ao homem? Quem o fez surdo ou mudo? Quem lhe concede vista ou o torna cego? Não sou eu, o Senhor? Agora, pois, vá; eu estarei com você, ensinando-lhe o que dizer” (Êxodo 4.11-12). Você ainda não entendeu. Quero o Egito e Israel impressionados comigo, não com você. Não tenha medo. Eu estarei com você e com sua boca inexpressiva.
 
Objeção 4: Não me faça fazer isso, Deus. 

“Ah Senhor! Peço-te que envies outra pessoa” (Êxodo 4.13). Deus, sério, tem que ter um candidato melhor para essa tarefa! Eu ainda devo estar sendo procurado no Egito por assassinato. Se não, eu sou apenas um ninguém. Pior, eu sou um pastor! E como se não bastasse ser uma obscura abominação assassina, eu me atrapalho todo quando falo em público! Eu não quero esse chamado.

Objeção superada: Chega! Eu tenho razões para escolher você para esse chamado. Você ainda não sabe todos os propósitos que tenho, então pare de se apoiar em seu próprio entendimento e confie em mim (Provérbios 3.5-6)! Mas como você tem tão pouca fé para isso, te enviarei seu irmão mais eloquente, Arão, contigo e “eu estarei com vocês quando falarem, e lhes direi o que fazer” (Êxodo 4.15). Agora mexa-se!

Você se sente desqualificado para aquilo que Deus está lhe chamando para fazer? Junte-se ao time. Trabalho do Reino é um trabalho sobrenatural, não importa qual seja o seu chamado. Se ele não requer fé real, uma desesperada dependência de que Deus esteja com você para ter sucesso, então ou não é um chamado de Deus ou você ainda não o entendeu.

Você tem discutido com Deus sobre suas qualificações para o chamado? Se sim, lembre-se de Moisés. E lembre-se de que o chamado de Deus para você não é sobre você. É sobre Ele. E a pergunta é: Você está desejando que Deus use suas fraquezas para mostrar quão impressionante Ele é?

Não use suas fraquezas como uma desculpa para a incredulidade. Prossiga pela fé. Deus estará com você, lhe guiará, lhe dará a ajuda que você precisar. Porque o modo de operação padrão de Deus é escolher…

“as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que nada são, para reduzir a nada as que são, para que ninguém se vanglorie diante dele” (1 Coríntios 1.26-29).
 
Fonte: Ipródigo

como nasce um pastor.

Como nasce um pastor?



“É um grande privilégio ser escolhido por Deus para fazer a sua Obra, mas é um grande dever do escolhido preparar-se para realizá-la”. Sandro dos Anjos.

O chamado de um pastor é um dos assuntos mais evidentes nas Sagradas Escrituras. Seu perfil e caráter são revelados tanto no Novo como no Antigo Testamento de forma impressionante e segura.

Mas parece que as credenciais bíblicas do chamado e vocação pastoral são ignoradas por alguns grupos cristãos, no que tange aos princípios para a ordenação e consagração de ministros. O que vemos muitas vezes são “pastores” realizando funções protocolares no ministério, do que ministros desempenhando o dom espiritual do apascentamento e cuidado da Igreja de Cristo. E, mais tenebroso ainda é reconhecer que existem muitos pastores que não são pastoreados, verdade essa tão clara que você pode até achar estranho o fato do ministro precisar dessa assistência, mas todo pastor necessita de uma cobertura, como assim fizeram Barnabé com Paulo (At.9.26-28; 11.22-26; 13.1-3), Paulo com Timóteo (2ª Tm.1.1-8, 13-15; 2.1,2) e muitos outros exemplos.

Mas todos os pastores precisam realmente de um chamado exclusivo por Deus? Um pastor que não possui o chamado não terá êxito mesmo estando na função? As frustrações pastorais testemunhadas em nossos dias são resultados do erro quanto ao chamado ministerial? Afinal, como nasce um pastor?

Primeiro desejo esclarecer os significados das palavras “vocação” e “chamado”, visto que se tratando do contexto religioso, ambas se encontram interligadas. O termo vocação, do lat.vocare é a inclinação e aptidão para determinada função. Denota uma disposição natural para uma coisa; e Chamado é a confirmação da vocação para a determinada Missão. Denota o mecanismo de ação da vocação.

