meu anuncio

quarta-feira, 30 de abril de 2014

A Atitude do Homem em Relação a Deus

"E, respondendo todo o povo, disse: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos." [Mateus 27:25].


Recursos úteis para sua maior compreensão

As Igrejas Cristãs Estão Abrindo as Portas Para o Anticristo


Título do Livro 2


Título do Livro 3
De acordo com os relatos nos evangelhos da crucificação de Jesus Cristo, Pôncio Pilatos quis libertá-lo porque não houve violação alguma da lei romana e Ele certamente não merecia a pena de morte. Mas, por causa das estridentes acusações de uma minoria (composta principalmente de fariseus que eram bem conectados política e socialmente) Pilatos se curvou à pressão e permitiu que o Senhor sofresse uma morte horrível. Em um caso clássico de tentar se eximir da culpa pela injustiça praticada, ele lavou as mãos para demonstrar que estava "limpo" naquele assunto!
Entretanto, Pilatos e a multidão que proferiu as infames palavras "o seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos", agiram desta forma por causa da maldição de morte espiritual que afetou todo o gênero humano desde o tempo de Adão e Eva. A tragédia que se seguiu foi apenas o último de muitos incidentes lamentáveis que aconteceram enquanto o Senhor esteve neste mundo.
Deus não sabia que as pessoas se recusariam a aceitar Seu Filho como o Messias longamente esperado? Claro que sabia, porque Ele é onisciente e absolutamente nada escapa da Sua atenção — até aquilo que poderia escapar (Mateus 11:21,23; Lucas 10:13)! Então, por que permitiu que Jesus Cristo gastasse aproximadamente três anos e meio em um esforço inútil para convencer Israel que Ele tinha sido enviado por Deus para reinar sobre eles? Como as pessoas não puderam reconhecer o Messias, se eram constantemente confrontadas pelos milagres e ensinos estupendos que pelo menos alguns dos fariseus admitiram que vinham de Deus? Observe que na seguinte passagem, Nicodemos usou a palavra "nós" em lugar de "eu":
"E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele." [João 3:1-2; ênfase adicionada].
Acredito firmemente que Nicodemos expressou o consenso da opinião dos fariseus. Aqueles homens estavam entre os indivíduos mais bem instruídos e inteligentes de Israel e certamente tinham bom senso suficiente para reconhecerem o óbvio! Todos eram peritos nas Escrituras do Velho Testamento e podiam citar muitos textos de memória, e pensar que não perceberam que Jesus de Nazaré era o Messias não parece ser uma opção sensata! Centenas de profecias tinham sido cumpridas literalmente e autenticadas por milagres, de forma que a rejeição deles a Jesus Cristo definitivamente parece ter tido uma motivação política e não devido a uma falta de percepção:
"Depois os principais dos sacerdotes e os fariseus formaram conselho, e diziam: Que faremos? Porquanto este homem faz muitos sinais. Se o deixamos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação." [João 11:47-48].
O comportamento deles foi predito, em princípio, quando o Senhor fez aquelas observações relativas ao homem rico e Lázaro:
"E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite." [Lucas 16:27-31; ênfase adicionada].
O problema teológico da crença — mesmo com a ajuda de milagres autênticos e poderosas persuasões — está centrado na capacidade de indivíduos espiritualmente mortos fazerem isso no mesmo sentido em que os escritores do Novo Testamento usaram o termo. Embora seja possível para eles acreditarem intelectualmente no que a Bíblia ensina sobre a salvação e até mesmo serem tocados emocionalmente pelo conceito, a verdadeira crença será impossível enquanto eles permanecerem no estado de morte espiritual. Os anjos caídos que a Bíblia chama de demônios ilustram o aspecto intelectual da crença, porque "creem e tremem" (Tiago 2:19)! Eles sabem com certeza absoluta que Jesus Cristo é o Filho imaculado de Deus, mas mesmo possuindo esse conhecimento, não podem mudar seu destino final. A crença genuína só é possível para quem foi regenerado pela graça de Deus e teve sua morte espiritual revertida para que possa experimentar o nível de confiança sobrenatural transmitida pela palavra grega pisteuo (traduzida como "crer" em João 3:16).
Voltando à pergunta anterior sobre por que Deus permitiu que Seu Filho se envolvesse em um ministério por Israel que resultaria no fim em Sua morte — a resposta encontra-se no fato que nenhum ser humano pecador e caído poderia ser absolvido por Deus sem a morte! (A salvação não é um mero perdão em que Deus fecha os olhos para a transgressão, porque no que se refere aos Seus eleitos, a decisão Dele é que a transgressão nunca aconteceu!) O pecado como um conceito é a absoluta antítese da natureza santa e justa de Deus e precisa ser punida com a morte eterna:
"Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá." [Ezequiel 18:4].
"Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor." [Romanos 6:23].
"Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras." [Salmos 58:3].
Teologicamente falando, como a "cabeça federal do gênero humano", Adão sentenciou 100% da humanidade (excluindo Jesus Cristo, é claro, porque Ele é Deus, o Filho) a uma separação eterna de Deus, como prisioneiros de Satanás. O único remédio para esse destino terrível foi o próprio Deus pagar o resgate — sofrer a pena de morte — para que todo aquele que crer seja salvo.
A morte de Jesus Cristo não foi um acidente da história, como muitos parecem acreditar. Foi totalmente o contrário! Deus planejou todos os detalhes antes da criação do mundo e então Seu Filho se submeteu de boa vontade como o perfeito sacrifício — o único sacrifício que o Pai poderia aceitar — para pagar a dívida do pecado daqueles que foram escolhidos Nele (em Cristo) "antes da fundação do mundo" (Efésios 1:4). Quando aquela multidão perversa insistiu que Ele fosse crucificado, tudo aconteceu exatamente como Deus tinha ordenado que deveria acontecer!
"A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos." [Atos 2:23; ênfase adicionada].
As atitudes e ações da multidão mostraram a profunda ignorância espiritual que caracteriza aqueles que estão "mortos em ofensas e pecados" (Efésios 2:1). Em minha opinião, eles sabiam que Jesus era o Messias, mas não sabiam que Ele era Deus encarnado! Assim, quando ficou óbvio que os planos de Jesus Cristo não incluíam libertar a pátria da odiada ocupação romana, sendo ou não o Messias eles não estavam mais interessados em apoiá-lo. Na realidade, como vimos em João 11:47-48 (citado anteriormente), eles tinham muito medo que os discípulos de Jesus se colocassem contra o domínio romano, e tentassem fazer Dele seu Rei. Os romanos eram notoriamente paranoicos com qualquer pessoa ou movimento político que parecesse ser uma ameaça potencial ao seu regime, e sempre reagiam com severidade.
Então, quando paramos para pensar, a apreensão deles em um nível puramente humano parece ser justificada! Eles não tinham nenhuma ideia de que o Messias seria ao mesmo tempo Deus e homem, sendo, portanto, infinitamente capaz de lidar com os problemas políticos. Assim, quando foram confrontados com o que perceberam ser uma escolha entre reconhecer o Messias, ou cair nas mãos dos romanos, optaram por remover o problema! Além disso, o fato de aquele homem, em várias ocasiões, ter cometido a blasfêmia, na opinião deles, de reivindicar ser Deus, simplesmente tornou a decisão mais fácil para eles. A tensão entre a percepção contraditória relativa ao Messias e a lei romana era uma "tempestade" perfeita projetada por um Deus soberano para provocar o sacrifício de Seu Filho e assim afiançar a salvação dos Seus eleitos. Homens espiritualmente mortos levaram adiante seus papéis "ao pé da letra" — o que, de acordo com a passagem seguinte, era algo que eles não teriam feito se a verdadeira identidade Dele tivesse sido compreendida!
"Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus. Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória." [1 Coríntios 2:5-8; ênfase adicionada].
"E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes." [Lucas 23:34; ênfase adicionada].
O conhecimento do plano divino de Deus foi intencionalmente escondido deles para assegurar que reagissem da forma como aconteceu! Todavia, cada um deles será responsabilizado por suas ações. Um princípio da lei humana é que "a ignorância da lei não é justificada" e, em um sentido similar, a ignorância da vontade soberania de Deus será indesculpável.
Você acha isso injusto? Em caso afirmativo, posso sugerir que considere a massa cinzenta que usa para pensar?
"Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros." Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" [Romanos 7:23-24].
"Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos." [Isaías 55:8-9].
Portanto, quanto mais cedo aprendermos que nosso Deus soberano nunca erra e deixarmos de tentar manipular nossa teologia para compensar aquilo que vemos como "injustiça" da parte Dele, melhor será para nós!

