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terça-feira, 11 de junho de 2013

Espiritual dominio
QUEM SÃO OS QUE HABITAM NO DOMÍNIO ESPIRITUAL?

15 A Bíblia mostra que nós, humanos, que vivemos aqui na terra, não somos as únicas pessoas vivas e inteligentes no universo. Revela que, assim como há um domínio carnal de criaturas que respiram o ar da terra, bebem sua água e se alimentam de seus comestíveis, há também um domínio espiritual, que não depende das provisões de vida na terra. E ela mostra que o Principal naquele domínio espiritual é o próprio Criador, Deus. Jesus disse sobre ele: “Deus é Espírito, e os que o adoram têm de adorá-lo com espírito e verdade.” — João 4:24.

16 Há agora cerca de quatro bilhões de habitantes na terra. A Bíblia revela que, no domínio espiritual, há além do Criador milhões de outras pessoas espirituais, que conhecemos como anjos. (Daniel 7:9, 10; Revelação 5:11) Todos estes outros receberam sua vida do Criador do céu e da terra, e vieram à existência muito antes da criação dos primeiros humanos. Conforme diz Revelação 4:11: “Digno és, Jeová, 
sim
, nosso Deus, de receber a glória, e a honra, e o poder, porque criaste todas as coisas e porque elas existiram e foram criadas por tua vontade.” Não há pessoas, humanas ou espirituais, que não devam sua vida a Jeová Deus, o Criador.

17 A narrativa histórica da Bíblia mostra que depois de Deus ter criado no Éden o primeiro filho e filha humanos, Adão e Eva, certo poderoso anjo, movido por vaidade e ambição, rebelou-se contra Deus. Usando de engano e apelando para o egoísmo, conseguiu fazer com que o primeiro casal humano se juntasse a ele nesta rebelião. Tendo-se assim tornado inimigo de Jeová, o Criador, é chamado de Satanás, que em hebraico significa “opositor” ou “adversário”. (Gên. 3:1-13; Revelação 12:9) Mais tarde, ele induziu outros filhos espirituais de Deus, ou anjos, a adotarem um proceder similar de rebelião.

18 O apóstolo Pedro fala sobre estes espíritos, que foram “desobedientes, quando a paciência de Deus esperava nos dias de Noé”. (1 Pedro 3:19, 20) A história bíblica mostra que a atração sexual desempenhou um papel nesta desobediência, fazendo com que tais filhos espirituais viessem à terra, assumissem forma 
humana
 e assim abandonassem seu lugar designado no serviço de Deus. Lemos em Gênesis 6:2 a respeito dos dias de Noé, antes do Dilúvio: “Então os filhos do verdadeiro Deus começaram a notar as filhas dos homens, que elas eram bem-parecidas; e foram tomar para si esposas, a saber, todas as que escolheram.”

19 Deus não permitiu que isto prosseguisse indefinidamente. Causou um dilúvio global de águas sobre a terra, arrasando toda a humanidade corruta e preservando apenas seus servos fiéis. Por isso, os desobedientes filhos espirituais tiveram de desmaterializar-se, quer dizer, abandonar a forma humana e retornar ao domínio espiritual. Depois disso, são chamados de demônios ou espíritos maus. Mostrando que Deus não lhes permitiu mais assumirem forma humana e que os tem mantido numa condição degradada e condenada, Judas 6 diz: “Os anjos que não conservaram a sua posição original, mas abandonaram a sua própria morada correta, ele [Deus] reservou com laços sempiternos, em profunda escuridão, para o julgamento do grande dia.”

20 Desde aquele tempo, e com o apoio de tais espíritos iníquos ou demônios, Satanás tem sido o “deus” deste mundo e de seus sistemas corrutos. Isto talvez surpreenda a você. Mas, leia João 14:30 e 2 Coríntios 4:4, e verá que, quando a Palavra de Deus fala sobre o “governante do mundo” ou sobre “o deus deste sistema de coisas”, não se refere a Jeová Deus, mas a Satanás, o Diabo. O apóstolo João escreveu: “O mundo inteiro jaz no poder do iníquo”, e diz também que Satanás é aquele que “está desencaminhando toda a terra habitada”. — 1 João 5:19; Revelação 12:9.