Devemos iniciar o entendimento bíblico do chamado em questão, a partir da figura e descrição ilustrativa do pastor de ovelhas do Antigo Testamento, pois nessa esfera, a vida do pastor em muitos aspectos é sintonizada em um paralelo com os relacionamentos espirituais do líder cristão, sendo usada pelos escritores bíblicos, repetidas vezes, como uma luz eficaz para a transmissão de experiências quanto ao ministério e chamado do pastor.

O pastor de ovelhas no Antigo Testamento era facilmente identificado por quatro elementos indispensáveis em sua função: O cajado, a vara, a capa e, o alforje.

O cajado era usado principalmente para guiar o rebanho e socorrer as ovelhas quando preciso (Êx. 21.19; 1º Sm. 17.40; Zc. 8.4). A vara era um símbolo de proteção e, em outros textos é chamada de bordão (2º Re. 4.29). A capa era muito importante para o pastor se acolher e se proteger e, o alforje levava alguns pertences de uso pessoal do pastor (1º Sm. 17.40).

Quando chegamos ao cenário histórico do Novo Testamento vemos os líderes sendo chamados para “pastorear” o rebanho de Deus. Aqui temos o uso do termo pastor como uma nomenclatura que identificaram as próprias palavras de Cristo, quando usando a figura de metáfora, disse de Si mesmo: “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas [...] Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido”. (Jo. 10.11-14).

Jesus usou a comparação por que sabia muito bem acerca do cuidado do pastor com as ovelhas nos campos. Ser pastor a partir daquele momento, na visão bíblica e neotestamentária, significava cuidar de vidas da mesma forma que Cristo demonstrou no cuidado e ensino no seu ministério na terra.

Partindo desses princípios referentes às atividades da figura do pastor tanto no AT como as comparações e simbolismo no NT, a Bíblia nos revela as três funções que compreendiam as atividades reais de um pastor:  

1) A proteção exclusiva do rebanho contra as feras e os perigos naturais; 2) O zelo pela seleção dos melhores pastos e campos verdes e; 3) O trato no crescimento da ovelha, com o cuidado do peso e o desenvolvimento de sua lã.

A partir dessas bases a Bíblia deixa clara acerca do verdadeiro chamado de um pastor. Trata-se do servo que desde seus primeiros passos na jornada cristã, junto aos seus (sua igreja e seu pastor) possui real preocupação, primeiro na proteção da igreja de Cristo, que compreende o bloqueio das contaminações do mundo, dos falsos ensinos, dos caminhos tortuosos; segundo, o zelo pelo melhor alimento através da pregação da Palavra de Deus, que edifica, exorta, consola e desperta. Um servo que revela o chamado para pastorear sempre transmitirá mensagens dentro desses quatro aspectos; e terceiro, pela liderança espiritual que faz com que vidas desenvolvam seus ministérios e alcancem seus sonhos. O pastor é um líder e seu chamado está condicionado ás suas qualidades de liderança.

O que mencionamos até aqui pode ser resumido numa verdade ampla: Não existe chamado pastoral distante dessas realizações, bem menos algum pastor usado pelo Espírito Santo com apenas uma dessas indicações, ou seja, se algum ministro está em falta em algum desses princípios, com certeza seu chamado ministerial está em desenvolvimento, mas, se lhe falta todos esses valores, com certeza jamais foi chamado por Deus para pastorear.

Dentro desse raciocínio ainda desejo expor duas situações: pastores que crêem no chamado, mas passam por experiências frustrantes, e pastores que sabem realmente que não possuem o chamado, mas entraram “acidentalmente” no ambiente ministerial.

No primeiro caso é de grande importância saber que o início ministerial com experiências dolorosas não significa algum tipo de erro no chamado, mas pode revelar um agir e preparo exclusivo de Deus para algo bem maior. Deus o levará a compreender isso.

No segundo caso, temos alguém sem o chamado na função pastoral, mesmo assim pastoreando. A falta de êxito maior desse líder não está em seu realizar, de certo, ele sempre fará algo em suas condições, mas sua situação revela claramente que suas ações pastorais serão limitadas por lhe faltarem os elementos essenciais que preenchem sua ordem vocacional e seu chamado divino.

No demais, desejamos muitos pastores Chamados, e menos chamados pastores.