sábado, 26 de abril de 2014

Moralismo não é o evangelho



Por Albert Mohler Jr

…mas muitos pensam que é

Uma das afirmações mais espantosas do apóstolo Paulo é sua acusação aos gálatas por terem abandonado o evangelho: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho”. Como foi afirmado tão enfaticamente, os gálatas haviam falhado no teste crucial de discernir o evangelho autêntico de suas imitações.

Suas palavras não poderiam ser mais claras: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema.” (Gálatas 1.8-9)

Esse alerta do apóstolo Paulo, expressado por meio de choque e pesar, é direcionado não apenas à igreja na Galácia, mas a toda congregação de qualquer era. Em nossos dias – e em nossas igrejas – precisamos desesperadamente ouvir e atentar a esse alerta. Em nossos dias, enfrentamos falsos evangelhos não menos subversivos e sedutores que aqueles encontrados e abraçados pelos gálatas.

Em nosso contexto, um dos falsos evangelhos mais sedutores é o moralismo. Esse falso evangelho pode tomar muitas formas e pode emergir de vários impulsos culturais e políticos. Ainda assim, a estrutura básica do moralismo se resume a isso – a crença de que o Evangelho pode ser resumido à melhorias de comportamento.

Infelizmente, esse falso evangelho é particularmente atrativo àqueles que acreditam serem evangélicos motivados por impulsos bíblicos. Crentes além da conta, e suas igrejas, sucumbem à logica do moralismo e reduzem o Evangelho à mensagem do desenvolvimento moral. Em outras palavras, nós comunicamos aos perdidos a mensagem de que o que Deus deseja para eles e requer deles é que eles vivam suas vidas corretamente, na linha.

Em certo sentido, nós nascemos para sermos moralistas. Criados à imagem de Deus, nos foi dada a capacidade moral da consciência. Desde nossos primeiros dias, nossa consciência já manifesta nosso conhecimento de culpa, de falhas e de maus comportamentos. Em outras palavras, nossa consciência acusa nossa pecaminosidade.

Adicione a isso o fato de que o processo de educação infantil tende a inculcar o moralismo desde cedo. Nós rapidamente aprendemos que nossos pais estão preocupados com nosso comportamento. Crianças bem comportadas são recompensadas com a aprovação dos pais, enquanto a malcriação traz seus castigos. Essa mensagem é reforçada por outras autoridades sobre os mais novos e permeia toda a cultura em geral.