21 A Bíblia mostra, assim, que não há só espíritos bons, tais como os anjos, mas também demônios ou espíritos maus. O conhecimento destas verdades é muito importante, porque é a chave para abrir a porta do entendimento da relação dos espíritos invisíveis conosco e com os acontecimentos de nossa vida diária. Vejamos agora como o conhecimento exato da Palavra de Deus nos ajuda a encontrar a resposta às seguintes perguntas importantes.
Continua…

domingo, 9 de junho de 2013

As Crises de Jeremias

Maldito o dia em que nasci; não seja bendito o dia em que minha mãe me deu à luz.
Maldito o homem que deu as novas a meu pai, dizendo: Nasceu-te um filho; alegrando-o com isso grandemente.
E seja esse homem como as cidades que o SENHOR destruiu e não se arrependeu; e ouça clamor pela manhã, e ao tempo do meio-dia um alarido.
Por que não me matou na madre? Assim minha mãe teria sido a minha sepultura, e teria ficado grávida perpetuamente!
Por que saí da madre, para ver trabalho e tristeza, e para que os meus dias se consumam na vergonha? Jeremias 20 (14-18)
O serviço do Senhor é bastante duro; não é um papel indicado para qualquer pessoa. Pelo relato bíblico, parece que as pessoas que são mais usadas por Deus como instrumentos na obra dele passam por grandes aflições. Não é de admirar então que Paulo exortasse Timóteo para que se fortalecesse a fim de passar por tribulações: “Portanto, não se envergonhe de testemunhar do Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro dele, mas suporte comigo os meus sofrimentos pelo evangelho, segundo o poder de Deus … Suporte comigo os meus sofrimentos, como bom soldado de Cristo … suporte os sofrimentos …” (2 Timóteo 1:8; 2:3; 4:5). A palavra de Deus desmente as doutrinas de ”parar de sofrer” que são promulgadas por determinadas igrejas de nossa época. A realidade das duras provações na vida cristã assusta vários discípulos que ficam abalados ao ponto de deixar de trabalhar para o Senhor. Será que nós também engolimos o mito de que a vida cristã deve ser livre de angústia?
A vida de Jeremias nos dá bastante auxílio para encarar bem os sofrimentos do servo do Senhor. Note as seguintes etapas da carreira dele:
O chamamento
Quando Deus chamou Jeremias para ser profeta (1:5), ele não queria aceitar: “Ah, Soberano Senhor! Eu não sei falar, pois ainda sou muito jovem” (1:6). O Senhor respondeu que ele lhe daria as palavras e que ele determinaria a programação (1:7). Também ele se comprometeu a estar com Jeremias: “Não tenha medo deles, pois eu estou com você para protegê-lo” (1:8). O Senhor também concedeu a Jeremias os recursos dos quais ele precisaria para resistir aos ataques dos inimigos: “E hoje eu faço de você uma cidade fortificada, uma coluna de ferro e um muro de bronze, contra toda a terra: contra os reis de Judá, seus oficiais, seus sacerdotes e o povo da terra. Eles lutarão contra você, mas não o vencerão, pois eu estou com você e o protegerei” (1:18-19). Deus já deixou Jeremias prevenido dos esforços dos oponentes, mas lhe deu plena certeza da presença dele para capacitá-lo a encarar todas as dificuldades.
A mensagem
Jeremias pregou ousadamente a mensagem que o Senhor lhe deu: “O meu povo cometeu dois crimes: eles me abandonaram, a mim, a fonte de água viva; e cavaram as suas próprias cisternas, cisternas rachadas que não retêm água” (2:13). Ele expôs a infidelidade e a insensatez do povo de Judá por ter abandonado a única fonte do bem e por ter corrido atrás dos ídolos vazios.
A primeira crise
A pregação corajosa da palavra do Senhor por Jeremias irritou muita gente que não queria que seus pecados fossem expostos e condenados. A pregação da palavra de Deus raramente conduz à popularidade. O tom de autoridade é desgostoso para o homem rebelde. As pessoas que ficam ressentidas com a mensagem perturbadora geralmente recorrem a medidas ou para calar o mensageiro ou para acabar com ele. Não era diferente com Jeremias. O Senhor revelou para Jeremias que os homens estavam tramando para matá-lo. Estes homens incluíram o pessoal da própria cidade dele, Anatote (veja 11:18-23).
Jeremias não entendeu a razão pela qual o Senhor deixou o caminho dos ímpios prosperar. Ele queria saber até quando a terra iria sofrer por causa da perversidade deles que Deus estava aparentemente tolerando. Era especialmente difícil para os santos no velho testamento porque não tinham nítida visão da vida eterna. Foi Cristo que “trouxe à luz a vida e a imortalidade por meio do evangelho” (2 Timóteo 1:10). Antes de Cristo, os fiéis esperavam bênção ou castigo nesta vida. Então quando o Senhor deixava os ímpios permanecerem impunes era bastante difícil para irmãos como Jeremias entender.