Fonte: Napec

jesus,o cristo

Não, Cristo não é o sobrenome de Jesus: descubra o que esse título significa



Por R. C. Sproul

Por todo o Novo Testamento, nós encontramos muitos títulos para Jesus de Nazaré—"Filho de Deus", "Filho do Homem", "Senhor", entre outros. No entanto, o título que é mais frequentemente dado a Jesus no Novo Testamento é aquele que nos é familiar, mas que nós não entendemos bem. É o título de "Cristo".

Por que eu digo que nós não entendemos bem esse título? Eu digo isso porque "Cristo" é utilizado tantas vezes em conjunto com o nome "Jesus", que temos a tendência de pensar que esse é o seu sobrenome. No entanto, "Cristo" não é um sobrenome para Jesus. Ele teria sido conhecido como "Jesus Bar-José", que significa "Jesus, filho de José". Ao invés disso, "Cristo" é o título supremo de Jesus. Mas o que isso significa?

O significado de Cristo é tirado do Antigo Testamento. Deus prometeu aos antigos israelitas que o Messias viria para libertá-los do pecado. A ideia do Messias é transportada para o Novo Testamento com o título de Cristo. A palavra grega Christos, de onde nós obtemos a palavra Cristo, em português, é a tradução do termo hebraico Mashiach, que é a fonte para a palavra Messias, em português. Mashiach, por sua vez, está relacionada com o verbo hebraico masach, que significa "ungir". Portanto, quando o Novo Testamento fala de Jesus Cristo, ele está dizendo "Jesus, o Messias", que significa literalmente "Jesus, o Ungido".

Nos tempos do Antigo Testamento, as pessoas eram ungidas quando chamadas para servirem como profeta, sacerdote ou rei. Por exemplo, quando Saul foi o primeiro rei de Israel, o profeta Samuel ungiu sua cabeça com óleo, de forma cerimonial (1 Samuel 10:1). Este rito religioso foi realizado para mostrar que o rei de Israel tinha sido escolhido e capacitado por Deus para o reinado. Da mesma forma, os sacerdotes (Êxodo 28:41) e profetas (1 Reis 19:16) foram ungidos segundo o mandamento de Deus. Em certo sentido, qualquer um no Antigo Testamento que tenha sido separado e consagrado para servir era um messias, por ter recebido uma unção.

Mas o povo de Israel ansiava por aquele indivíduo prometido que era para ser, não apenas um messias, mas o Messias, Aquele que seria separado e consagrado por Deus de forma suprema para ser o Profeta, Sacerdote e Rei do povo. Assim sendo, no momento em que Jesus nasceu, existia uma grande expectativa entre os judeus que haviam esperado pelo Messias durante séculos.

Surpreendentemente, quando Jesus começou o seu ministério público, poucos o reconheceram por quem ele era, apesar das muitas evidências de que ele possuía uma unção de Deus que ultrapassou em muito aquela que repousara sobre qualquer outro homem. Sabemos que houve uma grande confusão a seu respeito, mesmo depois dele haver ministrado por algum tempo. Em um ponto, Jesus perguntou aos seus discípulos: "Quem diz o povo ser o Filho do Homem?" (Mateus 16:13 b). Ele estava analisando a sua cultura, verificando os rumores sobre si mesmo. Em resposta à pergunta de Jesus, os discípulos enumeraram vários pontos de vista que estavam sendo apresentados: "Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas" (versículo 14). Jesus estava sendo identificado com todos os tipos de pessoas, mas nenhuma dessas especulações estava correta.

Em seguida, Jesus perguntou aos discípulos: "Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?" (versículo 15b). Pedro respondeu com o que é conhecido como a grande confissão, uma declaração de sua crença sobre a identidade de Jesus: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (versículo 16). Com essas palavras, Pedro declarou que Jesus era o Christos, o Mashiach, o Ungido.

Então Jesus disse algo interessante. Ele disse a Pedro que este era abençoado por ter aquela compreensão da identidade de Jesus. Por que ele disse isso? Jesus explicou: "porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus" (versículo 17). Pedro havia recebido uma revelação divina de que Jesus era o Messias, não era algo que ele havia discernido pela sua própria capacidade. Novamente, isso me deixa maravilhado, porque alguém poderia pensar que quase todo mundo que encontrou Jesus o tenha reconhecido imediatamente como o Messias. Afinal, não há falta de informação no Antigo Testamento sobre a vinda do Messias—onde ele nasceria, como ele se comportaria e que poder ele manifestaria— e todos podiam ver o que Jesus estava fazendo—ressuscitando pessoas dentre os mortos, curando todos os tipos de doenças e ensinando com grande autoridade. Mas, é claro, eles não o reconheceram. A unção de Jesus não era imediatamente aparente.