Escrevendo sobre sua própria infância no interior rural da Georgia, o romancista Ferrol Sams descreveu a tradição enraizada de ser “bem educado”. Conforme ele explicou, a criança “bem educada” agrada seus pais e outros adultos ao aderirem a certas convenções morais e à etiqueta social. Um jovem “bem educado” se torna um adulto que obedece a lei, respeita seu próximo, se compromete, pelo menos verbalmente, às expectativas religiosas e se mantém longe do escândalo. O argumento é claro – isso é o que os pais esperam, a cultura afirma e muitas igrejas celebram. Mas nossas comunidades estão cheias de pessoas “bem educadas” que estão destinadas ao inferno.

A sedução do moralismo é a essência de seu poder. Somos facilmente levados a acreditar que realmente podemos conquistar toda a aprovação que precisamos por meio de nosso comportamento. É claro, para fazer parte dessa sedução, precisamos negociar um código moral que define o comportamento aceitável com inúmeras brechas. A maioria dos moralistas não diria que não tem pecado, mas sim que estão longe do escândalo. Isso é considerado suficiente.

Moralistas podem ser categorizados tanto como liberais quanto como conservadores. Em cada caso, um conjunto específico de obrigações morais constrói a expectativa moral. Generalizando, normalmente é verdade que os liberais focam em um conjunto de expectativas morais relacionadas à ética social, enquanto os conservadores tendem a focar na ética pessoal. A essência do moralismo é aparente em ambos – a crença de que podemos alcançar justiça por meio de bom comportamento.

A tentação teológica do moralismo é tal que muitos cristãos e igrejas tem dificuldade de resistir. O perigo é de que a igreja comunique tanto direta quanto indiretamente que o que Deus espera da humanidade caída é desenvolvimento moral. Ao fazê-lo, a igreja subverte o Evangelho e comunica um falso evangelho para o mundo caído.

A igreja de Cristo não tem outra opção além de pregar a Palavra de Deus, e a Bíblia revela fielmente a lei de Deus e um código moral abrangente. Os cristãos entendem que Deus revelou a si mesmo por meio da criação de tal forma que deu à humanidade o poder restritivo da lei. Mais ainda, ele nos comunicou por meio de sua palavra mandamentos específicos e instruções morais abrangentes. A igreja do Senhor Jesus Cristo que é fiel precisa batalhar pela retidão desses mandamentos e a graça que nos foi dada de conhecer o que é bom e o que é mau. Também temos a responsabilidade de testemunhar esse conhecido do bem e do mal aos nossos próximos. O poder restritivo da lei é essencial à comunidade e à civilização humana.

Assim como pais corretamente ensinam seus filhos a obedecerem instruções morais, a igreja tem a responsabilidade de ensinar aos seus os mandamentos morais de Deus e de testemunhar à sociedade ao redor o que Deus declarou ser justo e correto para suas criaturas humanas.

Mas esses impulsos, por mais corretos e necessários que sejam, não são o Evangelho. De fato, um dos evangelhos falsos mais insidiosos é o moralismo que promete o favor de Deus e a satisfação de sua justiça aos pecadores se eles simplesmente se comportarem bem e se comprometerem com a melhoria moral.

O impulso moralista na igreja reduz a Bíblia a um livro de regras para o comportamento humano e substitui o Evangelho de Jesus cristo por instrução moral. Púlpitos evangélicos além da conta são a fonte de mensagens moralistas, ao invés da pregação do Evangelho.

O corretivo para o moralismo vem diretamente do apóstolo Paulo quando ele insiste que “o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus”. A salvação vem para aqueles que são “justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado” (Gálatas 2.16).

Nós pecamos contra Cristo e distorcemos o Evangelho quando sugerimos aos pecadores que o que Deus demanda deles é o desenvolvimento moral de acordo com a Leu. O moralismo faz sentido para pecadores, pois é uma expansão daquilo que aprendemos desde nossos primeiros passos. Mas o moralismo não é o Evangelho, e ele não salva. O único evangelho que salva é o Evangelho de Cristo. Como Paulo lembrou os gálatas, “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.” (Gálatas 4.4-5)

Nós somos justificados somente pela fé, salvos somente pela graça e redimidos de nossos pecadossomente por Cristo. O moralismo produz pecadores que são mais bem comportados (em potencial). O Evangelho de Cristo transforma pecadores em filhos adotivos de Deus.

A igreja nunca deve desviar, acomodar, revisar ou esconder a lei de Deus. De fato, é a lei que nos mostra nosso pecado e deixa clara a nossa inadequação e nossa total falta de justiça. A Lei não pode dar vida mas, como Paulo insiste, “nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé.” (Gálatas 3.24).
O perigo mortal do moralismo tem sido uma tentação constante à igreja e um substituto muito conveniente para o Evangelho. Claramente, milhões de nossos próximos creem que o moralismo é a nossa mensagem. Nada menos que a pregação audaciosa do Evangelho será o suficiente para corrigir essa impressão e levar pecadores à salvação em Cristo.

O inferno será amplamente povoado por aqueles “bem educados”. Os cidadãos do céu serão aqueles que, pela pura graça e misericórdia de Deus, estarão lá apenas pela justiça imputada de Jesus Cristo.

Moralismo não é o evangelho.

Fonte: Reforma 21

domingo, 20 de abril de 2014

O grande "pecado" pregado hoje é a falta de estima por si mesmo!