A resposta do Senhor à angústia de Jeremias era bem chocante. Ao invés de simpatizar e confortar, o Senhor repreendeu e desafiou. Respondeu de três formas: Œ”Se você correu com homens e eles o cansaram, como poderá competir com cavalos? Se você tropeça em terreno seguro, o que fará nos matagais junto ao Jordão?” (12:5). Deus estava repreendendo Jeremias por ter ficado tão preocupado com pouca provocação. Se ele nem conseguisse caminhar um quilômetro, vamos dizer, como é que ele iria agüentar a maratona? Nós devemos ter cautela para não sentir muita pena de nós mesmos, porque é bem provável que a situação piore e aí faremos o quê? Deus revelou que a situação já era pior do que ele imaginava: “Até mesmo os seus irmãos e a sua própria família traíram você e o perseguem aos gritos. Não confie neles, mesmo quando lhe dizem coisas boas” (12:6). Não eram apenas os compatriotas da cidade nativa que estavam tramando contra ele, eram os próprios familiares! Ele já passou por trechos angustiantes, mas a realidade ficou mais horrível ainda. Será que para nós também os atuais sofrimentos têm a finalidade de nos fortalecer a fim de suportarmos as verdadeiras angústias vindouras? Ž Deus mostrou que os sofrimentos de Jeremias eram bem mais leves do que os dele mesmo: “Abandonei a minha família, deixei a minha propriedade e entreguei aquela a quem amo nas mãos dos seus inimigos. O povo de minha propriedade tornou-se para mim como um leão na floresta …” (12:7-8). O que o Senhor estava passando era bem pior do que os sofrimentos de Jeremias, pois ele tinha que abandonar o que ele criou e tanto amou. Dificilmente refletimos no lado das decepções que o Senhor experimenta.
A segunda crise
Jeremias chegou ao ponto de sentir-se muito solitário por causa da rejeição quase universal que passou. “Todos me amaldiçoam”, Jeremias reclamou, e afirmou que não tinha feito nada para merecer tal horror (15:10-11). “Jamais me sentei na companhia dos que se divertem, nunca festejei com eles. Sentei-me sozinho, porque a tua mão estava sobre mim e me encheste de indignação” (15:17). Foi bem duro para Jeremias ser excluído de tudo por causa da tarefa severa que ele possuía de anunciar a palavra do castigo. Ninguém queria se associar com ele. Por isso, Jeremias voltou-se contra o Senhor: “Por que é permanente a minha dor, e a minha ferida é grave e incurável? Por que te tornaste para mim como um riacho seco, cujos mananciais falham?” (15:18). Antes, Jeremias havia pregado que Deus era “fonte de água viva” (2:13), mas agora o chamou de riacho seco. Até mesmo grandes homens de Deus caem.
A resposta do Senhor à reclamação de Jeremias me surpreende. De novo, ao invés de simpatizar com Jeremias, o Todo-poderoso o desafiou: “Se você se arrepender, eu o restaurarei para que possa me servir; se você disser palavras de valor, e não indignas, será o meu porta-voz. Deixe este povo voltar-se para você, mas não se volte para eles” (15:19). O profeta havia fracassado e a solução era que ele se arrependesse da sua auto-compaixão rebelde e voltasse ao Senhor. Só assim ele seria o porta-voz do Senhor. Desde que ele já era o porta-voz do Senhor, esta promessa que ao se arrepender ele se tornaria o porta-voz significa que estas queixas contra o Senhor já havia tirado dele esta função. Deus estava lhe dando uma segunda chance, mas ele não deu ouvidos às reclamações. Ele não achou a situação insuportável para Jeremias, não. E depois ele repetiu as palavras do chamamento (15:20-21; veja 1:18-19), assim mostrando que as instruções de que Jeremias necessitava para vencer o desafio estavam já em suas mãos.
Auto-compaixão não faz com que o Senhor dê o braço a torcer. Jeremias estava tão triste por causa do seu isolamento, porém no próximo capítulo (16) Deus ordenou que ele não se casasse e que não fosse nem para velórios nem para festas. Estes mandamentos certamente teriam aumentado este sentimento de solidão que Jeremias passava, mas Deus decretou-os mesmo assim.
Aplicação
Temos que suportar sofrimentos. O cristianismo não é para pessoas moles. Somente pessoas com coragem e determinação resoluta terão a força necessária para prosseguir neste caminho. Cristo cria bons soldados não mimando-os, mas deixando-os passar por grandes dificuldades. A preparação militar, ou até mesmo o treino esportivo, é duro. Nenhum general orienta suas tropas dando-lhes o máximo de conforto e descanso. Nenhum técnico fortalece seus atletas sem dor e suor. Do mesmo jeito podemos nos preparar para passar por momentos duros na vida cristã, porque o Senhor quer que fiquemos fortes e firmes. Talvez nós já imaginamos que a vida é bem difícil, mas estas dificuldades podem ser designadas meramente como entrada às verdadeiras provações do futuro. Se já nos rendermos, como é que superaremos os desafios maiores?
O projeto do Senhor não é que paremos de sofrer nesta terra, mas que as angústias fortaleçam nossa fé ao ponto que fica “muito mais valiosa do que o ouro que perece, mesmo que refinado pelo fogo” e que resulta “em louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo for revelado” (1 Pedro 1:7). Não importa a dureza dos momentos aqui, são leves e momentâneos em comparação com a “glória eterna que pesa mais do que todos eles” (2 Coríntios 4:17). Que aprendamos com Jeremias a suportar sofrimentos sem queixa e sem auto-compaixão!