Muitas pessoas hoje em dia têm coisas positivas a dizer sobre Jesus como um modelo de virtude, um grande mestre e assim por diante, mas eles não chegam a dizer que ele é o Messias. Esta é a grande diferença entre cristãos e não cristãos. Só quem nasceu de novo pode confessar que Jesus é o Cristo. Você pode?

terça-feira, 2 de julho de 2013

a armadura de Deus

Armadura de Deus

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Em Efésios 6:13 a 17 diz:
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.

O cinto da verdade é a sustentação da armadura. "Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade" (v. 14a). Cingir-se com cinto tem a conotação de estar pronto para a ação, neste caso para a luta contra os principados e potestades; mas é necessário que nos cinjamos com a verdade, a qual é Cristo, o qual verteu seu sangue por nós. Cingir-se da verdade é viver a vida tendo a verdade como norteadora de suas atitudes. A Verdade precisa invadir seus negócios, seus estudos, sua família, suas amizades, seu casamento e onde mais você estiver. Quanto mais conhecemos a Deus e a Seu Cristo, mais temos consciência que Ele é nossa única verdade e realidade cotidiana, em nosso andar como cristãos. "Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6).

A couraça da justiça. A couraça era a parte da armadura que revestia e protegia o peito do soldado romano, ou seja, nossa consciência. " e vestindo-vos da couraça da justiça " (v. 14b). Cristo tem sido feito por Deus nossa justificação, e dessa justiça temos sido revestidos desde que cremos; a obra de Cristo na cruz nos tem feito justos, mas em nossa luta contra Satanás, devemos ter nossa consciência limpa e protegida com a justiça de um coração reto diante de Deus e dos homens, o qual é a vida de Cristo em nós; porque Satanás constantemente está nos acusando, e não devemos permitir que essas acusações definhem nossa fé e nossa confiança no Senhor. Se nossa consciência não nos acusa, não devemos permitir que sejamos atemorizados e envergonhados pelo inimigo.

O calçado do evangelho"Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz"(v. 15). O homem estava inimizado com Deus, mas o Senhor Jesus em Sua obra na cruz serviu de mediador para estabelecer a paz, tanto com Deus como com os homens; essa é a disposição fundamental do evangelho, com o qual devemos estar calçados e parados firmemente. Agora estamos parados sobre a rocha firme, e nessa posição entramos com confiança a participar da vida de Cristo. Devemos caminhar com o Senhor na paz que Ele nos tem conquistado; não em nossa própria paz, nem na paz dos homens. Já não caminhamos sobre a terra, como se ela fosse nossa, porque não somos deste mundo. A salvação separa aos crentes da terra suja, e nos faz livres. Além disso, nosso testemunho exige que estejamos em paz com Deus e com os homens.

O escudo da fé"embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno " (v.16). O escudo era uma arma defensiva para o soldado romano, para se proteger tanto das flechas como dos ataques com espada, lança ou outras armas da época. O escudo é fundamental para se proteger dos ataques do inimigo. O escudo do soldado romano era de couro, ou de metal; mas o escudo do cristão é a fé. Há cristãos que carecem de fé, logo não tem o escudo para apagar os dardos de fogo e ataques do maligno, como as dúvidas, as tentações, os enredos mentirosos, as incitações e propostas ao pecado. Outros cristãos têm um escudo muito pequeno, com o qual só poderão apagar certos dardos, mas não todos, pois sua fé não é o suficientemente grande; pois só conhecem um aspecto da obra de Cristo, se é de curar para aí, se é de dons será suficiente, mas não é assim, Cristo é supremo, precisamos de fato o conhecer plenamente senão nossa fé vai sempre ser fraca comprometendo nossa segurança e de outros.