Por Josemar Bessa

A essência do pecado é “Brincar de Deus” – viver não para Deus, mas para si mesmo, vendo Deus como parte do todo no qual estamos no centro e para qual mesmo Deus se inclina. O mundo está mergulhado em auto-absorção.
Que imagem é essa senão a do diabo, já que seu pecado, orgulho auto-exaltado, foi o pecado dele muita antes de existirmos? Qual é o espírito do culto de nosso geração? Em torno do que ele está? O grande pecado pregado hoje, espelhando nosso mundo, não é a falha de em tudo honrar a Deus e lhe ser grato em todas as circunstâncias da vida, mas a falta de estima por si mesmo.
A geração que “cultua” a Deus em nossos dias ( cultua a si mesma) achando que a ideia de auto-humilhação (Lc 9.23, 1Pe 5.6) é um mal supremo, prefere então não se ofender com a atitude oposta, o que podemos chamar de Deus-humilhação, ou seja, o rebaixamento de Deus em favor do ego e estima humana. É de novo e de novo cair da tentação do Éden de “ser como Deus”(Gn 3.5). Um culto que repudia a auto-humilhação e nossa indignidade, expressa a mente descrita por Paulo em Romanos 8.7: “o pendor da carne é inimizade contra Deus” – é o retrato da mente do homem não regenerado. Esse pendor manifesta o profundo descontentamento do coração humano com o governo de Deus, ressentimento contra suas reivindicações e hostilidade para com a Sua Palavra. De tal forma isso se tornou comum que é só a Palavra ser proclamada que logo vozes se levantam: “mas isso é muito duro...” – Por causa disso o grito de libertação de nossos dias – ecoando o mundo, não é mais, “miserável homem que sou... quem me livrará...” – mas: “Que homem digno eu sou, quem me ajudará a ver melhor a minha dignidade?”
E onde entram as águas de Kheled-zâram nisso tudo? Na obra de Tolkien, O Senhor dos Anéis, já perto do fim da primeira parte – A Sociedade do Anel – depois que a companhia atravessa as perigosas minas de Moria, com muito custo chegam do outro lado, tendo “perdido” Gandalf na atravessia, o grupo está arrasado. Há um grande lamento, Gandalf é o líder... como ficarão sem ele? Há grande sofrimento e incredulidade, ele era o mais poderoso entre eles.