A vida de aleister crowley Parte Final

Iremos ver aqui neste post a vida de Aleister Crowley.
Por meio deste post iremos enternder como os nossos dias são afetados pelas filosofias deste homem,intitulado A besta.

Artigos relacionados:  
A vida de Aleister Crowley - parte 1
A vida de Aleister Crowley - parte 2
A vida de Aleister Crowley - parte 3

A vida de Aleister Crowley - parte final: Parsons e L. Ron Hubbard, o fundadaor da cientologia.

Parsons mais tarde associou-se a um indivíduo que se tornou muito influente: L. Ron Hubbard, o homem que iria estabelecer a Igreja da Cientologia.

Parsons teve um gosto ótimo por Hubbard, que era então um capitão da Marinha EUA, e iniciou-lhe os segredos da OTO.

"Em um comunicado em 1946 a Crowley, Parsons escreveu:" Cerca de três meses atrás eu conheci (da Marinha dos EUA) o Capitão L. Ron. Hubbard ... Embora Ron não tem treinamento formal em Magia, ele tem uma quantidade extraordinária de experiência e compreensão no campo ... Ele é a pessoa mais Thelêmica que eu já conheci e está em completo acordo com nossos princípios. Ele também está interessado no estabelecimento do Novo Aeon ... Estamos unindo os nossos recursos em uma parceria que irá funcionar como uma empresa limitada para controlar empreendimentos do nosso negócio." – Idem.

A Igreja da Cientologia de Hubbard é hoje uma seita extremamente influente e bem financiada que possui em suas fileiras mais de 8 milhões de membros, incluindo pessoas do alto perfil de celebridades como Tom Cruise, Will Smith, John Travolta e Lisa Marie Presley.