O capacete da salvação"Tomai também o capacete da salvação" (v.17a). O capacete era a parte da armadura antiga que resguardava a cabeça e o rosto(visão), de modo que é fácil entender que, a guerra no espírito, o capacete da salvação de Deus guarda a mente do filho de Deus , seu intelecto, de ansiedades, preocupações, acusações, temores, vergonha, ameaças de Satanás, que vão diretamente dirigidas a nossa mente, para nos debilitar, nos desorientar e nos prostrar em uma situação de derrota e culpabilidade. Mas temos sido salvos por Deus em Cristo; agora somos filhos de Deus, e é Cristo quem vive em nós permanentemente. Satanás continuamente está lançando pensamentos em nossa mente. Satanás sabe que é na mente do homem onde se maquinam e perfilam todas as coisas, e por isso é na mente dos cristãos onde se vencem as grandes batalhas contra o inimigo, pois os argumentos e pensamentos pertencem à mente.Lemos em 2 Coríntios 10:3-6: "3 Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne.4 Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas 5 e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo,6 e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão". Para entrar a participar nesta guerra no espírito é necessário andar conforme o Espírito; daí que as armas devem ser Espirituais, poderosas em Deus, para poder derrubar fortalezas do inimigo. Todos os que desobedecem a Deus são portadores das fortalezas de Satanás; por isso todo pensamento deve ser levado cativo à obediência a Cristo.

A espada do Espírito"e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus" (v.17b). A espada É a única peça da armadura que é usada para atacar o inimigo. Cristo é o Verbo de Deus encarnado, e a Bíblia é a Palavra de Deus inspirada pelo Espírito Santo, ou soprada pelo alento de Deus, de maneira que quando é usada a palavra específica para dar um golpe mortal e contundente ao inimigo, é o próprio Cristo falando por Seu Espírito pela Palavra. As Escrituras têm sido deturpadas e manipuladas abundantemente através da história, em tal forma que essas deturpações têm facilitado o caminho para introduzir heresias em nós a Igreja do Senhor (pessoas), contribuindo às múltiplas divisões sustentadas com aparente respaldo bíblico. Eis ai o grande perigo, que apoiados com uma falsa base bíblica, se protocolize a divisão do Corpo de Cristo. O zelo religioso não é de Deus, nem o orgulho sectário, nem a vanglória do progresso humano (prosperidade). Tudo isso tem causado muito dano à Igreja; tem se quebrado a verdadeira expressão do Corpo do Senhor. Daí que deve se usar a espada do Espírito no espírito e pelo Espírito. È muito importante nestes dias serem cultivados nossa comunhão com o verdadeiro Senhor Jesus Cristo e sua palavra. Olhando de forma a entender que existe a Sá doutrina e a falsa doutrina e só a comunhão com o Senhor vai poder nos ajudar a distinguir elas pois só ele pode nos conduzir na Verdade que é Cristo Jesus. 

A oração. "com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos" (v.18).
A oração não está relacionada dentro da armadura de Deus, mas é o elemento indispensável para receber a armadura e usá-la convenientemente no momento apropriado, pois a oração na verdade é a base de nossa comunhão com o Senhor, se nós não conversarmos com ele em todo tempo não existira relacionamento e amizade, não conheceremos sua vontade, alguns teimam em conhecê-lo apenas lendo a palavra e acabam enganados pela letra e morrem pois expressam Cristo como se ele estivesse morto e seu legado foi deixado tudo em um livro e é só o memorizar e colocá-lo em pratica que seremos um bom cristão, isso é mentira Ele está vivo e edifica sua igreja e só vai se revelar a nós mediante a nossa vida diária em sua presença em oração e santidade no espírito e pelo Espírito.