No meio desse grande lamento por Gandalf e ainda temendo por suas vidas, Gimli ( o representante dos anões na sociedade ), insiste para que Frodo ( o portador do Anel ) e o inseparável amigo, Sam, se juntem a ele enquanto olha as águas de Kheled-zâram.
A principal maravilha do Lago-espelho é que ele reflete apenas as montanhas e as estrelas: “Das sombras dos próprios corpos inclinados não se via nada” – Ele tira, em seu reflexo, a pessoa do centro, ela não se vê, ela pode ver tudo sem ter ela no centro, sem ter ela como perspectiva central da cena. Ela então pode ver coisas que jamais poderia ver com ela no centro. Coisas fundamentais que parecem periféricas quando vistas ao redor apenas. Coisas maiores que nossas alegrias, triunfos ou tragédias aqui. Coisas que sobreviverão quando nenhum de nós estiver mais neste planeta. ( Ver coisas que durarão para sempre, como diz Paulo).
Não é essa nossa grande necessidade? As “águas de Kheled-zâram”, o lago espelho que nos tira totalmente da perspectiva central nas alegrias, triunfos e tragédias, e nos faz enxergar coisas eternas?
Sem a libertação da grande característica do pecado que os Reformadores chamaram de homo incurvatus in si, estamos presos em nossos egos, em auto-absorção, e todo culto, e todo nosso cristianismo não passa de farsa, pois ainda estamos brincando de deus.
Hoje, o primeiro grande mandamento de nossa geração, o primeiro mandamento que tem moldado nosso cultos é “amarás a ti mesmo” – explicamos todos os problemas com base na baixa auto-estima. Não gostamos de nada na Palavra de Deus que julguemos que provocará isso. Décadas de sermões, livros... inculcando isso na mente de uma geração fez um estrago enorme. Temos de fato o culto do Eu. O culto para o mundo, o culto relevante, o culto para o jovem, o culto para os casamentos, o culto... O foco é o homem e não Deus, e sequer nos envergonhamos mais de tão grande distorção. Não há oposição quase nenhuma a tão grande afronta a Deus. Não cultuamos Deus, cultuamos nossa auto-estima.
A atitude corrente é a de autodeificação, dela só poderia brotar atos de autodeterminação contra Deus, Sua Palavra... tendo que o que é eterno e imutável, se “moldar” ao que é mortal, finito e mutável. Já não conseguimos olhar mais nada sem ver nossa face no centro da perspectiva. Era exatamente isso que as águas de “Kheled-zâram”, o lago espelho, fazia, tirava o homem da perspectiva.
Sem esse “milagre” de Kheled-zâram, o homem não pode sequer esbarrar nas doutrinas fundamentais sobre ele, pois, por não estarem indo na direção do culto a auto-estima, serão descartadas como absurdas, não porque a Bíblia não as ensina, mas porque ofende a sensibilidade do ego adorado. Por exemplo, todo homem além do trabalho regenerador de Deus é totalmente depravado, ou seja, ele não é capaz de nenhum ato ou pensamento sagrado, santo, aceitável... diante de Deus. Paulo diz que “tudo que não é por fé é pecado” (Romanos 14.23) – Portanto, tudo que um homem irregenerado faz é pecado, mesmo que ele dê todos os seus bens para alimentar o pobre ou o seu corpo para ser queimado (1 Coríntios 13.3) – O motivo verdadeiro para qualquer ato só pode ser definido devidamente com referência a honra de Deus, sua santidade, sujeição a Ele, sua honra... qualquer coisa feita sem essa referência e que não confia tão somente em sua misericórdia e em nada de bom no homem, não são boas, portanto: "Não há ninguém que faça o bem nem um sequer" -Romanos 3:12. É óbvio que isso é uma pedra de tropeço intransponível para o coração irregenerado.
Vida cristã é uma vida que consiste em seguir a Jesus, e segui-lo está no estremo oposto ao culto da auto-estima: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me!” – Hoje vivemos numa geração que quer seguir a Cristo com muito do mundo e de si mesmo e muito pouco de Cristo em suas vidas, porque culto a auto-estima e cruz são antagônicos.
Ele diz que primeiro negue-se e só depois siga-me.
Primeiro – Renuncie a si mesmo.
Segundo – Tome a sua cruz.
Terceiro – Siga-me.
Essa é a ordem das coisas. Mas o Ego está no caminho juntamente com o mundo e suas milhares de atrações. O culto a auto-estima e o “para mim o viver é Cristo... e não mais vivo eu mais Cristo vive em mim”, são incompatíveis. O que Paulo está dizendo é que “para mim o viver é obedecer a Cristo, é servir a Cristo, é honrar a Cristo...” – é isso que significa. Tomar a cruz significa obediência, consagração, rendição... uma vida colocada à disposição de Deus para Sua glória – significa morrer para o Ego. “Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte” – Filipenses 1.20 – Fomos mandados para o mundo para viver com a cruz estampada em nós, não há outra forma para que de fato a vida de Cristo seja mostrada em nós:“Trazendo sempre em nosso corpo o morrer de Jesus, para que a vida de Jesus também seja revelada em nosso corpo” – 2 Coríntios 4.10.
Tudo isso é fábula sem as “águas de Kheled-zâram”, ou seja, sermos levados a uma visão da vida em que não estamos mais no centro, podendo ver então tudo que é eterno, tudo que em nossos triunfos e tragédias aqui, glorifiquem a Deus: “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.” 2 Coríntios 4:18 – Ele não põe ele mesmo no centro da perspectiva, mas o plano eterno de Deus – ao não estar centrado em si, tudo que era eterno tomava um lugar que não podia ser visto antes. Era o que as águas de Kheled-zâram faziam.
Nós não desanimamos porque os nossos olhos estão fixos no que é invisível e eterno.
Podíamos ver tantos exemplos na vida de Paulo, mas encerremos com um apenas. Paulo podia ver as correntes que o prendiam aos soldados romanos dia e noite. Mas seus olhos não estavam sobre elas e eles. Cada corrente foi forjada por Cristo e seria usada para Cristo. Se o ego estivesse no centro da perspectiva, isso seria impensável, mas Paulo pensava: “como posso usar essa cela de prisão e essas correntes para a glória de Cristo? Como honrar aqui, nesta situação o Senhor do Céu!”
Ele nunca fez das coisas deste mundo o alvo do seu olhar, ele podia ver longe, ele não se via no centro da perspectiva. Se ele fosse adepto do culto da auto-estima de nossa geração, teria ficado oprimido ali, paralisado por sua própria mortalidade, obcecado pelos triunfos aparentes dos inimigos, ou desestabilizado pelo pequeno apoio das igrejas. Mas ao não se ver no centro da perspectiva, ele pode fixar os olhos sobre o que era invisível.
Como dissemos antes, a principal maravilha do Lago-espelho, Kheled-zâram - era que refletia tudo, a obra das mãos de Deus, sem mostrar a face de quem estava olhando: “Das sombras dos próprios corpos inclinados não se via nada!” – Naquele momento de tragédia e dor, onde parecia que tudo iria perecer, não havia lugar melhor para Frodo e Sam olhar, e foi isso que Gimli os incentivou fazer.

Fonte: Josemar Bessa

terça-feira, 15 de abril de 2014

Como identificar falsos mestres


Por Denny Burk
O apóstolo Paulo escreveu a Tito que pastores não devem apenas pregar fielmente, mas também “convencer os que o contradizem” (Tito 1.9). A ideia é muito simples. O ministério pastoral não é meramente de edificar, mas também de derrubar. Como Paulo disse em outro lugar, envolve derrubar toda especulação e altivez que se levante contra o conhecimento de Deus (2 Coríntios 10.5). Falhar em fazer isso é má-prática ministerial e algo perigoso para o povo de Deus.

Dada essa obrigação, se torna imperativo ser capaz de identificar falsos mestres quando eles aparecem. Às vezes o falso ensinamento surge de fora da igreja. Às vezes, de dentro. O Novo Testamento ensina que uma reposta mais rigorosa é devida quando ele surge de dentro. Assim, pastores fiéis precisam aprender a identificar e lidar com falsos mestres. Mas como fazemos isso?

A Bíblia sugere pelo menos seis características que normalmente identificam os falsos mestres. Nem todo falso mestre exibe todas essas características ao mesmo tempo, mas muitas vezes apresentam uma combinação de alguns desses traços.