Na Cultura Popular

Embora Crowley morreu quase sem dinheiro, lutando contra um vício em heroína, o seu legado é, contudo, nada menos que colossal. O impacto Crowley sobre a cultura popular de hoje é perceptível em muitos níveis, seja através de referências diretas à sua persona ou através de obras inspiradas na Thelema.

Os exemplos mais óbvios da influência de Crowley sobre a cultura popular são as referências feitas pelos astros do rock que estavam encantados com sua personalidade e filosofia, como os Beatles e Jimmy Page.

Crowley também inspirou inúmeros personagens do filme, incluindo Le Chiffre - Arch-vilão de James Bond em Casino Royale de Ian Fleming e o bruxo satanista Adrian Marcato em O Bebê de Rosemary. Hoje, as referências a Crowley e sua Thelema pode ser encontrado em lugares estranhos, como o anime Yu-Gi-Oh! onde um dos personagens da série é chamado Alister em homenagem a ele. Este personagem traz na testa "O Selo de Orichalcos", que é um clone do hexagrama unicursal Crowley.

Além dessas referências diretas, um analista astuto pode detectar a influência da filosofia Thelêmica de Crowley e sua visão de um Novo Aeon em incontáveis produtos midiáticos de massa. Na verdade, membros proeminentes da O.T.O. eram (e ainda são) muito envolvidos na produção de filmes de Hollywood, incorporando parcelas dentro de suas doutrinas Thelêmica. A ficção científica é um gênero favorecido para expor os espectadores a programação preditiva.

"OTO inicia histórias em massa de autoria do mercado, principalmente de ficção científica, com subliminares, temas ocultistas publicados em livros e revistas populares. Entre os mais influentes destes foram Robert Heinlein’s Stranger de Strange Land, A.H. White’s Rocket to the Morgue e Arthur C. Clarke’s “The Sentinel” e Childhood’s End. (...)

Por meio do gênero recém-emergente de ficção científica, a OTO foi capaz de moldar a visão da América através de uma programação preditiva, que prevê um "futuro inevitável", de forma a influenciar tudo, desde a arquitetura de nossas cidades para o design de nossos automóveis e concepção do que constitui "o progresso e libertação" no futuro. (...)

A capacidade da OTO para transformar a América consistiu na ligação desta descarada mentira com a ciência e ficção científica, a mídia de moldagem e da medicina em sua imagem e semelhança e criando uma nova religião "Thelêmica" para as massas." – Idem.

Fonte:
Lado Oculto Nova Ordem Mundial


Via: http://www.nosdiasdenoe.com/2013/06/a-vida-de-aleister-crowley-parte-final.html#ixzz2Vjx1qQ3y
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sexta-feira, 7 de junho de 2013

O marketing perverso das igrejas


Hermes C. Fernandes
Sem que fossem julgados, Paulo e Silas foram arbitrariamente presos como se fossem inimigos públicos número um dos cidadãos filipenses. Seu crime: libertar uma jovem possessa por um espírito de adivinhação, fonte de enorme lucro para os seus senhores.

Apesar de endemoninhada, ela não estrebuchava, espumava ou fazia qualquer coisa semelhante às cenas do filme “O exorcista”. Ela apenas adivinhava coisas. Todos diziam que aquilo era um dom. Logo surgiram os espertalhões querendo se locupletar do tal “dom”.

Foram vários dias sendo seguidos por ela e ouvindo dos seus lábios: “Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo” (At.16:17). Não duvido que isso tenha atraído a atenção de muita gente, aumentando consideravelmente o número dos que demonstravam interesse pelo o que Paulo e Silas pregavam.

Que pregador de nossos dias se incomodaria com uma propaganda gratuita como esta? Porém, Paulo sentiu-se perturbado. Não era ético que a aceitação do evangelho naquela região dependesse do testemunho de quem sequer havia sido alcançado por ele. Não era ético aproveitar-se do “dom” daquele jovem como faziam os seus senhores.

A ética do evangelho não permite que seus portadores se atrevam a tirar vantagem de quem quer que seja, ainda que para o bem da causa. Se Paulo aceitasse passivamente aquilo, ele estaria agindo exatamente como os homens que se aproveitavam daquela menina.