A humildade. Mesmo os que já têm experimentado alguma vitoria com a armadura de Deus ainda correm alguns perigos, e caso se descuidem, podem cair de qualquer altura de onde se encontrem; não importa o grau de maturidade espiritual que se tenha. Diz 1 Co. 10:12: "Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia". O brilho da armadura pode deslumbrar o vencedor que se descuida, e em vez de fixar os olhos no Senhor, fixa em si mesmo; não tem consciência de que sua armadura não tem proteção para suas costas, onde pode ser ferido pelos dardos do inimigo, principalmente o de nome orgulho; e já ferido, vai se enchendo de certa auréola ao redor de si mesmo, e, sem se dar conta, vai se debilitando,extinguindo o Espírito de tal maneira que ao final não tem forças suficientes para sustentar a espada e o escudo (a Palavra de Deus e a fé), e como conseqüência vem o engano quanto à Palavra e quanto à fé, e começa a declarar que já não necessita usar a espada e o escudo( a vida de oração e revelação) ; e no final se despojará a si mesmo de toda a armadura.Então, qual é o remédio preventivo? Os reis, os grandes deste mundo e os cristãos orgulhosos, se cobrem com um manto de púrpura, mas o manto do cristão que quer continuar a vencer é a humildade; o manto que nos cobre as costas dos dardos da altivez é a humildade, a pobreza no espírito. 1 Pedro 5:5b-6 diz: "sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça.6 Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno(na sua vinda), vos exalte". A humildade é a vestidura de um escravo em aptidão de serviço. O altivo faz alarde por cima dos demais; é depreciativo. O orgulhoso se enche tanto de confiança em si mesmo, que chega o momento em que crê que já não necessita usar a Palavra de Deus, a fé e a confiança no Senhor, e a armadura em geral, e é enredado facilmente no engano de toda índole. Todo guerreiro necessita de toda a armadura de Deus, mas vestido de humildade, " 4 Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas 5 e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo" (2 Co. 10:4-5).A guerra contra os principados e potestades não se faz com as habilidades da carne; nem com força carnal e física, nem com eloqüência natural, nem com sabedoria humana, nem derrubando às pessoas ao chão nas reuniões; não estamos lutando contra os homens. Por tanto, as armas devem ser espirituais, poderosas em Deus. Os dardos do inimigo vão dirigidos a encher nossa mente de argumentos e raciocínios que nos induzem à fofoca, à busca de faltas em nossos irmãos, à acusação, à falta de perdão, ao egocentrismo, ao juízo injusto, aos zelos e contendas, ao repúdio, à amargura, à luxúria; mas um dos mais fortes e devastadores ataques vêm do orgulho. Em troca, a Palavra de Deus nos insta a sermos "Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos" (Rom. 12:6). Devemos estar vigilantes, porque abundam as falsas roupas de humildade. Diz Mateus 5:3: "3 Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus". Com este versículo, o Senhor no sermão do monte começa a descrição da verdadeira natureza dos que são aptos para participar no reino dos céus; e todas as características descritas, são o pólo oposto do cristão orgulhoso. Diante de Deus, o humilde tem a posição mais alta, porque reflete a plenitude de Deus e de Sua graça; porque Tiago 4:6 diz: "Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes". Então, amados irmãos, para que não nos deslumbre o brilho da armadura e nos impeça ver a verdadeira natureza do inimigo, devemos tapá-la com o manto da humildade.

O amor. Por Seu Santo Espírito, o Senhor nos tem dado dons espirituais, como ferramentas para nosso trabalho nesta era, e como antecipação dos poderes do mundo vindouro; mas o mais excelente, importante e poderoso de todas as ferramentas recebidas da parte do Senhor é o amor do Pai. Muitos, como os coríntios, buscam os dons exteriores, mas o amor é a maneira excelente de exercê-los, e é a expressão de Deus dentro de nós como vida e alento. A natureza de Deus é amor (1 Jo 4:16), e a expressão desse amor é o que nos leva a ser espirituais. Podemos ter uma magnífica compreensão da Palavra de Deus, podemos ter todos os dons espirituais, podemos compreender todos os princípios do reino, podemos possuir uma fé gigantesca, mas se carecemos do amor do Pai, nada somos. Não temos conseguido compreender, todavia, o suficiente e em sua justa medida o capítulo 13 da primeira epístola aos Coríntios. Quanto mais nos alimentamos de Cristo, mais cheios somos de Seu amor, porque Ele, que é amor, vai se apoderando de todo nosso ser; não só do espírito, mas também da alma e todas suas faculdades, e até do corpo. O Senhor tem vindo a viver dentro de nós para sempre; nunca se afastará de nós; esta é Sua casa; mas devemos buscar que Ele nos encha de Seu Espírito e de Seu amor para que lhe sejamos fiéis; Seu amor nos livra do egocentrismo, e nos faz ver mais além de nosso contorno físico. Saturados de Seu amor, poderemos ter a visão do terceiro céu, e pregá-lo. Com o amor, podemos manejar a armadura de Deus com eficácia.

Os irmãos