1. Falsos mestres contradizem a sã doutrina

Mesmo no primeiro século, durante a vida dos apóstolos, havia um corpo doutrinário autoritativo que funcionava como regra de fé e prática. Judas chama isso de “fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Judas 3). Paulo chama de “sã doutrina segundo o evangelho da glória do Deus bendito” (1 Timóteo 1.10-11). Em outro lugar, é o “padrão das sãs palavras” e de “bom depósitodepósito” (2 Timóteo 1.13-14), as “palavras da fé” e “boa doutrina” (1 Timóteo 4.6). João chama de “a doutrina de Cristo” (2 João 9).

No primeiro século, a sã doutrina consistia no Antigo Testamento, além das palavras apostólicas que Cristo atribuiu aos apóstolos. A autoridade apostólica eventualmente era escrita, conforme os apóstolos começaram a morrer. Para nós, o padrão da sã doutrina – a fé que uma vez por todas foi entregue aos santos – é a escritura, o Antigo e o Novo Testamento. O falso ensinamento, portanto, é qualquer ensinamento que foge dessa norma. Um falso mestre é qualquer um de dentro da igreja que se oponha ao que a Bíblia ensina (1 Timóteo 6.3; 2 João 9).

2. Falsos mestres promovem imoralidade

Judas nos mostra que falsos mestres muitas vezes se esgueiram na igreja e “transformam em libertinagem a graça de nosso Deus” (Judas 4). Libertinagem significa falta de restrição moral, especialmente na questão da conduta sexual. É uma total supressão das normas morais da escritura. É uma vida que permite comportamentos que a Bíblia condena. Pedro diz que tais mestres negam o Senhor Jesus ao perseguirem “suas práticas libertinas” (2 Pedro 2.2). Uma pessoa que não é dominada pela palavra de Deus é muitas vezes dominada por suas próprias paixões. Não há poucos charlatões que se infiltram nas igrejas com seu carisma apenas para se mostrarem aproveitadores sexuais do rebanho.

Alguns deles tentarão justificar sua própria imoralidade sexual ou a imoralidade dos outros. Mas muitas vezes não irão enfrentar com força os assaltos às normas morais da escritura. Isso é muito óbvio. Pelo contrário, eles irão redefinir os termos da Bíblia para que não mais os acusem de suas açõesações perversas. Aqueles que redefinem o ensinamento bíblico a respeito de casamento e sexualidade caem nessa categoria.

3. Falsos mestres diminuem a importância do pecado e do juízo

Esse é o traço dos falsos mestres que compartilham em comum com os antigos falsos profetas. Jeremias os descreve dessa forma:
porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à ganância, e tanto o profeta como o sacerdote usam de falsidade. Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. (Jeremias 6.13-14)

Falsos mestres caracteristicamente diminuem o pecado. Ao invés de chamar “as falhas” de pecado, eles simplesmente dizem “não há nada para ver, prossigam”. Os falsos mestres dizem aos pecadores, a quem Deus irá julgar, que eles não são tão ruins assim e que não há necessidade de temer o julgamento de Deus. Eles separam o amor e a graça de Deus de sua santidade. Eles dizem ao povo, que deveria ter toda a razão para temer o julgamento de Deus, que eles realmente não tem nada a temer. Eles fogem do confronto que a verdade traz e dizem aos pecadores qualquer coisa que seus ouvidos queiram ouvir (2 Timóteo 4.3-4).

4. Falsos mestres são motivados por ganância e ganho egoísta

Pedro diz que, em sua “avareza”, falsos mestres se aproveitam do povo de Deus com “palavras fictícias” (2 Pedro 2.3). De fato, o coração deles é “exercitado na avareza” (2 Pedro 2.14). Paulo diz que os falsos mestres supõe “que a piedade é fonte de lucro” (1 Timóteo 6.5). Pregadores que amam dinheirodinheiro e ganho material muitas vezes dirão o que for necessário para aumentar seu piso salarial. São mercenários, não seguindo o chamado de Deus, mas aquele que pagar mais. Irão abraçar qualquer novidade. Irão coçar onde quer que os pecadores desejem. Transformam o ministério em fonte de lucro porque são motivados por ganância. Tome cuidado com pastores que parecem ter apetite por ganho material. Essa é uma grande marca de um falso mestre.

5. Falsos mestres causam divisão

Falsos mestres irão tentar convencer o rebanho que a sã doutrina causa divisão. Mas isso é uma mentira. Esse é, na verdade, o falso ensinamento que busca dividir e conquistar o povo de Deus. Judas nos alerta a respeito deles dessa forma:
No último tempo, haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias paixões. São estes os que promovem divisões, sensuais, que não têm o Espírito. Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo, guardai-vos no amor de Deus (Judas 18-21)

Quem causa dissensão no meio do povo? Não aqueles que ensinam a sã doutrina. O povo de Cristo se une ao redor da verdade e se dividem por conta do erro. Falsos mestres são aqueles que levam o povo para longe do padrão da verdade divina em direção ao erro.

6. Falsos mestres enganam o rebanho

Jesus nos diz para nos acautelarmos “dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas” (Mateus 7.15). O falso mestre nunca aparece a nós com uma placa pendurada no pescoço onde se lê “sou um falso mestre”. O falso mestre aparece disfarçado de cristianismo. Ele possui a forma da piedade mas nega seu poder (2 Timóteo 3.5). Se o falso mestre aparenta e soa como cristão, então como saberemos se ele é um falso mestre? Jesus nos diz como podemos saber: “pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7.16). Em outras palavras, o que eles fazem muitas vezes diz mais sobre quem eles são do que o que dizem.

Fonte: Reforma 21

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Você conhece o motivo de os nazistas usarem triângulos em seus prisioneiros? E o que cada cor representava? Conheça agora!