O que ela dizia acerca deles era incontestavelmente verdadeiro. Eles anunciavam o caminho da salvação e eram servos do Deus Altíssimo. Isso era tão verdadeiro quanto o que o diabo dissera a Jesus no deserto ao citar passagens bíblicas. Porém, Jesus sabia que não importava apenas a veracidade do que era dito, mas também a fonte de onde aquilo jorrava. Por isso, Ele responde ao tentador: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt.4:4). A proveniência é que confere autenticidade ao que se diz. Não se pode esperar que uma fonte de águas amargas jorre águas potáveis. Mesmo que o diabo diga alguma verdade, sua intenção é sempre o engano. Seus agentes neste mundo são os que “detêm a verdade pela injustiça” (Rm.1:18).

Verdade dita com a intenção de enganar nada mais é do que mentira.

Paulo não está preocupado com os resultados positivos daquela propaganda, e sim com o estado deplorável daquela alma explorada.

Pergunto-me se a igreja de hoje não estaria sendo condescendente com o erro na medida em que se aproveita dele para locupletar-se. Permita-me um exemplo: seria ético usar elementos de outros cultos para atrair pessoas à fé cristã? Desde quando Deus precisa de estratégias enganosas para conduzir pessoas à verdade? Os meios justificam os fins? Vale tudo para encher a igreja? É correto entrevistar pessoas possessas em nossos púlpitos? E manter as pessoas presas em suas superstições? Já ouvi de casos de pastores que ameaçam as pessoas dizendo que se deixarem suas igrejas serão vítimas dos mesmos espíritos de que foram libertas. Não concebo Jesus ou Seus apóstolos usando de tais artifícios vergonhosos para manter alguém preso a eles.

Se Jesus lançasse mão de tais artifícios, Ele diria ao gadareno de quem expulsou uma legião de demônios: Para ficar totalmente liberto, terá que fazer uma corrente de pelo menos mil dias. Em vez disso, mesmo insistindo para segui-Lo, Jesus o dissuadiu, dizendo: “Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, e como teve misericórdia de ti” (Mc. 5:19).

Quantos são tidos por reféns dos sistemas eclesiásticos em nossos dias? Até que ponto isso não tem comprometido o seu testemunho diante de sua família?

A verdade é que não há interesse de que as pessoas sejam realmente libertas. Isso seria contraproducente. Em vez disso, prefere-se mantê-las sequestradas por suas superstições.

A genuína libertação não se opera meramente através de orações e exorcismos, mas pela exposição da verdade. “Conhecereis a verdade”, garantiu Jesus, “e a verdade vos libertará”. Se houvesse interesse na libertação das pessoas, a Bíblia seria aberta e exposta em vez de servir apenas como enfeite no púlpito.

Há pessoas que frequentam estas franquias religiosas por anos e sequer conhecem o abecedário do Evangelho. Seguem alimentando crendices, dependendo de amuletos, e enchendo os cofres desta famigerada indústria.

Réplicas da Arca da Aliança, cajados de Moisés, óleo supostamente vindo de Israel, água benta, e mais um elenco infindável de objetos são usados para atrair as multidões. Sem dúvida é o caminho mais eficaz para encher-se uma igreja da noite para o dia. Já ouvi de alguns pastores o comentário sarcástico: O povo gosta!

Bastou que Moisés se ausentasse por quarenta dias para que Arão cedesse à pressão popular e aceitasse erigir um ídolo, um bezerro de ouro para que o povo o cultuasse. Mas quando ninguém esperava, Moisés voltou e acabou com aquela algazarra. Quero lembrar aos meus colegas, àqueles que têm cedido à pressão das igrejas midiáticas: Cristo virá em glória! E cada um de nós, pastores, terá que prestar contas do que lhe foi confiado. Reveja a recomendação de Pedro: “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1 Pe. 5:2-3). Nosso dever, como pastores e guias do povo de Deus, é velar pelas almas como quem há de dar conta delas (Hb.13:17).

Não ceda à pressão de quem quer que seja. Siga fiel. Pregue a verdade. Não negocie princípios. Não se espelhe nos bem sucedidos empresários da fé. Ainda que tenhamos muitos referenciais, Cristo é o nosso padrão.