Os campos de concentração nazistas, durante o período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), possuíam um sistema de figuras geométricas baseadas em triângulos para auxiliar a identificação do tipo de pessoa que a portava, e se tinha “direitos maiores” ou não em relação aos demais prisioneiros. É com respeito às cores, as inclinações e a sobreposição das figuras que se baseavam os critérios para classificação dos segregados em seus respectivos lugares (campos). Como a filósofa e jornalista Hannah Arendt disse, isso faz parte de um complexo e eficaz sistema de burocratização da morte através do aparato do Estado, que classificava e etiquetava as “mercadorias” (como os nazistas falavam de seus prisioneiros em textos oficiais).



Os triângulos coloridos...
Diante desta gigantesca estrutura da morte nos campos de concentração e para efeito de transporte de prisioneiros que cumpriam tarefas fora dos campos, em vez de números, os administradores tiveram de elaborar uma engenhosa solução gráfica de identificação, que os facilitava no monitoramento entre outros cidadãos que trabalhavam nas indústrias bélicas.

Esses prisioneiros, requeridos a serviço dentro ou fora dos campos, eram obrigados a usar triângulos coloridos nas vestes para sua rápida identificação ao longe. Eram as cores dos triângulos que facilitavam identificar tanto o campo de origem do prisioneiro como seu idioma. Como esses campos eram organizados para atender o idioma dos prisioneiros, a nacionalidade e/ou preferência política, alguns historiadores entenderam que os triângulos teriam a obrigação de responder sua etnia (no sentido de raça e religião). Desse modo, com ou sem etnia, as cores variariam muito de campo para campo e de lugar para lugar. As tonalidades mais comuns correspondiam aos campos mais populosos.

Veja como era a questão das cores no contexto dos triângulos:

- Amarelo: prisioneiros judeus com dois triângulos sobrepostos a fim de formar a Estrela de Davi, com a palavra “Jude” (judeu) escrita por cima. Os que eram considerados parcialmente judeus, somente com o pai ou a mãe da religião judaica, usavam somente a estrela amarela na roupa;
- Vermelho: dissidentes políticos, incluindo comunistas, sociaisdemocratas, liberais, anarquistas e maçons;
- Verde: criminosos comuns. Criminosos de ascendência ariana recebiam frequentemente privilégios especiais nos campos e poder sobre outros prisioneiros, como os chefes dos blocos e tinham alimentação melhor e mais folgas;
- Roxo: basicamente aplicava-se a todos os objetores de consciência por motivos religiosos, por exemplo, as Testemunhas de Jeová, que se negavam a participar dos empenhos militares da Alemanha nazista e a renegar sua fé assinando um termo declarando que serviriam a Adolf Hitler;
- Azul: imigrantes. Foram usados, por exemplo, pelos prisioneiros espanhóis que se exilaram na França a seguir à derrota na Revolução Espanhola contra Franco, e que mais tarde foram deportados para a Alemanha considerados como apátridas;
- Marrom: ciganos;
- Preto: lésbicas e mulheres “antissociais”, como alcoólatras, grevistas, feministas, deficientes e mesmo anarquistas. Os arianos casados com judeus recebiam um triângulo negro sobre um amarelo.
- Rosa: homossexuais masculinos.


A questão dos triângulos invertidos...
Os triângulos coloridos cumpriam a missão de identificar os detentos quando mandados para trabalhartrabalhar em alguma fábrica ou no ir e vir às cidades; logo alguns segregados (astutamente) descobriram que invertendo o lado do triângulo o mesmo mudava de cor. Essa cor de fundo facilitava ao elemento se comunicarem com outros campos ou em alguns casos cumprir tarefas num campo menos vigiado e depois fugir. Essa solução, entretanto, foi descoberta e algum administrador elaborou outra solução sobrepondo os triângulos de algumas classes. Assim ficou:

- Dois triângulos sobrepostos amarelo, o emblema "Amarelo", um judeu;
- Triângulo vermelho invertido sobreposto em um amarelo-prisioneiro político judeu;
- Verde em cima de um triângulo invertido amarelo um judeu “criminoso habitual” (homicida, estelionatário, estuprador etc);
- Triângulo roxo invertido sobrepostas em um amarelo correspondia a uma Testemunha de Jeová de ascendência judaica;
- Triângulo invertido rosa sobreposta a um amarelo: um delinquente sexual judaico ou um homossexual judeu;
- Triângulo preto invertido sobrepostas em um amarelo, “antissocial” e “trabalho tímido” judeus;
- Triângulo preto superposto sobre um triângulo amarelo, um judeu condenado de miscigenação e rotulados como um profanador da “raça”;
- Triângulo amarelo sobreposto a um triângulo preto invertido, um ariano (mulher) condenado por miscigenação e rotulados como um profanador “raça”.


As letras sobre os triângulos...
Além do código das cores, alguns subgrupos tinham o complemento de uma letra localizada no centro do triângulo, para especificar prefixo do país de origem do prisioneiro. Isso facilitava na remoção das “mercadorias” para evitar um grupo étnico muito grande num mesmo campo a fim de evitar motins. Quanto menos se entendessem, melhor seria para o regime totalitário. Vejamos abaixo alguns exemplos:

B para belgas.
F para franceses.
I para italianos.
K para russos ou comunistas em geral.
P para poloneses.
D para alemães.
JUDEN para judeus de um modo geral.
S para espanhóis.
T para tchecos.
U para húngaros.

As barras sobre os triângulos...
Além de todo esse sistema complexo de identificações nos campos de trabalho e extermínio do nazismo, no caso de reincidência por algum crime que o prisioneiro tenha cometido e não tenha sido condenado à morte, era colocada uma barra colorida em seu triângulo ou estrela. Assim:

Um prisioneiro político teria uma barra vermelha sobre a sua estrela ou triângulo;
Um criminoso habitual teria uma barra verde;
Um trabalhador forçado estrangeiro teria uma barra azul;
A Testemunha de Jeová teria uma barra púrpura;
Infratores teria uma barra rosa;
Um antissocial teria uma barra preta;
Cigano teria uma barra marrom.



sábado, 5 de abril de 2014

NÃO HÁ NADA EM OCULTO QUE NÃO VENHA A SER REVELADO!

Por Fabio Campos
Texto base: “Os pecados de alguns são evidentes, mesmo antes de serem submetidos a julgamento; enquanto que os pecados de outros se manifestam posteriormente”. – 1 Timóteo 5.24 NVI
Não há tragédia maior para um cristão cheio do Espírito Santo do que “desonrar o nome de Deus” (Pr. 30.9). Quanto mal traz uma situação exposta quando a “pedra de moinho já está ladeira abaixo”. Todos os que se alegram no pecado pensam que nunca serão descobertos. Seja aqueles que estão no adultério – seja os que estão defraudando alguém – sem exceção - se não se arrependerem, serão descobertos. “Uma hora a casa cai”!
O fruto antes de ser fruto é apenas uma semente. Ninguém vê a semente depois de plantada; o que vemos são os frutos. A Escritura diz que “as obras da carne são conhecidas” (Gl 5.19-21). Se a “igreja” assim como o povo de Israel, no Antigo Testamento, defende os falsos profetas, Deus levanta um Nabucodonosor e expõe a vista de todos através da mídia secular as riquezasriquezas dos cinco líderes evangélicos que lhes “trarão muitas dores” (1 Tm 6.10). Deus sempre traz o juízo quando a medida de maldade está cheia (Gn. 15.16). Não se deixem enganar, de Deus não se zomba (Gl 6.7).
Quantas surpresas [negativas] tive no meu pouco tempo de caminhada cristã. Pessoas pelas quais daria minha vida em defesa de sua integridade –, agora descobertas, enganando a todos já por muito tempo. Irmãos que se afastaram sem dar pelo menos um “tchal”. Foram como o “orvalho do campo” - chegaram de manhã, e a tarde já não existiam mais. O Senhor torna o pecado de alguns evidente justamente para não nos enganarmos com o joio pensando que trata-se de trigo. Muitas vezes pela falta de discernimento chamei “mal de bem e bem de mal”. Que Deus tenha misericórdia!
Até nisto Jesus é bondoso com aqueles que o temem. Ele nos livra de sermos “cúmplices nas obras infrutíferas das trevas” (Ef. 5.12). Do contrário em ser cúmplice, sua ordem é “reprovai-as”. O que eles fazem em oculto, só de falar, nos traz vergonha (Ef. 5.12). Muitas das vezes não entendemos o trabalhartrabalhar de Deus. Não conhecemos os bastidores do coração do homem. Mas o Espírito sonda até as profundezas. Ele nos priva - e como luz e trevas se opõem - aquele que pratica o mal aborrece a luz e não chega para a luz, a fim de não ser descobertas suas [más] obras” (Jo 3.20).
Se o homem não se converter, Deus afiará sua espada (Sl 7.12). Muitos se acham tão importantes que não percebe o seu pecado (Sl 36.2). Todo filho de Deus é um “pecador arrependido”, diferente daqueles que se alegram da iniquidade. O Senhor repreende e disciplina o homem por causa do seu pecado (Sl 39.11). Todavia, a disciplina não é para os ímpios encharcados na maldade – mas para os filhos. O ímpio de dura cerviz não terá disciplina, apenas juízo - diferente do filho (Hb 12.1-12).
Com muito temor escrevi este artigo, pois está escrito: “... quem conhece os pensamentos do homem, a não ser o homem que nele está” (1 Co 2.11). Como lamento pelas minhas mazelas e pelos meus pecados que sempre estão diante de mim. Quando o Espírito me convence do pecado, da justiça e do juízo naquilo que estou desagradando ao Senhor, a “tristeza segundo Deus que não produz remorso, mas o arrependimento” (2 Co 7.10), me leva a salvação: “os que confessam suas iniquidades alcançarão misericórdia” (Pr. 28.13). 
Os homens maus não entende o juízo de Deus (Pr. 28.5). Mas como são felizes aqueles que têm por princípio o temor a Deus. Estes terão os seus pecados encobertos debaixo das asas da misericórdia (Sl 32.1). O Senhor não “leva em conta o seu pecado, pois ele não é hipócrita em sua confissão” (Sl 32.1). Por isso todos os que são fieis oram ao Senhor e quando as muitas águas se levantarem, elas não o atingirão” (Sl 32.6). Que Deus tenha misericórdia da minha vida e me ensine a fazer a vontade dEle, antes da minha. Nos seus desígnios descanso contra todo tipo de acusação, pois “Deus julgará os segredos dos homens, mediante Jesus Cristo” (Rm 2.16).
“Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido.O que vocês disseram nas trevas será ouvido à luz do dia, e o que vocês sussurraram aos ouvidos dentro de casa, será proclamado dos telhados”. – Lucas 12.2-3 NVI
Que Deus nos ajude!

Fonte: Fabio Campos